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POR LUSA 29/12/22
Os ataques russos com mísseis na Ucrânia causaram hoje "danos significativos" na rede elétrica nacional, já em grande parte danificada na sequência de múltiplos ataques desde outubro, anunciou a empresa que opera o sistema energético ucraniano.
"Infelizmente, devido a danos extensos na rede, é-nos difícil fornecer eletricidade às regiões de Kharkiv, Kiev, Odessa, Mykolaiv, Kherson e Lviv", disse um responsável da Ukrenergo, empresa nacional responsável pelo sistema de abastecimento de energia.
Ainda assim, afirmou, "o inimigo não alcançou o seu objetivo: o sistema funciona" e "parte dele já foi restaurado".
Mais de 120 mísseis russos foram disparados na manhã de hoje pelas forças russas contra várias cidades do país, incluindo Kiev, de acordo com as forças armadas e a presidência ucraniana, ataques que provocaram pelo menos três feridos.
"O inimigo está a atacar a Ucrânia em várias frentes, com mísseis de cruzeiro disparados de aviões e navios", anunciou a Força Aérea ucraniana nas redes sociais.
"Mais de 120 mísseis foram lançados para destruir a infraestrutura civil essencial e matar civis em massa", declarou o assessor presidencial ucraniano Mikhailo Podoliak na rede social Twitter, sem dar um número de possíveis baixas.
O ataque generalizado foi o mais recente de uma série de ataques russos contra infraestruturas vitais em toda a Ucrânia. Moscovo lança estes ataques semanalmente desde outubro, causando 'blackouts' de energia generalizados e cortes no abastecimento de água.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
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