domingo, 19 de janeiro de 2020

Cerca de 7.000 pessoas em fuga no Níger após ataque jihadista

Perto de 7.000 pessoas fugiram da região de Chinégodar (oeste do Níger) após um ataque que fez 89 mortos no passado dia 09, anunciou hoje o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) em comunicado.


"Perto de 7.000 pessoas, incluindo mil refugiados, fugiram da insegurança e da violência, após o recente ataque à cidade de Chinégodar, a cerca de 20 quilómetros da fronteira com o Mali", segundo o texto.

"Os testemunhos recolhidos mencionam populações civis que temem pela vida, após um ultimato de grupos armados", referiu o ACNUR. "Elas são alvos de ataques, de raptos, de assassínios, enquanto estes grupos se apropriam dos seus bens", acrescentou.

Segundo o texto, "na fuga, refugiados e deslocados levam apenas o que usam, abandonando casas e bens".

Desde 2018, a ONU indica que a insegurança persistente tem sido um obstáculo à prestação de assistência de urgência a dezenas de milhares de deslocados na região de Tillabéri, onde se encontram muitos dos que fugiram de ataques 'jihadistas'.

O ataque de Chinégodar, reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico, provocou a morte de 89 soldados, sendo um dos piores da história do país. Em 2015, uma ofensiva do Boko Haram na ilha de Karamga deixou 46 soldados e 28 civis mortos e 32 desaparecidos.

Este foi o terceiro ataque na região a provocar um elevado número de vítimas no período de um mês, todos reivindicados pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico e com a mesma forma de atuação, com a utilização de motos e veículos que transportam os combatentes armados, depois a fuga em direção ao Mali.

O Presidente do Níger, Mahamadou Issoufou, afastou dois altos responsáveis militares depois dos ataques.

Segundo a ONU, os ataques 'jihadistas' no Mali, no Níger e no Burkina Faso fizeram 4.000 mortos em 2019.

NAOM

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