Por cnnportugal.iol.pt, 20/06/2024
Anterior balanço apontava para 291 mortos
Pelo menos 315 pessoas morreram devido às fortes chuvas que atingem o Quénia desde março e que provocaram graves inundações, informou hoje o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA).
O anterior balanço apontava para 291 mortos.
De acordo com um relatório em que o OCHA cita dados do Centro Nacional de Operações de Catástrofes do Quénia (NDOC), as fortes chuvas afetaram mais de 300.000 pessoas entre 01 de março e 18 de junho.
Destas, mais de 290.000 pessoas foram deslocadas e 188 ficaram feridas, enquanto 38 continuam desaparecidas.
Pelo menos 81 campos de deslocados permanecem operacionais, acolhendo cerca de 54.000 pessoas, segundo a Cruz Vermelha queniana.
De acordo com o Departamento Meteorológico do Quénia são ainda esperadas "chuvas acima da média" entre junho e agosto em algumas zonas, como a bacia do Lago Vitória ou o Vale do Rift, no oeste e noroeste do país.
Até ao momento, cerca de 5.280 escolas foram afetadas pelas inundações em todo o Quénia e 140 permanecem encerradas, o que, juntamente com a falta de refeições escolares, significa que cerca de 350.000 alunos ainda não frequentam a escola.
Além disso, 18 instalações médicas em seis condados continuam inacessíveis, por terem sido destruídas ou inundadas, e, em 18 de junho, registavam-se no país 79 casos de cólera, uma doença transmitida através de água contaminada.
No início de maio, a Human Rights Watch denunciou a incapacidade do Governo queniano de agir a tempo e de responder adequadamente às inundações, apesar das previsões meteorológicas, afirmando que o impacto aumentou as desigualdades socioeconómicas.
Este ano, a longa estação das chuvas (março-maio) foi intensificada pelo fenómeno meteorológico El Niño, uma alteração da dinâmica atmosférica causada pelo aumento das temperaturas do Oceano Pacífico que, segundo estudos recentes, foi intensificada pelas alterações climáticas.
A OCHA informou em maio que pelo menos 473 pessoas tinham morrido e mais de 400.000 tinham sido deslocadas devido às chuvas torrenciais na África Oriental, principalmente no Quénia, Tanzânia, Ruanda, Burundi e Somália.
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