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Bissau, 29 Dez 22 (ANG) – A ministra da Mulher, Família e Solidariedade Social pediu a “calma e ponderação” às mulheres vendedeiras antigas ocupantes do Mercado Central de Bissau, inaugurada na passada segunda-feira pelo Presidente da República.
Mária da Conceição Évora, em declarações à imprensa durante um encontro mantido na manhã de hoje com essas mulheres, disse que o projeto de reabilitação daquele empreendimento comercial foi pensado em prol dos antigos ocupantes.
“Essa ideia foi sempre defendida pelo Presidente da República, o ministro da Administração Territorial e o Presidente da Câmara Municipal de Bissau”, salientou a governante.
Conceição Évora disse que, o que está em causa agora, tem a ver com o montante em dinheiro investido na reabilitação da Feira de Praça, frisando que é preciso criar as condições necessárias para que o próprio imóvel for gerido para recuperar os custos da sua reconstrução.
“Existe uma empresa que ganhou o concurso para a gestão do mercado que atualmente dispõe de rés-do-chão e mais três pisos e devido as suas características exige uma enorme capacidade de manutenção e de limpeza”, disse.
A ministra pediu às mulheres vendedeiras para organizarem da melhor forma para defenderem os seus direitos junto da entidade gestora do mercado.
“O Presidente da Associação dos Retalhistas dos Mercados da Guiné-Bissau disse que existe uma lista de antigos feirantes , por isso, penso que os vossos nomes constam nessa lista”, frisou.
Apelou as mulheres para tentaram confirmar junto da Administração do Mercado se os seus nomes constam ou não na referida lista e saber as condições exigidas para ter acesso ao mercado para se evitar de eventuais transtornos no futuro.
“Todos nós sabemos do papel que as mulheres desempenham na família, por isso, nunca é intenção do Presidente da República nem do primeiro-ministro, retirar o direito que vos assiste”, disse a ministra da Mulher, Família e Solidariedade Social.
A porta voz das mulheres vendedeiras, Antónia da Silva Costa disse quarta-feira, em declarações à ANG, estar muito preocupada com a situação do mercado, porque como antigos ocupantes, há 16 anos à espera da sua reabilitação, nem foram chamados para participar na cerimónia da sua inauguração.
“De surpresa, mandaram dizer que não vamos mais sentar-se aqui nos passeios, à frente do mercado e isso nos estranhou. Se alguém me disse que não há problemas vou lhe dizer que não é verdade, porque devíamos sair daqui para ocupar os nossos lugares dentro do mercado”, disse.
Antónia Costa disse que dispõem de informações de que os preços para a reocupação do mercado vão ser exorbitantes, e alega que sofreram perdas devido ao incêndio, por duas vezes, do mercado mas que não tiveram nenhuma compensação .
Antónia diz que não são justos os preços estipulados para se ter acesso as dependências do mercado para suas atividades comerciais. “Se pagarmos esses preços não vamos ter de comer com os nossos filhos e resolver outros assuntos”, disse.
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