sábado, 21 de dezembro de 2024

O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel acusou hoje o Papa Francisco de ter "dois pesos e duas medidas", depois de o líder da igreja católica ter condenado a "crueldade" de um ataque israelita na Faixa de Gaza.

© Kobi Wolf/Bloomberg via Getty Images  Por Lusa   21/12/2024

Israel acusa Papa Francisco de ter "dois pesos e duas medidas"

O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel acusou hoje o Papa Francisco de ter "dois pesos e duas medidas", depois de o líder da igreja católica ter condenado a "crueldade" de um ataque israelita na Faixa de Gaza.

Neste ataque, terão sido mortas sete crianças, segundo a Defesa Civil do território palestiniano.

"Os comentários do Papa são particularmente dececionantes, porque estão desligados do contexto real e factual da luta de Israel contra o terrorismo jihadista", disse o Ministério israelita em comunicado, acrescentando que "os dois pesos e duas medidas" do pontífice em relação a Israel devem acabar.

O Papa Francisco denunciou hoje a "crueldade" dos bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza, depois de pelo menos 25 palestinianos, incluindo sete menores, terem sido mortos num bombardeamento em Jabalia, na sexta-feira.

"O ntem [sexta-feira] foram bombardeadas crianças. Isto não é uma guerra. É uma crueldade", lamentou o pontífice, em declarações não previstas, divulgadas pela agência de notícias do Vaticano.

"Quero dizer isto porque me toca o coração", acrescentou.

Em resposta, o Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita criticou o Papa e considerou que "crueldade é os terroristas esconderem-se atrás de crianças enquanto tentam assassinar crianças israelitas".

"Crueldade é manter uma centena de reféns durante 442 dias, incluindo um bebé e uma criança, que estão nas mãos de terroristas que os maltratam", acrescentou, lamentando que o Papa tenha optado "por ignorar tudo isto e também o facto de as ações de Israel terem como alvo os terroristas, que usavam crianças como escudos humanos".

As palavras de Francisco são "particularmente lamentáveis", referiu, porque "estão desligadas da verdade e do contexto dos factos da luta de Israel contra o terrorismo jihadista, uma guerra em várias frentes para a qual foi arrastado desde o seu início, a 07 de outubro".

"A morte de qualquer pessoa inocente numa guerra é uma tragédia. Israel faz um esforço extraordinário para evitar ferir inocentes, enquanto o Hamas faz um esforço extraordinário para aumentar os danos aos civis palestinianos", criticou ainda.

Por isso, "a culpa deve ser atribuída exclusivamente aos terroristas e não à democracia que se está a defender contra eles", salientou, insistindo que "basta de dois pesos e duas medidas e de apontar o dedo ao Estado judeu e ao seu povo".


Leia Também: Papa condena "crueldade" de ataque que matou sete crianças palestinianas

Naufrágio: Pelo menos 38 mortos e cem desaparecidos em naufrágio na RDCongo

© Lusa  21/12/2024

Pelo menos 38 pessoas morreram e mais cem foram dadas como desaparecidas no naufrágio de um 'ferry' sobrelotado no rio Burisa, na República Democrática do Congo, na sexta-feira à noite, de acordo com as autoridades locais e várias testemunhas.

Segundo a agência Associated Press (AP), vinte pessoas foram resgatadas com vida no naufrágio, que aconteceu dias depois de um outro barco se ter afundado no mesmo país, matando 25 pessoas.

O 'ferry' deslocava-se no nordeste da República Congo, e os passageiros eram sobretudo comerciantes que regressavam a casa para passarem o Natal, de acordo com fontes locais.

Um residente de Ingende, cidade perto do local do acidente, contou à AP que seguiam no 'ferry' "mais de 400 pessoas, pelo que há razões para acreditar que há mais mortos".

As autoridades congolesas alertam frequentemente para a sobrelotação dos barcos e já prometeram punir aqueles que violem as medidas de segurança no transporte aquático.

Pelo menos 78 pessoas morreram, em outubro, quando um barco sobrelotado se afundou no leste do país, e 80 perderam a vida num acidente semelhante perto de Kinshasa, em junho.

O naufrágio de barcos sobrelotados tem vindo a tornar-se cada vez mais frequente neste país da África Central, à medida que mais pessoas vão trocando as poucas estradas disponíveis pelos rios, viajando em embarcações de madeira que se desintegram com o peso dos passageiros e dos seus bens.

As estradas são frequentemente palco de confrontos entre as forças de segurança congolesas e os rebeldes, que por vezes bloqueiam as principais vias do país.


Leia Também: Conselho de Segurança prorroga mandato da missão da ONU na RDCongo

Número de mortos em acidente no centro do Brasil sobe para 37

 
Por Lusa   21/12/2024

O número de mortos no acidente, que ocorreu na madrugada de hoje, envolvendo um autocarro, um camião e outro veículo, no estado de Minas Gerais, centro do Brasil, subiu para pelo menos 37, informaram as forças de segurança.

Inicialmente, os bombeiros tinham informado que havia 22 mortos, número que aumentou à medida que avançaram os trabalhos de resgate dos corpos, alguns deles "carbonizados e presos nos destroços".

A Polícia Rodoviária Federal explicou que o número de vítimas ainda é "preliminar", porque o incêndio no veículo causado pelo acidente dificultou a identificação dos corpos.

O motorista do autocarro, no qual se estimou inicialmente que viajavam cerca de 45 passageiros, perdeu o controlo do volante num troço da estrada BR-116, quando passava pelo município de Teófilo Otoni.

De acordo com a versão da Polícia Rodoviária Federal, o descontrole aconteceu depois que um "grande bloco de granito" ter caído de um camião que passava, atingindo o autocarro, que acabou depois por incendiar-se e ficar completamente destruído.

Outro veículo que seguia atrás colidiu com o camião carregado de granito, mas os seus três passageiros sobreviveram, embora com "ferimentos graves".

Treze outros sobreviventes do autocarro foram levados para hospitais das redondezas para tratamento, de acordo com os bombeiros.

"Depois de horas de trabalho, os bombeiros conseguiram extinguir as chamas e retirar 22 vítimas carbonizadas que estavam presas no metal", referiu o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, que atendeu a ocorrência, hoje de manhã.



O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embalo, prometeu hoje colocar, em 2025, câmaras de vigilância "por toda a cidade de Bissau" para inspecionar o trabalho dos agentes da polícia de trânsito que "devem parar de pedir dinheiro" aos transeuntes.

© Lusa  21/12/2024 

 Presidente promete vídeovigilância "por toda a cidade de Bissau"

O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embalo, prometeu hoje colocar, em 2025, câmaras de vigilância "por toda a cidade de Bissau" para inspecionar o trabalho dos agentes da polícia de trânsito que "devem parar de pedir dinheiro" aos transeuntes.

"Ai de polícia que for apanhado a pedir mil francos a alguém", avisou Sissoco Embalo, num discurso por ocasião da inauguração das novas instalações da Polícia de Intervenção Rápida (PIR).

O Presidente guineense afirmou que a Polícia de Trânsito tem como missão inspecionar o comportamento dos motoristas e transeuntes na via pública, mas "não pedir dinheiro", em alusão a processos de corrupção.

Umaro Sissoco Embalo anunciou para 2025 um processo de reforma na Polícia de Trânsito através de recrutamento de novos agentes como, disse, tem acontecido com diversas forças policiais do país.

"Vamos fazer reforma na polícia de trânsito. Temos de recrutar jovens. A partir de janeiro vamos completar a instalação de câmaras de vigilância por toda a cidade de Bissau", esclareceu Embalo.

Logo no início do seu mandato em 2020, Umaro Sissoco Embalo ordenou a instalação de câmaras de vigilância nalgumas zonas da capital guineense, cujo ponto de controlo se encontra no Ministério do Interior.

O Presidente guineense observou hoje que "não gosta da desordem", por isso tem equipado e garantido condições de trabalho às Forças de Defesa e Segurança. Anunciou que a Guarda Nacional e a Brigada de Intervenção Rápida (BIR) também vão ser dotadas de novas instalações em 2025.

"A segurança pública tem de ser protegida e valorizada custe que custar", defendeu Sissoco Embalo.

No próximo ano, anunciou Embalo, a Guiné-Bissau vai criar uma Força Especial, cuja formação será garantida internamente através de instrutores guineenses, disse.

"Não é minha tendência militarizar o país, mas temos de renovar as nossas forças de segurança", afirmou o Presidente guineense, salientando que a cultura de golpe de Estado e de insubordinação nas forças armadas "tem de acabar".

O novo quartel da PIR foi construído de raiz no bairro de Enterramento, nos subúrbios de Bissau.

Até aqui aquela força, especializada em combate aos distúrbios urbanos, tinha o seu quartel nas instalações do Ministério do Interior.


Leia Também: PR guineense "espera" cooperar com Cazaquistão na exploração de recursos

Divulgadas imagens do autor de ataque em mercado de Natal na Alemanha... Médico saudita, de 50 anos, é o principal suspeito do ataque mortal.

© Jan Woitas/picture alliance via Getty Images  Notícias ao Minuto 21/12/2024

Foram divulgadas as primeiras imagens do presumível autor do ataque ao mercado de Natal de Magdeburgo, na Alemanha, na noite de sexta-feira. 

Recorde-se que o suspeito, identificado como Taleb A., é um médico saudita, de 50 anos, que se declarou "anti-Islão".  Uma das imagens, também já divulgada pelas agências internacionais, foi retirada do passaporte do atacante, enquanto outra é um recorte da Rair Foundation USA. 

O último balanço indica que pelo menos cinco pessoas morreram na sequência do ataque, que provocou ainda mais de 200 feridos. 

O médico conduziu intencionalmente um carro contra um mercado de Natal repleto de compradores. Foi detido no local e levado sob custódia para interrogatório.

Vários meios de comunicação social alemães ocultaram o apelido do suspeito, em conformidade com as leis de privacidade, e referiram que se tratava de um médico, especialista em psiquiatria e psicoterapia.

Descrevendo-se a si próprio como um antigo muçulmano, partilhou diariamente dezenas de 'tweets' e 'retweets' centrados em temas anti-islâmicos, criticando a religião e felicitando os muçulmanos que abandonaram a fé.

Acusou também as autoridades alemãs de não terem feito o suficiente para combater o que ele disse ser a "islamização da Europa".

Alguns descrevem-no como um ativista que ajudou mulheres sauditas a fugir do seu país. O autor do ataque, que vive na Alemanha há quase duas décadas, também manifestou o seu apoio à Alternativa para a Alemanha (AfD), partido de extrema-direita e anti-imigração.

Recentemente, parecia estar concentrado na sua teoria de que as autoridades alemãs estavam a visar os requerentes de asilo sauditas.


Leia Também: Psiquiatra e opositor do Islão. O autor do ataque na Alemanha

Com a presença do Presidente da República, foram inauguradas as novas instalações do aquartelamento da Polícia de Intervenção Rápida (PIR).

O evento contou com uma visita às instalações e homenagens ao trabalho da PIR.
CLIQUE AQUI PARA ASSISTIR AO VÍDEO



Abel DjassiGaitu Baldé /Estamos a Trabalhar / Presidência da República da Guiné-Bissau

Mali: Pelo menos 20 pessoas morreram sexta-feira, quando várias aldeias no centro do Mali (África Ocidental) foram atacadas por grupos jihadistas, segundo adiantou um líder comunitário, um conselheiro local e uma fonte de segurança.

© Maksim Konstantinov/SOPA Images/LightRocket via Getty Images   Lusa   21/12/2024 

 Pelo menos 20 mortos em ataques imputados a grupos jihadistas no Mali

Pelo menos 20 pessoas morreram sexta-feira, quando várias aldeias no centro do Mali (África Ocidental) foram atacadas por grupos jihadistas, segundo adiantou um líder comunitário, um conselheiro local e uma fonte de segurança.

"Seis aldeias da região de Bandiagara [cidade na região de Mopti, no Mali] foram atacadas ontem [sexta-feira] por jihadistas. Os celeiros foram queimados e as pessoas fugiram. Há também cerca de vinte mortos", disse hoje à agência francesa AFP um eleito local, sob condição de anonimato.

Cinco aldeias da região de Bandiagara foram atacadas na sexta-feira e "houve 21 mortos e muitos feridos", confirmou, por outro lado, à AFP uma fonte de segurança do Mali.

"O objetivo destes ataques terroristas é fazer com que as pessoas fujam para criar o caos", acrescentou.

Bocary Guindo, chefe de uma associação de jovens Dogons, declarou nas redes sociais que o número de mortos tinha aumentado para mais de 20, após os ataques em Bourari (15 mortos), Madina (2), Banguel Toupè Singuel (2) e Gaza (5).

Outras aldeias, como Massasegué e Sonfounou, foram igualmente incendiadas.

Desde 2012 que o Mali tem sido assolado pelas atividades de grupos filiados na Al-Qaeda e no Estado Islâmico, bem como pela violência de grupos comunais e criminosos.

Bocary Guindo, dirigente de uma associação de jovens Dogons, declarou nas redes sociais que o número de mortos tinha aumentado para mais de 20, na sequência de ataques em Bourari (15 mortos), Madina (2), Banguel Toupè Singuel (2) e Gaza (5).

Outras aldeias, como Massasegué e Sonfounou, foram igualmente incendiadas.

Desde 2012, o Mali tem sido assolado pelas atividades de grupos filiados na Al-Qaeda e no Estado Islâmico, bem como pela violência de grupos criminosos.

Desde que tomaram o poder através de golpes de Estado em 2020 e 2021, os militares romperam a sua antiga aliança com a antiga potência dominante, a França, e viraram-se militar e politicamente para a Rússia.


Zahla Bayramova: A Rússia está a usar o Azerbaijão para vender petróleo e gás à União Europeia, contornando as sanções económicas. Toda a gente sabe isso e ninguém faz nada", disse a jovem, em entrevista à Lusa em Estrasburgo, onde representou o seu pai, um dos três finalistas do prémio Sakharov, que foi impedido de participar na cerimónia.

© Aziz Karimov/Getty Images   Por Lusa    21/12/2024

Filha de ativista azeri avisa que UE financia Rússia apesar das sanções

A filha do ativista azeri Gubad Ibadoghlu advertiu a União Europeia (UE) que para travar a crescente influência da Rússia deve deixar de financiar este país indiretamente, comprando petróleo e gás russo a países como o Azerbaijão.

Zahla Bayramova, filha do académico e ativista anticorrupção detido no Azerbaijão desde julho de 2023, aproveitou a cerimónia de entrega do Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento 2024, que decorreu esta semana no Parlamento Europeu em Estrasburgo, para denunciar o "segredo mais mal guardado" da UE.

"A Rússia está a usar o Azerbaijão para vender petróleo e gás à União Europeia, contornando as sanções económicas. Toda a gente sabe isso e ninguém faz nada", disse a jovem, em entrevista à Lusa em Estrasburgo, onde representou o seu pai, um dos três finalistas do prémio Sakharov, que foi impedido de participar na cerimónia.

A União Europeia aprovou recentemente o 15.º pacote de sanções económicas a Moscovo, na sequência da invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022.

"[O governo azeri] não quer que o meu pai fale disto", comentou.

No conflito da Ucrânia, a UE "não pode apoiar a Ucrânia e ao mesmo tempo dar dinheiro de forma indireta à Rússia", sustentou Zahla Bayramova, também ativista dos direitos humanos.

"Isto não vai ajudar ninguém, vai causar muita morte e frustração e é um desperdício de fundos. A UE deve focar-se nisto e compreender quem é um aliado e quem está a ajudar a Rússia, como o Azerbaijão", sublinhou, na entrevista à Lusa.

Zahla Bayramova apela à UE para que suspenda "todas as compras de petróleo e gás do Azerbaijão", porque "está a financiar este governo, que é repressivo e que está a usar este dinheiro para enriquecer e para fortalecer a polícia do Estado, enquanto ajuda a Rússia a lavar petróleo e gás".

Comentando a crescente influência de Moscovo em países como a Roménia, Estado-membro da UE e também da NATO, ou a Geórgia, candidata à adesão, a ativista azeri diz que só há uma solução: "Parar o regime da Rússia".

O partido Sonho Georgiano, no poder na Geórgia, ou Calin Georgescu, o candidato pró-russo que venceu a primeira volta das eleições presidenciais na Roménia, entretanto anuladas pelo Tribunal Constitucional devido a interferências de Moscovo, "têm como principal objetivo receber muito dinheiro do governo russo", frisou a ativista.

"Eles não são nacionalistas, não se preocupam com os seus cidadãos, não são ambientalistas, não têm ideologias. A sua única ideologia é o dinheiro e é isso que estão a ter da Rússia", afirmou.

"Se se conseguir fazer a Rússia passar fome e garantir que nenhum dinheiro chega lá, assim não teria dinheiro para influenciar ninguém, para financiar o exército ou para todas estas repressões. A polícia não vai lutar pelo [Presidente russo, Vladimir] Putin se não tiver ordenados. É exatamente a mesma coisa com o Azerbaijão", disse.

A UE, sublinhou, "tem de parar estes regimes e garantir que o dinheiro não vai para a Rússia de forma alguma, bem como para os países à volta que são basicamente satélites, como Azerbaijão e Bielorrússia".

A ativista denunciou que o pai, em prisão domiciliária desde abril, precisa de uma cirurgia cardíaca urgente, mas está sem acesso a tratamentos médicos e foram-lhe retirados os seus documentos.

"Não estou a pedir à UE que mude o meu país, obviamente isso não vai acontecer. O que peço é que pelo menos arranje um médico e ajuda para presos políticos como o meu pai", disse, exemplificando: "A UE está a investir muito dinheiro para melhorar o sistema penitenciário do Azerbaijão, mas para onde estão a ir estes fundos? Têm de fazer estas perguntas e garantir que os presos políticos têm pelo menos direito a um médico e tratamentos para que as pessoas não morram".

Quando os opositores políticos morrem, disse, recordando o caso do opositor russo, Alexei Navalny, "não há consequências".

"Se o meu pai morrer, eu não quero saber do prémio ou de nada do que foi feito, nada é importante para mim. É isso que estou a tentar fazer, salvar a vida do meu pai", afirmou.


O Gabinete da Primeira-Dama da Guiné-Bissau, Dinisia Reis Embaló, espalhou alegria e esperança com a entrega de presentes de Natal. As ações solidárias foram realizadas na Pediatria do Hospital Nacional Simão Mendes, no Hospital Militar, no Centro Materno Infantil e também aos funcionários da Presidência.

Presidência da República da Guiné-Bissau

sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

COMUNICADO DE IMPRENSA CONJUNTO FAO/UNICEF/WFP. ÁFRICA OCIDENTAL E CENTRAL ENFRENTA UMA CRISE ALIMENTAR CADA VEZ MAIS PROFUNDA - AS AGÊNCIAS DA ONU APELAM AO REFORÇO DA ACÇÃO HUMANITÁRIA E A SOLUÇÕES DURADOURAS PARA A FOME

DACAR - Mais de 40 milhões* de pessoas em toda a África Ocidental e Central estão a lutar para se alimentarem durante a época pós-colheita de 2024. Este número deverá aumentar para 52,7 milhões em meados de 2025, incluindo 3,4 milhões de pessoas que enfrentam níveis de fome de emergência (IPC/CH Fase 4), de acordo com uma nova análise de segurança alimentar do Quadro Harmonizado divulgada este mês.

Apesar de uma queda ligeira no número de pessoas em situação de insegurança alimentar aguda em comparação com o ano passado - associada a uma melhor segurança e a uma precipitação acima da média em algumas partes do Sahel, a insegurança alimentar está a agravar-se. O número de pessoas que enfrentam níveis de emergência de fome (IPC/CH Fase 4) aumentou 70% durante a época pós-colheita e 22% durante a época de escassez de junho-agosto de 2025.

Os países mais afetados incluem a Nigéria, os Camarões e o Chade - que, em conjunto, representam mais de metade da população total em situação de insegurança alimentar - enquanto as pessoas deslocadas à força suportam o peso da crise alimentar. Esta situação sublinha a necessidade urgente de uma ação humanitária reforçada e de soluções a longo prazo que resolvam eficazmente a crise alimentar que afeta o Sahel e a região do Lago Chade.

“O ciclo vicioso da fome na África Ocidental e Central pode ser quebrado, mas exige uma mudança substancial na nossa abordagem”, afirmou Margot van der Velden, Diretora Regional do PAM para a África Ocidental. “Precisamos de financiamento atempado, flexível e previsível para chegar às pessoas afetadas pela crise com assistência que salva vidas, e investimentos maciços em preparação, ação antecipada e construção de resiliência para capacitar as comunidades e reduzir as necessidades humanitárias”.

A insegurança alimentar na região é causada por conflitos, deslocações, instabilidade económica e choques climáticos graves. Mais de 10 milhões de pessoas foram deslocadas à força na região, com números significativos no Burkina Faso, Chade, Camarões, Mauritânia, Níger e Nigéria. As pessoas deslocadas à força são, na maioria das vezes, afastadas dos seus campos e zonas de pastagem, o que impossibilita a agricultura - vital para a segurança alimentar. Além disso, os choques climáticos - especialmente as inundações mortais deste ano que afetaram seis milhões de pessoas - ceifam vidas e destroem meios de subsistência, afetando a produtividade agrícola.

“A deterioração contínua da segurança alimentar e da nutrição, apesar dos esforços significativos dos governos e dos parceiros, reforça a necessidade de uma mudança urgente de paradigma na resposta”, afirmou Robert Guei, Coordenador Subregional da FAO para a África Ocidental. Precisamos de reforçar e implementar programas conjuntos integrados de resiliência nos países mais afetados e não só. Além disso, precisamos de facilitar o acesso dos pequenos agricultores a fertilizantes produzidos localmente para impulsionar uma produção alimentar sustentável, acessível e nutritiva”.

Os elevados preços dos alimentos e o baixo poder de compra das famílias estão a agravar a crise, impossibilitando muitas famílias de comprar até mesmo alimentos nutritivos básicos. Estes problemas económicos são particularmente graves em países costeiros como o Senegal, a Guiné, a Serra Leoa e a Nigéria, onde o custo de vida disparou.

A situação está a afetar significativamente o estado nutricional das crianças. Em 2024, estima-se que 16,3 milhões de crianças sofreriam de desnutrição aguda, incluindo 5 milhões na sua forma grave. Inquéritos nutricionais recentes realizados no Sahel revelam igualmente uma deterioração da situação em várias regiões.

“Uma boa nutrição nos primeiros anos de vida é o alicerce para a sobrevivência e desenvolvimento da criança e para uma vida adulta saudável no futuro. Cada dólar investido em nutrição produz até 16 dólares em retornos económicos através de uma saúde melhorada, melhores resultados na educação e maior produtividade ao longo da vida”, afirmou o Diretor Regional da UNICEF, Gilles Fagninou. “Temos de garantir um acesso fiável e suficiente a alimentos terapêuticos para tratar as crianças com menos de 5 anos na região, ao mesmo tempo que procuramos investir a longo prazo para evitar que a desnutrição surja em primeiro lugar”.

Com um financiamento suficiente e previsível, a FAO, a UNICEF e o PAM continuarão a trabalhar com os governos nacionais, intensificando os seus esforços contínuos para aliviar a fome, construir comunidades resilientes, avançar para sistemas alimentares sustentáveis e tirar as pessoas da pobreza através de programas de reforço da resiliência.

Desde 2018, o PAM e a UNICEF têm trabalhado com os governos nacionais em todo o Sahel para combater as causas profundas da fome e construir um sistema mais robusto e resiliente que forneça alimentos a preços acessíveis, seguros e nutritivos às famílias e comunidades. Recorrendo a uma abordagem multissectorial, as duas agências estão a criar mais oportunidades para que tanto as pessoas como os sistemas se preparem melhor e enfrentem os choques e as crises recorrentes.

Nota para os editores:

Para mais informações sobre o Quadro Harmonizado, visite este website.  

* Os dados globais sobre segurança alimentar incluem o Quadro Harmonizado para a África Ocidental e Central e os dados do IPC para a República Centro-Africana.

Fotos e vídeos (vídeos + entrevistas) estão disponíveis aqui.

#                    #                       #

Sobre o PAM

O Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas é a maior organização humanitária do mundo, salvando vidas em situações de emergência e utilizando a assistência alimentar para construir um caminho para a paz, estabilidade e prosperidade para as pessoas que estão a recuperar de conflitos, catástrofes e do impacto das alterações climáticas. Siga-nos no Twitter @wfp_media; @WFP_WAfrica e @WFP_FR; Facebook, and YouTube

Sobre a FAO

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) é a agência especializada das Nações Unidas que lidera os esforços internacionais para eliminar a fome. O seu objetivo é alcançar a segurança alimentar para todos e garantir o acesso regular e adequado a alimentos de boa qualidade para todos, permitindo que as pessoas tenham uma vida saudável e ativa. Com mais de 194 países membros, a FAO trabalha em mais de 130 países em todo o mundo. As contas da FAO no Twitter são @FAO, @FAOArabic, @FAOenEspanol, @FAOenFrancais 

Sobre a UNICEF

A UNICEF trabalha em alguns dos lugares mais difíceis do mundo, para chegar às crianças mais desfavorecidas do mundo. Em mais de 190 países e territórios, trabalhamos para todas as crianças, em todo o lado, para construir um mundo melhor para todos. Para mais informações sobre a UNICEF e o seu trabalho em prol das crianças, visite www.unicef.org Segue UNICEF on Twitter, Facebook, Instagram e YouTube.

Para mais informações, contatar:

Djaounsede Madjiangar, WFP/Dakar, Mob. +221 77 639 42 71; Djaounsede.Madjiangar@wfp.org

John James, UNICEF/Dakar, Mob. +221 78 638 02 52, jjames@unicef.org

Mehdi Drissi, FAO/Dakar, Mob. ++ 221 78 621 6310;  Mehdi.Drissi@fao.org

Fonte:  Isabel NUNES CORREIA  20 Dezembro 2024


Ucrânia: Argentina acusa Rússia de "grave violação" em ataque a embaixadas em Kyiv

© Getty Images   Lusa  20/12/2024

O governo argentino condenou hoje de forma "enérgica" o ataque russo que atingiu várias representações diplomáticas em Kyiv, incluindo a argentina e a portuguesa, qualificando-o de "grave violação" do direito internacional.

"A República Argentina condena energicamente o ataque da Federação Russa hoje, 20 de dezembro, contra a capital ucraniana, Kyiv, que causou danos materiais à embaixada do nosso país e a outras representações diplomáticas na capital", lê-se num comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros argentino.

Para o governo de Javier Milei, "este ataque constitui uma grave violação do direito internacional, que garante a inviolabilidade das missões diplomáticas".

"Condenamos firmemente qualquer ato que ponha em perigo a segurança do pessoal diplomático e dos civis e apelamos à cessação imediata das hostilidades e ao respeito pelas normas internacionais", acrescenta o comunicado.

A Rússia voltou hoje a atacar o centro de Kyiv, com cinco mísseis balísticos norte-coreanos e de fabrico russo, num ataque que o Kremlin considerou ser uma retaliação ao último ataque ucraniano com dez mísseis ATACMS e Storm Shadow na quarta-feira.

O bombardeamento combinado causou danos em cinco bairros da capital ucraniana. Numa dessas zonas, junto do estádio olímpico de Kyiv, um edifício de escritórios, instalações comerciais e um hotel ficaram gravemente danificados, segundo as autoridades ucranianas.

Segundo o porta-voz da diplomacia ucraniana, Heorhii Tykhyi, as instalações das missões diplomáticas registaram "janelas partidas, portas danificadas e fragmentos do teto destruídos", num ataque que deve servir de "lembrete da agressão bárbara da Rússia contra a Ucrânia, particularmente para as populações destes países".

Entre as representações afetadas estão ainda as da Albânia, Macedónia do Norte, Montenegro e Palestina.

O Governo português condenou de maneira "veemente os ataques desta madrugada", que "causaram danos materiais em diversas missões diplomáticas, incluindo a chancelaria da embaixada de Portugal", referiu um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros divulgado hoje de manhã.

O Palácio das Necessidades acrescentou que um representante da Federação Russa "foi já chamado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros para que seja apresentado um protesto formal junto" de Moscovo.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kyiv têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.

Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas confrontaram-se com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se.

As negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território, e a rejeitar negociar enquanto as forças ucranianas controlem a região russa de Kursk, parcialmente ocupada em agosto.


Leia Também: A Embaixada de Portugal em Kyiv foi atingida esta "madrugada" num ataque à capital ucraniana. Face ao incidente, o Encarregado de Negócios da Federação Russa foi "chamado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros para que seja apresentado um protesto formal" - e as reações (nacionais e internacionais) não se fizeram esperar.

Várias pessoas atropeladas num mercado de natal na Alemanha. Há pelo menos uma vítima mortal

Atropelamento em massa na Alemanha (AP)  cnnportugal.iol.pt

Pelo menos uma pessoa morreu na sequência de um atropelamento em massa num mercado de Natal em Madgeburgo, na Alemanha, avança o jornal Bild. O condutor foi detido no local.

O jornal alemão fala num “ataque terrorista”, confirmado pelo porta-voz do governo Matthias Schuppe.

De acordo com testemunhas no local, o condutor de um BMW escuro atropelou diretamente uma multidão no mercado de Natal, provocando vários feridos e "provavelmente mortes", refere-se no jornal.

A organização decidiu encerrar o mercado de Natal e pediu à população para que deixe o centro da cidade.

EM ATUALIZAÇÃO

NO COMMENTS...


 @Abel Djassi

Guiné-Bissau: O consulado de Portugal na Guiné-Bissau recebeu, em 2024, 16 mil pedidos de vistos de entrada no território português, anunciou hoje o embaixador em Bissau, Miguel Cruz Silvestre, considerando que se trata de "um aumento significativo".

Lusa  20/12/2024  

 Consulado de Portugal em Bissau recebeu 16 mil pedidos de vistos em 2024

O consulado de Portugal na Guiné-Bissau recebeu, em 2024, 16 mil pedidos de vistos de entrada no território português, anunciou hoje o embaixador em Bissau, Miguel Cruz Silvestre, considerando que se trata de "um aumento significativo".

De acordo com o diplomata português, o ano ainda não acabou, mas já há um aumento de dois mil pedidos de vistos em relação a 2023.

O embaixador falava hoje à margem de uma visita de trabalho que realizou nas instalações da Polícia Judiciária (PJ) em Bissau, a convite do diretor daquela corporação, Domingos Correia.

"Ontem (quinta-feira) mesmo, recebemos na embaixada o processo 16 mil, e ainda não acabámos o ano o que demonstra que tem havido um aumento significativo da capacidade de receção e resposta da parte da embaixada de Portugal na Guiné-Bissau e dos seus serviços consulares", notou Miguel Silvestre.

O diplomata português aproveitou a ocasião para destacar "a boa cooperação" entre a PJ guineense e a embaixada, dando o exemplo de uma operação, ocorrida em 2024, em que aquela polícia desmantelou uma rede de malfeitores que tinham na sua posse, de forma fraudulenta, 2.500 passaportes.

Miguel Silvestre frisou que cabe às autoridades guineenses desmantelarem quaisquer redes que possam estar a atuar, de forma ilegal, em processos de aquisição de vistos de entrada em Portugal.

O embaixador português na Guiné-Bissau rotulou de "colaboração aprofundada e positiva" da PJ guineense na identificação de documentos contrafeitos e falsos e também no combate às redes de auxílio à emigração ilegal.

São redes que "de forma fraudulenta, aliciam pessoas que querem fazer os seus pedidos de visto e que lhes cobram grandes quantias", explicou o diplomata português.

Miguel Silvestre frisou que essas redes apenas contribuem para "lançar confusão".

O diretor da PJ guineense, Domingos Correia, corroborou as explicações do embaixador de Portugal e prometeu continuar a ação de combate a processos fraudulentos de aquisição de vistos em todas as embaixadas sediadas em Bissau.


Veja Também: O Embaixador de Portugal 🇵🇹 e o Embaixador da UE 🇪🇺 efetuaram, ontem à tarde, uma visita conjunta as instalações do Sistema Costa Segura em Bissau 🇬🇼, onde foram recebidos pelo Chefe de Estado Maior da Armada, Contra-Almirante Helder Nhanque, e pelo Presidente do Conselho de Administração do Instituto Marítimo Portuário (IMP), Dr. Gualdino Afonso Té.

Oposição em Cabo Verde acusa Governo de "golpe constitucional"

© Lusa  20/12/2024 

Os dois partidos da oposição em Cabo Verde acusaram hoje o Governo de usar a "maioria parlamentar" para aprovar a proposta de lei da carreira docente, ignorando o veto presidencial e insistindo na sua promulgação.

"Estamos perante um expediente para ultrapassar o veto presidencial ao decreto-lei apresentado pelo Governo", afirmou o presidente do Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV), Rui Semedo, acusando o executivo de "impor a força da maioria" para "ultrapassar o veto" do chefe de Estado ocorrido em setembro. 

"É, portanto, um golpe institucional", apontou ainda, durante a segunda sessão plenária de dezembro, retomada hoje após a suspensão dos trabalhos na quarta.

Uma das propostas em discussão é o Plano de Carreira, Funções e Remunerações (PCFR) do pessoal docente.

O Governo anunciou em setembro que reconfiguraria a lei para apresentá-la novamente ao parlamento, após o veto presidencial, com o qual havia manifestado desacordo na altura.

José Maria Neves, Presidente cabo-verdiano, vetou o plano por considerar que não foram atendidas "questões fraturantes", nomeadamente relacionadas com a formação de docentes.

O objetivo do veto seria permitir ao Governo reapreciar o documento, tendo manifestado disponibilidade para estimular o diálogo.

O Governo, no entanto, discordou do veto, recordou negociações realizadas e apelou ao Presidente para rever o "veto político".

"Quando o Presidente veta uma iniciativa, ela é rediscutida, alterada e submetida de novo ao chefe de Estado", justificou Rui Semedo no parlamento, acusando o executivo de "utilizar o parlamento" para aprovar o plano de carreiras "de qualquer maneira".

O líder do PAICV criticou ainda a "ausência de diálogo" e uma postura de "confrontação com a instituição do Presidente da República", afirmando que o Governo procura "impor por esta via" sua força, o que classificou como "antidemocrático" e potencialmente gerador de crises institucionais.

António Monteiro, deputado da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID), também criticou a insistência do Governo em reapresentar o diploma sem corrigir as falhas ou dialogar com os professores.

"A nossa classificação enquanto políticos está extremamente mal, e nós não podemos continuar a dar razão à população para nos caracterizar desta forma", afirmou.

Por outro lado, Celso Ribeiro, deputado do Movimento para a Democracia (MpD, no poder), defendeu que estão a "encarar o processo da proposta com naturalidade e humildade", argumentando que o veto presidencial não significa um encerramento unilateral.

"Estamos aqui a reabrir, o que demonstra que esta é a casa do povo. Vamos melhorar o documento. Estranho quando falam em força da maioria, mas querem bloquear com a força da minoria", concluiu.

Em setembro, os sindicatos dos professores disseram que as várias reuniões com o Governo não resultaram em nenhum entendimento, realizando uma greve de dois dias no início do ano letivo, em protesto contra as alterações à carreira, propostas pelo executivo.


 


Seis missões diplomáticas atingidas em ataques russos (Portugal incluído)

© Getty Images   LUSA   20/12/2024

Seis missões diplomáticas, entre elas a de Portugal, foram danificadas pelos ataques russos que atingiram hoje de manhã um bairro nobre do centro de Kiev, afirmaram diplomatas ucranianos.

Além da de Portugal, foram atingidas as missões diplomáticas da Albânia, Argentina, Autoridade Palestiniana, Macedónia do Norte e do Montenegro, divulgou o Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano numa mensagem.  

A maioria destas missões está localizada no mesmo edifício.

Portugal, através do Ministério dos Negócios Estrangeiros, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e a alta-representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Kaja Kallas, condenaram já os bombardeamentos russos.

O executivo português condenou de maneira "veemente os ataques desta madrugada", que "causaram danos materiais em diversas missões diplomáticas, incluindo a chancelaria da embaixada de Portugal", dá conta um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

O Palácio das Necessidades acrescentou que um representante da Federação Russa "foi já chamado ao Ministério dos Negócios Estrangeiros para que seja apresentado um protesto formal junto" de Moscovo.

O chefe da diplomacia portuguesa, Paulo Rangel indicou que não há registo de feridos na equipa da embaixada portuguesa em Kiev, que se encontra no mesmo edifício que as da Argentina, Albânia e Montenegro.

"Isto é altamente condenável. Qualquer ataque da Rússia à Ucrânia e à cidade de Kiev merece a nossa mais veemente condenação, mas é absolutamente inaceitável que possa haver ataques que tenham impacto ou afetem instalações diplomáticas", disse Rangel.

Ursula von der Leyen, por seu lado, afirmou hoje que o "desrespeito de [o Presidente russo, Vladimir] Putin pela lei internacional atingiu um novo patamar", na sequência de um ataque com mísseis russos que danificou as seis missões diplomáticas em Kiev.

"Mais um ataque horrendo da Rússia contra Kiev. Desta vez contra um edifício que alberga a embaixada de Portugal e outros serviços diplomáticos. O desrespeito de Putin pela lei internacional atingiu um novo patamar", escreveu na rede social X.

Também na mesma rede social, Kaja Kallas condenou o "ataque bárbaro" com mísseis russos que danificou as seis embaixadas.

"Mísseis russos danificaram a embaixada de Portugal em Kiev. Nenhuma representação diplomática ser um alvo ou ser atingida. Isto é mais um ataque bárbaro da Rússia contra alvos civis que indica que não há qualquer vontade de paz", escreveu Kaja Kallas, antes de ter conhecimento de que, além da missão diplomática portuguesa tinha sido atingida, cinco outras embaixadas foram igualmente alvejadas.


Leia Também: A NATO exortou "a Rússia a cessar imediatamente todos os ataques contra civis e infraestruturas civis ucranianas e a pôr termo à sua guerra ilegal contra a Ucrânia".