quinta-feira, 13 de outubro de 2016

CRISE POLÍTICA NA GUINÉ-BISSAU: À espera de novas de Conacri

OS principais actores políticos da Guiné-Bissau cumprem hoje a terceira e última jornada de uma reunião em Conacri, com o objectivo de encontrar uma solução à prolongada crise política que assola o país há mais de um ano.

Participam do encontro de Conacri, o presidente do Parlamento bissau-guineense, Cipriano Cassamá, representantes dos partidos com representação na Assembleia Nacional Popular (ANP), da sociedade civil e entidades religiosas.

O Primeiro-Ministro, Baciro Djá, que esteve no Macau, para o fórum de cooperação bilateral entre a China e países lusófonos, era esperado ontem na capital da Guine Conacri.

O encontro decorre sob os auspícios do Presidente conacri-guineense, Alpha Condé, um dos mediadores indicados pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) para desbloquear o impasse político em Bissau.

Desde terça-feira que os actores políticos bissau-guineenses tentam encontrar fórmulas, para a formação de um Governo inclusivo até as eleições de 2018, em conformidade com o acordo proposto pela CEDEAO e aceite por todas as partes do país lusófono.

No primeiro dia dos trabalhos, Alpha Condé afirmou que com o diálogo pretende-se reunir um consenso para a nomeação de um Primeiro-Ministro, a formação de um Governo de unidade e a restauração nos seus lugares dos 15 deputados – entre os quais Baciro Djá - expulsos pelo Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).

Na partida para Conacri, os dirigentes políticos da Guiné-Bissau acreditavam que será possível formar um Governo inclusivo que garante estabilidade até ao fim da legislatura (2018).

Mas o politólogo bissau-guineense Rui Jorge considera que "é só perda de tempo essa ida a Conacri, porque não existe vontade política para fazer as instituições funcionar, a única forma que eu vejo como uma saída não uma panaceia, para resolver os nossos problemas político-institucionais é a ida às eleições".

A Guiné-Bissau mergulhou na crise depois que, em 12 de Agosto de 2015, o Presidente José Mário Vaz demitiu o Primeiro-Ministro Domingos Simões Pereira (presidente do PAIGC).

ANGOP/RFI/LUSA

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