sexta-feira, 20 de março de 2020

627 óbitos num só dia. COVID-19 já matou mais de 4 mil pessoas em Itália

Em 24 horas, a península itálica registou mais 627 mortos, um número recorde deste o início da epidemia de COVID-19 no país. Os números foram divulgados hoje pelo ministério da Saúde italiano. Itália é, desde ontem, a nação mais afetada do mundo em termos de mortalidade pelo novo coronavírus.


O novo coronavírus já matou 4.032 pessoas neste país transalpino. Em 24 horas morreram 627 pessoas.

Os dois primeiros óbitos no país registaram-se a 22 de fevereiro, há menos de um mês, o que mostra a escalada veloz da mortalidade do COVID-19 em território italiano.

No total, Itália já contabilizou até ao momento 47.021 casos de infeção por COVID-19. Dessas, 37.860 mantém-se ativas.

Apenas, 5.129 pessoas recuperaram, segundo dados do boletim epidemiológico italiano divulgado esta sexta-feira. Em estado crítico permanecem 2.655 pessoas.

A Lombardia, no Norte, continua a ser a região mais afetada, com 2.549 óbitos até ao momento.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje o número de casos confirmados de infeção por COVID-19 em território nacional para 1.020, mais 235 do que na quinta-feira. O número de mortos no país subiu para seis e das pessoas infetadas em Portugal, cinco recuperaram.

Pandemia alastra em todo o mundo. Apenas na China não há novos casos

A China é o único país afetado pela pandemia de COVID-19 que não apresenta novos casos há dois dias consecutivos.

Ao todo, já morreram em todo o mundo 11.186 pessoas e há mais de 275 mil casos contabilizados. Menos de um terço recuperou (cerca de 90 mil).

Itália (4,032) é o país com mais mortes por COVID-19, à frente da China (3.248), Irão (1.433) e Espanha (1.041).

A doença parece estar a infetar as pessoas a um ritmo mais rápido: os primeiros 100.000 casos demoraram três meses a aparecer, mas os segundos surgiram num intervalo de apenas 12 dias, adverte a Organização Mundial de Saúde que alerta para a rápida propagação da pandemia.

Devido à pandemia, foram vários os Estados-membros da UE que adotaram medidas para promover o isolamento social, tentando assim conter o surto. Portugal incluído.

A doença já se alargou a 176 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar a situação como de pandemia.

Portugal em Estado de Emergência

O Governo reuniu-se em Conselho de Ministros para debater as medidas de apoio social e económico para a população afetada pela pandemia de COVID-19, depois de na quinta-feira ter apresentado um primeiro lote de medidas de concretização do estado de emergência.

A Assembleia da República aprovou na quarta-feira o decreto de declaração do estado de emergência que lhe foi submetido pelo Presidente da República com o objetivo de combater a pandemia de Covid-19, após a proposta ter recebido pareceres favoráveis do Conselho de Estado e do Governo.

Portugal está em estado de alerta há uma semana e o Governo colocou os meios de proteção civil e as forças e serviços de segurança em prontidão. Entre as medidas para conter a pandemia, o Governo suspendeu as atividades letivas presenciais em todas as escolas desde segunda-feira e impôs restrições em estabelecimentos comerciais e transportes, entre outras.

O Governo também anunciou o controlo de fronteiras terrestres com Espanha, passando a existir nove pontos de passagem e exclusivamente destinados para transporte de mercadorias e trabalhadores que tenham de se deslocar por razões profissionais.

O Governo declarou na terça-feira o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar, onde foi decretada quarentena geográfica.

O município de Espinho, contíguo por terra e por mar ao concelho de Ovar, alertou hoje que o cerco sanitário imposto ao território vizinho "está sistematicamente a ser furado", ponto em risco as populações locais.

Veja em baixo o mapa interativo com os casos de coronavírus confirmados até agora

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