quinta-feira, 7 de março de 2019

Guiné-Bissau/Eleições: Líder do PAIGC pede unidade nacional contra discursos étnicos

O líder do Partido Africano para a Independência da Guiné-Bissau (PAIGC) apelou hoje à unidade nacional contra o discurso étnico fomentado por outras formações, a três dias das eleições legislativas.


"Um partido diz que é de um sítio, outro é de outro sítio ou de outra religião. Mas no PAIGC cabe tudo, somos de todos. E a Guiné-Bissau é de todos, de todas as etnias, clãs ou religiões", afirmou Domingos Simões Pereira numa reunião numa tabanca no interior do país, em Madina Gambiel.

Rodeado das autoridades locais, Domingos Simões Pereira mostrou-se confiante numa vitória eleitoral "clara", que "não tenha dúvida nenhuma", no próximo domingo, numa aposta na maioria absoluta.

"Os outros partidos estão a correr, mas sabem quem vai ganhar", disse o líder do PAIGC, que foi afastado de primeiro-ministro há três anos pelo atual Presidente da República, criando uma crise política que só terá clarificação com as eleições de domingo.

À Lusa, Domingos Simões Pereira recordou que tem insistido durante a campanha no discurso nacional contra os "argumentos divisionistas", como a religião ou as etnias.

A Guiné-Bissau conta contra dezenas de etnias e convivem em quase todos os lugares muçulmanos, evangélicos, católicos e animistas.

"O PAIGC tem a responsabilidade de desanuviar esse ambiente. Estamos a falar de partidos que estão interessados em fragmentar a sociedade guineense e tem de haver alguém responsável, consciente dos riscos que isso aporta", justificou o líder do PAIGC.

O objetivo é "chamar a atenção para o problema e colocar o sentimento nacional acima de tudo", explicou Domingos Simões Pereira.

"O povo guineense é um povo muito tolerante, é um povo de inclusão que sempre aceitou o outro como é", disse recordando que muitas das crises políticas recentes foram associadas a discursos divisionistas na sociedade.

"Já deveríamos ter aprendido com esse erros e por isso é que insistimos em campanha para os riscos desses discursos", acrescentou.

DN.PT

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