capitalnews.gw outubro 18, 2020
Um grupo de jovens guineenses sob a liderança do artista plástico, Nuno Tambá (Yong Nuno), inaugurou na noite deste sábado (17.10), em Bissau, um mural com a figura de Domingos Ramos, combatente da liberdade da pátria, como forma de “resgatar” a memória dos heróis nacionais.
Os jovens tinham inaugurado dois murais com as figuras de Titina Silva e Pansau na Isna, também históricos da luta de libertação nacional.
“O projeto de fazer álbum na cidade de Bissau não visa só resgatar o roteiro das figuras de luta da libertação nacional, mas também trazer a memória da primeira moeda da Guiné-Bissau (o peso) cuja nota de 50 pesos tinha a imagem de Pansau Na Isna, e 100 pesos tinha a imagem de Domingos Ramos”, explicou o ativista social Miguel de Barros, parceiro da iniciativa, que assistiu à inauguração do mural.
Está em perspetiva a inauguração do outro mural, com a imagem de “Tchico Té” (a sua imagem estava na nota de 500 pesos).
“Quando a arte está a jogar o papel de sensibilizarador e de gerar a consciência e também a mobilização social, permite a sociedade encontrar alguns elementos importantes para a transformação de mudança de condições de vida”, afirma Miguel de Barros, que disse ainda estar satisfeito com a arte urbana, mas também com a produção da poesia de rua e a interação dos jovens com a tela.
O filho de Domingos Ramos, Seco Ramos, que esteve presente na inauguração do mural com a figura do seu pai, pediu ao governo que implemente a formação militante (uma disciplina extinta nas escolas) ensino guineense, como forma de “mudar a mentalidade” dos guineenses a 80%. Disse ainda que se hoje a Guiné-Bissau está nesta situação, é por “falta de patriotismo” que é a base nacional de um país, “porque a história é que forma uma nação”.
O filho de Domingos Ramos apela à unidade nacional e à “implantação” da democracia, para que todos se sintam livres e orgulhem dos feitos dos seus antepassados.
Domingos Ramos morreu em combate, em 1966, no leste da Guiné-Bissau, no terceiro ano da luta de libertação nacional.
Por Flaviana Canunco
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