quinta-feira, 20 de outubro de 2016
Opinião: Acordo de Conakri _ FIM DA CRISE OU CRISE EM STAND BY?
“Ter razão não dá razão”, diz-se algures.
A crise despoletada em Agosto de 2015 com a demissão do primeiro Governo da legislatura pelo Presidente da República, levou que tentativas várias fossem feitas para serenar os ânimos (no círculo do PAIGC), enquanto em níveis mais amplos, multilaterais, eram desenvolvidas iniciativas e ações que acabaram por envolver a comunidade internacional na busca de uma saída se não consensual, pelo menos adequada à conjuntura atual, tendo em consideração os factores endógenos e exógenos mais proeminentes.
Personalidades de renome internacional com larga experiência em mediação de conflitos; localmente, dirigentes políticos, líderes religiosos e da sociedade civil sucederam-se no vai-vem entre as partes desavindas, imbuídos da melhor das intenções. Mas, apesar de todos os esforços, aparentemente, só houve evolução quando as Nações Unidas, União Europeia, União Africana, vendo o impasse e que as coisas decorriam, deram à CEDEAO o ‘empurrãozinho’ que faltava para que pudesse assumir a mediação e comandar as operações. Ressalve-se, que a geopolítica impõe mesmo que seja assim.
A nomeação do Presidente Condé como mediador da organização sub-regional, pelos vistos, resultou. Presentemente, depois da declaração do Presidente José Mário Vaz de que na quinta-feira, depois de regressar da cerimónia de investidura do seu homólogo de Cabo Verde tratará da nomeação do Primeiro-Ministro, o país accionou o relógio da contagem decrescente. Só que, nem todas as interpretações das declarações do Chefe de Estado dão para apaziguar os espíritos guineenses.
Algumas indicam a possibilidade da escolha do PR não reflectir a indicação do PAIGC que anunciou publicamente a sua preferência por Augusto Olivais, antigo secretário nacional do Partido, deputado da bancada maioritária e do Parlamento da CEDEAO, alegadamente, sem ter em conta o critério “confiança do Presidente da República”. Outras, na praça pública, alegadamente apontam que a preferência presidencial recai no General Oumar Cissoko Embaló, “pessoa da sua confiança”, como recomenda o acordo de Conakry.
O General pesa pelas suas ditas relações com personalidades africanas de alto nível incluindo chefes de governo e de estado, entre outros atributos. É considerado um potencial angariador de recursos financeiros podendo muito contribuir para obter apoios consideráveis de que o país precisa principalmente nesta altura em que está no fundo do poço submergido em dificuldades. Nesse ponto é que se verifica a colisão – PAIGC versus José Mário Vaz. Na realidade, o PAIGC antecipou-se ao decreto presidencial e anunciou o “seu” Primeiro-Ministro contrariando a confidencialidade solicitada aos participantes no fórum de Conakry, com a sua iniciativa de informar os militantes e o povo em geral do que se passa.
Na verdade, ao que consta é receio generalizado que José Mário Vaz venha a insistir numa posição que colida frontalmente com a do PAIGC. É o cenário de uma nova crise quiçá noutro formato emoldurado de outras especificidades.
Visto de um outro prisma pode-se inferir que, depois das muitas cedências que fez na mesa de negociações, o PAIGC, em contraponto, fez o anúncio para “atar” o PR à disposição constitucional “…tendo em conta os resultados eleitorais” de forma a impedir a adopção de qualquer opção que não seja a sua.
Outrossim, há vozes que afirmam que todas as partes estão fatigadas com a crise e os seus efeitos colaterais, e, José Mário não fica fora. Outras ainda falam da “guerra” que o Presidente terá declarado ao próximo ex-Primeiro-Ministro Baciro Dja ao deixa-lo cair como “mango podre” ingloriamente. Isso poderá, dizem, levar José Mário Vaz a evitar, por “conveniência” mais um confronto público sobretudo com uma figura que, supostamente, sabe muitas coisas que não devem ser esparramadas ao público tendo em conta a baixa quota de popularidade de que goza como Presidente da República.
Entre rumores e ânimos expressivos das diferentes sensibilidades os cidadãos, na generalidade, aguardam impacientemente que o tempo passe célere enquanto na Função Pública o incumprimento de pagamentos salariais começa a aquecer alguns sectores. Mais: o receio é que o prolongamento da crise venha a afectar outras áreas com impacto directo no quotidiano dos cidadãos e venha a engendrar distúrbios de consequências imprevisíveis na sociedade.
«A conversar é que a gente se entende», diz o velho ditado popular, a prova disso acaba de ser dada em Conakry.
Como se usa dizer, nos últimos tempos, manda o bom senso que não haja VENCEDORES NEM VENCIDOS. O essencial é que o entendimento seja pra valer e para durar.
Pelas mostras exibidas no dia-a-dia, o povo cansado quer e deseja paz, estabilidade, tranquilidade, e garantias efectivas de progresso e desenvolvimento. Não há verdade mais que esta, um desejo honesto. VOX POPULI, VOX DEI.
O período da crise serviu para elucidar vários aspectos menos claros da política e, também, para dar uma visão clara do entendimento que a sociedade tem dela.
Por : Humberto Monteiro, Jornalista guineense
odemocratagb.com
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quinta-feira, outubro 20, 2016
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quarta-feira, 19 de outubro de 2016
Obama Signs Executive Order Requiring Loser of Presidential Election to Leave Country
WASHINGTON (News Satire from The Borowitz Report)—In an Oval Office ceremony on Wednesday morning, President Barack Obama signed an executive order requiring the loser of the 2016 Presidential election to leave the country forever.
“This will help the healing begin,” the President said.
The executive order calls for the loser of the November 8th election to depart the country on the morning of November 9th and never return.
“Whoever that turns out to be,” the President said.
Obama acknowledged that the executive order marked a departure from American electoral tradition, but added, “A lot of good will come of this.”
The two most recent losers of U.S. Presidential elections, John McCain and Mitt Romney, issued a joint statement in reaction to the executive order. “We’re O.K. with it,” the statement read.
thenewyorker.com
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quarta-feira, outubro 19, 2016
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Liga Guineense dos Direitos Humanos denuncia situações degradantes.
A fuga no domingo, 16, de 24 reclusos do centro de detenção da Polícia Judiciária, na Guiné-Bissau, continua no centro das atenções sem que as autoridades tenham informado sobre a caputa ou não dos foragidos.
O tema agora levanta um debate sobre as condições das prisões no país.
Em 2015, a Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) , já havia denunciado as deploráveis condições nas prisões guineenses.
O presidente da LGDH, Augusto Mário da Silva, advoga o encerramento de várias delas que, na sua opinião, apresentam péssimas condições de salubridade, além de estarem superlotadas.
”Um centro que tem a capacidade para 25 pessoas recebe neste momento, 90 pessoas. Este centro deve ser encerado, porque não tem condições para albergar as pessoas. Isto é um anexo. As cassas de banho não funcionam. Compreendemos a fragilidade de condições do Estado, mas isso faz parte da política criminal”, sustenta Silva.
Em Bissau, a capital, há dois centros de detenção prisional, sendo um da Policia Judiciária e o outro da Policia de Ordem Pública.
O Director-Geral dos Assuntos Prisionais do Ministério da Justiça, Mussa Baldé, diz que uma das prioridades do Governo tem a ver, justamente, com a construção de uma prisão de maior segurança em Bissau, com o objectivo de superar e prevenir situações do género.
"Estamos a melhor o cento de detenção para receber mais pessoas. Apresentamos uma maquete e o local onde vamos construir uma prisão, que, em princípio, tem um financiador. Estamos a tentar procurar outras soluções para minimizar a situação. Significa que o Estado e o Governo estão a procurar soluções”, garantiu.
Em consequência da evasão dos prisioneiros e face a um homicídio ocorrido no dia seguinte, resultado do assalto a uma mercearia no centro da capital, os citadinos de Bissau, não escondem agora as suas preocupações.
O que, igualmente, não deixou a Liga Guineense dos Direitos Humanos indiferente.
"A continuidade dessas pessoas a monte pode pôr em causa a paz social. É urgente recapturar essas pessoas para fazer que os cidadãos acreditem na ordem jurídica interna”, defendeu o presidente da Liga.
De referir que, actualmente, existe apenas um centro prisional para o cumprimento de pena efectiva, localizado em Bafatá, no leste do país, e construído com o apoio financeiro das Nações Unidas.
O tema agora levanta um debate sobre as condições das prisões no país.
Em 2015, a Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH) , já havia denunciado as deploráveis condições nas prisões guineenses.
O presidente da LGDH, Augusto Mário da Silva, advoga o encerramento de várias delas que, na sua opinião, apresentam péssimas condições de salubridade, além de estarem superlotadas.
”Um centro que tem a capacidade para 25 pessoas recebe neste momento, 90 pessoas. Este centro deve ser encerado, porque não tem condições para albergar as pessoas. Isto é um anexo. As cassas de banho não funcionam. Compreendemos a fragilidade de condições do Estado, mas isso faz parte da política criminal”, sustenta Silva.
Em Bissau, a capital, há dois centros de detenção prisional, sendo um da Policia Judiciária e o outro da Policia de Ordem Pública.
O Director-Geral dos Assuntos Prisionais do Ministério da Justiça, Mussa Baldé, diz que uma das prioridades do Governo tem a ver, justamente, com a construção de uma prisão de maior segurança em Bissau, com o objectivo de superar e prevenir situações do género.
"Estamos a melhor o cento de detenção para receber mais pessoas. Apresentamos uma maquete e o local onde vamos construir uma prisão, que, em princípio, tem um financiador. Estamos a tentar procurar outras soluções para minimizar a situação. Significa que o Estado e o Governo estão a procurar soluções”, garantiu.
Em consequência da evasão dos prisioneiros e face a um homicídio ocorrido no dia seguinte, resultado do assalto a uma mercearia no centro da capital, os citadinos de Bissau, não escondem agora as suas preocupações.
O que, igualmente, não deixou a Liga Guineense dos Direitos Humanos indiferente.
"A continuidade dessas pessoas a monte pode pôr em causa a paz social. É urgente recapturar essas pessoas para fazer que os cidadãos acreditem na ordem jurídica interna”, defendeu o presidente da Liga.
De referir que, actualmente, existe apenas um centro prisional para o cumprimento de pena efectiva, localizado em Bafatá, no leste do país, e construído com o apoio financeiro das Nações Unidas.
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quarta-feira, outubro 19, 2016
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Meet Azalea the smoking chimp, new star at Pyongyang zoo
Azalea, the smoking chimpanzee |
PYONGYANG, North Korea (AP) — Pyongyang's newly opened zoo has a new star: Azalea, the smoking chimpanzee.
According to officials at the newly renovated zoo, which has become a favorite leisure spot in the North Korean capital since it re-opened in July, the 19-year-old female chimpanzee, whose name in Korean is "Dallae," smokes about a pack a day. Dallae is short for azalea.
They insist, however, she doesn't inhale.
Thrown a lighter by a zoo trainer, the chimpanzee lights her own cigarettes. If a lighter isn't available, she can light up from lit cigarette if one is tossed her way.
Though such a sight would draw outrage in many other locales, it seemed to delight visitors who roared with laughter on Wednesday as the chimpanzee, one of two at the zoo, sat puffing away as her trainer egged her on. The trainer also prompted her to touch her nose, bow thank you and do a simple dance.
The zoo is pulling in thousands of visitors a day with a slew of attractions ranging from such typical fare as elephants, giraffes, penguins and monkeys to a high-tech natural history museum with displays showing the origins of the solar system and the evolution of life on Earth.
Another of the most popular attractions that might come as a surprise to foreign visitors is the dog pavilion, which has everything from German shepherds to Shih Tzus. The zoo also has performances featuring other animals trained to do tricks, including a monkey that slam dunks basketballs, dogs trained to appear as though they can do addition on subtraction on an abacus and doves that fly around and land on a woman skating on an indoor stage.
Renovations for the new zoo began in 2014, as part of North Korean leader Kim Jong Un's efforts to create more modern and impressive structures and leisure centers around the capital. The zoo actually dates back to 1959, when Kim Il Sung, the nation's first leader and the grandfather of Kim Jong Un, ordered it built on the outskirts of the city.
According to its official history, the zoo started off with only 50 badgers.
Azalea, the smoking chimpanzee |
Azalea, the smoking chimpanzee |
This story has been corrected to fix spelling of Shih Tzu.
AP
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quarta-feira, outubro 19, 2016
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A MÃO INVISÍVEL DE BÁ KEKUTÓ?
A MÃO INVISÍVEL DE BÁ KEKUTÓ
Lembrem-se de que apenas o PRS, coerentemente, não propôs nome algum para cargo de Primeiro-ministro do próximo governo. Aliás, nem sequer a iniciativa justificaria, visto que há um Governo legal e de consenso que representa a maioria na ANP, capaz de aprovar um Programa de Governo.
Como estava a referir, na nossa praça pública, ventila-se de que a proposta dos três nomes é do Presidente da República! Pergunto: será que o Presidente da República é um dos contendores, fazendo parte dos "coassinantes" do acordo? O que se sabe é que cabe ao Presidente da República, como primeiro magistrado da nação nomear o Primeiro-ministro. Portanto, não seria Ele uma das partes do problema, entenda-se.
Portanto, a nossa questão de momento, não é o facto do PAIGC ter embandeirado em arco com o nome do senhor Dr. Augusto Olivais, como sendo a sua proposta original. O que não deixa de ser uma montagem falsa, enganadora e perigosa.
A questão se coloca em como estes três nomes conseguiram então chegar a mesa das negociações e porquê que só eles tiveram o privilegio de fazer manchete das rádios, jornais e blogs, até a realidade dos factos ter sido revelada pelo Comunicado da Imprensa do PRS.
Estamos no encalço da figura cuja mão invisível teve o desplante de introduzir os três nomes mais ventilados.
Chegou o momento de novas alianças. As velhas já lá vão. Bá Kekutó não se mostra, mas tem sido ele quem de facto comanda o jogo pela calada. Bá Kekutó pensa que pode chegar ao poder derrubando Baciro Djá. Para já esta divergência só favorece ao caloteiro DSP. Em relação ao Presidente da República o objectivo seria de o sujar a imagem com nomes como o de Umaru Sissoko Embaló. Ele encontrou-se com Cadogo Jr. em Cabo Verde. Esquecendo-se de que tem pés de barro, pretende jogar uma cartada perigosa de retornar Cadogo Jr. no poder e em contrapartida assumir o cargo de Primeiro-ministro, por ele tão almejado.
Publicada por Bambaram di Padida à(s) 16:48:00
Afinal de contas quem estará por detrás de toda a trama política e de maquinação dos últimos dias?
Se o PRS, no seu Comunicado de Imprensa do dia 18 de Outubro de 2016, sobre o Acordo de Conacri, revela de que a direcção do PAIGC terá escolhido o nome do ex-primeiro-ministro, Carlos Correia; que o senhor Presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP), Eng.º Cipriano Cassamá escolheu o nome do senhor Eng.º Mário Cabral; e a Sociedade Civil escolheu o nome do senhor Alfredo Handem, quem terá proposto então, para cargo de Primeiro-ministro do próximo governo, os senhores Umaru Sissoko Embaló, João Aladje Fadia e Augusto Olivais?
Lembrem-se de que apenas o PRS, coerentemente, não propôs nome algum para cargo de Primeiro-ministro do próximo governo. Aliás, nem sequer a iniciativa justificaria, visto que há um Governo legal e de consenso que representa a maioria na ANP, capaz de aprovar um Programa de Governo.
Como estava a referir, na nossa praça pública, ventila-se de que a proposta dos três nomes é do Presidente da República! Pergunto: será que o Presidente da República é um dos contendores, fazendo parte dos "coassinantes" do acordo? O que se sabe é que cabe ao Presidente da República, como primeiro magistrado da nação nomear o Primeiro-ministro. Portanto, não seria Ele uma das partes do problema, entenda-se.
Portanto, a nossa questão de momento, não é o facto do PAIGC ter embandeirado em arco com o nome do senhor Dr. Augusto Olivais, como sendo a sua proposta original. O que não deixa de ser uma montagem falsa, enganadora e perigosa.
A questão se coloca em como estes três nomes conseguiram então chegar a mesa das negociações e porquê que só eles tiveram o privilegio de fazer manchete das rádios, jornais e blogs, até a realidade dos factos ter sido revelada pelo Comunicado da Imprensa do PRS.
Estamos no encalço da figura cuja mão invisível teve o desplante de introduzir os três nomes mais ventilados.
Chegou o momento de novas alianças. As velhas já lá vão. Bá Kekutó não se mostra, mas tem sido ele quem de facto comanda o jogo pela calada. Bá Kekutó pensa que pode chegar ao poder derrubando Baciro Djá. Para já esta divergência só favorece ao caloteiro DSP. Em relação ao Presidente da República o objectivo seria de o sujar a imagem com nomes como o de Umaru Sissoko Embaló. Ele encontrou-se com Cadogo Jr. em Cabo Verde. Esquecendo-se de que tem pés de barro, pretende jogar uma cartada perigosa de retornar Cadogo Jr. no poder e em contrapartida assumir o cargo de Primeiro-ministro, por ele tão almejado.
Publicada por Bambaram di Padida à(s) 16:48:00
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quarta-feira, outubro 19, 2016
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Nigeriano de 92 anos tem 97 mulheres
Idoso tem 125 filhos.
Mohammed Bello Abubakar é conhecido como o "superpolígamo" da Nigéria. O idoso de 92 anos tem 97 mulheres, 125 filhos e garante que não vai ficar por aqui.
Neste país africano, a poligamia é uma prática aceite. Contudo, Mohammed Bello Abubakar consegue ultrapassar todos os limites e é hoje um dos homens mais famosos da região. Uma prática que descreve como sendo "uma tarefa divina".
De acordo com o Independent, este idoso já casou com 107 mulheres. Separou-se posteriormente de 10. Dos 185 filhos que já teve, sobreviveu mais tempo que 60 deles.
Nos últimos dias, a comunicação social internacional deu-o como morto, algo que fez questão de desmentir e garantir: "Estou mais vivo que nunca".
cmjornal.pt
Mohammed Bello Abubakar tem 92 anos, 97 mulheres e 125 filhos |
Neste país africano, a poligamia é uma prática aceite. Contudo, Mohammed Bello Abubakar consegue ultrapassar todos os limites e é hoje um dos homens mais famosos da região. Uma prática que descreve como sendo "uma tarefa divina".
De acordo com o Independent, este idoso já casou com 107 mulheres. Separou-se posteriormente de 10. Dos 185 filhos que já teve, sobreviveu mais tempo que 60 deles.
Nos últimos dias, a comunicação social internacional deu-o como morto, algo que fez questão de desmentir e garantir: "Estou mais vivo que nunca".
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quarta-feira, outubro 19, 2016
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Sub-secretária para Assuntos Africanos assiste à posse do Presidente de Cabo Verde
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quarta-feira, outubro 19, 2016
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terça-feira, 18 de outubro de 2016
Olivais da serra, o vento leva a flor
Nas prisões masculinas desenvolve-se um curioso calão psicológico, que, se é duro, não deixa de ser pedagógico. Quando chega um novo elemento, este é «testado», ou seja, provocado. Se mostrar medo, ficará indelevelmente marcado. Momento no qual é preciso afirmar a «soberania» sobre o último reduto íntimo, o nosso próprio espaço. Esse é um ensinamento vital, para um Homem. Aqueles que chumbam nesse teste, ficam inquestionavelmente expostos. Acabam a pau ou a ferro, senão mesmo enrabados por todos. São as «Carlotas».
Domingos Simões Pereira foi a Conacri, engoliu tudo, entregou o ouro ao bandido, assumiu-o publicamente, e refugia-se agora em pretextos fúteis que não passam da confirmação da sua inapelável derrota. O «estatuto» do PAIGC? Mas qual estatuto? Essa do «libertadores» morreu com Cabral, ainda antes da sua formalização. O que tem o PAIGC para apresentar? Mais de quatro décadas de desgovernação? DeSesPerado, recorre a todo o tipo de expedientes de contra-informação, na tentativa de manipular as consciências, na linha da velha e maquiavélica história do seu diabólico Partido.
DSP não quer confessar que, vítima da sua própria casmurrice, caiu numa armadilha, ao assinar, perante a CEDEAO, o risível «acordo» de Conacri, e que agora, atado à carroça, já só aspira a fugir com o rabo à seringa. Sob pressão (e caiu mal junto da CEDEAO a presença intrometida de Angola, o que terá ajudado), assinou o acordo, mas já só pensa em incumprir. Tenta desinformar, usando os seus canais «dedicados», avançando com o nome de Augusto Olivais, que nunca esteve na mesa das negociações, como o PRS acaba de denunciar em comunicado. Ou seja: embora Olivais fizesse parte dos três nomes propostos por Jomav, não chegou a ser discutido, tendo o PAIGC mantido a sua teimosia em torno de Carlos Correia (na «impossibilidade» de Domingos), esgotando assim os seus cartuchos. Cipriano Cassamá, que se julga uma entidade à parte (e é o principal responsável pelo impasse), ou talvez uma outra ala do PAIGC, propôs Mário Cabral, e a sociedade civil propôs Alfredo Handem.
Jomav, reforçado pelo deslize de Domingos, rapidamente se apropriou dos resultados do «acordo», afirmando que nomeará alguém da sua confiança, e que será por isso necessário «afrouxar» a exigência de consensualidade. Ou seja, que fará o que muito bem lhe apetecer (ou que julgar conveniente, estando a agir de boa fé e por patriotismo...). Ao insistir numa «adenda» ao acordo (que o PRS acaba de recusar liminarmente), Domingos está a completar a vitória de Jomav, tornando-a absoluta. Ou seja, Jomav já não precisa de se cingir aos nomes apresentados, devido a esse precedente: pode assim inovar. Apesar de haver quem pense que possa optar por Sissoko, o Presidente dá, nas entrelinhas, sinais noutro sentido:
«_"A minha chegada vai permitir muitas movimentações ao nível interno porque o importante neste momento, de facto, é que as partes desavindas cheguem a um acordo. O país não pode continuar assim devemos transformar a Guiné-Bissau, nos próximos tempos, num país de trabalho e de criação de riquezas." Embora não querendo revelar mais pormenores, o chefe da nação disse que deverá manter contactos com outras forças e organismos.»
Fonte: Emplastro
Domingos Simões Pereira foi a Conacri, engoliu tudo, entregou o ouro ao bandido, assumiu-o publicamente, e refugia-se agora em pretextos fúteis que não passam da confirmação da sua inapelável derrota. O «estatuto» do PAIGC? Mas qual estatuto? Essa do «libertadores» morreu com Cabral, ainda antes da sua formalização. O que tem o PAIGC para apresentar? Mais de quatro décadas de desgovernação? DeSesPerado, recorre a todo o tipo de expedientes de contra-informação, na tentativa de manipular as consciências, na linha da velha e maquiavélica história do seu diabólico Partido.
DSP não quer confessar que, vítima da sua própria casmurrice, caiu numa armadilha, ao assinar, perante a CEDEAO, o risível «acordo» de Conacri, e que agora, atado à carroça, já só aspira a fugir com o rabo à seringa. Sob pressão (e caiu mal junto da CEDEAO a presença intrometida de Angola, o que terá ajudado), assinou o acordo, mas já só pensa em incumprir. Tenta desinformar, usando os seus canais «dedicados», avançando com o nome de Augusto Olivais, que nunca esteve na mesa das negociações, como o PRS acaba de denunciar em comunicado. Ou seja: embora Olivais fizesse parte dos três nomes propostos por Jomav, não chegou a ser discutido, tendo o PAIGC mantido a sua teimosia em torno de Carlos Correia (na «impossibilidade» de Domingos), esgotando assim os seus cartuchos. Cipriano Cassamá, que se julga uma entidade à parte (e é o principal responsável pelo impasse), ou talvez uma outra ala do PAIGC, propôs Mário Cabral, e a sociedade civil propôs Alfredo Handem.
Jomav, reforçado pelo deslize de Domingos, rapidamente se apropriou dos resultados do «acordo», afirmando que nomeará alguém da sua confiança, e que será por isso necessário «afrouxar» a exigência de consensualidade. Ou seja, que fará o que muito bem lhe apetecer (ou que julgar conveniente, estando a agir de boa fé e por patriotismo...). Ao insistir numa «adenda» ao acordo (que o PRS acaba de recusar liminarmente), Domingos está a completar a vitória de Jomav, tornando-a absoluta. Ou seja, Jomav já não precisa de se cingir aos nomes apresentados, devido a esse precedente: pode assim inovar. Apesar de haver quem pense que possa optar por Sissoko, o Presidente dá, nas entrelinhas, sinais noutro sentido:
«_"A minha chegada vai permitir muitas movimentações ao nível interno porque o importante neste momento, de facto, é que as partes desavindas cheguem a um acordo. O país não pode continuar assim devemos transformar a Guiné-Bissau, nos próximos tempos, num país de trabalho e de criação de riquezas." Embora não querendo revelar mais pormenores, o chefe da nação disse que deverá manter contactos com outras forças e organismos.»
Fonte: Emplastro
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terça-feira, outubro 18, 2016
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COMUNICADO DE IMPRENSA DO PARTIDO DA RENOVAÇÃO SOCIAL
Devido à necessidade de esclarecimento à volta de algumas questões do ACORDO DE CONAKRI que estão a ser objeto de deturpações e interpretações abusivas, o Partido da Renovação Social como parte assinante do Acordo vem através deste comunicado expor o seguinte:
1- Sobre os três nomes propostos pelo Presidente da República para o cargo de Primeiro-Ministro do próximo governo, nas pessoas dos Senhores Umaro Sissoko Embaló, João Aladje Fadiá e Augusto Olivais o Partido da Renovação Social, só se pronunciou em Conakri , a favor de um dos nomes apresentados, remetendo a decisão final da escolha para o senhor Presidente da República, como aliás se pronunciou consensualmente a maioria dos coassinantes do Acordo. Saliente-se por outro lado, que mesmo em circunstâncias normais, o PRS não se teria pronunciado de outro modo porque nunca nos podemos substituir aos poderes do Presidente da República, ou seja cabe ao primeiro magistrado da Nação nomear o Primeiro-Ministro;
2- Esclareça-se que durante as consultas bilaterais promovidas pelo mediador, em nenhum momento, o PRS terá sido confrontado com o nome do senhor Augusto Olivais como tendo sido escolhido pelas partes, e muito menos de que este nome terá reunido algum consenso entre as partes;
3- A forma como tem sido tornado público o nome desta personalidade, pelo PAIGC é no mínimo estranha, porquanto, e segundo informação dos mediadores, durante as consultas bilaterais, o Partido da Renovação Social ficou a saber de que a direcção do PAIGC terá escolhido o nome do ex-primeiro-ministro Carlos Correia e que o senhor Presidente da Assembleia Nacional Popular escolheu o nome do senhor Mário Cabral. Na mesma linha informaram-nos de que a sociedade civil escolheu o nome do senhor Alfredo Handem.
4- O Partido da Renovação Social informa de que nenhum dos nomes escolhidos pelo PAIGC conseguiu obter o consenso da maioria das partes, pelo contrário, o nome mais consensual foi o escolhido pela maioria dos coassinantes representantes da maioria na Assembleia Nacional Popular capaz de aprovar um Programa de governo.
Pelo exposto o Partido da Renovação Social informa à população e a comunidade internacional de que outra informação à volta desta questão é infundada e revela de questões político-partidárias alheias ao interesse e ao bem-estar do povo guineense.
Bissau, 18 de Outubro de 2016
O Secretariado Nacional de Comunicação
1- Sobre os três nomes propostos pelo Presidente da República para o cargo de Primeiro-Ministro do próximo governo, nas pessoas dos Senhores Umaro Sissoko Embaló, João Aladje Fadiá e Augusto Olivais o Partido da Renovação Social, só se pronunciou em Conakri , a favor de um dos nomes apresentados, remetendo a decisão final da escolha para o senhor Presidente da República, como aliás se pronunciou consensualmente a maioria dos coassinantes do Acordo. Saliente-se por outro lado, que mesmo em circunstâncias normais, o PRS não se teria pronunciado de outro modo porque nunca nos podemos substituir aos poderes do Presidente da República, ou seja cabe ao primeiro magistrado da Nação nomear o Primeiro-Ministro;
2- Esclareça-se que durante as consultas bilaterais promovidas pelo mediador, em nenhum momento, o PRS terá sido confrontado com o nome do senhor Augusto Olivais como tendo sido escolhido pelas partes, e muito menos de que este nome terá reunido algum consenso entre as partes;
3- A forma como tem sido tornado público o nome desta personalidade, pelo PAIGC é no mínimo estranha, porquanto, e segundo informação dos mediadores, durante as consultas bilaterais, o Partido da Renovação Social ficou a saber de que a direcção do PAIGC terá escolhido o nome do ex-primeiro-ministro Carlos Correia e que o senhor Presidente da Assembleia Nacional Popular escolheu o nome do senhor Mário Cabral. Na mesma linha informaram-nos de que a sociedade civil escolheu o nome do senhor Alfredo Handem.
4- O Partido da Renovação Social informa de que nenhum dos nomes escolhidos pelo PAIGC conseguiu obter o consenso da maioria das partes, pelo contrário, o nome mais consensual foi o escolhido pela maioria dos coassinantes representantes da maioria na Assembleia Nacional Popular capaz de aprovar um Programa de governo.
Pelo exposto o Partido da Renovação Social informa à população e a comunidade internacional de que outra informação à volta desta questão é infundada e revela de questões político-partidárias alheias ao interesse e ao bem-estar do povo guineense.
Bissau, 18 de Outubro de 2016
O Secretariado Nacional de Comunicação
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terça-feira, outubro 18, 2016
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Trabalhadores do Ministério da Economia e Finanças iniciam greve de quatro dias
Os trabalhadores do Ministério da Economia e Finanças iniciaram, esta segunda-feira, uma greve de quatro dias, reivindicando o pagamento de subsídios em atraso.
O porta-voz do Sindicato dos Trabalhadores das Finanças, Gregório Mbana, assinalou, que os grevistas «reivindicam igualmente substituição de 52 trabalhadores fictícios, enviados ao ministério pela Direcção-Geral das Alfândegas para receberem subsídios».
De acordo com Gregório Mbana, a greve só será levantada «caso o governo se mostre disponível para ir de encontro às suas revindicações».
«E se assim não for», acrescenta o porta-voz, «o Sindicato dos Trabalhadores das Finanças vai entregar, nos próximos dias, outro pré-aviso de greve».
Gregório Mbana garantiu, por outro lado, estarem garantidos os serviços mínimos, «para não paralisar, por completo, o Ministério da Economia e Finanças».
O porta-voz do Sindicato dos Trabalhadores das Finanças, Gregório Mbana, assinalou, que os grevistas «reivindicam igualmente substituição de 52 trabalhadores fictícios, enviados ao ministério pela Direcção-Geral das Alfândegas para receberem subsídios».
De acordo com Gregório Mbana, a greve só será levantada «caso o governo se mostre disponível para ir de encontro às suas revindicações».
«E se assim não for», acrescenta o porta-voz, «o Sindicato dos Trabalhadores das Finanças vai entregar, nos próximos dias, outro pré-aviso de greve».
Gregório Mbana garantiu, por outro lado, estarem garantidos os serviços mínimos, «para não paralisar, por completo, o Ministério da Economia e Finanças».
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terça-feira, outubro 18, 2016
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QUEM FALA MAL DOS OUTROS PARA VOCÊ,
FALA MAL DE VOCÊ PARA OS OUTROS.
FALA MAL DE VOCÊ PARA OS OUTROS.
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segunda-feira, 17 de outubro de 2016
JOSÉ MÁRIO VAZ PROMETE ANUNCIAR NOME DO NOVO PRIMEIRO-MINISTRO DEPOIS DE AUSCULTAR PARTES DESAVINDAS
Radio Sol Mansi, 17 Out 2016 - O presidente da República disse que o país conhecerá o novo primeiro-ministro só depois de manter encontros com os signatários de o “acordo de Conacri” e os partidos com representação parlamentar
José Mário Vaz falava, esta segunda-feira, no aeroporto internacional Osvaldo Vieira, a quando da sua chegada ao país depois de ter participado na cimeira da União Africana, em Togo.
“Quando tratamos da democracia representativa quem fala em nome do país são líderes e representantes dos partidos políticos com representação parlamentar”, disse.
“A minha chegada vai permitir muitas movimentações ao nível interno porque o importante neste momento, de facto, é que as partes desavindas cheguem a um acordo. O país não pode continuar assim devemos transformar a Guiné-Bissau, nos próximos tempos, num país de trabalho e de criação de riquezas”, afirma.
José Mário Vaz disse ainda aos jornalistas que teve a oportunidade de abordar com outros chefes de Estado situações da crise política na Guiné-Bissau.
Embora não querendo revelar mais pormenores, o chefe da nação disse que deverá manter contactos com outras forças e organismos que poderão ser revelados antes da sua ida a cabo-verde, na próxima quinta-feira, de onde participará na tomada de posse de o seu homólogo, José Carlos da Fonseca.
Depois da cimeira em Togo, José Mário Vaz seguiu para Portugal para o controlo médico. A sua chegada é aguardada com grande expectativa devido a sua responsabilidade na nomeação de o novo Primeiro-ministro de consenso, resultado das negociações de Conacri.
Três nomes estão na mesa para ocupar o lugar de o novo líder do executivo. Trata-se de Umaro Sissoko, João Aladje Fadia e Augusto Olivais do PAIGC. ???
Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos
Imagem: Internet
José Mário Vaz falava, esta segunda-feira, no aeroporto internacional Osvaldo Vieira, a quando da sua chegada ao país depois de ter participado na cimeira da União Africana, em Togo.
“Quando tratamos da democracia representativa quem fala em nome do país são líderes e representantes dos partidos políticos com representação parlamentar”, disse.
“A minha chegada vai permitir muitas movimentações ao nível interno porque o importante neste momento, de facto, é que as partes desavindas cheguem a um acordo. O país não pode continuar assim devemos transformar a Guiné-Bissau, nos próximos tempos, num país de trabalho e de criação de riquezas”, afirma.
José Mário Vaz disse ainda aos jornalistas que teve a oportunidade de abordar com outros chefes de Estado situações da crise política na Guiné-Bissau.
Embora não querendo revelar mais pormenores, o chefe da nação disse que deverá manter contactos com outras forças e organismos que poderão ser revelados antes da sua ida a cabo-verde, na próxima quinta-feira, de onde participará na tomada de posse de o seu homólogo, José Carlos da Fonseca.
Depois da cimeira em Togo, José Mário Vaz seguiu para Portugal para o controlo médico. A sua chegada é aguardada com grande expectativa devido a sua responsabilidade na nomeação de o novo Primeiro-ministro de consenso, resultado das negociações de Conacri.
Três nomes estão na mesa para ocupar o lugar de o novo líder do executivo. Trata-se de Umaro Sissoko, João Aladje Fadia e Augusto Olivais do PAIGC. ???
Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos
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sábado, 15 de outubro de 2016
"Acordos de Conacri"
Lus par le Ministre d’Etat, Secrétaire Général de la Présidence, Naby Youssouf Kiridi Bangoura, ces accords appelés Accords de Conakry ont été conclus sous la médiation du Président de la République de Guinée, Alpha Condé, désigné à cet effet par la CEDEAO.
L’Accord en dix points a été signé par les différentes parties présentes à Conakry et paraphé par le Médiateur, la CEDEAO, les Nations Unies, ainsi que les représentants des pays amis. Il stipule que :
« Au terme des discussions, les parties bissau-guinéennes conviennent des dispositions suivantes :
1. La procédure consensuelle du choix d’un Premier Ministre ayant la confiance du Président de la République. Le Premier Ministre doit rester en place jusqu’aux élections législatives de 2018;
2. La formation d’un gouvernement inclusif selon un organigramme négocié de manière consensuelle avec l’ensemble des partis politiques représentés à l’Assemblée Nationale, sur le principe de leur représentation proportionnelle;
3. La possibilité de nommer au Gouvernement inclusif, des personnalités indépendantes et de la Société Civile;
4. Le Gouvernement inclusif mettra en œuvre un programme élaboré par une table ronde de dialogue national dans les trente jours suivant la nomination du Premier Ministre;
5. Le respect du principe en vigueur pour la nomination des hauts fonctionnaires de la République;
6. L’élaboration et l’adoption par la table ronde de dialogue national, d’un Pacte de Stabilité signé par les principales forces politiques et sociales, articulant les principes:
7. De recevabilité et de transparence dans les prises de décisions institutionnelles;
8. De réforme de la constitution permettant d’établir des relations stables entre les pouvoirs exécutif, législatif et judiciaire;
III. De réforme de la loi électorale en vue de l’organisation couplée des élections législatives et locales en 2018;
1. D’une nouvelle loi sur les partis politiques incluant le financement public des partis politiques au prorata de leur poids à l’Assemblée Nationale;
2. De réforme des secteurs de défense, sécurité et justice;
3. Le démarrage de la mise en œuvre d’un programme de développement suivant la vision “Terra Ranka”.
4. Le soutien par la CEDEAO, l’Union Africaine, la CPLP, les Nations Unies et l’UE des efforts d’élaboration, de mise en œuvre et de suivi du Pacte de Stabilité, notamment par la mise à disposition d’expertise de haut niveau ainsi que d’autres moyens financiers et logistiques conséquents;
5. La mise en place d’un cadre de suivi et évaluation à trois niveaux afin de garantir la stabilité du processus:
•Au niveau du Conseil des Ministres de la CEDEAO;
•Au niveau de la Commission de la CEDEAO, en partenariat avec les autres partenaires internationaux ;
•Au niveau du Médiateur qui rendra compte à la Conférence des Chefs d’Etats de la CEDEAO.
9. La réforme constitutionnelle sera effectuée dans le cadre d’une large consultation nationale prenant en compte les structures de révision existantes. La CEDEAO et les Nations Unies mettront à disposition des experts constitutionnalistes de haut;
10. Le principe d’une réintégration effective des 15 députés dissidents au sein du PAIGC, sans conditions, mais conformément aux textes en vigueur au sein du PAIGC. »
La cérémonie de signature présidée par le Médiateur de la CEDEAO a été soutenue par des prières au début et à la fin, par les représentants des confessions religieuses bissai-guinéennes.
La Cellule de Communication du Gouvernement.
Ler Mais...
Dirigentes da Guiné-Bissau chegam a acordo para nomear primeiro-ministro e governo de consenso
Dirigentes políticos da Guiné-Bissau concordaram hoje em nomear um primeiro-ministro de consenso, a definir, para liderar um novo governo até final da legislatura (2018), disse fonte diplomática à Lusa.
O entendimento encabeça a lista de dez pontos de um documento intitulado "Acordos de Conacri", a que a Lusa teve acesso, subscrito por dirigentes políticos de Bissau durante um encontro iniciado na terça-feira na capital vizinha.
A reunião foi promovida pelo Presidente da Guiné-Conacri, Alpha Condé, na qualidade de mediador da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para tentar resolver a crise política na Guiné-Bissau.
O documento hoje subscrito, redigido em francês, prevê no primeiro ponto a "escolha consensual", sem prazo definido, de "um primeiro-ministro que tenha a confiança do Presidente da República" e que "deve ficar em funções até às eleições legislativas de 2018".
O segundo ponto detalha que a formação do novo "governo inclusivo" deverá ser feita de acordo com um "organigrama negociado de forma consensual com todos os partidos políticos representados no parlamento, seguindo o princípio da representação proporcional".
O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) tem maioria absoluta com 57 lugares, o Partido da Renovação Social (PRS) ocupa 41, o Partido da Convergência Democrática (PCD) tem dois eleitos, o Partido da Nova Democracia (PND) tem um deputado, tal como a União para a Mudança (UM).
Em janeiro, um grupo de 15 deputados do PAIGC virou costas ao partido e juntou-se à oposição (PRS) constituindo numa nova maioria que formou o atual governo, empossado pelo Presidente da República.
No entanto, este Executivo não conseguiu fazer funcionar o parlamento para aprovar o seu programa, nem o orçamento de Estado para 2016, levando ao atual bloqueio.
O documento subscrito hoje em Conacri prevê que aqueles "15 deputados sejam reintegrados no PAIGC, sem condições, mas em conformidade com as regras em vigor no partido".
Noutros dois pontos acordados hoje em Conacri é sublinhada "a possibilidade de se nomearem para o governo inclusivo personalidades independentes e membros da sociedade civil" - sendo que o programa do executivo vai resultar de "uma mesa redonda de diálogo nacional a realizar nos 30 dias seguintes à nomeação do primeiro-ministro".
Esta mesa redonda deverá dar origem a um "pacto de estabilidade assinado pelas principais forças políticas e sociais", contendo seis princípios.
Terá que haver prestação de contas e transparência na tomada de decisões institucionais, reformar a Constituição para permitir que haja "relações estáveis entre os poderes executivo, legislativo e judiciário", bem como, reformar a lei eleitoral, "tendo em vista a organização de eleições locais e legislativas em 2018".
Ao mesmo tempo, deve haver uma nova lei sobre os partidos políticos, que preveja o respetivo financiamento em proporção ao seu peso no parlamento, têm de avançar as reformas dos setores da Defesa, Segurança e Justiça e arrancar um plano de desenvolvimento, semelhante ao que foi apoiado por doadores internacionais em 2014 (intitulado "Terra Ranka").
Os restantes pontos dos "Acordos de Conacri" estabelecem mecanismos de seguimento do entendimento a que hoje se chegou, bem como de envolvimento e apoio dos parceiros internacionais para cumprimento do pacto de estabilidade - no caso, da CEDEAO, ONU, União Africana (UA), Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e União Europeia (UE).
Assinam o documento, o presidente da Assembleia Nacional Popular, Cipriano Cassamá, o ministro de Estado e da Presidência do Conselho de Ministros, Aristides Ocante da Silva, o presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira, e ainda Florentino Pereira, secretário-geral do PRS.
Subscrevem-no igualmente Braima Camara, em representação dos 15 deputados dissidentes do PAIGC, bem como os representantes dos partidos com menor representação parlamentar: Vicente Fernandes, presidente do PCD, Malam Djaura, representante do PND e Agnelo Regalla, presidente da UM.
Para além dos dirigentes guineenses implicados no acordo, rubricam-no ainda o presidente da Guiné-Conacri, Alpha Condé, o presidente da Comissão da CEDEAO, Marcel Souza, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Serra Leoa, Samura Kamara, bem como o secretário de Estado das Relações Exteriores de Angola, Manuel Augusto.
O acordo conta ainda com as rubricas de Anna Faye, embaixadora do Senegal na Guiné-Conacri, de Modibo Touré, representante da ONU em Bissau, e de Ovídio Pequeno, representante da UA em Bissau.
LFO // EL
Lusa/fim
L’Accord en dix points a été signé par les différentes parties présentes à Conakry et paraphé par le Médiateur, la CEDEAO, les Nations Unies, ainsi que les représentants des pays amis. Il stipule que :
« Au terme des discussions, les parties bissau-guinéennes conviennent des dispositions suivantes :
1. La procédure consensuelle du choix d’un Premier Ministre ayant la confiance du Président de la République. Le Premier Ministre doit rester en place jusqu’aux élections législatives de 2018;
2. La formation d’un gouvernement inclusif selon un organigramme négocié de manière consensuelle avec l’ensemble des partis politiques représentés à l’Assemblée Nationale, sur le principe de leur représentation proportionnelle;
3. La possibilité de nommer au Gouvernement inclusif, des personnalités indépendantes et de la Société Civile;
4. Le Gouvernement inclusif mettra en œuvre un programme élaboré par une table ronde de dialogue national dans les trente jours suivant la nomination du Premier Ministre;
5. Le respect du principe en vigueur pour la nomination des hauts fonctionnaires de la République;
6. L’élaboration et l’adoption par la table ronde de dialogue national, d’un Pacte de Stabilité signé par les principales forces politiques et sociales, articulant les principes:
7. De recevabilité et de transparence dans les prises de décisions institutionnelles;
8. De réforme de la constitution permettant d’établir des relations stables entre les pouvoirs exécutif, législatif et judiciaire;
III. De réforme de la loi électorale en vue de l’organisation couplée des élections législatives et locales en 2018;
1. D’une nouvelle loi sur les partis politiques incluant le financement public des partis politiques au prorata de leur poids à l’Assemblée Nationale;
2. De réforme des secteurs de défense, sécurité et justice;
3. Le démarrage de la mise en œuvre d’un programme de développement suivant la vision “Terra Ranka”.
4. Le soutien par la CEDEAO, l’Union Africaine, la CPLP, les Nations Unies et l’UE des efforts d’élaboration, de mise en œuvre et de suivi du Pacte de Stabilité, notamment par la mise à disposition d’expertise de haut niveau ainsi que d’autres moyens financiers et logistiques conséquents;
5. La mise en place d’un cadre de suivi et évaluation à trois niveaux afin de garantir la stabilité du processus:
•Au niveau du Conseil des Ministres de la CEDEAO;
•Au niveau de la Commission de la CEDEAO, en partenariat avec les autres partenaires internationaux ;
•Au niveau du Médiateur qui rendra compte à la Conférence des Chefs d’Etats de la CEDEAO.
9. La réforme constitutionnelle sera effectuée dans le cadre d’une large consultation nationale prenant en compte les structures de révision existantes. La CEDEAO et les Nations Unies mettront à disposition des experts constitutionnalistes de haut;
10. Le principe d’une réintégration effective des 15 députés dissidents au sein du PAIGC, sans conditions, mais conformément aux textes en vigueur au sein du PAIGC. »
La cérémonie de signature présidée par le Médiateur de la CEDEAO a été soutenue par des prières au début et à la fin, par les représentants des confessions religieuses bissai-guinéennes.
La Cellule de Communication du Gouvernement.
Ler Mais...
Dirigentes da Guiné-Bissau chegam a acordo para nomear primeiro-ministro e governo de consenso
Dirigentes políticos da Guiné-Bissau concordaram hoje em nomear um primeiro-ministro de consenso, a definir, para liderar um novo governo até final da legislatura (2018), disse fonte diplomática à Lusa.
O entendimento encabeça a lista de dez pontos de um documento intitulado "Acordos de Conacri", a que a Lusa teve acesso, subscrito por dirigentes políticos de Bissau durante um encontro iniciado na terça-feira na capital vizinha.
A reunião foi promovida pelo Presidente da Guiné-Conacri, Alpha Condé, na qualidade de mediador da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para tentar resolver a crise política na Guiné-Bissau.
O documento hoje subscrito, redigido em francês, prevê no primeiro ponto a "escolha consensual", sem prazo definido, de "um primeiro-ministro que tenha a confiança do Presidente da República" e que "deve ficar em funções até às eleições legislativas de 2018".
O segundo ponto detalha que a formação do novo "governo inclusivo" deverá ser feita de acordo com um "organigrama negociado de forma consensual com todos os partidos políticos representados no parlamento, seguindo o princípio da representação proporcional".
O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) tem maioria absoluta com 57 lugares, o Partido da Renovação Social (PRS) ocupa 41, o Partido da Convergência Democrática (PCD) tem dois eleitos, o Partido da Nova Democracia (PND) tem um deputado, tal como a União para a Mudança (UM).
Em janeiro, um grupo de 15 deputados do PAIGC virou costas ao partido e juntou-se à oposição (PRS) constituindo numa nova maioria que formou o atual governo, empossado pelo Presidente da República.
No entanto, este Executivo não conseguiu fazer funcionar o parlamento para aprovar o seu programa, nem o orçamento de Estado para 2016, levando ao atual bloqueio.
O documento subscrito hoje em Conacri prevê que aqueles "15 deputados sejam reintegrados no PAIGC, sem condições, mas em conformidade com as regras em vigor no partido".
Noutros dois pontos acordados hoje em Conacri é sublinhada "a possibilidade de se nomearem para o governo inclusivo personalidades independentes e membros da sociedade civil" - sendo que o programa do executivo vai resultar de "uma mesa redonda de diálogo nacional a realizar nos 30 dias seguintes à nomeação do primeiro-ministro".
Esta mesa redonda deverá dar origem a um "pacto de estabilidade assinado pelas principais forças políticas e sociais", contendo seis princípios.
Terá que haver prestação de contas e transparência na tomada de decisões institucionais, reformar a Constituição para permitir que haja "relações estáveis entre os poderes executivo, legislativo e judiciário", bem como, reformar a lei eleitoral, "tendo em vista a organização de eleições locais e legislativas em 2018".
Ao mesmo tempo, deve haver uma nova lei sobre os partidos políticos, que preveja o respetivo financiamento em proporção ao seu peso no parlamento, têm de avançar as reformas dos setores da Defesa, Segurança e Justiça e arrancar um plano de desenvolvimento, semelhante ao que foi apoiado por doadores internacionais em 2014 (intitulado "Terra Ranka").
Os restantes pontos dos "Acordos de Conacri" estabelecem mecanismos de seguimento do entendimento a que hoje se chegou, bem como de envolvimento e apoio dos parceiros internacionais para cumprimento do pacto de estabilidade - no caso, da CEDEAO, ONU, União Africana (UA), Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e União Europeia (UE).
Assinam o documento, o presidente da Assembleia Nacional Popular, Cipriano Cassamá, o ministro de Estado e da Presidência do Conselho de Ministros, Aristides Ocante da Silva, o presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira, e ainda Florentino Pereira, secretário-geral do PRS.
Subscrevem-no igualmente Braima Camara, em representação dos 15 deputados dissidentes do PAIGC, bem como os representantes dos partidos com menor representação parlamentar: Vicente Fernandes, presidente do PCD, Malam Djaura, representante do PND e Agnelo Regalla, presidente da UM.
Para além dos dirigentes guineenses implicados no acordo, rubricam-no ainda o presidente da Guiné-Conacri, Alpha Condé, o presidente da Comissão da CEDEAO, Marcel Souza, o ministro dos Negócios Estrangeiros de Serra Leoa, Samura Kamara, bem como o secretário de Estado das Relações Exteriores de Angola, Manuel Augusto.
O acordo conta ainda com as rubricas de Anna Faye, embaixadora do Senegal na Guiné-Conacri, de Modibo Touré, representante da ONU em Bissau, e de Ovídio Pequeno, representante da UA em Bissau.
LFO // EL
Lusa/fim
quinta-feira, 13 de outubro de 2016
DECLARAÇÃO DA CEDEAO SOBRE O PROCESSO DE DIÁLOGO EM CURSO NA GUINÉ-BISSAU PARA IMPLEMENTAÇÃO DO ACORDO DE SEIS PONTOS
De acordo com as conclusões da missão da mediação de alto nível realizada na Guiné-Bissau no passado dia 10 de Setembro 2016 por Sua Excelência Professor Alpha Condé, Presidente da República da Guiné Conakri, mediador da CEDEAO, acompanhado por Sua Excelência Dr. Ernest Bai Koroma, Presidente da República da Serra Leoa, um processo de diálogo politico está em andamento em Conakri, sob os auspícios do mediador da CEDEAO para buscar uma solução à saída da crise política através de seis (6) pontos adoptados no acordo assinado em Bissau por todas as partes envolvidas.
CEDEAO exorta todas as partes que tomam parte nas discussões em curso, para aproveitarem esta oportunidade para acabar com o impasse institucional que afecta o país, em prol do bem-estar dos cidadãos da Guiné-Bissau. E, reitera a necessidade urgente e imperativo de concluir um acordo que garanta a estabilidade sustentável do Estado guineense.
CEDEAO reitera o seu apoio na implementação do acordo assinado em Bissau, desde dia 10 de Setembro, em seis (6) pontos que poderiam colocar o país no caminho da coesão social e da erradicação gradual da pobreza.
Feito em Conakri, Guinée, 13 de Outubro de 2016
Publicada por Bambaram di Padida à(s) 15:48:00
CEDEAO exorta todas as partes que tomam parte nas discussões em curso, para aproveitarem esta oportunidade para acabar com o impasse institucional que afecta o país, em prol do bem-estar dos cidadãos da Guiné-Bissau. E, reitera a necessidade urgente e imperativo de concluir um acordo que garanta a estabilidade sustentável do Estado guineense.
CEDEAO reitera o seu apoio na implementação do acordo assinado em Bissau, desde dia 10 de Setembro, em seis (6) pontos que poderiam colocar o país no caminho da coesão social e da erradicação gradual da pobreza.
Feito em Conakri, Guinée, 13 de Outubro de 2016
Publicada por Bambaram di Padida à(s) 15:48:00
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quinta-feira, outubro 13, 2016
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CRISE POLÍTICA NA GUINÉ-BISSAU: À espera de novas de Conacri
OS principais actores políticos da Guiné-Bissau cumprem hoje a terceira e última jornada de uma reunião em Conacri, com o objectivo de encontrar uma solução à prolongada crise política que assola o país há mais de um ano.
Participam do encontro de Conacri, o presidente do Parlamento bissau-guineense, Cipriano Cassamá, representantes dos partidos com representação na Assembleia Nacional Popular (ANP), da sociedade civil e entidades religiosas.
O Primeiro-Ministro, Baciro Djá, que esteve no Macau, para o fórum de cooperação bilateral entre a China e países lusófonos, era esperado ontem na capital da Guine Conacri.
O encontro decorre sob os auspícios do Presidente conacri-guineense, Alpha Condé, um dos mediadores indicados pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para desbloquear o impasse político em Bissau.
Desde terça-feira que os actores políticos bissau-guineenses tentam encontrar fórmulas, para a formação de um Governo inclusivo até as eleições de 2018, em conformidade com o acordo proposto pela CEDEAO e aceite por todas as partes do país lusófono.
No primeiro dia dos trabalhos, Alpha Condé afirmou que com o diálogo pretende-se reunir um consenso para a nomeação de um Primeiro-Ministro, a formação de um Governo de unidade e a restauração nos seus lugares dos 15 deputados – entre os quais Baciro Djá - expulsos pelo Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).
Na partida para Conacri, os dirigentes políticos da Guiné-Bissau acreditavam que será possível formar um Governo inclusivo que garante estabilidade até ao fim da legislatura (2018).
Mas o politólogo bissau-guineense Rui Jorge considera que "é só perda de tempo essa ida a Conacri, porque não existe vontade política para fazer as instituições funcionar, a única forma que eu vejo como uma saída não uma panaceia, para resolver os nossos problemas político-institucionais é a ida às eleições".
A Guiné-Bissau mergulhou na crise depois que, em 12 de Agosto de 2015, o Presidente José Mário Vaz demitiu o Primeiro-Ministro Domingos Simões Pereira (presidente do PAIGC).
ANGOP/RFI/LUSA
Participam do encontro de Conacri, o presidente do Parlamento bissau-guineense, Cipriano Cassamá, representantes dos partidos com representação na Assembleia Nacional Popular (ANP), da sociedade civil e entidades religiosas.
O Primeiro-Ministro, Baciro Djá, que esteve no Macau, para o fórum de cooperação bilateral entre a China e países lusófonos, era esperado ontem na capital da Guine Conacri.
O encontro decorre sob os auspícios do Presidente conacri-guineense, Alpha Condé, um dos mediadores indicados pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para desbloquear o impasse político em Bissau.
Desde terça-feira que os actores políticos bissau-guineenses tentam encontrar fórmulas, para a formação de um Governo inclusivo até as eleições de 2018, em conformidade com o acordo proposto pela CEDEAO e aceite por todas as partes do país lusófono.
No primeiro dia dos trabalhos, Alpha Condé afirmou que com o diálogo pretende-se reunir um consenso para a nomeação de um Primeiro-Ministro, a formação de um Governo de unidade e a restauração nos seus lugares dos 15 deputados – entre os quais Baciro Djá - expulsos pelo Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).
Na partida para Conacri, os dirigentes políticos da Guiné-Bissau acreditavam que será possível formar um Governo inclusivo que garante estabilidade até ao fim da legislatura (2018).
Mas o politólogo bissau-guineense Rui Jorge considera que "é só perda de tempo essa ida a Conacri, porque não existe vontade política para fazer as instituições funcionar, a única forma que eu vejo como uma saída não uma panaceia, para resolver os nossos problemas político-institucionais é a ida às eleições".
A Guiné-Bissau mergulhou na crise depois que, em 12 de Agosto de 2015, o Presidente José Mário Vaz demitiu o Primeiro-Ministro Domingos Simões Pereira (presidente do PAIGC).
ANGOP/RFI/LUSA
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quinta-feira, outubro 13, 2016
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Opinião: CLASSE POLÍTICA GUINEENSE BUSCA CONCÓRDIA NO SOLO EM QUE CABRAL TOMBAVA HÁ 43 ANOS
Quis a Comunidade Económica Dos Estados da África Ocidental, quis a União Africana, quis a Guiné-Bissau, quis o Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), quis José Mário Vaz, quis Alpha Condé, quis a história que a Guiné-Conacri, país irmão e vizinho, recebesse representantes de cada vez mais radicalizados e intransigentes grupos políticos guineenses, que se digladiam há já bastante tempo nos fóruns partidários e institucionais do país, com vistas a tentar reconciliá-los e formar um governo inclusivo de transição.
É deveras impressionante a rapidez com que o país trocou Bruxelas por Conacri. Mesa de propostas de desenvolvimento por mesa de busca pelo apaziguamento político, no exterior, sim, no palácio presidencial do vizinho ao lado. Apenas se passaram dois anos para que os desafios do desenvolvimento apresentados à Bruxelas transformassem em desafios de necessária e urgente concórdia política e partidária desembarcados em Conacri. Chamava a atenção, ainda nas vésperas da realização da mesa redonda, em 2015, que os resultados obtidos em Bruxelas poderiam representar projeção de conflitos políticos e partidários por recursos conseguidos, se não fossem criadas as condições políticas necessárias, fundamentadas em uma consistente reconciliação no PAIGC.
Hoje, propiciar uma sólida reconciliação dos actores políticos em disputa constitui o fulcral desafio da Guiné-Bissau, tendo despertado a preocupação dos parceiros regionais e globais. Conacri que permeou alguns momentos da trajectória de Guiné-Bissau enquanto nação e enquanto Estado em formação, mais uma vez é cenário de um momento importante e decisivo para o futuro político da Guiné-Bissau, pelo menos a curto e médio prazos.
Há 43 anos, nesse mesmo solo que acolhe os desavindos políticos da nossa terra, gotejava o sangue do pai e fundador da nacionalidade guineense e cabo-verdiana. Pode-se dizer que a covarde morte de Amílcar naquele fatídico e infortunado 20 de janeiro de 1973 representava uma radical mudança nos rumos e nortes que a Guiné-Bissau se propunha a seguir. Com o orquestrado e precoce tombo, em Conacri, de um dos maiores pan-africanistas e pensadores do transato século dilatava-se as chances e abria-se horizontes para que tivéssemos o PAIGC que hoje temos, o qual desvirtua e deturpa os objectivos nacionais fundamentados no cabralismo.
Por outro lado, em alguma medida Conacri representa um baluarte de resistência à perpetuação do colonialismo, um reduto territorial e político (inclusive do PAIGC) contra o colonialismo e colonialidade. De lá Cabral e seus camaradas mais próximos pensavam e esboçam não só as diretrizes e dinâmicas que as operações militares deviam tomar com vistas à emancipação territorial e política do nosso povo. A partir do seu escritório em Conacri, Abel Djassi também refletia e desenhava programas do desenvolvimento e políticas que deveriam orientar a plena e efetiva execução dos referidos programas no momento pós-independência.
Conacri é um dualismo simbólico, em alguma medida uma contradição simbólica para a Guiné-Bissau. Fraterna e solidariamente sediou o PAIGC de Cabral no período anticolonial, mas ali também tombou Abel Djassi. Será que o país de Ahmed Sékou Touré, hoje representado ao mais alto nível por Alpha Condé logrará o grande triunfo que passa a representar a necessária e urgente reconciliação da classe política guineense, mormente o PAIGC, os chamados 15 e o PRS?
O facto é que o nível de radicalização das partes em disputa é colossal e se não houver concessões políticas, como não tem havido até aqui, particularmente no que se refere ao nome do chefe de eventual novo governo, de Conacri poderá se acrescer frustrações e inquietações da nossa já inquietada terra, como naquele fatal e trágico 20 de janeiro, em vez de servir de um solidário e fraterno terreno que outrora abrigou o PAIGC – PAIGC de Cabral e dos ex-combatentes da liberdade da pátria.
Por: Timóteo Saba M’bunde, Mestre em Ciência Política.
É deveras impressionante a rapidez com que o país trocou Bruxelas por Conacri. Mesa de propostas de desenvolvimento por mesa de busca pelo apaziguamento político, no exterior, sim, no palácio presidencial do vizinho ao lado. Apenas se passaram dois anos para que os desafios do desenvolvimento apresentados à Bruxelas transformassem em desafios de necessária e urgente concórdia política e partidária desembarcados em Conacri. Chamava a atenção, ainda nas vésperas da realização da mesa redonda, em 2015, que os resultados obtidos em Bruxelas poderiam representar projeção de conflitos políticos e partidários por recursos conseguidos, se não fossem criadas as condições políticas necessárias, fundamentadas em uma consistente reconciliação no PAIGC.
Hoje, propiciar uma sólida reconciliação dos actores políticos em disputa constitui o fulcral desafio da Guiné-Bissau, tendo despertado a preocupação dos parceiros regionais e globais. Conacri que permeou alguns momentos da trajectória de Guiné-Bissau enquanto nação e enquanto Estado em formação, mais uma vez é cenário de um momento importante e decisivo para o futuro político da Guiné-Bissau, pelo menos a curto e médio prazos.
Há 43 anos, nesse mesmo solo que acolhe os desavindos políticos da nossa terra, gotejava o sangue do pai e fundador da nacionalidade guineense e cabo-verdiana. Pode-se dizer que a covarde morte de Amílcar naquele fatídico e infortunado 20 de janeiro de 1973 representava uma radical mudança nos rumos e nortes que a Guiné-Bissau se propunha a seguir. Com o orquestrado e precoce tombo, em Conacri, de um dos maiores pan-africanistas e pensadores do transato século dilatava-se as chances e abria-se horizontes para que tivéssemos o PAIGC que hoje temos, o qual desvirtua e deturpa os objectivos nacionais fundamentados no cabralismo.
Por outro lado, em alguma medida Conacri representa um baluarte de resistência à perpetuação do colonialismo, um reduto territorial e político (inclusive do PAIGC) contra o colonialismo e colonialidade. De lá Cabral e seus camaradas mais próximos pensavam e esboçam não só as diretrizes e dinâmicas que as operações militares deviam tomar com vistas à emancipação territorial e política do nosso povo. A partir do seu escritório em Conacri, Abel Djassi também refletia e desenhava programas do desenvolvimento e políticas que deveriam orientar a plena e efetiva execução dos referidos programas no momento pós-independência.
Conacri é um dualismo simbólico, em alguma medida uma contradição simbólica para a Guiné-Bissau. Fraterna e solidariamente sediou o PAIGC de Cabral no período anticolonial, mas ali também tombou Abel Djassi. Será que o país de Ahmed Sékou Touré, hoje representado ao mais alto nível por Alpha Condé logrará o grande triunfo que passa a representar a necessária e urgente reconciliação da classe política guineense, mormente o PAIGC, os chamados 15 e o PRS?
O facto é que o nível de radicalização das partes em disputa é colossal e se não houver concessões políticas, como não tem havido até aqui, particularmente no que se refere ao nome do chefe de eventual novo governo, de Conacri poderá se acrescer frustrações e inquietações da nossa já inquietada terra, como naquele fatal e trágico 20 de janeiro, em vez de servir de um solidário e fraterno terreno que outrora abrigou o PAIGC – PAIGC de Cabral e dos ex-combatentes da liberdade da pátria.
Por: Timóteo Saba M’bunde, Mestre em Ciência Política.
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quinta-feira, outubro 13, 2016
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quarta-feira, 12 de outubro de 2016
Professores prolongam greve na Guiné-Bissau
Eles exigem a aprovação do estatuto da carreira docente e o pagamento de salários em atraso, entre outras medidas.
Os professores da Guiné-Bissau prolongaram por mais duas semanas a greve iniciada a 26 de Setembro, depois do fracasso das negociações com o Governo.
O anúncio foi feito pelo Sindicato Nacional dos Professores (SINAPROF) e pelo Sindicato Democrático dos Professores (SINDEPROF).
Os docentes continuam a exigir a aprovação do estatuto da carreira e o pagamento de salários em atraso.
Com esta greve, o início do ano lectivo pode estar comprometido na Guiné-Bissau.
Os professores da Guiné-Bissau prolongaram por mais duas semanas a greve iniciada a 26 de Setembro, depois do fracasso das negociações com o Governo.
O anúncio foi feito pelo Sindicato Nacional dos Professores (SINAPROF) e pelo Sindicato Democrático dos Professores (SINDEPROF).
Os docentes continuam a exigir a aprovação do estatuto da carreira e o pagamento de salários em atraso.
Com esta greve, o início do ano lectivo pode estar comprometido na Guiné-Bissau.
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quarta-feira, outubro 12, 2016
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terça-feira, 11 de outubro de 2016
HOW TO IMPRESS A WOMAN
HOW TO IMPRESS A WOMAN
* Wine her,
* Dine her,
* Call her,
* Hug her,
* Support her,
* Hold her,
* Surprise her,
* Compliment her,
* Smile at her,
* Listen to her,
* Laugh with her,
* Cry with her,
* Romance her,
* Encourage her,
* Believe in her,
* Pray with her,
* Pray for her,
* Cuddle with her,
* Shop with her,
* Give her jewelry,
* Buy her flowers,
* Hold her hand,
* Write love letters to her,
* Go to the end of the Earth and back again for her.
HOW TO IMPRESS A MAN
* Show up naked ...
* Bring food ...
* Don't block the TV
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terça-feira, outubro 11, 2016
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Primeiro-ministro Baciro Djá esperado esta quarta-feira na Guiné-Conacri
O primeiro-ministro guineense, Baciro Djá, viajou esta terça-feira de Macau para a Guiné-Conacri, onde participará, na quarta-feira, num encontro promovido pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e que visa encontrar soluções para travar a crise politica na Guiné-Bissau.
O governante é membro do grupo dos 15 deputados dissidentes que contesta a direção do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC, no poder),
«Há uma maioria inequívoca no Parlamento da Guiné-Bissau que sustenta o governo», sublinhou Baciro Djá, apontando-a, em declarações à agência de notícias ANG, como «a principal base para formar executivo».
«O povo da Guiné-Bissau merece paz, estabilidade e desenvolvimento. E o Governo está disponível para criar condições para a estabilização politica definitiva do país», acrescentou.
Abolapt
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terça-feira, outubro 11, 2016
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China anuncia "ofensiva" junto dos países lusófonos
Li Keqiang, primeiro-ministro chinês |
Pequim perdoa dívidas e concede empréstimos milionários.
A China vai conceder empréstimos com condições especiais no valor de cerca de 290 milhões de dólares a Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo-Verde e Timor-Leste até 2019.
O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro chinês, Li Keqiang durante a Conferência Ministerial do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os países de Língua Portuguesa, que decorre em Macau.
Os créditos serão disponibilizados durante três anos e destinam-se à construção de infraestruturas e aumento da capacidade produtiva daqueles países,
Li Kepiang anunciou também no chamado Fórum Macau o perdão da dívida daquelas países já vencidas de empréstimos sem juros num valor equivalente a 80 milhões de dólares àqueles países.
Antes e durante o Fórum Macau que termina amanhã, 12, responsáveis chineses e dos países de língua portuguesa discutiram várias formas de cooperação.
Entre outras acções, a China vai enviar cerca de 200 técnicos da área de medicina e disponibilizar mais 2.500 bolsas de estudo.
Fundo conjunto China-Brasil
Por outro lado, o Governo brasileiro anunciou a criação de um fundo conjunto no valor de 20 milhões de dólares para a execução de projectos no Brasil.
Pequim entra com 55 por cento do total e Brasília com o restante.
VOA
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terça-feira, outubro 11, 2016
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CRISE POLÍTICA NA GUINÉ-BISSAU: Protagonistas discutem em Conacri Governo inclusivo
CONACRI acolhe hoje uma Mesa Redonda sobre a crise política na vizinha Guiné-Bissau, um evento que marca o início das negociações para a formação do Governo inclusivo, no país lusófono.
Segundo o comunicado no final de um encontro na sexta-feira passada entre o Presidente da Guiné-Bissau e da Guiné-Conacri, José Mário Vaz e Alpha Conde, respectivamente, a mesa redonda de hoje vai incluir não só o Parlamento, o PAIGC, o PRS, o actual Governo e o grupo dos 15 dissidentes do PAIGC, mas também a sociedade civil e representantes de entidades religiosas.
Será o início da implementação do acordo político estabelecido a 10 de Setembro último, entre os protagonistas da crise política vigente na Guiné-Bissau, sob a mediação da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
Os Presidente Conde e o seu homólogo Vaz exortaram os protagonistas da crise política a participarem activamente no roteiro negocial para que os trabalhos sejam coroados de êxito.
O encontro de ambos, na sexta-feira, segundo o comunicado, constitui uma etapa decisiva no processo da implementação do acordo que visa pôr termo a longa crise política na Guiné-Bissau.
A iniciativa mediada pela CEDEAO vem na sequência do impasse político para a formação do Governo inclusivo que conduzirá, durante dois anos, as reformas da Constituição da República, da Lei Eleitoral, bem como a modernização das Forças militares e Policiais e os sectores da Justiça e da administração pública.
Modibó Touré, representante de Ban Ki-moon na Guiné Bissau, também participará das reuniões de Conacri. - RFI
jornalnoticias.co.mz
Segundo o comunicado no final de um encontro na sexta-feira passada entre o Presidente da Guiné-Bissau e da Guiné-Conacri, José Mário Vaz e Alpha Conde, respectivamente, a mesa redonda de hoje vai incluir não só o Parlamento, o PAIGC, o PRS, o actual Governo e o grupo dos 15 dissidentes do PAIGC, mas também a sociedade civil e representantes de entidades religiosas.
Será o início da implementação do acordo político estabelecido a 10 de Setembro último, entre os protagonistas da crise política vigente na Guiné-Bissau, sob a mediação da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
Os Presidente Conde e o seu homólogo Vaz exortaram os protagonistas da crise política a participarem activamente no roteiro negocial para que os trabalhos sejam coroados de êxito.
O encontro de ambos, na sexta-feira, segundo o comunicado, constitui uma etapa decisiva no processo da implementação do acordo que visa pôr termo a longa crise política na Guiné-Bissau.
A iniciativa mediada pela CEDEAO vem na sequência do impasse político para a formação do Governo inclusivo que conduzirá, durante dois anos, as reformas da Constituição da República, da Lei Eleitoral, bem como a modernização das Forças militares e Policiais e os sectores da Justiça e da administração pública.
Modibó Touré, representante de Ban Ki-moon na Guiné Bissau, também participará das reuniões de Conacri. - RFI
jornalnoticias.co.mz
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terça-feira, outubro 11, 2016
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UNICEF entrega carros e motas para aumentar registo civil de crianças na Guiné-Bissau
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) entregou dois carros e oito motas ao Ministério da Justiça da Guiné-Bissau para que os funcionários cheguem mais longe e registem mais crianças, anunciou hoje aquela agência da ONU.
Apenas uma em cada cinco crianças é registada quando nasce na Guiné-Bissau, pelo que os objetivos passam por "garantir que a taxa possa aumentar nos próximos anos" e que não faltem meios de transporte para isso.
O investimento em meios de transporte rondou os 76 mil euros e a UNICEF beneficiou de apoio do Fundo para a Consolidação da Paz (PBF) das Nações Unidas.
A iniciativa junta-se a outras que têm sido realizadas como a doação de materiais informáticos, mobiliários e materiais de expediente para melhorar os postos de registo civil.
"O registo de nascimento dá a uma criança uma existência oficial em relação ao Estado" e a Convenção sobre os Direitos da Criança, especifica que "toda a criança tem o direito a ser registada ao nascer, sem qualquer discriminação", destaca a UNICEF.
Os projetos em curso preveem que o fundo trabalhe ainda com "outros ministérios chave no planeamento estratégico em matéria de registo civil, no reforço legal e de políticas", bem como "na mobilização comunitária".
Pretende-se ainda desenvolver a da integração do registo de nascimento noutros serviços sociais, tais como, a saúde e a educação.
LFO // EL
Lusa/fim
Apenas uma em cada cinco crianças é registada quando nasce na Guiné-Bissau, pelo que os objetivos passam por "garantir que a taxa possa aumentar nos próximos anos" e que não faltem meios de transporte para isso.
O investimento em meios de transporte rondou os 76 mil euros e a UNICEF beneficiou de apoio do Fundo para a Consolidação da Paz (PBF) das Nações Unidas.
A iniciativa junta-se a outras que têm sido realizadas como a doação de materiais informáticos, mobiliários e materiais de expediente para melhorar os postos de registo civil.
"O registo de nascimento dá a uma criança uma existência oficial em relação ao Estado" e a Convenção sobre os Direitos da Criança, especifica que "toda a criança tem o direito a ser registada ao nascer, sem qualquer discriminação", destaca a UNICEF.
Os projetos em curso preveem que o fundo trabalhe ainda com "outros ministérios chave no planeamento estratégico em matéria de registo civil, no reforço legal e de políticas", bem como "na mobilização comunitária".
Pretende-se ainda desenvolver a da integração do registo de nascimento noutros serviços sociais, tais como, a saúde e a educação.
LFO // EL
Lusa/fim
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terça-feira, outubro 11, 2016
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Entrevista: TRICAMPEÃO AFRICANO DE LUTA LIVRE ‘PEDE ESMOLA’ PARA TRATAMENTO MÉDICO
O tricampeão africano da luta livre, Augusto Midana, que recentemente esteve nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro (Brasil), encontra-se em dificuldades, sobretudo com a falta de meios para efectuar o tratamento médico da lesão que sofreu na clavícula direita. O ‘Guerrilheiro’ guineense da arena da luta livre na categoria de 74 quilogramas, concedeu uma entrevista [30/09/2016] ao semanário “O Democrata” para abordar o seu percurso bem como as suas conquistas no mundo da luta livre e as suas perspectivas para o futuro.
Durante a entrevista, Midana contou que conquistou até aqui 16 medalhas para a Guiné-Bissau, das quais, dez (10) de Ouro, três (3) de Prata e três (3) de Bronze. Acrescentou ainda que luta há muito tempo, recebendo apenas um ‘Obrigado’, mas pediu as autoridades para verem os seus resultados e que tente ser justo.
“Eu consegui esses feitos para o Estado da Guiné-Bissau. O que é que o Governo fez por mim? Nada até aqui… Não estou aqui a pedir milhões, mas que, pelo menos, haja uma justiça entre os desportistas, porque não pode haver o mais importante e o menos importante. O que país pode exigir são os resultados, mas nós conseguimos os resultados que o povo guineense podia exigir, sem nenhum apoio e a custa de grandes sacrifícios”, espelhou o rei de arena da luta livre.
Explicou ainda que neste momento deveria começar a preparar-se para defender o título de campeão africano da luta livre em 2017, mas até agora não conseguiu tratar a sua lesão.
“Como vou defender esse título?! Tenho lesões na clavícula direita desde antes dos Jogos Olímpicos, até agora não consegui o tratamento. A ideia era que a federação internacional da luta livre assumisse o meu tratamento, mas não consegui tratar-me e fui para os Jogos Olímpicos. A responsabilidade agora é do Comité Olímpico, de assumir o meu tratamento, mas nada até agora. Se o Comité Olímpico não conseguir ajudar-me, então falarei com um meu amigo, no Senegal e talvez ele possa ajudar-me”, assegurou.
O Democrata (OD): Onde nasceu Augusto Midana?
AUGUSTO MIDANA (AM): Nasci no sector de Nhacra, numa tabanca chamada Sucuto, mas nós balantas a chamamos de “Tsucutu”, onde cresci e vivo até hoje.
Estudei até 4ª classe em Nhacra, mas quando comecei a estudar 5ª classe, faleceu o meu tio – irmão mais novo do meu pai. Na nossa tradição, naquelas circunstâncias fazia-se a lavagem de casa, na base da referida cerimónia – entrei na luta.
A primeira pessoa que me descobriu ou melhor que viu em mim uma potência foi um senhor chamado “Nelo”. Na altura, organizou-se um evento de luta aqui em Bissau, no bairro de Quelélé. Um jovem que veio de Bafatá, o ‘Nhamma’, e por coincidência somos sobrinhos da mesma tabanca.
Nhamma derrotou os meus colegas na luta. Os meus colegas pensaram logo numa pessoa que pudesse vencer e convencê-lo. Concluíram que eu era a pessoa certa para fazer frente ao bravo Nhamma.
Foram procurar-me na nossa aldeia, mas a partida não me encontraram em casa. Encontraram-me mais tarde e trouxeram-me para Bissau. Lutei com Nhamma e felizmente saí como vencedor. Daí descobriram-me como um grande lutador.
A minha primeira saída como lutador foi para Ziguinchor, Senegal. Venci todos os combates que disputei no solo senegalês na altura. Naquele período, o meu falecido irmão também lutava e era grande lutador.
OD: Achava que a luta seria um caminho para a sua ascensão no mundo do desporto?
AM: Não esperava que pudesse conseguir os feitos que estou a exibir agora. Mas eu tinha a minha determinação em prosseguir, tendo em conta o meu talento. Antes de iniciar a minha carreira, muitos colegas meus seguiram o mesmo caminho, mas acabaram por desistir devido ao sacrifício enorme que há nessa caminhada. Eu tenho a minha determinação e decidi enfrentar os obstáculos, por isso consegui chegar ao nível onde estou hoje.
OD: Nhacra é o lugar de onde saem mais lutadores no país?AM: Posso dizer que sim, mas não é superior às outras localidades. Antes havia grandes lutadores como Talata Embaló e N’Palmutcha, ambos eram grandes lutadores. Claro que agora as pessoas podem falar de Nhacra, porque todo o mundo fala de Augusto Midana. Mas não significa que Nhacra seja melhor na luta em relação às outras localidades da Guiné-Bissau.
Se a Guiné-Bissau organizasse eventos de luta livre como o Senegal, certamente que veríamos que o país tem muitos e bons lutadores, tanto em Nhacra, nas regiões e até mesmo aqui em Bissau. Nas tabancas, as pessoas lutam sem receber um tostão. Fazem tudo com grande prazer.
OD: Como é que Augusto Midana sente-se agora no seio da sociedade de Nhacra, em relação aos tempos passados?
AM: Sinto-me bem, porque na primeira vez que fui recebido de uma forma calorosa no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, após ter conquistado o meu título de tricampeão africano, muitas pessoas deixaram os seus afazeres em Nhacra e vieram juntar-se a mim naquele dia tão especial. Foi um momento inédito na minha vida e na minha careira como atleta.
OD: Já se sentiu que a sua dimensão ultrapassa a vila de Nhacra?AM: Não! Jamais vou ultrapassar Nhacra, talvez morto. Acho que nunca vou ultrapassar Nhacra, porque percebi que cheguei onde estou hoje através dos nhacrenses. E o nome que estou a ter hoje é graças a eles.
Mas no que concerne a fama, Augusto Midana tem uma dimensão internacional. Mereço um enorme respeito entre meus colegas assim como de cidadãos comuns. Garanto que o respeito que tenho fora do país é maior que o que tenho na Guiné-Bissau.
No Senegal por exemplo, chamam-me de campeão…campeão, mas sou campeão de nada!
OD: Augusto Midana faz alguma coisa além de luta?
AM: Além de luta livre, também sou camponês. Nunca abandono a minha actividade agrícola, a minha segunda profissão. Vejam só as minhas mãos como estão calejadas devido prática de lavoura antes da minha participação nas olimpíadas do Brasil.
Se tivesse meios, talvez não estaria a praticar lavoura com minhas próprias mãos, talvez contratasse pessoas para o efeito, mas como não tenho dinheiro tenho que assumir o cultivo do meu campo. Até na véspera da nossa ida ao Brasil estive no meu campo, cultivando.
Mas se tivesse meios, certamente que concentrar-me-ia apenas nos treinos e não no meu campo. Mas como estou sem meios financeiros, sou obrigado a ficar na lavoura.
OD: Onde conquistou a sua primeira medalha?
AM: Conquistei a minha primeira medalha [Prata] no Níger, em 2006, numa competição da francofonia. Na altura viajei junto com o Vitorino Cassamá que era o presidente da federação da luta livre.
Antes de conquistar a minha primeira medalha, sentia uma enorme vontade de representar condignamente o meu país como tenho feito até hoje. E amanhã continuarei a fazer o mesmo por amor a Guiné-Bissau.
Quando perco um combate fico muito triste. Às vezes, antes das competições não consigo comer, tudo pela força e vontade de representar o nosso país. Sempre jurei defender a bandeira nacional nas arenas internacionais.
OD: Foi essa primeira medalha de Prata em Níger que lançou Augusto Midana no mundo da luta livre?
AM: Foi sim! Porque a conquista daquela primeira medalha deu-me uma alegria tremenda. Naquele dia senti-me confiante de poder dar algo mais ao país, na modalidade de luta. O mesmo feito de Níger fez os responsáveis do Comité Olímpico da Guiné-Bissau acreditarem em mim e concederam-me uma bolsa olímpica para o centro de alto rendimento de Thiès – Senegal, onde, com os treinos tornei-me no Augusto Midana que as pessoas conhecem hoje.
OD: Qual é sua relação com outros lutadores africanos?
AM: Tenho uma boa relação com quase todos os atletas africanos, todos querem aproximar-se de mim. Por exemplo, se nos vemos num restaurante vivemos momentos de harmonia, incluindo o grande atleta nigeriano com o qual tive vários combates. Mas a minha aproximação aos meus colegas deve-se em parte ao meu treinador. Tenho uma relação saudável com os lutadores do nosso continente, sejam egípcios ou seja, com todos da arena africana.
Até alguns têm seguranças ou guardas, mas eu acredito que Deus é minha segurança.
OD: Qual é o treinador que teve influência na careira de Midana, seja nacional ou internacional?
AM: No país, Aristóteles Soares da Gama (Tótó) era o meu treinador. Até me hospedava na sua residência e dava-me de comer antes de deixar a Guiné-Bissau para ingressar ao centro de alto rendimento de Thiès no Senegal. Ele influenciou bastante na minha evolução como atleta. Actualmente a minha treinadora é a Leopoldina Ross Dayves.
OD: Lutava com Tótó no momento de preparação. Será que consegue lutar também nos treinos com Ross sem dificuldades?
AM: Ela tem enfrentado muitas dificuldades, porque o meu nível actual é diferente do da Ross. Ela é treinadora e devo respeitá-la e ouvir as suas orientações. Devo ouví-la e ela a mim, mas na verdade o meu nível é superior ao dela.
OD: Augusto Midana é hoje um atleta internacional de um nível muito alto, com uma treinadora de um nível inferior. Não dificulta seu trabalho?AM: Claro que dificulta os meus trabalhos!
OD: A Ross foi sua escolha ou foi indicada pela federação de luta?
AM: Não foi minha escolha. Ela foi praticante da modalidade de luta. Mas a luta actualmente é diferente do passado. Agora precisa pesquisar muito para saber do nível dos outros atletas.
OD: A mudança de treinador, de Tótó para Ross, não influenciou o seu desempenho nos jogos olímpicos?AM: Não! Mesmo que tendo um bom treinador, se ficarmos num único lugar, nunca seremos bons atletas. É importante ter contactos com outros atletas. Imagine aqui na Guiné-Bissau, não tenho nenhum atleta do meu nível para poder sondar o meu nível.
Mesmo se Tótó e Ross fossem bons treinadores, se eu não conseguisse manter contactos com outros atletas do meu nível e saber do nível onde estou, não seria tão bom atleta na modalidade. Outra coisa é que eu estava no Senegal, longe de Ross e Tótó, mas o problema era um parceiro com quem pudesse fazer um estágio antes das olimpíadas do Brasil. Foi isso que aconteceu comigo. Não tive um parceiro (partenaire) com quem fizesse o meu estágio.
Treino com Quintino Ntipe, mas já nos conhecemos. Assim os treinos não têm piada. Há toda a necessidade de fazer combates-treino com outros atletas de outros países.
OD: Quais são os ganhos que Augusto Midana teve até aqui?
AM: A minha mãe pediu-me para deixar de lutar, porque para nós balantas, é complicado quando vêm uma pessoa como Midana a ter êxitos internacionais sem nenhum ganho. Alguns familiares podem pensar que apenas a minha mãe que está a beneficiar dos meus ganhos. E isto provoca mal-estar no seio da família. Por isso ela é da opinião que eu pare de lutar, porque não ganho nada na luta.
Há muita gente que sabe lutar muito bem, mas abdicaram da luta, porque não ganham nada. Eu sou da opinião de que mesmo que custe a minha vida, vou lutar. Mas quero que a minha família beneficie do meu trabalho.
A minha mãe sempre insistiu que eu deixasse de lutar, porque não vê nada de ganhos na luta.
Não conseguiu oferecer nada ao meu falecido irmão com profissão de luta livre ao serviço da Guiné-Bissau. Imagine! Até sou obrigado a pedir empréstimos à minha mãe para resolver os meus assuntos particulares. Recentemente ela emprestou-me 100 000 (cem mil) francos CFA.
“Pare de lutar, porque você não faz nada para mim e toda família pensa que fazes tudo só para mim. Mas não como nada de ti. Eu trabalho com as minhas mãos” – oiçosempre essas palavras da minha mãe, e ela tem toda a razão.
A minha mãe arruma areia, cultiva inhame e explora a lenha para ganhar o seu dinheiro. O exemplo disso foi o dinheiro que lhe pedi emprestado. É da sua exploração de areia.
OD: Augusto Midana é tricampeão africano e com muitas mais medalhas. Quanto custa, em termos monetários, cada medalha arrecadada pelo país?
AM: O país não me dá nada… o país não me dá nada! Apenas lutamos por amor a pátria. Nós atletas da luta livre, antes das competições temos que fazer um regime alimentar para baixar o peso. Talvez se o país desse um pouco de dinheiro de bolso (perdiem) quando fossemos competir, talvez isso facilitasse o regime de subir e baixar de peso. O meu peso normal é 78 a 79kg, às vezes chego aos 80. Quando assim é, sou obrigado a baixar quatro ou cinco quilos antes das competições para estar nos 74 quilos que correspondem à minha categoria. O nosso peso é confirmado na tarde da véspera do combate.
O meu irmão mais novo, Quintino Midana, chegou a descer o seu peso dez quilos, mas no caso de nós atletas da Guiné-Bissau, muitas vezes não conseguimos meios financeiros para podermos fazer uma recuperação adequada de pesos perdidos.
Chegamos ao ponto de beber água para poder competir no dia seguinte. E atenção, a luta livre tem três partes de três – três minutos. Nós, atletas da Guiné-Bissau, sempre quando chegamos a última parte dos combates sentimo-nos fracos devido a má alimentação… ficamos sem forças nos braços e nas pernas.
OD: Tem a noção dos feitos que conseguiu para a Guiné-Bissau. Sente-se reconhecido pelas autoridades nacionais?
AM: Não me sinto reconhecido como uma pessoa que trouxe medalhas de Ouro para o país, ou melhor, que levou a bandeira da Guiné-Bissau para o mundo fora. Eu sou o tricampeão africano da luta livre na categoria de 74 quilogramas, mas não sou reconhecido no meu próprio país. É impossível comparar a vida que os meus colegas lutadores levam nos seus respectivos países com a vida que levo.
Sinto-me triste e até envergonhado de apresentar-me perante a minha família e perante os meus próprios colegas de profissão. Aliás, eles levam uma vida melhor que a que levo. Confesso que essa situação toda deixa-me muito triste. Mas o que me leva a dedicar-me à luta é o amor pela minha pátria e a paixão que sinto pela luta livre. Sei que não me reconhecem pelos esforços consentidos ou pelos feitos obtidos em nome da Guiné-Bissau.
Eu não gosto de falar muito e, particularmente de criticar as pessoas, porque os guineenses são difíceis e qualquer coisa é interpretada de várias formas. Sabe que nós africanos somos ‘complicados’, aliás, não temos a ousadia de encarrar a verdade. Sinto-me muito mal com a situação que estou a enfrentar, por isso não me apetece apresentar-me com o nome de campeão perante as pessoas.
Digo apenas as pessoas que o meu nome é Augusto, sem acresentar ‘Midana’… às vezes apresento-me com o nome de ‘Binghaté’, que é o nome da tabanca. Sou tricampeão africano da luta livre em nome da Guiné-Bissau e não é em nome da Nhacra ou da minha tabanca Sucuto. Mereço ser valorizado como um combatente que luta para erguer a bandeira da Guiné-Bissau no mundo. Aliás, qualquer pessoa que luta na sua área profissional para representar o nosso país com a dignidade merece ser respeitada e valorizada.
OD: Conseguiu grandes feitos na África e uma boa posição no mundo da luta livre. Chegou a ser recebido por altos dirigentes do país para falar sobre as suas conquistas?AM: Nunca. Lembro-me apenas que fui convidado recentemente para tomar parte no jantar promovido pelo Presidente da República, José Mário Vaz, no âmbito da comemoração de 24 de Setembro, data da proclamação de independência. O Presidente perguntou-me naquela ocasião se eu não queria ter uma audiência com ele, respondi-lhe que queria.
O Presidente disse-me que há muito tempo que queria ver-me. Disse-lhe que também andei atrás dele, mas não consegui. Espero que ainda haja a possibilidade de conseguir uma audiência com o Presidente da República, José Mário Vaz. Não estou a pedir nada à ninguém, mas a única coisa que exijo que nos tratem com honra e dignidade, como combatentes que lutam para erguer a bandeira da Guiné-Bissau no mundo, porque merecemos e a prova disso são as nossas conquistas. Elas falam por nós.
OD: A promessa das autoridades de construir uma casa para si e estabelecer um salário base já foi materializada?
AM: Até neste momento que estamos a falar, tudo não passa de uma simples promessa. Eu acho que pode ser concretizado, mas até agora nada ainda. Antes do Governo de Carlos Correia, que formalmente tomou a iniciativa que construir-me-ia uma casa e estabelecer-me-ia um salário base.
Não é a primeira vez que o governo compromete-se em fazer isto e mais aquilo… já nos habituamos às promessas. Lembro-me que tínhamos assinado um contrato com o governo no último mandato do Presidente Nino Vieira, onde o governo comprometia-se em estabelecer um salário base para pagar.
Assinamos o contrato com muitas esperanças que passaríamos a receber um salário no final de cada mês, o que nos permitiria resolver alguns assuntos da família. A pessoa que tinha esse dossiê acabou por falecer e todo o sonho foi com ele. Era um homem chamado de ‘Bela’, ocupava um cargo no Comité Olímpico, mas também foi designado como chefe da delegação Olímpica no ano 2008. Foi ele quem fez ‘finca-pé’ para que pudessemos ter um salário mensal, mas infelizmente morreu e a iniciativa foi com ele.
O Governo de Eng. Carlos Correia tomou a iniciativa, na reunião do Conselho dos Ministros, que construir-me-ia uma casa e até estabeleceram-me um salário mensal de um milhão de Francos CFA. Apesar de toda aquela euforia na altura, ninguém comunicou-se comigo para informar daquela iniciativa do governo. Eu vi a notícia na internet em Dakar e fiquei a espera de uma comunicação oficial sobre a referida decisão.
O antigo Secretário de Estado da Juventude, Cultura e dos Desportos, Francisco Conduto de Pina, foi uma das pessoas que se comprometera também nesta história de implementar um salário para mim, bem como a construção de uma casa. Lembro-me que uma vez o Conduto perguntou-me se tinha energia eléctrica em casa, respondi-lhe que não.
Ele prometeu que ia providenciar a instalação de um painel solar na minha casa em Socuto, infelizmente não chegou a concretizar a promessa. Sobre o salário, pediram-me o número da minha conta em Dakar, de forma a poder enviar-me o salário mensalmente através daquela conta. Tudo isso não passou de promessa. Não sei se se concretizará ou não.
Os amigos, famílias e conhecidos ligavam-me para felicitar e até há os que pensam que já comecei a ganhar aquele dinheiro. Confesso que até agora não recebi nem 25 xof. Aliás, não recebo nada do Estado da Guiné-Bissau como salário ou subsídio mensal, como uma pessoa que se esforça para representar o país com honra e dignidade pelo mundo fora.
Hoje não se pode falar da luta livre na África e no mundo sem mencionar o nome da Guiné-Bissau. Isso foi graças ao Augusto Midana, tricampeão africano da luta livre. Consegui para a Guiné-Bissau 16 medalhas, das quais, 10 (dez) de ouro, 3 (três) de prata e 3 (três) de bronze.
Consegui esses feitos para o Estado da Guiné-Bissau. O que é que o Governo fez para mim, nada até aqui… Não estou aqui a pedir milhões, mas sim pedir que pelo menos haja uma justiça para os desportistas, porque não pode haver um que seja mais ou menos importante. O que país deve exigir são os resultados. Nós conseguimos os resultados que o povo guineense poderia exigir, sem nenhum apoio e à custa de grandes sacrifícios.
Nós já conseguimos medalhas de ouro, prata e bronze. Conseguimos títulos de melhor em África na nossa modalidade. A única coisa que queremos é um tratamento igual, porque merecemos. Somos campeões de Africa da Luta Livre três vezes consecutivas.
Estou cá a pensar nos próximos jogos africanos de 2017, sobretudo para defender o título.
Como vou defender esse título? Tenho lesões na clavícula direita desde antes dos Jogos Olímpicos do Brasil, até agora não consegui ainda um tratamento. A ideia era que a federação internacional da luta livre assumisse o meu tratamento, mas não consegui tratar-me e fui aos Jogos. A responsabilidade de assumir o meu tratamento agora é do Comité Olímpico, mas nada até agora. Se o Comité Olímpico não conseguir ajudar-me, então falarei com o meu amigo no Senegal e talvez ele possa ajudar-me.
Preciso tratar-me e prosseguir com os treinos de preparação. Preciso buscar um parceiro para treinos que corresponda ao meu nível. Treino com uma única pessoa no centro olímpico de Thiès, mas a regra recomenda variar os parceiros.
Eu teria que deslocar-me sempre de um lugar para outro para a preparação, mas o governo guineense não me proporcionou essas condições. Estou aqui a conduzir uma motorizada (TVS), sem seguro de vida.
OD: O seu título de tricampeão africano de luta livre valeu-lhe uma motorizada TVS?
AM: Até agora não recebi nada do Governo da Guiné-Bissau. A motorizada que conduzo é do meu irmão. Ele é que ma empresta para poder movimentar-me e resolver alguns assuntos no centro da cidade. Eu vivo em Nhacra e concretamente na aldeia de Socuto, portanto peço-lhe que ma empreste sempre que pretendo vir à Bissau.
OD: Acha que com o seu título de tricampeão africano de luta livre é normal pedir esmola…
AM: Não é normal pedir esmola para viver, muito menos para tratamento médico. Acho que mereço um tratamento condigno, porque sou um lutador. Luto para dignificar o país, luto para honrar o nome da minha família. Sinto-me como um combatente que luta para o bem-estar do seu país.
OD: Sente-se explorado pelas pessoas que ganham alguma coisa em nome de Augusto Midana?AM: Sim, eu sinto que estou a ser explorado pelas pessoas que nos representam. Não sabemos o montante real disponibilizado pelas autoridades para nos apoiar. A única coisa que sabemos é que, se nos entregam 100 mil Francos CFA é porque levantaram um valor muito superior daquilo que nos deram. Imaginem, como campeão não tenho nada. São os meus colegas (adversários) que derroto em combates que me convidam para sair, depois dos combates, mas eu não posso convidar ninguém, porque não tenho nada.
Luto pela minha pátria, sobretudo para defender a bandeira e o nome do meu país. Quero advertir às pessoas, que eu, Augusto Midana, estou a tolerar muitas coisas… isso não significa que não sei nada, ou seja, que porque vim do interior, não percebo nada. A luta livre é a minha paixão, eu amo a minha terra. Portanto vou combater e honrar o nome da Guiné-Bissau até ao fim da minha vida.
Não pedi nada a ninguém e a única coisa que peço é que me tratem com dignidade e honra. Eu mereço isso, porque represento o país com suor e sacrifício. É urgente que se comece a pensar no desporto da Guiné-Bissau em geral, sobretudo em criar condições necessárias para os desportistas. Os jovens estão a crescer na modalidade da luta livre, portanto é bom que se comece a reorganizar para evitar que as situações deste género se repitam.
Se nos organizarmos melhor, podem surgir mais Augusto’s Midana’s e quiçá, atletas com mais qualidades que o Augusto. Mas isso faz-se com organização e respeito. Tínhamos Talata Embaló e N’Palmutcha e hoje estamos a falar de Augusto Midana. Se não houver condições e dignificação de atletas, eu não acredito que possa haver novos Augustos. Hoje todos nós vemos muito longe, particularmente os jovens que estão a crescer. Jamais ninguém lutará para obter o pago de ‘Obrigado’.
Há muitos anos que estou a combater por ‘Obrigado’. É verdade que sou guineense e que estou a defender o meu país, mas também a maior verdade é que tenho família. Tenho que lutar para o futuro dos meus filhos.
NB: continua na próxima edição…
Por: Assana Sambú/Sene Camará
Foto: Marcelo N’Canha Na Ritche
Durante a entrevista, Midana contou que conquistou até aqui 16 medalhas para a Guiné-Bissau, das quais, dez (10) de Ouro, três (3) de Prata e três (3) de Bronze. Acrescentou ainda que luta há muito tempo, recebendo apenas um ‘Obrigado’, mas pediu as autoridades para verem os seus resultados e que tente ser justo.
“Eu consegui esses feitos para o Estado da Guiné-Bissau. O que é que o Governo fez por mim? Nada até aqui… Não estou aqui a pedir milhões, mas que, pelo menos, haja uma justiça entre os desportistas, porque não pode haver o mais importante e o menos importante. O que país pode exigir são os resultados, mas nós conseguimos os resultados que o povo guineense podia exigir, sem nenhum apoio e a custa de grandes sacrifícios”, espelhou o rei de arena da luta livre.
Explicou ainda que neste momento deveria começar a preparar-se para defender o título de campeão africano da luta livre em 2017, mas até agora não conseguiu tratar a sua lesão.
“Como vou defender esse título?! Tenho lesões na clavícula direita desde antes dos Jogos Olímpicos, até agora não consegui o tratamento. A ideia era que a federação internacional da luta livre assumisse o meu tratamento, mas não consegui tratar-me e fui para os Jogos Olímpicos. A responsabilidade agora é do Comité Olímpico, de assumir o meu tratamento, mas nada até agora. Se o Comité Olímpico não conseguir ajudar-me, então falarei com um meu amigo, no Senegal e talvez ele possa ajudar-me”, assegurou.
O Democrata (OD): Onde nasceu Augusto Midana?
AUGUSTO MIDANA (AM): Nasci no sector de Nhacra, numa tabanca chamada Sucuto, mas nós balantas a chamamos de “Tsucutu”, onde cresci e vivo até hoje.
Estudei até 4ª classe em Nhacra, mas quando comecei a estudar 5ª classe, faleceu o meu tio – irmão mais novo do meu pai. Na nossa tradição, naquelas circunstâncias fazia-se a lavagem de casa, na base da referida cerimónia – entrei na luta.
A primeira pessoa que me descobriu ou melhor que viu em mim uma potência foi um senhor chamado “Nelo”. Na altura, organizou-se um evento de luta aqui em Bissau, no bairro de Quelélé. Um jovem que veio de Bafatá, o ‘Nhamma’, e por coincidência somos sobrinhos da mesma tabanca.
Nhamma derrotou os meus colegas na luta. Os meus colegas pensaram logo numa pessoa que pudesse vencer e convencê-lo. Concluíram que eu era a pessoa certa para fazer frente ao bravo Nhamma.
Foram procurar-me na nossa aldeia, mas a partida não me encontraram em casa. Encontraram-me mais tarde e trouxeram-me para Bissau. Lutei com Nhamma e felizmente saí como vencedor. Daí descobriram-me como um grande lutador.
A minha primeira saída como lutador foi para Ziguinchor, Senegal. Venci todos os combates que disputei no solo senegalês na altura. Naquele período, o meu falecido irmão também lutava e era grande lutador.
OD: Achava que a luta seria um caminho para a sua ascensão no mundo do desporto?
AM: Não esperava que pudesse conseguir os feitos que estou a exibir agora. Mas eu tinha a minha determinação em prosseguir, tendo em conta o meu talento. Antes de iniciar a minha carreira, muitos colegas meus seguiram o mesmo caminho, mas acabaram por desistir devido ao sacrifício enorme que há nessa caminhada. Eu tenho a minha determinação e decidi enfrentar os obstáculos, por isso consegui chegar ao nível onde estou hoje.
OD: Nhacra é o lugar de onde saem mais lutadores no país?AM: Posso dizer que sim, mas não é superior às outras localidades. Antes havia grandes lutadores como Talata Embaló e N’Palmutcha, ambos eram grandes lutadores. Claro que agora as pessoas podem falar de Nhacra, porque todo o mundo fala de Augusto Midana. Mas não significa que Nhacra seja melhor na luta em relação às outras localidades da Guiné-Bissau.
Se a Guiné-Bissau organizasse eventos de luta livre como o Senegal, certamente que veríamos que o país tem muitos e bons lutadores, tanto em Nhacra, nas regiões e até mesmo aqui em Bissau. Nas tabancas, as pessoas lutam sem receber um tostão. Fazem tudo com grande prazer.
OD: Como é que Augusto Midana sente-se agora no seio da sociedade de Nhacra, em relação aos tempos passados?
AM: Sinto-me bem, porque na primeira vez que fui recebido de uma forma calorosa no Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, após ter conquistado o meu título de tricampeão africano, muitas pessoas deixaram os seus afazeres em Nhacra e vieram juntar-se a mim naquele dia tão especial. Foi um momento inédito na minha vida e na minha careira como atleta.
OD: Já se sentiu que a sua dimensão ultrapassa a vila de Nhacra?AM: Não! Jamais vou ultrapassar Nhacra, talvez morto. Acho que nunca vou ultrapassar Nhacra, porque percebi que cheguei onde estou hoje através dos nhacrenses. E o nome que estou a ter hoje é graças a eles.
Mas no que concerne a fama, Augusto Midana tem uma dimensão internacional. Mereço um enorme respeito entre meus colegas assim como de cidadãos comuns. Garanto que o respeito que tenho fora do país é maior que o que tenho na Guiné-Bissau.
No Senegal por exemplo, chamam-me de campeão…campeão, mas sou campeão de nada!
OD: Augusto Midana faz alguma coisa além de luta?
AM: Além de luta livre, também sou camponês. Nunca abandono a minha actividade agrícola, a minha segunda profissão. Vejam só as minhas mãos como estão calejadas devido prática de lavoura antes da minha participação nas olimpíadas do Brasil.
Se tivesse meios, talvez não estaria a praticar lavoura com minhas próprias mãos, talvez contratasse pessoas para o efeito, mas como não tenho dinheiro tenho que assumir o cultivo do meu campo. Até na véspera da nossa ida ao Brasil estive no meu campo, cultivando.
Mas se tivesse meios, certamente que concentrar-me-ia apenas nos treinos e não no meu campo. Mas como estou sem meios financeiros, sou obrigado a ficar na lavoura.
OD: Onde conquistou a sua primeira medalha?
AM: Conquistei a minha primeira medalha [Prata] no Níger, em 2006, numa competição da francofonia. Na altura viajei junto com o Vitorino Cassamá que era o presidente da federação da luta livre.
Antes de conquistar a minha primeira medalha, sentia uma enorme vontade de representar condignamente o meu país como tenho feito até hoje. E amanhã continuarei a fazer o mesmo por amor a Guiné-Bissau.
Quando perco um combate fico muito triste. Às vezes, antes das competições não consigo comer, tudo pela força e vontade de representar o nosso país. Sempre jurei defender a bandeira nacional nas arenas internacionais.
OD: Foi essa primeira medalha de Prata em Níger que lançou Augusto Midana no mundo da luta livre?
AM: Foi sim! Porque a conquista daquela primeira medalha deu-me uma alegria tremenda. Naquele dia senti-me confiante de poder dar algo mais ao país, na modalidade de luta. O mesmo feito de Níger fez os responsáveis do Comité Olímpico da Guiné-Bissau acreditarem em mim e concederam-me uma bolsa olímpica para o centro de alto rendimento de Thiès – Senegal, onde, com os treinos tornei-me no Augusto Midana que as pessoas conhecem hoje.
OD: Qual é sua relação com outros lutadores africanos?
AM: Tenho uma boa relação com quase todos os atletas africanos, todos querem aproximar-se de mim. Por exemplo, se nos vemos num restaurante vivemos momentos de harmonia, incluindo o grande atleta nigeriano com o qual tive vários combates. Mas a minha aproximação aos meus colegas deve-se em parte ao meu treinador. Tenho uma relação saudável com os lutadores do nosso continente, sejam egípcios ou seja, com todos da arena africana.
Até alguns têm seguranças ou guardas, mas eu acredito que Deus é minha segurança.
OD: Qual é o treinador que teve influência na careira de Midana, seja nacional ou internacional?
AM: No país, Aristóteles Soares da Gama (Tótó) era o meu treinador. Até me hospedava na sua residência e dava-me de comer antes de deixar a Guiné-Bissau para ingressar ao centro de alto rendimento de Thiès no Senegal. Ele influenciou bastante na minha evolução como atleta. Actualmente a minha treinadora é a Leopoldina Ross Dayves.
OD: Lutava com Tótó no momento de preparação. Será que consegue lutar também nos treinos com Ross sem dificuldades?
AM: Ela tem enfrentado muitas dificuldades, porque o meu nível actual é diferente do da Ross. Ela é treinadora e devo respeitá-la e ouvir as suas orientações. Devo ouví-la e ela a mim, mas na verdade o meu nível é superior ao dela.
OD: Augusto Midana é hoje um atleta internacional de um nível muito alto, com uma treinadora de um nível inferior. Não dificulta seu trabalho?AM: Claro que dificulta os meus trabalhos!
OD: A Ross foi sua escolha ou foi indicada pela federação de luta?
AM: Não foi minha escolha. Ela foi praticante da modalidade de luta. Mas a luta actualmente é diferente do passado. Agora precisa pesquisar muito para saber do nível dos outros atletas.
OD: A mudança de treinador, de Tótó para Ross, não influenciou o seu desempenho nos jogos olímpicos?AM: Não! Mesmo que tendo um bom treinador, se ficarmos num único lugar, nunca seremos bons atletas. É importante ter contactos com outros atletas. Imagine aqui na Guiné-Bissau, não tenho nenhum atleta do meu nível para poder sondar o meu nível.
Mesmo se Tótó e Ross fossem bons treinadores, se eu não conseguisse manter contactos com outros atletas do meu nível e saber do nível onde estou, não seria tão bom atleta na modalidade. Outra coisa é que eu estava no Senegal, longe de Ross e Tótó, mas o problema era um parceiro com quem pudesse fazer um estágio antes das olimpíadas do Brasil. Foi isso que aconteceu comigo. Não tive um parceiro (partenaire) com quem fizesse o meu estágio.
Treino com Quintino Ntipe, mas já nos conhecemos. Assim os treinos não têm piada. Há toda a necessidade de fazer combates-treino com outros atletas de outros países.
OD: Quais são os ganhos que Augusto Midana teve até aqui?
AM: A minha mãe pediu-me para deixar de lutar, porque para nós balantas, é complicado quando vêm uma pessoa como Midana a ter êxitos internacionais sem nenhum ganho. Alguns familiares podem pensar que apenas a minha mãe que está a beneficiar dos meus ganhos. E isto provoca mal-estar no seio da família. Por isso ela é da opinião que eu pare de lutar, porque não ganho nada na luta.
Há muita gente que sabe lutar muito bem, mas abdicaram da luta, porque não ganham nada. Eu sou da opinião de que mesmo que custe a minha vida, vou lutar. Mas quero que a minha família beneficie do meu trabalho.
A minha mãe sempre insistiu que eu deixasse de lutar, porque não vê nada de ganhos na luta.
Não conseguiu oferecer nada ao meu falecido irmão com profissão de luta livre ao serviço da Guiné-Bissau. Imagine! Até sou obrigado a pedir empréstimos à minha mãe para resolver os meus assuntos particulares. Recentemente ela emprestou-me 100 000 (cem mil) francos CFA.
“Pare de lutar, porque você não faz nada para mim e toda família pensa que fazes tudo só para mim. Mas não como nada de ti. Eu trabalho com as minhas mãos” – oiçosempre essas palavras da minha mãe, e ela tem toda a razão.
A minha mãe arruma areia, cultiva inhame e explora a lenha para ganhar o seu dinheiro. O exemplo disso foi o dinheiro que lhe pedi emprestado. É da sua exploração de areia.
OD: Augusto Midana é tricampeão africano e com muitas mais medalhas. Quanto custa, em termos monetários, cada medalha arrecadada pelo país?
AM: O país não me dá nada… o país não me dá nada! Apenas lutamos por amor a pátria. Nós atletas da luta livre, antes das competições temos que fazer um regime alimentar para baixar o peso. Talvez se o país desse um pouco de dinheiro de bolso (perdiem) quando fossemos competir, talvez isso facilitasse o regime de subir e baixar de peso. O meu peso normal é 78 a 79kg, às vezes chego aos 80. Quando assim é, sou obrigado a baixar quatro ou cinco quilos antes das competições para estar nos 74 quilos que correspondem à minha categoria. O nosso peso é confirmado na tarde da véspera do combate.
O meu irmão mais novo, Quintino Midana, chegou a descer o seu peso dez quilos, mas no caso de nós atletas da Guiné-Bissau, muitas vezes não conseguimos meios financeiros para podermos fazer uma recuperação adequada de pesos perdidos.
Chegamos ao ponto de beber água para poder competir no dia seguinte. E atenção, a luta livre tem três partes de três – três minutos. Nós, atletas da Guiné-Bissau, sempre quando chegamos a última parte dos combates sentimo-nos fracos devido a má alimentação… ficamos sem forças nos braços e nas pernas.
OD: Tem a noção dos feitos que conseguiu para a Guiné-Bissau. Sente-se reconhecido pelas autoridades nacionais?
AM: Não me sinto reconhecido como uma pessoa que trouxe medalhas de Ouro para o país, ou melhor, que levou a bandeira da Guiné-Bissau para o mundo fora. Eu sou o tricampeão africano da luta livre na categoria de 74 quilogramas, mas não sou reconhecido no meu próprio país. É impossível comparar a vida que os meus colegas lutadores levam nos seus respectivos países com a vida que levo.
Sinto-me triste e até envergonhado de apresentar-me perante a minha família e perante os meus próprios colegas de profissão. Aliás, eles levam uma vida melhor que a que levo. Confesso que essa situação toda deixa-me muito triste. Mas o que me leva a dedicar-me à luta é o amor pela minha pátria e a paixão que sinto pela luta livre. Sei que não me reconhecem pelos esforços consentidos ou pelos feitos obtidos em nome da Guiné-Bissau.
Eu não gosto de falar muito e, particularmente de criticar as pessoas, porque os guineenses são difíceis e qualquer coisa é interpretada de várias formas. Sabe que nós africanos somos ‘complicados’, aliás, não temos a ousadia de encarrar a verdade. Sinto-me muito mal com a situação que estou a enfrentar, por isso não me apetece apresentar-me com o nome de campeão perante as pessoas.
Digo apenas as pessoas que o meu nome é Augusto, sem acresentar ‘Midana’… às vezes apresento-me com o nome de ‘Binghaté’, que é o nome da tabanca. Sou tricampeão africano da luta livre em nome da Guiné-Bissau e não é em nome da Nhacra ou da minha tabanca Sucuto. Mereço ser valorizado como um combatente que luta para erguer a bandeira da Guiné-Bissau no mundo. Aliás, qualquer pessoa que luta na sua área profissional para representar o nosso país com a dignidade merece ser respeitada e valorizada.
OD: Conseguiu grandes feitos na África e uma boa posição no mundo da luta livre. Chegou a ser recebido por altos dirigentes do país para falar sobre as suas conquistas?AM: Nunca. Lembro-me apenas que fui convidado recentemente para tomar parte no jantar promovido pelo Presidente da República, José Mário Vaz, no âmbito da comemoração de 24 de Setembro, data da proclamação de independência. O Presidente perguntou-me naquela ocasião se eu não queria ter uma audiência com ele, respondi-lhe que queria.
O Presidente disse-me que há muito tempo que queria ver-me. Disse-lhe que também andei atrás dele, mas não consegui. Espero que ainda haja a possibilidade de conseguir uma audiência com o Presidente da República, José Mário Vaz. Não estou a pedir nada à ninguém, mas a única coisa que exijo que nos tratem com honra e dignidade, como combatentes que lutam para erguer a bandeira da Guiné-Bissau no mundo, porque merecemos e a prova disso são as nossas conquistas. Elas falam por nós.
OD: A promessa das autoridades de construir uma casa para si e estabelecer um salário base já foi materializada?
AM: Até neste momento que estamos a falar, tudo não passa de uma simples promessa. Eu acho que pode ser concretizado, mas até agora nada ainda. Antes do Governo de Carlos Correia, que formalmente tomou a iniciativa que construir-me-ia uma casa e estabelecer-me-ia um salário base.
Não é a primeira vez que o governo compromete-se em fazer isto e mais aquilo… já nos habituamos às promessas. Lembro-me que tínhamos assinado um contrato com o governo no último mandato do Presidente Nino Vieira, onde o governo comprometia-se em estabelecer um salário base para pagar.
Assinamos o contrato com muitas esperanças que passaríamos a receber um salário no final de cada mês, o que nos permitiria resolver alguns assuntos da família. A pessoa que tinha esse dossiê acabou por falecer e todo o sonho foi com ele. Era um homem chamado de ‘Bela’, ocupava um cargo no Comité Olímpico, mas também foi designado como chefe da delegação Olímpica no ano 2008. Foi ele quem fez ‘finca-pé’ para que pudessemos ter um salário mensal, mas infelizmente morreu e a iniciativa foi com ele.
O Governo de Eng. Carlos Correia tomou a iniciativa, na reunião do Conselho dos Ministros, que construir-me-ia uma casa e até estabeleceram-me um salário mensal de um milhão de Francos CFA. Apesar de toda aquela euforia na altura, ninguém comunicou-se comigo para informar daquela iniciativa do governo. Eu vi a notícia na internet em Dakar e fiquei a espera de uma comunicação oficial sobre a referida decisão.
O antigo Secretário de Estado da Juventude, Cultura e dos Desportos, Francisco Conduto de Pina, foi uma das pessoas que se comprometera também nesta história de implementar um salário para mim, bem como a construção de uma casa. Lembro-me que uma vez o Conduto perguntou-me se tinha energia eléctrica em casa, respondi-lhe que não.
Ele prometeu que ia providenciar a instalação de um painel solar na minha casa em Socuto, infelizmente não chegou a concretizar a promessa. Sobre o salário, pediram-me o número da minha conta em Dakar, de forma a poder enviar-me o salário mensalmente através daquela conta. Tudo isso não passou de promessa. Não sei se se concretizará ou não.
Os amigos, famílias e conhecidos ligavam-me para felicitar e até há os que pensam que já comecei a ganhar aquele dinheiro. Confesso que até agora não recebi nem 25 xof. Aliás, não recebo nada do Estado da Guiné-Bissau como salário ou subsídio mensal, como uma pessoa que se esforça para representar o país com honra e dignidade pelo mundo fora.
Hoje não se pode falar da luta livre na África e no mundo sem mencionar o nome da Guiné-Bissau. Isso foi graças ao Augusto Midana, tricampeão africano da luta livre. Consegui para a Guiné-Bissau 16 medalhas, das quais, 10 (dez) de ouro, 3 (três) de prata e 3 (três) de bronze.
Consegui esses feitos para o Estado da Guiné-Bissau. O que é que o Governo fez para mim, nada até aqui… Não estou aqui a pedir milhões, mas sim pedir que pelo menos haja uma justiça para os desportistas, porque não pode haver um que seja mais ou menos importante. O que país deve exigir são os resultados. Nós conseguimos os resultados que o povo guineense poderia exigir, sem nenhum apoio e à custa de grandes sacrifícios.
Nós já conseguimos medalhas de ouro, prata e bronze. Conseguimos títulos de melhor em África na nossa modalidade. A única coisa que queremos é um tratamento igual, porque merecemos. Somos campeões de Africa da Luta Livre três vezes consecutivas.
Estou cá a pensar nos próximos jogos africanos de 2017, sobretudo para defender o título.
Como vou defender esse título? Tenho lesões na clavícula direita desde antes dos Jogos Olímpicos do Brasil, até agora não consegui ainda um tratamento. A ideia era que a federação internacional da luta livre assumisse o meu tratamento, mas não consegui tratar-me e fui aos Jogos. A responsabilidade de assumir o meu tratamento agora é do Comité Olímpico, mas nada até agora. Se o Comité Olímpico não conseguir ajudar-me, então falarei com o meu amigo no Senegal e talvez ele possa ajudar-me.
Preciso tratar-me e prosseguir com os treinos de preparação. Preciso buscar um parceiro para treinos que corresponda ao meu nível. Treino com uma única pessoa no centro olímpico de Thiès, mas a regra recomenda variar os parceiros.
Eu teria que deslocar-me sempre de um lugar para outro para a preparação, mas o governo guineense não me proporcionou essas condições. Estou aqui a conduzir uma motorizada (TVS), sem seguro de vida.
OD: O seu título de tricampeão africano de luta livre valeu-lhe uma motorizada TVS?
AM: Até agora não recebi nada do Governo da Guiné-Bissau. A motorizada que conduzo é do meu irmão. Ele é que ma empresta para poder movimentar-me e resolver alguns assuntos no centro da cidade. Eu vivo em Nhacra e concretamente na aldeia de Socuto, portanto peço-lhe que ma empreste sempre que pretendo vir à Bissau.
OD: Acha que com o seu título de tricampeão africano de luta livre é normal pedir esmola…
AM: Não é normal pedir esmola para viver, muito menos para tratamento médico. Acho que mereço um tratamento condigno, porque sou um lutador. Luto para dignificar o país, luto para honrar o nome da minha família. Sinto-me como um combatente que luta para o bem-estar do seu país.
OD: Sente-se explorado pelas pessoas que ganham alguma coisa em nome de Augusto Midana?AM: Sim, eu sinto que estou a ser explorado pelas pessoas que nos representam. Não sabemos o montante real disponibilizado pelas autoridades para nos apoiar. A única coisa que sabemos é que, se nos entregam 100 mil Francos CFA é porque levantaram um valor muito superior daquilo que nos deram. Imaginem, como campeão não tenho nada. São os meus colegas (adversários) que derroto em combates que me convidam para sair, depois dos combates, mas eu não posso convidar ninguém, porque não tenho nada.
Luto pela minha pátria, sobretudo para defender a bandeira e o nome do meu país. Quero advertir às pessoas, que eu, Augusto Midana, estou a tolerar muitas coisas… isso não significa que não sei nada, ou seja, que porque vim do interior, não percebo nada. A luta livre é a minha paixão, eu amo a minha terra. Portanto vou combater e honrar o nome da Guiné-Bissau até ao fim da minha vida.
Não pedi nada a ninguém e a única coisa que peço é que me tratem com dignidade e honra. Eu mereço isso, porque represento o país com suor e sacrifício. É urgente que se comece a pensar no desporto da Guiné-Bissau em geral, sobretudo em criar condições necessárias para os desportistas. Os jovens estão a crescer na modalidade da luta livre, portanto é bom que se comece a reorganizar para evitar que as situações deste género se repitam.
Se nos organizarmos melhor, podem surgir mais Augusto’s Midana’s e quiçá, atletas com mais qualidades que o Augusto. Mas isso faz-se com organização e respeito. Tínhamos Talata Embaló e N’Palmutcha e hoje estamos a falar de Augusto Midana. Se não houver condições e dignificação de atletas, eu não acredito que possa haver novos Augustos. Hoje todos nós vemos muito longe, particularmente os jovens que estão a crescer. Jamais ninguém lutará para obter o pago de ‘Obrigado’.
Há muitos anos que estou a combater por ‘Obrigado’. É verdade que sou guineense e que estou a defender o meu país, mas também a maior verdade é que tenho família. Tenho que lutar para o futuro dos meus filhos.
NB: continua na próxima edição…
Por: Assana Sambú/Sene Camará
Foto: Marcelo N’Canha Na Ritche
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terça-feira, outubro 11, 2016
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