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Notícias ao Minuto 07/02/22
A Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST) considerou hoje que o quadro social angolano é marcado por uma "pobreza assustadora, perda de poder de compra, desemprego galopante e degradação de hábitos e costumes".
Para os bispos católicos, que na última semana estiveram reunidos na I Assembleia Plenária, na província angolana de Benguela, o quadro social em Angola é também marcado pelo vazio de diálogo entre os partidos e a sociedade civil e elevados níveis de intolerância.
"É preciso muita ponderação e diálogo e tudo deve ser feito para que os partidos não sejam mais importantes do que a nação", apelam os bispos, segundo o comunicado de imprensa, lido pelo porta-voz da CEAST e bispo da diocese de Cabinda, Belmiro Tchissengueti, no final do encontro.
Os bispos reiteraram que a situação da seca e da fome em muitas regiões do país, sobretudo no sul, exigem a declaração do estado de emergência, por forma a propiciar a ajuda internacional.
Na conferência de imprensa, o bispo Belmiro Tchissengueti disse que Angola é parte da comunidade internacional e honra os seus compromissos internacionais, com o pagamento de quotas.
"Justamente com esta participação nessas organizações, sendo elas multilaterais, em momentos de dificuldades, podemos fazer recurso a tais organizações, mas claro que para ter acesso aos recursos dessas organizações internacionais é preciso que haja uma declaração de um Estado de Emergência específico e no caso concreto estamos a ver que a fome está de facto muito acentuada", disse.
Belmiro Tchissengueti frisou que o sul do país vive uma seca severa nos últimos três anos, pelo que, considerou, "está o ambiente criado para se declarar o estado de emergência" e possibilitar a ajuda internacional de que os angolanos carecem.
Segundo o prelado, não seria a primeira vez que o país beneficiaria de ajuda, mas é preciso humildade e reconhecimento que o país precisa de apoio.
"Para que se salve vidas humanas e se possa dar novo alento de esperança para o povo", disse o bispo, realçando que a ajuda deve ser feita em duas dimensões.
"Por um lado, emergência para se suprirem situações de emergência, mas também ajudar para que possamos nós aprender a produzir aquilo que nós consumimos. Temos um grande país e abençoado por grandes rios, terras aráveis e riqueza abundante, que deveria, com um pouco mais de esforço, ser também exportador para outros países e não apenas consumidor daquilo que se recebe", frisou.
Aos políticos, Belmiro Tchissengueti sublinha que a ajuda deve ser feita sem aproveitamento político.
O bispo salientou que a democracia contribui para o bem da nação, devendo dirigentes e cidadãos ter um alto sentido de responsabilidade, apelando a um investimento na educação cívica dos cidadãos, evitar o absentismo, pautar pela honestidade, transparência e justiça de todo o processo.
"A campanha eleitoral será melhor se houver respeito mútuo sem fanatismos, devemos ser construtores de pontes e não de muros", apelou.
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