Bissau, 29 Mai 24 (ANG) – O Secretário de Estado de Gestão Hospitalar prometeu diligências junto do Ministério das Finanças para se inteirar-se das condições de pagamento de cinco meses de salário em dívida aos técnicos de saúde reintegrados.
A informação foi dada pelo Porta Voz da Comissão Negocial, Dencio Florentino Ié, em declarações à imprensa durante a vigília realizada hoje pelos técnicos junto ao Ministério da Saúde Pública.
Disse que, segundo as informações que receberam do Secretário de Estado, já fizeram todos os trabalhos de processamento de dados e enviaram as fichas para o pagamento junto ao Ministério das Finanças que agora tem todo o problema.
Afirmou que, estão a reclamar a dívida de salário de cinco meses, tendo em conta a situação caótica em que se encontram neste momento, porque desde 14 de dezembro de 2023 que pegaram respetivas guias de reintegração e só vivem de promessas.
"Temos que deslocar todos os dias para trabalhar sem salário, sem subsídio para poder pegar transporte para o serviço e cada um de nós moramos nas casas arrendadas, temos famílias e outras despesas e não podemos suportar por falta de incumprimento salarial por parte do Governo”, salientou.
Frisou que, por isso, acharam que a melhor forma de reivindicar é fazer pressão para pedir demissão do ministro da Saúde, porque se calhar ele perdeu o controle da situação e não tem solução para resolver o seua problemas.
Dencio Florentino Ié, sublinhou que, a situação complicou com recrutamento de outros técnicos para integrar no processo e o número subiu de 1,142 para 1, 400 técnicos.
Disse que, o recrutamento dos 258 técnicos não obedece as regras da Ordem dos Enfermeiros, o que lhes leva a quer que isso está na origem do Fundo Global suspeitar do processo e quer retirar o seu apoio.
Acrescentou que, o ato de impedir a vigília é condenável a todo nível ou seja é uma violação flagrante dos direitos e liberdade de expressão, porque são profissionais de saúde que estão há cinco meses sem salário, com famílias e outras responsabilidades.
"Vamos continuar a reivindicar até que cumpram com as suas obrigações, porque existe funcionários a trabalhar cinco meses sem salário, sem subsídio, como vão pegar transporte para o serviço se não deixam nenhum tostão á família em casa ou sem nada para comer”, salientou.
Dencio Florentino Ié disse que independentemente das forças policiais impedir ou não, vão continuar a reivindicar, porque já não têm condições financeiras para suportar os custos com o transporte.
Afirmou que, para além da greve em curso, convocada pela Frente Social ou não, vão abandonar os hospitais e ficar em casa até que o Governo resolva a situação.
Os técnicos em causa foram excluídos do sistema pelo então governo de Nuno Gomes Nabiam, em 2022, alegando ter tomada a decisão com base nas recomendações do Fundo Monetario Internacional. Mas foram reintegrados em 2023 pelo Governo de PAI TERRA RANKA, tendo, na altura, um acordo com o Fundo Global para reformas emergentes no setor da saúde, no âmbito de Programa de Emergência do executivo liderado por Geraldo Martins.
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