sábado, 21 de dezembro de 2024

O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel acusou hoje o Papa Francisco de ter "dois pesos e duas medidas", depois de o líder da igreja católica ter condenado a "crueldade" de um ataque israelita na Faixa de Gaza.

© Kobi Wolf/Bloomberg via Getty Images  Por Lusa   21/12/2024

Israel acusa Papa Francisco de ter "dois pesos e duas medidas"

O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel acusou hoje o Papa Francisco de ter "dois pesos e duas medidas", depois de o líder da igreja católica ter condenado a "crueldade" de um ataque israelita na Faixa de Gaza.

Neste ataque, terão sido mortas sete crianças, segundo a Defesa Civil do território palestiniano.

"Os comentários do Papa são particularmente dececionantes, porque estão desligados do contexto real e factual da luta de Israel contra o terrorismo jihadista", disse o Ministério israelita em comunicado, acrescentando que "os dois pesos e duas medidas" do pontífice em relação a Israel devem acabar.

O Papa Francisco denunciou hoje a "crueldade" dos bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza, depois de pelo menos 25 palestinianos, incluindo sete menores, terem sido mortos num bombardeamento em Jabalia, na sexta-feira.

"O ntem [sexta-feira] foram bombardeadas crianças. Isto não é uma guerra. É uma crueldade", lamentou o pontífice, em declarações não previstas, divulgadas pela agência de notícias do Vaticano.

"Quero dizer isto porque me toca o coração", acrescentou.

Em resposta, o Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita criticou o Papa e considerou que "crueldade é os terroristas esconderem-se atrás de crianças enquanto tentam assassinar crianças israelitas".

"Crueldade é manter uma centena de reféns durante 442 dias, incluindo um bebé e uma criança, que estão nas mãos de terroristas que os maltratam", acrescentou, lamentando que o Papa tenha optado "por ignorar tudo isto e também o facto de as ações de Israel terem como alvo os terroristas, que usavam crianças como escudos humanos".

As palavras de Francisco são "particularmente lamentáveis", referiu, porque "estão desligadas da verdade e do contexto dos factos da luta de Israel contra o terrorismo jihadista, uma guerra em várias frentes para a qual foi arrastado desde o seu início, a 07 de outubro".

"A morte de qualquer pessoa inocente numa guerra é uma tragédia. Israel faz um esforço extraordinário para evitar ferir inocentes, enquanto o Hamas faz um esforço extraordinário para aumentar os danos aos civis palestinianos", criticou ainda.

Por isso, "a culpa deve ser atribuída exclusivamente aos terroristas e não à democracia que se está a defender contra eles", salientou, insistindo que "basta de dois pesos e duas medidas e de apontar o dedo ao Estado judeu e ao seu povo".


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