Lusa
A cervejeira dinamarquesa Carlsberg, que em março de 2022 anunciou a saída do mercado russo devido à invasão da Ucrânia, anunciou hoje que chegou a um acordo para vender os ativos na Rússia que espera concluir "nos próximos dias".
A cervejeira dinamarquesa Carlsberg anunciou esta terça-feira ter chegado a acordo para vender os ativos na Rússia, operação que espera concluir "nos próximos dias".
"O Grupo Carlsberg receberá uma compensação em 'cash', assim como as participações da Báltika Breweries (a filial da cervejeira dinamarquesa na Rússia) na Carlsberg Azerbaijão e Carlsberg Cazaquistão", afirma a cervejeira dinamarquesa num comunicado.
Segundo fontes do jornal económico russo Védomosti, o valor da transação seria de cerca de 30.000 milhões de rublos, quase 300 milhões de dólares (cerca de 285 milhões de euros).
A venda da Báltika, a filial russa da Carslberg, pode ser realizada depois de Vladimir Putin ter autorizado o levantamento da administração externa estatal da empresa, que tinha imposto em julho do ano passado.
O CEO da cervejeira dinamarquesa Carlsberg, Jacob Aarup-Andersen, acusou na altura o Governo russo de lhe "roubar" o negócio e sublinhou que não pode chegar a um acordo sobre a venda depois de o Estado ter assumido o controlo dos ativos no país.
"Não há dúvida que nos roubaram o nosso negócio na Rússia e não os vamos ajudar para que pareça legítimo, é tão simples como isso", afirmou Aarup-Andersen.
A Carlsberg calculou que o encerramento do negócio na Rússia custou à cervejaria dinamarquesa 9.500 milhões de coroas (1.273 milhões de euros) em termos de deterioração de ativos.
"Desde o anúncio da nossa intenção de sair da Rússia em 2022, esgotámos todas as opções para encontrar uma maneira de conseguir uma saída total da Rússia, protegendo ao mesmo tempo os nossos empregados, os nossos ativos e o valor do negócio da Carlsberg", sublinhou hoje Aarup-Andersen, citado no comunicado da cervejeira.
Adiantou que, tendo em conta as circunstâncias, a Carlsberg considera que conseguiu o "melhor resultado possível" para a continuidade do negócio.
Como parte do acordo, que ainda tem de ser aprovado pelos governos da Dinamarca e da Rússia, "as partes alcançaram uma solução sobre todas as disputas legais pendentes, incluídos os assuntos relativos aos direitos de propriedade intelectual", acrescenta o comunicado.
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