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POR LUSA 07/01/23
Os 46 militares costa-marfinenses detidos no Mali há quase seis meses, depois condenados a 20 anos de cadeia e indultados na sexta-feira pelo líder da junta militar Assimi Goïta, deixaram hoje Bamaco, segundo fontes aeroportuárias e diplomáticas.
"O avião com os 46 militares costa-marfinenses descolou às 17:00 locais (mesma hora em Lisboa)", referiu fonte aeroportuária.
Antes do regresso a Abidjan, os militares escalam Lomé onde o Presidente togolês, Faure Gnassingbé, os entregará oficialmente ao ministro da Defesa da Costa do Marfim, Téné Birahima Ouattara, que os levará de volta ao seu país.
O Presidente Gnassingbé, que se regozijou na rede social Twitter pelo perdão concedido aos militares, desempenhou um papel decisivo na sua libertação e tanto as autoridades do Mali como as da Costa do Marfim reconheceram a sua mediação.
Um total de 49 militares costa-marfinenses foi detido em 10 de julho à chegada ao aeroporto de Bamaco, acusados pela junta militar no poder de serem mercenários.
Três mulheres que integravam aquele destacamento foram libertadas em meados de setembro.
O líder da junta militar, coronel Assimi Goïta, indultou na sexta-feira os militares costa-marfinenses, que em 30 de dezembro passado tinham sido condenados pela justiça maliana a 20 anos de cadeia.
Desde julho que a Costa do Marfim exigia a libertação dos seus militares, negando categoricamente que se tratasse de mercenários, alegando que estavam ao serviço da Organização das Nações Unidas, como parte de operações de apoio logístico à Minusma, a missão da ONU no Mali.
O indulto foi concedido uma semana depois da visita a Bamaco de uma delegação oficial da Costa do Marfim, com o ministro da Defesa costa-marfinense a assegurar na ocasião que o caso estava "em vias de resolução".
No início de dezembro, os líderes da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) tinham apresentado um ultimato à junta do Mali, exigindo a libertação dos 46 soldados marfinenses ainda detidos antes de 01 de janeiro, sob pena de sanções.
Na quarta-feira o atual presidente da CEDEAO, o chefe de Estado da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, assegurou que não haveria sanções imediatas contra o Mali, apesar do prazo do ultimato não ter sido respeitado.
Este caso gerou grande tensão entre os dois países vizinhos, com Bamaco a acusar Abidjan de ter incitado a CEDEAO a endurecer as sanções contra a junta militar maliana.
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