© Hollie Adams/Bloomberg via Getty Images
Notícias ao Minuto 18/11/22
Pequim acusou Londres de "abuso de poder" e de "interferir" nas cooperações entre uma empresa chinesa e uma empresa britânica, ao obrigar os chineses a vender as ações na maior fabricante de semicondutores do Reino Unido.
��O Reino Unido esticou demasiado o conceito de segurança nacional e abusou do poder do Estado para interferir diretamente na cooperação normal de investimento de uma empresa chinesa no Reino Unido.” Palavras duras da porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, que comentava a decisão do Governo britânico de exigir a uma empresa detida por um grupo chinês que vendesse as suas ações na principal fabricante de semicondutores em terras de Sua Majestade, por receios de espionagem.
“Isso viola os direitos e interesses legais da empresa em questão e os princípios da economia de mercado e as regras do comércio internacional, que há muito se declaram defensores", continuou Ning, citada pela Bloomberg.
Na quinta-feira, o governo do Reino Unido exigiu à empresa neerlandesa Nexperia - detida pela gigante chinesa de smartphones Wingtech - que vendesse as ações na Newport Wafer Fab, a maior fabricante de chips do Reino Unido, localizada no País de Gales, para "se proteger contra possíveis riscos para a segurança nacional", conforme referiu o porta-voz do Governo do Reino Unido em comunicado.
Os chineses já anunciaram, aliás, que vão apelar da decisão do executivo britânico, que obriga a subsidiária neerlandesa da Wingtech a vender os 86% da Newport Wafer Fab que comprou em julho de 2021, e que, na altura, custaram cerca de 72 milhões de euros.
As autoridades britânicas alertaram para a existência de risco para a segurança nacional, graças à ligação direta da empresa com a produção de semicondutores compostos, que poderiam ser utilizados em veículos elétricos, 5G e reconhecimento facial. "O potencial para essas atividades minarem as capacidades do Reino Unido”, de acordo com a ordem do governo, levou a esta decisão.
Já em 2020 Londres tinha proibido a gigante chinesa de telecomunicações Huawei de implantar equipamentos de banda larga 5G no Reino Unido, dando seguimento às preocupações manifestadas pelos Estados Unidos sobre eventuais riscos de espionagem chinesa.
Sem comentários:
Enviar um comentário