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Por Lusa 20/06/24
Pelo menos 35 detidos e 200 feridos em protestos contra governo queniano
Pelo menos 35 pessoas foram presas e cerca de 200 ficaram feridas hoje, no Quénia, em protestos em várias cidades contra um projeto de lei apoiado pelo Governo para aumentar ou introduzir novos impostos, declararam cinco organizações não-governamentais.
Os dados foram compilados pela Amnistia Internacional no Quénia, a Law Society of Kenya, a Kenya Medical Association, a Independent Medical Legal Unit e a Coalition of Defenders (um grupo de defesa dos direitos humanos).
Dos detidos, pelo menos 20 foram presos em Nairobi, o epicentro das manifestações, segundo o comunicado das organizações não-governamentais (ONG).
"Pelo menos 200 pessoas ficaram feridas em Nairobi. Os ferimentos variam entre fraturas, ferimentos de bala, ferimentos nos tecidos moles e inalação de gás lacrimogéneo", declararam.
"50 pessoas foram encaminhadas para tratamento especializado. Houve cinco vítimas de ferimentos provocados por balas de borracha, botijas de gás lacrimogéneo e bastões da polícia. Seis pessoas foram atropeladas por carros quando fugiam dos agentes da polícia", referiram.
As ONG afirmaram ainda que "há confirmação de disparos de armas reais verificados pela presença de cartuchos usados" e instaram a polícia a desistir do "uso excessivo da força, da intimidação e das detenções arbitrárias e ilegais de quenianos".
"Não emendem, rejeitem! Ruto tem de sair!" eram algumas das palavras de ordem que se ouviam no centro da capital queniana, onde os manifestantes se reuniram sob a campanha "Ocupar o Parlamento" para mostrar a sua rejeição da nova proposta legislativa promovida pelo Presidente do país, William Ruto.
Uma forte presença policial bloqueou o acesso à rua onde se situa o parlamento queniano, em Nairobi, enquanto os deputados da Assembleia Nacional (câmara baixa) continuavam hoje a debater o controverso projeto de lei.
As manifestações desta semana foram convocadas principalmente por jovens através de redes sociais como TikTok, X ou Facebook e tendem a ter um tom pacífico.
A proposta de Lei das Finanças 2024 do Governo propunha novos impostos, como um IVA de 16% sobre o pão e um imposto de 2,5% sobre os veículos automóveis, bem como um aumento de alguns impostos existentes, como o serviço de transferência de dinheiro por telemóvel.
No entanto, o presidente da Comissão de Finanças e Planeamento da Assembleia Nacional, Kimani Kuria, anunciou, na terça-feira, após uma reunião presidida por Ruto, pouco antes de o projeto de lei ser apresentado, que haverá alterações e que alguns impostos serão eliminados.
Entre outros, foram abolidos o IVA sobre o pão, sobre os produtos sanitários como as fraldas, o imposto sobre os veículos automóveis e o aumento dos serviços de transferência de dinheiro por telemóvel.
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