quinta-feira, 17 de agosto de 2023

Níger. Ataques no sudoeste fizeram pelo menos 31 mortos entre os civis

© -/AFP via Getty Images

POR  LUSA   17/08/23 

Pelo menos 31 civis morreram na sequência de uma série de ataques atribuídos ao grupo extremista Estado Islâmico do Grande Saara em várias aldeias no sudoeste do Níger, palco de recentes confrontos com as forças de segurança.

De acordo com o portal de notícias Actuniger, citado pela agência de notícias Europa Press, os homens armados do grupo terrorista Estado Islâmico (EI) invadiram as aldeias de Tomare, Issile, Gaberi e Kodogoria, nos municípios de Dessa e Mehanna, em Tillabéri, provocando a morte de 31 civis, durante a tarde de terça-feira.

No mesmo dia, um grupo de homens armados atacou uma patrulha do exército entre Torodi e Boni, também em Tillabéri, matando pelo menos 17 soldados e ferindo outros 20, enquanto cerca de 100 terroristas foram mortos, de acordo com o Ministério da Defesa.

Nas últimas semanas, a região de Tillabéri, situada na zona das três fronteiras - Mali, Burkina Faso e Benim - tem sofrido um aumento da insegurança, com ataques aleatórios contra militares e civis, agravando a crise política que se avoluma desde o golpe de Estado de 26 de julho.

A União Europeia e a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) condenaram o ataque, apelando à junta para devolver o poder ao Presidente deposto, Mohamed Bazoum.

Todos os esforços devem estar concentrados na manutenção da segurança do país, "que se tornou mais frágil desde a tentativa de golpe", disse a CEDEAO.

No Twitter, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, também criticou o ataque, escrevendo que "a UE condena veementemente os ataques perpetrados por grupos armados que causaram a morte de pelo menos 17 soldados nigerinos".

Borrell acrescentou que o "restabelecimento da ordem constitucional" é a "única maneira de restabelecer a segurança de um país muito enfraquecido por uma tentativa de golpe de Estado".

O Níger enfrenta uma situação cada vez mais precária, com a instabilidade político-social a agravar a de segurança, uma vez que há milícias que são ramificações de grupos extremistas como o Estado Islâmico e a Al-Qaida.

O país é o quarto na África Ocidental a ser liderado por uma junta militar, depois do Mali, da Guiné-Conacri e do Burkina Faso, que também tiveram golpes de Estado entre 2020 e 2022.



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