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Notícias ao Minuto 18/11/22
A casa de Ayatollah Khomeini, responsável pela criação da república teocrática, passou a ser um museu e um dos principais marcos do regime.
Milhares de iranianos continuam a sair às ruas para protestar contra o governo e contra o líder supremo, o Ayatollah Ali Khomeini, apesar da violenta opressão policial. Na noite de quinta-feira, os manifestantes atacaram um dos principais marcos do regime, ao incendiar a casa-museu do Ayatollah Khomeini, o histórico líder do país durante os anos 80.
Nas redes sociais, circulam vários vídeos do protesto junto à casa, na cidade de Khomein (assim denominada devido ao líder), com os iranianos a atirarem objetos contra a casa já em chamas.
O regime de Teerão diz que Khomeini nasceu naquela habitação, que foi tornada num museu de comemoração à vida do antigo líder e ao governo.
A autoridade regional de Khomein, citada pela BBC, afirmou a uma agência estatal de notícias que a situação estava normalizada e que a casa se mantinha aberta aos peregrinos.
No entanto, os vídeos demonstram uma situação completamente diferente, com dezenas de civis a celebrar o fogo e a destruição do monumento.
O Ayatollah Khomeini foi um dos mais importantes líderes no Médio Oriente durante o século XX. Em 1979, Khomeini liderou a revolução islâmica que depois o Shah, o ditador pró-Estados Unidos e pró-Ocidente, instaurando uma república teocrática - uma forma de governo no qual as leis do Estado se confundem com os dogmas da religião dominante, neste caso o Islão, e no qual o líder do país é o líder religioso.
Khomeini liderou o país durante dez anos, até à sua morte em 1989, dando lugar ao Ayatollah Ali Khameini, que é o líder supremo do Irão até hoje.
A fúria dos manifestantes iranianos contra o governo e contra o líder religioso surgiu a partir dos protestos pela morte de Mahsa Amini, a jovem curda de 22 anos que foi morta pela polícia por alegadamente não usar hijab.
Amini passou a ser um símbolo da resistência contra o regime, tanto das mulheres, que estão a ser alvo de medidas cada vez mais restritivas à sua liberdade, incluindo no vestuário, como da população em geral, farta do regime ditatorial. Apesar da forte repressão e de centenas de mortos em protestos contra a polícia, os iranianos continuam a sair à rua e, mais recentemente, têm mesmo pedido a "morte ao ditador".
Do lado das autoridades de Teerão, o governo continua a desvalorizar os protestos e a acusar os Estados Unidos, o Ocidente e a minoria curda (que é alvo de ataques no Irão e em vários países) de incentivarem os manifestantes e criarem desinformação.
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