domingo, 24 de setembro de 2023

DIA DA INDEPENDÊNCIA - MENSAGEM À NAÇÃO DE SUA EXCELÊNCIA GENERAL DE EXÉRCITO UMARO SISSOCO EMBALO, PRESIDENTE DA REPÚBLICA E COMANDANTE DAS FORÇAS ARMADAS

= POR OCASIÃO DA CELEBRAÇÃO DOS CINQUENTA ANOS DA PROCLAMAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA= 

                                                24 de Setembro de 2023 

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Guineenses,

Ao celebrar, hoje, os 50 anos de existência da Guiné-Bissau como país Independente, endereço uma saudação calorosa a todos os guineenses, aos jovens e adultos, aos homens e às mulheres residentes no país e na diáspora.

Apesar da situação social e económica difícil que estamos a atravessar, um aniversário da nossa Independência é sempre um dia de alegria, de esperança. E é, mais ainda, um dia de celebração da nossa unidade nacional, a força que esteve sempre na base de todos os nossos sucessos.

A Guiné-Bissau nasceu sob a bandeira de “Unidade, Luta e Progresso”. E é, sob a bandeira da Unidade Nacional, que vamos ter de construir o futuro que queremos.

Guineenses, nha ermons

Há 50 anos, um comandante do Exército Popular de Libertação Nacional, João Bernardo Vieira, NINO, proferia, no alto da tribuna da Assembleia Nacional Popular, na Região Libertada de Boé, as palavras que ficaram gravadas, para sempre, na história do povo guineense.

Foi assim, com esta proclamação, que nasceu a Guiné-Bissau. Naquele dia 24 de Setembro do ano de 1973, cumpria-se uma agenda política e institucional exigente e muito ambiciosa.

Celebrarmos hoje as Cinco Décadas da Independência Nacional e estamos igualmente a assinalar:  

• 50 anos da criação da Assembleia Nacional Popular;

• 50 anos da promulgação da primeira Constituição da República;

• e 50 ano da formação e entrada em funções do primeiro Governo do Estado guineense (O Conselho dos Comissários de Estado).

Hoje, que é um dia de grande significado histórico, quero dirigir uma palavra de apreço e de homenagem a todos aqueles que deram tudo: na resistência à opressão colonial, na luta clandestina anticolonial e na árdua luta armada de libertação nacional que durou mais de dez anos.

Sem a sua determinação, o seu espírito de sacrifício e a sua inteligência, o sonho de libertação nacional do povo guineense dificilmente se teria concretizado.  O Combatente da Liberdade da Pátria merece o nosso respeito e a nossa gratidão. Aos que já não se encontram entre nós - honramos a sua memória.

Caros Compatriotas,

Celebrar os 50 anos da independência Nacional tem de contemplar também um momento de reflexão.

Impõe-se, na verdade, que façamos uma reflexão sobre o percurso que foi feito pala Guiné-Bissau: o que já fizemos, o futuro que queremos construir e, sobretudo o legado que queremos deixar às gerações vindouras.

Como se percebe, nesta minha Mensagem à Nação – que é apenas o primeiro ato das Comemorações que vão ter o seu ponto alto no próximo mês de novembro -, não vou fazer esse balanço político, económico e social das cinco décadas do Estado guineense.

Hoje vou limitar-me à uma descrição sucinta da projeção externa que o nosso país atingiu, tratando-se de uma área estratégica na ação do Estado, mas que, infelizmente, foi a mais desvalorizada nas últimas décadas.

Nos últimos pouco mais de três anos, a Guiné-Bissau realizou uma transformação profunda na sua política externa. E, em conformidade com essa nova linha de rumo, a diplomacia guineense alcançou sucessos notáveis, sucessos esses que foram amplamente reconhecidos no seio da comunidade internacional.

Junto dos nossos parceiros bilaterais e multilaterais, em África e no mundo, a Guiné-Bissau ganhou visibilidade positiva, alargou o âmbito das suas opções diplomáticas, foi capaz de mostrar utilidade nesse exercício de “dar e receber” que, como é sabido, é próprio de uma diplomacia lúcida e atenta aos interesses nacionais que representa.

Na verdade, consolidamos relações diplomáticas antigas, alargamos o âmbito das nossas relações, fizemos novos amigos, promovemos novas e promissoras parcerias económicas e culturais, enfim, melhoramos consideravelmente a nossa dimensão externa, aliás, sempre muito importante para configurar o desenvolvimento económico que queremos ter.

A Guiné-Bissau presidiu pela primeira vez a Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO, 2022-2023). Dentro de dois anos, vamos presidir a Conferência dos Chefes de Estado e de Governo a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Presidimos a Aliança dos Líderes Africanos contra a Malária. Recebemos Chefes de Estado e de Governo de muitos países amigos. Fomos recebidos por nossos homólogos em diversos países com os quais reforçamos laços de amizade e cooperação.

Nos 50 anos da nossa independência, é difícil encontrar um paralelo comparável, um período que tivesse sido diplomaticamente mais fecundo do que este que estamos a considerar, compreendido entre 2020 e 2023.

Enquanto Presidente da República reitero, em nome do povo guineense, os nossos agradecimentos aos Representantes do Corpo Diplomático pela cooperação dos seus Governos com a Guiné-Bissau.  Estendo os nossos agradecimentos ao conjunto das Organizações Internacionais, que têm sido parceiras incontornáveis no esforço que fazemos para desenvolver a Guiné-Bissau.

A todos os cidadãos estrangeiros que trabalham no nosso país ou que escolheram viver entre nós, endereço uma saudação especial neste dia em que celebramos 50 anos da nossa Independência.

Viva a Independência Nacional!

Viva a Guiné-Bissau!

Muito obrigado..


Veja Também:


À margem da 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, na conferência de imprensa da Aliança dos Líderes Africanos contra a Malária (ALMA), o chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló,  na qualidade de presidente da ALMA, enfatizou no seu discurso de abertura, a necessidade do continente africano e da comunidade global tomarem medidas urgentes para concretizar a aspiração partilhada da zero malária, e reiterou o seu engajamento na mobilização de recursos para eliminar a malária em África.

Presidência da República da Guiné-Bissau

sábado, 23 de setembro de 2023

Cabo Verde defende na ONU alívio da dívida dos países menos desenvolvidos

© Lusa

POR LUSA   23/09/23 

O primeiro-ministro cabo-verdiano Ulisses Correia e Silva defendeu hoje o alívio da dívida dos países menos desenvolvidos para que o mundo possa alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030, apesar do contexto mais imprevisível.

"A umentaram os desafios para o alcance dos ODS", referiu o líder do Governo, ao discursar na 78.ª assembleia-geral das Nações Unidas.

Os desafios devem-se a um "contexto global difícil", que deve ser motivo "para aliviar a dívida dos países menos desenvolvidos", entre outras medidas, tais como "reformas na arquitetura financeira internacional".

"Cabo Verde e Portugal celebraram recentemente um acordo de transformação da dívida bilateral em financiamento climático e ambiental", referiu, como exemplo do que pode ser feito: "Se mais parceiros contribuírem, maior será a dimensão dos investimentos transformadores e mais acelerados serão os efeitos".

Ou seja, "são precisos mecanismos que criem círculos virtuosos", transformando o fardo da dívida num recurso para investimentos transformadores (da economia e sociedade) em África e nos Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (SIDS, sigla inglesa), como o arquipélago cabo-verdiano.

O líder do Governo reiterou que "Cabo Verde mantém firme o seu compromisso de atingir os ODS" até 2030 e mantém como meta "erradicar a pobreza extrema em 2026".

No seu discurso, Ulisses Correia e Silva reiterou a defesa de uma maior representação dos países africanos ao nível do Conselho de Segurança da ONU e das instituições financeiras internacionais como o Banco Mundial e o FMI.

Por outro lado, condenou os recentes golpes de estado no continente.

"Nestes tempos difíceis por causa de instabilidade e sucessivos golpes de estado em países africanos, Cabo Verde está do lado dos princípios e valores da democracia liberal constitucional. Em nome desses princípios, condenamos o recurso a golpes como forma de acesso ao poder", acrescentou.

A este propósito, o primeiro-ministro elencou medidas para prevenir "crises graves e conflitos extremados" e, ao mesmo tempo, "reforçar a democracia".

"Sistemas eleitorais e judiciais credíveis e confiáveis, liberdade de imprensa promotora do pluralismo e instituições fortes são fundamentais para a confiança dos atores políticos e dos cidadãos nas regras do jogo democrático", destacou. 

O líder do Governo de Cabo Verde reiterou ainda a condenação à invasão russa da Ucrânia.


Avião militar despenha-se ao aterrar em Gao, no Mali

© Shutterstock

POR LUSA    23/09/23 

Um avião militar despenhou-se hoje de manhã ao aterrar em Gao, no norte do Mali, segundo várias fontes, que só confirmaram tratar-se de um Iliuchin 76 (IL-76), de fabrico russo.

"As causas ainda não são conhecidas", disse uma fonte aeroportuária local, que afirmou desconhecer quantas pessoas seguiam na aeronave militar e a quem pertence o avião.

Como tal, desconhece-se a existência de vítimas.

Um porta-voz do exército alemão, ainda presente em Gao no âmbito da missão das Nações Unidas no Mali (Minusma), confirmou à AFP a queda do avião durante a manhã. 

"De acordo com as informações de que dispomos atualmente, o avião deve ter ultrapassado a pista", disse, acrescentando que não se tratava de um avião do exército alemão.

"Era um avião IL-76 (de fabrico russo), que é utilizado não só pelos russos, mas também pelas forças malianas e muitas outras", acrescentou.

O aeroporto militar de Gao é utilizado pelo exército maliano, pelos seus parceiros russos e pela Minusma.

A junta no poder do Mali afastou a força anti-jihadista francesa em 2022 e a força da ONU em 2023, para se virar para a Rússia, militar e politicamente. A restauração da soberania é um dos seus objetivos.

O acidente ocorreu num contexto de tensões crescentes entre os diferentes atores armados da região e o exército maliano. 

Desde agosto, as regiões de Timbuktu e Gao têm sido palco de uma série de ataques contra posições do exército e civis.

O exército e os grupos armados lutam pelo controlo do território, numa altura em que a Minusma se prepara para retirar do país.


Leia Também: Atentado suicida no centro da Somália faz 15 mortos e 40 feridos

Presidente da Republica e Présidente da ALMA participa na Conferência de Imprensa da Organização em Nova Yorque.

  Presidência da República da Guiné-Bissau 

Níger acusa líder da ONU de bloquear presença na Assembleia Geral

© Reuters

POR LUSA   23/09/23

O regime militar saído de um golpe de Estado no Níger denunciou as "ações pérfidas" do secretário-geral das Nações Unidas, a quem acusam de bloquear a participação do seu representante na Assembleia Geral da ONU.

"O Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria [CNSP, autores do golpe de Estado de julho] e o governo da República do Níger apelam à comunidade nacional e internacional para que testemunhe as ações pérfidas do secretário-geral da ONU, António Guterres, que visam minar todos os esforços para pôr fim à crise no nosso país", defemde-se num comunicado lido na televisão pública.

De acordo com o comunicado, António Guterres "cometeu um erro no exercício da sua missão ao impedir a plena participação do Níger na 78.ª sessão da Assembleia Geral da ONU".

Para esta Assembleia Geral, o regime militar no poder enviou o seu novo ministro dos Negócios Estrangeiros, Bakary Yaou Sangaré, que era o representante do país na ONU antes do golpe de Estado de 26 de julho.

"Guterres não só se recusou a tomar nota da lista oficial de delegados do Níger (...) como, sobretudo, acedeu ao pedido fantasioso do antigo ministro dos Negócios Estrangeiros Hassoumi Massaoudou de revogar a representação permanente do Níger nas Nações Unidas", lamenta-se na mesma nota.

O Níger "rejeita e denuncia veementemente esta ingerência manifesta de António Guterres nos assuntos internos de um Estado soberano", acrescenta-se no comunicado, denunciando "a cumplicidade da França e de dois chefes de Estado francófonos da África Ocidental", sem os nomear.

O porta-voz de António Guterres rejeitou as acusações do regime militar no Níger.

"Em caso de concorrência de credenciais de um Estado membro, o secretário-geral remete o assunto para o comité de credenciais da Assembleia Geral, que delibera sobre a questão. O secretário-geral não decide", declarou Stéphane Dujarric à agência de notícias France-Presse (AFP).

De acordo com uma fonte diplomática, no caso do Níger, a ONU recebeu dois pedidos diferentes para intervir na Assembleia Geral, um de Bakary Yaou Sangaré e outro do governo deposto.

A questão foi, portanto, remetida para o Comité de Credenciais, que geralmente só se reúne no outono, pelo que nenhum representante do Níger consta da lista de oradores da Assembleia Geral.

Este comité, composto por nove Estados membros, examina situações controversas, mas não toma decisões. Por exemplo, adiou várias vezes as suas decisões sobre a Birmânia e o Afeganistão, ambos ainda representados na ONU pelos embaixadores dos antigos governos.



Leia Também: O Presidente deposto do Níger, Mohamed Bazoum, pediu a sua libertação junto do Tribunal de Justiça da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), alegando que foi preso arbitrariamente, assim como a sua família, desde o golpe de Estado de 26 de Julho que levou os militares ao poder.

ANGOLA: Cartões servem de cama a famílias que levam doentes a hospitais de Luanda

© Lusa

POR LUSA   23/09/23 

Sem dinheiro para pagar hotéis ou transportes, dezenas de pessoas optam por pernoitar em improvisadas "camas" de cartão junto dos hospitais de Luanda, para estarem próximas dos seus familiares e prestar assistência, enquanto aguardam pela hora da visita.

Pelas 06h00 da manhã, na maternidade Lucrécia Paim, a maior de Luanda, a fila das visitas vai engrossando, enquanto nas ruas adjacentes, mães, avós e tias esperam por notícias de grávidas e parturientes.

Como Luzia Manuel, que está acompanhada de mais duas familiares e aguarda que a filha tenha alta para conhecer também a sua nova neta.

"Viemos ontem e já fomos atendidos graças a Deus, a menina já teve (bebé), corre tudo na graça do Senhor", disse à Lusa.

Moradora em Catete, a cerca de uma hora e meia de distância, assume que as dificuldades financeiras não lhe deixam outra alternativa que não a de improvisar um sítio para dormir em frente à maternidade enquanto espera a filha e a neta, para minimizar o custo dos transportes.

"Dormimos nas lonas [cartões]", disse, adiantando que cada um custou 250 kwanzas (cerca de 30 cêntimos).

Consigo trouxe apenas uma mochila com alguma roupa e água, lamentando não ter "valores" para comprar alimentos.

"Não temos o que comer, não temos nada, até o bebé não tem roupa para vestir porque não contávamos que ela ia ter bebé porque eram só sete meses", contou à Lusa, explicando que a filha teve de ser transferida de ambulância a partir de um outro hospital e espera que a restante família a venha apoiar.

Paula Evaristo encontra-se naquele local desde segunda-feira, vinda do "30", bairro a uma hora de distância de Luanda, esperando pela filha que está internada depois de um parto de gémeos que sofreu complicações.

"Estamos aqui mesmo na rua a dormir, não sabemos em que dia vai sair", afirmou, queixando-se que foi "enxotada" da porta do hospital pela polícia e acabou por pagar 200 kwanzas ao dono de um quintal para ali poder estender o seu cartão e passar a noite.

Paula queixa-se do frio de quem dorme ao relento e da falta de dinheiro para comprar comida, dizendo que só lhe resta "mesmo é amarrar o pano na barriga".

A espera das famílias gera também oportunidades de negócio. Há quem cobre por disponibilizar o seu quintal e quem aproveite para vender sandes, bolachas, águas, fraldas e toalhitas para os bebés, tendo clientela quase garantida.

É o caso de Lídia Chova, que só lamenta não ter mais clientes, por que a polícia "lhes dá corrida".

"Por exemplo, ontem à noite não consegui fazer nada, só fizemos 1500 (kwanzas, ou seja, 1,7 euros). Como vou pagar a renda e a escola das crianças?", desabafa.

O cenário é semelhante nas proximidades do Hospital Américo Boavida, onde esta semana um jovem de 25 anos, que se encontrava na parte exterior, morreu após lhe ter sido alegadamente negada assistência pela equipa médica de serviço.

Também ali há cartões ou "luandos" (esteiras) estendidos para a pernoita, vendedores ambulantes e familiares que circulam enquanto aguardam informações sobre pacientes.

José Armando veio acompanhar o sobrinho de 12 anos, que sofreu um acidente há dois dias, quando brincava junto a um muro, e sublinhou que este "foi bem atendido".

"Subiu no bloco (operatório) e já tivemos a informação que foi operado", destacou, dizendo que ficou por ali para acompanhar a família e estar junto ao doente "porque pode acontecer alguma coisa de noite".

Diz que é a segunda vez que um parente seu é assistido no HAB, e que gostou do atendimento, "apesar de ter havido alguma morosidade".

Já "Avô" André Mavinge, que tem uma sobrinha internada há um mês e meio, mostra-se descontente com a demora no tratamento e queixa-se que "para tratar o paciente é preciso encher a mão" (dar dinheiro).

Aponta também as limitações impostas às visitas e adiantou que para ver a sobrinha fora do horário estipulado (das 15h00 às 16h00) tem de dar 100 kwanzas (11 cêntimos) para entrar.

"Se não paga 100 kwanzas não vai entrar", critica, elogiando, no entanto, o trabalho dos médicos "que estão a atender bem", apesar de não terem mãos a medir.

"Nós também estamos doentes, nós, que viemos tomar conta da paciente. Há frio em cima de nós, há sol em cima de nós, não temos direito a entrar onde há sombra. Nós todos temos doenças, Angola não tem pessoas que estão boas", afirma.

A direção do HAB anunciou a suspensão da equipa médica, na sequência da morte do jovem esta semana, e participou a ocorrência, por suposta negligência da equipa médica em serviço, junto do Serviço de Investigação Criminal.

Imagens que circulam nas redes sociais mostram o cadáver de um jovem no chão na parte exterior do HAB, localizado no Distrito Urbano do Rangel.

A Lusa tentou contactar a direção do hospital, mas foi informada de que está um inquérito em curso e só depois darão mais esclarecimentos à imprensa.


sexta-feira, 22 de setembro de 2023

Presidente do Mali promete reconquistar controlo dos territórios nacionais

© Reuters

POR LUSA   22/09/23 

O líder da junta militar do Mali garantiu hoje que o Estado recuperará o controlo dos territórios que escaparam ao seu domínio, durante as celebrações da independência, reduzidas a cerimónias oficiais devido às tensões internas do país. 

A junta que tomou o poder pela força em 2020 decidiu cancelar os eventos festivos previstos para o 63.º aniversário da independência e as celebrações limitaram-se a uma cerimónia de colocação de coroas de flores pelo chefe militar da nação, o coronel Goïta no monumento à independência e a uma parada militar, em Bamako, a capital.

O Mali, que desde 2012 se vê confrontado com a propagação do terrorismo e com uma profunda crise de segurança humanitária e política, assinala este aniversário num momento em que o norte do país vive um recomeço das hostilidades dos grupos separatistas e uma intensificação das atividades terroristas. 

O exército e os grupos armados lutam pelo controlo do território, numa altura em que a missão das Nações Unidas (Minusma), afastada pela junta, está a retirar-se do Mali.

Os fundos destinados às festividades estão a ser redirecionados para apoiar os familiares das vítimas dos ataques terroristas, incluindo o feito atribuído a uma milícia rebelde contra um barco de passageiros no rio Níger, a 07 de setembro, anunciou o coronel.

"A situação de segurança é certamente tensa", afirmou, mas "o Mali vai recuperar a sua soberania em todo o território nacional e prestar serviços sociais básicos ao nosso povo".

É provável que as tensões aumentem até ao final de 2023, quando a Minusma abandonar os seus campos no norte. 

Os separatistas consideram que os territórios reconquistados pelas Nações Unidas devem voltar ao seu controlo.

O coronel Goïta, que tomou posse como Presidente após um duplo golpe de Estado em 2020 e 2021, referiu, num discurso quinta-feira à noite, que o Estado iria reposicionar as suas forças militares em todo o país ao mesmo tempo que a Minusma se retirava dos seus campos em Kidal, Aguelhok e Tessalit no norte, bem como Douentza no centro e Ansongo no leste.


Leia Também: Mali. Noruega fecha embaixada devido à deterioração da segurança


Biden prometeu a Zelensky mísseis de longo alcance ATACMS

© Getty Images

POR LUSA  22/09/23 

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, garantiu ao homólogo ucraniano que vai fornecer mísseis ATACMS de longo alcance a Kyiv, ao contrário do veiculado durante a visita de Volodymyr Zelensky a Washington, informou hoje a cadeia norte-americana NBC.

Kyiv tem exigido insistentemente estes mísseis há meses, mas Washington tem sido renitente por receio de provocar uma escalada da guerra com a Rússia.

Três fontes do Congresso dos Estados Unidos confirmaram hoje à NBC que na reunião de quinta-feira entre Biden e Zelensky na Casa Branca, o Presidente norte-americano lhe disse que Washington fornecerá a Kyiv "uma pequena quantidade" de mísseis ATACMS a serem usados na contraofensiva de Kyiv para retomar território às forças invasoras russas.

As fontes não especificaram quando o anúncio oficial será feito ou para quando o envio está planeado.

Biden mencionou durante a cimeira da NATO em Vilnius, em julho na Lituânia, que estava a considerar enviar mísseis ATACMS para a Ucrânia, mas naquela altura o seu foco estava no fornecimento de artilharia, já que é o que mais se utiliza no campo de batalha.

Desde então, a Ucrânia aumentou a sua insistência, argumentando que o ATACMS, com um alcance de cerca de 300 quilómetros, seria particularmente eficaz na neutralização dos lançadores de mísseis russos na Crimeia, de onde os portos no sul do país são frequentemente atacados.

No pacote de ajuda à Ucrânia anunciado na por Biden e avaliado em 325 milhões de dólares, o envio destes mísseis não foi mencionado.

Esse pacote continha armas para reforçar as defesas aéreas da Ucrânia contra os ataques russos, tanto atualmente como durante o próximo inverno, quando a Rússia poderá novamente atacar infraestruturas críticas, incluindo de fornecimento de eletricidade necessário para manter as casas aquecidas.

Especificamente, inclui outra bateria de defesa antiaérea HAWK, que pode abater aeronaves, bem como sistemas capazes de intercetar mísseis para proteger a população civil.

Os ATACMS têm um alcance superior aos mísseis franceses SCALP e os ingleses Storm Shadow, que ambos os países já autorizaram a enviar para a Ucrânia.

Os Estados já tinham enviado sistemas de artilharia HIMARS para a Ucrânia, mas o seu alcance é de cerca de 80 quilómetros.

A Casa Branca anunciou na quinta-feira que os Estados Unidos vão entregar "importantes" meios de defesa à Ucrânia, mas sem fornecerem de momento os mísseis ATACMS de longo alcance solicitados por Kyiv.

O Presidente norte-americano "decidiu que não vai fornecer [mísseis] ATACMS, mas não excluiu essa possibilidade no futuro", declarou em conferência de imprensa o conselheiro para a Segurança nacional, Jake Sullivan.

O Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, que se encontrava em Washington onde foi recebido na Casa Branca, declarou esta semana que seria uma "deceção" caso não regressasse a Kyiv sem estes poderosos mísseis táticos.

No entanto, Sullivan elogiou os resultados da contraofensiva ucraniana, criticada por diversos responsáveis militares norte-americanos que se têm pronunciado nos 'media' sob anonimato.

Diversos membros do Congresso da oposição republicana têm defendido o fim da ajuda financeira e militar à Ucrânia, ao considerarem nomeadamente que se trata de uma causa perdida.

Foi segunda visita de Zelensky a Washington desde que a Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022, num momento em que o pedido de Biden ao Congresso de mais 24 mil milhões de dólares (22,5 mil milhões de euros) para as necessidades militares e humanitárias da Ucrânia está em jogo.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kyiv e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.



Leia Também: A Ucrânia atacou hoje com mísseis o quartel-general da frota russa do Mar Negro, situado no centro de Sebastopol, na Crimeia, denunciou o governador local, manifestando receios de um possível novo ataque

NATO. Militares participam em exercícios de defesa química e nuclear

© iStock

POR LUSA   22/09/23 

Cerca de 600 militares da NATO participarão a partir de sábado, até dia 29, no exercício "Toxic Trip" na base aérea belga de Koksije (oeste), que testa a defesa da Aliança Atlântica contra ataques químicos, biológicos, radiológicos e nucleares.

Num comunicado publicado no diário belga "Le Soir", o Ministério da Defesa da Bélgica indicou que nas manobras "de grande envergadura" da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) participam militares de 18 países, incluindo os aliados e parceiros como a Áustria e a Coreia do Sul.

A Suécia, futuro aliado que aguarda a ratificação da Hungria e da Turquia para se tornar membro de pleno direito da NATO, também participará.

O objetivo do "Toxic Trip" é implementar e harmonizar procedimentos e técnicas de defesa passiva em "cenários realistas" contra estes quatro tipos de ameaças no país que acolhe o exercício e, por extensão, em todo o território da NATO.

A ideia é que, no caso de uma ameaça real em qualquer parte do mundo, a ação e a cooperação possam ser "ainda melhores e mais rápidas", segundo o ministério belga.

As capacidades a testar incluem a retirada e descontaminação de pessoal e equipamento, nomeadamente veículos e aviões.

O ministério belga salienta que, nos últimos anos, foram utilizados agentes químicos ou biológicos contra militares e civis e que este tipo de ameaça é suscetível de aumentar no futuro.


Grupo armado raptou estudantes num dormitório universitário na Nigéria

© Reuters

POR LUSA   22/09/23 

Um grupo armado raptou mais de 20 estudantes em vários dormitórios femininos da Universidade de Gusau, no noroeste da Nigéria, anunciaram hoje as autoridades locais sem referir com exatidão o número de vítimas nem os autores do ataque.

O porta-voz da polícia nigeriana, Yazeed Abubakar, confirmou o ataque e declarou que as forças de segurança lançaram uma operação para tentar encontrar os autores dos raptos e localizar todos os reféns, a maioria dos quais são mulheres.

Segundo o relato de uma das vítimas, transmitido pelo seu irmão ao jornal nigeriano Vanguard, um grupo de homens armados chegou à zona residencial da universidade por volta das 3:00 (hora local) e começou a disparar para o ar, tendo depois "começado a procurar os estudantes casa a casa".

"Na casa onde a minha irmã está alojada, apenas duas pessoas foram raptadas. Pelo que apurámos, foram raptadas 24 pessoas no total, embora possam ser mais", reconheceu esta testemunha ao jornal nigeriano.

O rapto de estudantes é uma tática recorrente dos grupos criminosos na Nigéria, um país que, nos últimos anos, tem assistido a uma crescente insegurança em diferentes zonas do país. O principal objetivo destes ataques é económico, para obter o pagamento de um resgate.


Leia Também: O Exército da Nigéria resgatou hoje seis das pelo menos 30 pessoas, incluindo 24 estudantes universitárias, sequestradas esta manhã num ataque contra vários dormitórios femininos da Universidade de Gusau, no noroeste da Nigéria.

Constituicionalista Guineense, afirma que é urgente revisão constituicional no país


  Radio TV Bantaba

PREGUIÇA: Finalistas de 'concurso' da preguiça estão há mais 800 horas deitados... Vencedor ganha mil euros, além do tão cobiçado título de 'maior preguiçoso'.

© Reuters

Notícias ao Minuto   22/09/23 

Uma pequena vila turística de Montenegro organiza pela 12.ª vez um concurso para ver quem é o campeão dos preguiçosos.

No 'Festival dos Preguiça', como ficou conhecido internacionalmente, que se realiza em Brezna, o objetivo é premiar o candidato que fica mais tempo deitado.

De acordo com o Le Parisien, neste momento, há quatro finalistas a disputar o tão cobiçado título de 'maior preguiçoso', que vem acompanhado de mil euros. Estão há mais de 800 horas deitados, o que corresponde a qualquer coisa como 34 dias.

A tradição teve origem há 12 anos para ridicularizar os mitos populares de que montenegrinos são preguiçosos.



Leia Também: Há 20 dias que estes 'preguiçosos' estão deitados. Quem aguentar, ganha


Trump quer bloqueio do governo para 'suspender' investigações contra si

© Scott Eisen/Getty Images

Notícias ao Minuto    22/09/23 

Mais uma vez, o Congresso dos Estados Unidos está prestes a falhar a votação de um orçamento, o que, no país, obriga a que todos os funcionários e entidades públicas deixem de ser pagos.

Com o governo norte-americano à beira de um 'apagão', o antigo presidente dos Estados Unidos pediu que os congressistas republicanos não aprovassem qualquer orçamento, sugerindo que, assim, o estado ficaria sem dinheiro para continuar com as várias investigações criminais nas quais está envolvido.

As declarações de Donald Trump surgem numa altura em que os republicanos estão numa luta interna, com o 'speaker' Kevin McCarthy no centro da contestação, impedindo que seja aprovado um novo orçamento que financiaria o estado e todas as entidades públicas do país. Sem a aprovação de um orçamento, os órgãos públicos ficam sem capacidade para pagar aos funcionários públicos e, como tal, a governação fica efetivamente congelada.

Na quinta-feira, uma fação de republicanos mais centristas fincaram o pé contra McCarthy, cuja liderança mais extremista no Partido Republicano tem sido contestada desde o início, e votaram do lado dos democratas.

Através da sua rede social, a Truth Social, Donald Trump exigiu que os republicanos na Câmara dos Representantes "retirem o financiamento de todos os aspetos do governo do corrupto do Joe Biden, que recusa a fechar a fronteira, trata metade do país como inimigo do estado", e declarou que "esta é a última oportunidade para cortar os fundos às acusações políticas contra mim".

"Eles têm de falhar. Usem o poder da carteira e defendam o país", proclamou Trump, que é novamente candidato à Casa Branca.

A NBC News explicou que o pedido do presidente não tem nada a ver com o financiamento do governo, já que um bloqueio orçamental não impacta investigações criminais. Os processos nos quais é arguido em Nova Iorque, por evasão fiscal, e na Georgia, por alegada obstrução eleitoral, são a nível estatal, e não federal; e as acusações de âmbito nacional, nomeadamente por uso indevido de documentos classificados e pelo seu envolvimento no motim do dia 6 de janeiro de 2021, também estão isentos de paragens forçadas no governo.

O Departamento de Justiça esclareceu, em 2021, que o ramo judicial do estado não é afetado por disrupções orçamentais.

Além disso, o argumento de Trump não é baseado em factos verificados, já que não existem quaisquer provas que indiquem que o ex-presidente está a ser acusado por motivos políticos. Trump está, contudo, a ser acusado devido às tentativas reiteradas de travar ou reverter os resultados das eleições de 2020, nas quais perdeu contra Joe Biden.

O Partido Democrata já reagiu às exigências de Donald Trump, com Hakeem Jeffries, o líder democrata na Câmara dos Representantes, a afirmar que pessoas como o antigo presidente "são demasiado extremas para serem de confiança".

Trump continua isolado na liderança da maioria das sondagens sobre as primárias republicanas para a nomeação à Casa Branca, à frente de Ron DeSantis, o governador da Flórida.

Em terceiro lugar em várias sondagens mantém-se o empresário multimilionário Vivek Ramaswamy, que tem aproveitado uma fortíssima presença nas redes sociais para ganhar votos junto da classe neoliberal norte-americana. Fora do pódio estão o antigo vice-presidente de Trump, Mike Pence, a antiga embaixadora da ONU, Nikki Haley, o antigo senador da Carolina do Sul, Tim Scott, e o antigo governador da Nova Jérsia e maior crítico de Trump, Chris Christie.

Fora do debate e da lista estão vários republicanos que deverão cair da corrida nos próximos meses, incluindo Perry Johnson, Asa Hutchinson, Larry Elder, Ryan Binkley, Doug Burgum e Will Hurd.

O autarca de Miami, Francis Suarez, anunciou que iria suspender a sua campanha, tornando-se no primeiro candidato a desistir.



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Mísseis atingiram quartel-general da frota russa do Mar Negro

© Getty Images/STRINGER/AFP

POR LUSA   22/09/23 

A Ucrânia atacou hoje com mísseis o quartel-general da frota russa do Mar Negro, situado no centro de Sebastopol, na Crimeia, denunciou o governador local, manifestando receios de um possível novo ataque.

"O inimigo realizou um ataque com mísseis contra o quartel-general da frota", disse o governador da região administrativa de Sebastopol, Mikhail Razvojaev, nas redes sociais, citado pela agência francesa TASS.

Razvojaev disse que as equipas de socorro tinham sido enviadas para o local e que estavam a verificar a ocorrência de vítimas.

"As unidades aeromóveis [helicópteros e aviões] estão prontas e os bombeiros estão a tomar todas as medidas para extinguir o fogo o mais rapidamente possível", afirmou, segundo a agência espanhola EFE.

De acordo com a agência estatal russa TASS, um grande número de ambulâncias estava a caminho do local.

Imagens publicadas nas redes sociais mostraram um edifício em chamas.

Razvojaev não especificou quantos mísseis foram disparados contra o Estado-Maior da Frota do Mar Negro nem quantos terão sido intercetados pelas defesas antiaéreas russas.

Destroços de mísseis caíram perto do teatro Lunacharsky de Sebastopol, segundo o governador nomeado por Moscovo.

As autoridades russas disseram temer um novo ataque e pediram à população para ser cautelosa.

"Peço-vos que mantenham a calma e que não publiquem quaisquer fotografias ou vídeos" do local, disse Razvojaev.

"É possível que haja outro ataque. Não venham para o centro da cidade, fiquem dentro dos edifícios. Para os que estão perto do quartel-general da frota, em caso de sirenes, dirijam-se para os abrigos", acrescentou noutra mensagem.

Antes do anúncio do governador de Sebastopol, a agência russa Interfax noticiou a suspensão de transportes marítimos pela segunda vez no mesmo dia, bem como o tráfego na ponte da Crimeia, que liga a Rússia continental à Crimeia.

Os militares russos tinham anunciado a interceção de mísseis ucranianos ao largo da costa ocidental da Crimeia e a destruição de dois 'drones' durante a manhã.

"Os mísseis de cruzeiro foram abatidos pelas forças de defesa aérea sobre o território da República da Crimeia", disse o chefe da administração local, Sergei Aksenov.

"Mantenham a calma e confiem apenas nas fontes oficiais de informação", acrescentou, citado pela TASS.

A frota russa do Mar Negro está baseada no porto de Sebastopol, que é um dos centros de comando das operações russas contra a Ucrânia.

Em 31 de julho de 2022, um 'drone' (aparelho sem tripulação) feriu seis pessoas quando atingiu o quartel-general da frota, um imponente edifício branco de estilo clássico situado no coração de Sebastopol, perto de parques e museus populares.

Há várias semanas que a Crimeia e Sebastopol, em particular, são regularmente alvo de ataques aéreos e navais de 'drones' ucranianos, que visam navios e infraestruturas militares.

A Crimeia é essencial para o abastecimento das tropas de ocupação russas no sul da Ucrânia e para o controlo russo das costas ucranianas nos mares Negro e de Azov.

A Rússia anexou a Crimeia em 2014, a que acrescentou as regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia após ter invadido o país vizinho, em 24 de fevereiro de 2022.


IRÃO: ONU considera humilhante nova lei sobre vestuário feminino do Irão

© Reuters

POR LUSA   22/09/23 

As Nações Unidas qualificaram hoje como "repressiva e humilhante" a reforma aprovada pelo parlamento iraniano para endurecer as punições do código de vestuário islâmico, que obriga, por exemplo, as mulheres a usar véu em público.

"As mulheres e meninas não podem ser tratadas como cidadãs de segunda classe", alertou o Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos.

O 'Projeto de Lei de Apoio à Família através da Promoção da Cultura da Castidade e do Hijab', pendente da aprovação final do Conselho dos Guardiões, implica um aumento das penas e introduz "conceitos vagos" - na opinião da ONU - como "nudez e indecência".

As penas passam a poder chegar aos 10 anos de prisão.

O alto-comissário para os Direitos Humanos, Volker Turk, considerou que o texto "viola flagrantemente" o Direito internacional e apelou às autoridades iranianas para que protejam "de forma equitativa" as liberdades de todos os cidadãos.

"Apelamos às autoridades para que revoguem todos os regulamentos e procedimentos que envolvam especificamente a monitorização do comportamento público das mulheres e aprovem leis e políticas que garantam que as mulheres e as raparigas exerçam os seus direitos humanos, o que inclui o direito de participar na vida pública sem medo de represálias ou discriminação", afirmou.

A reforma acontece um ano após a morte da jovem curda Mahsa Amini, que levou a protestos violentos no país.

Masha Amini, de 22 anos, morreu em 16 de setembro do ano passado enquanto estava detida pela chamada polícia moral em Teerão, por alegadamente, ter usado o véu islâmico de forma errada.

A sua morte provocou protestos que se transformaram em grandes mobilizações, com mulheres a queimar véus, apesar das fortes repressões das forças de segurança.



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Ministério das Pescas e Economia Marítima, anuncia doação do pescado as instituições de caridades, hospitais, igrejas e quartéis.

Radio Voz Do Povo 

Kyiv acusa Rússia de voltar a atacar infraestruturas energéticas

© REUTERS/Gleb Garanich

POR LUSA    22/09/23 

O primeiro-ministro ucraniano, Denys Chmygal, acusou hoje a Rússia de ter reiniciado a campanha de "terror energético", atacando infraestruturas essenciais na Ucrânia à medida que o inverno se aproxima.

"A fase de terror energético já começou", disse Chmygal num fórum económico, citado pela agência de notícias Interfax-Ucrânia.

"Vemos isso através da destruição" de infraestruturas energéticas e "dos primeiros ataques" contra postes elétricos "nas últimas duas semanas", acrescentou.

A Rússia atacou, no outono e inverno do ano passado, várias infraestruturas energéticas de cidades da Ucrânia, deixando milhares de pessoas sem luz e, sobretudo, sem aquecimento.

Durante o inverno, os residentes na capital do país, Kyiv, tinham apenas quatro horas por dia de eletricidade, tendo as autoridades instalado tendas pela cidade, onde s habitantes podiam aquecer-se, aquecer comida ou recarregar os telemóveis.

Em Bakhmut, a população esteve vários meses sem energia e sem combustível, tendo o Governo distribuído salamandras a lenha às famílias, enquanto em Kherson, milhões de pessoas sem eletricidade e sujeitas a bombardeamentos diários, fugiram para outras regiões.

O chefe do Governo ucraniano sublinhou, no entanto, que a Ucrânia está agora mais bem preparada do que no inverno passado.

"Estamos muito mais bem preparados e mais fortes do que estávamos no ano passado", em particular devido aos fornecimentos de sistemas de defesa aérea ocidentais, sublinhou.

"O Inverno será certamente difícil, provavelmente não mais fácil do que o anterior", mas "sabemos o que o inimigo está a preparar e que desafios temos pela frente", acrescentou Chmygal.

A Rússia bombardeia cidades ucranianas quase todas as noites usando mísseis 'kamikaze' e drones.

Na quinta-feira, uma nova série de mais de 40 mísseis de cruzeiro matou três pessoas em Kherson e feriu sete em Kyiv.

Embora a maioria dos projéteis tenha sido derrubada, alguns atingiram infraestruturas civis, segundo as autoridades ucranianas.

Pela primeira vez em seis meses, instalações de energia no oeste e no centro do país foram danificadas por ataques russos, causando cortes de energia em diversas regiões, anunciou hoje o fornecedor ucraniano Ukrenergo.


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Decorre em Bissau a conferência internacional de 50 anos de constitucionalismo da Guiné Bissau

 Radio Voz Do Povo 

Ucrânia. Biden anuncia 305 milhões de euros em ajuda aos ucranianos

© EVAN VUCCI/POOL/AFP via Getty Images

POR LUSA   22/09/23

O Presidente norte-americano, Joe Biden, anunciou quinta-feira mais 325 milhões de dólares [305 milhões de euros] em ajuda à Ucrânia, acrescentando que os primeiros tanques Abrams, anunciados em janeiro, chegarão à Ucrânia na próxima semana.

Biden fez este anúncio no início de uma reunião na Casa Branca entre membros do seu Governo e a Administração ucraniana, chefiado pelo Presidente Volodymyr Zelensky.

"Aprovei a próxima entrega de ajuda de segurança dos Estados Unidos à Ucrânia, que inclui mais artilharia, munições e armas antitanque. Além disso, na próxima semana os primeiros tanques Abrams dos Estados Unidos serão entregues à Ucrânia", declarou Joe Biden.

O novo pacote de ajuda não inclui os mísseis de longo alcance ATACMS, que a Ucrânia tem exigido insistentemente há meses e que os Estados Unidos se recusaram a fornecer por receio de provocar uma escalada da guerra com a Rússia.

No entanto, o pacote contém armamento para reforçar as defesas aéreas da Ucrânia contra os ataques russos, tanto agora como durante o próximo inverno, quando a Rússia poderá atacar novamente infraestruturas críticas, como o fornecimento de energia necessário para manter o país aquecido.

Especificamente, o pacote incluirá outra bateria de defesa aérea HAWK, que pode abater aeronaves, bem como sistemas capazes de intercetar mísseis para proteger a população civil.

Os Estados Unidos também enviarão munições de artilharia e bombas de fragmentação para a Ucrânia, tal como Biden anunciou em julho, apesar das críticas de organizações como a Human Rights Watch (HWR), que estão preocupadas com o impacto deste armamento na população civil.


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À margem da 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas, o Presidente Umaro Sissoco EMBALÓ manteve um encontro com o Presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol. As discussões centraram-se principalmente nas relações bilaterais entre a Guiné-Bissau e Coreia do Sul.

O Presidente da Coreia do Sul reiterou a disponibilidade em fortalecer as relações bilaterais entre os dois países e  de continuar a apoiar a Guiné-Bissau em vários sectores. 🇬🇼🇰🇷

 Presidência da República da Guiné-Bissau

quinta-feira, 21 de setembro de 2023

Discurso do PR Umaro Sissoco Embalo na 78ª sessão da Assembleia Geral da ONU

  Radio TV Bantaba 


Nova Iorque, 21 de Setembro de 2023.

Senhor Presidente,

Senhor Secretário-Geral,

Excelências Senhores Chefes de Estado e de Governo,

Minhas Senhoras e Meus Senhores,

Quero, em primeiro lugar e desta tribuna das Nações Unidas, reiterar as nossas mais sentidas condolências aos governos do Reino do Marrocos e da Líbia e expressar os nossos sentimentos de fraternal solidariedade para com os povos destes dois países amigos e irmãos.

Permitam-me endereçar as minhas felicitações ao Sr. Dennis Francis da Trinidade e Tobago, pela sua eleição na qualidade de Presidente da Septuagésima Oitava Sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas. Desejo-lhe muitos sucessos no exercício do seu mandato. Ao seu predecessor, Sr. Csaba Körösi da Hungria, felicito pelos resultados alcançados durante a sua presidência.

Felicito igualmente o Secretário-Geral António Guterres pelo seu desempenho ao favor da paz e do desenvolvimento no mundo.

Senhor Presidente,

Os ilustres oradores que me precederam fizeram análises e observações pertinentes sobre os desafios atuais e a situação internacional, por isso, vou realçar as ações concretas que eu penso se espera de nós —as Nações Unidas.

Para a Guiné-Bissau, a melhor resposta aos desafios com os quais a comunidade internacional está confrontada, passa pelo reforço do multilateralismo e da cooperação internacional. Para nós o multilateralismo é um instrumento indispensável e um imperativo moral, se, queremos construir juntos um mundo solidário de paz e bem-estar para todos.

Nesse sentido, congratulamo-nos com a escolha e a pertinência do tema da presente Sessão da Assembleia Geral que enaltece a importância da confiança e solidariedade global, prosperidade, progresso e sustentabilidade para todos.

Senhor Presidente,

Excelências,

Espera-se de todos nós, ações concertadas com vista a concretização das nossas decisões, tais como: a realização dos Objectivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) e a “Agenda 2063: A África que Queremos” da União Africana; garantir o financiamento do desenvolvimento e proteger de maneira colectiva e melhor o nosso planeta.

A este propósito, é preciso cumprir os acordos de Paris e da COP 27, incluindo o fundo de perda e danos para países vulneráveis, particularmente os insulares como o meu pais a Guiné-Bissau.

Senhor Presidente,

É preciso introduzir as mudanças necessárias na arquitetura da paz, da segurança internacional e no sistema financeiro mundial, para que consigamos dar resposta à atual conjuntura internacional.  

A reforma do Conselho de Segurança, de que há muito se considera como necessária, deverá tomar em conta a posição da União Africana, a fim de garantir uma representação realista e mais justa, em adequação com o papel cada vez mais preponderante da África na construção e manutenção do equilíbrio do mundo.

Senhor Presidente,

Minhas Senhoras e Meus Senhores

Desde que assumi a Presidência da República da Guiné-Bissau em 2020, apostamos no diálogo, na consolidação da paz, da estabilidade política e no desenvolvimento socioeconómico no nosso país, bem como na sub-região da Africa Ocidental e alem. São também estes princípios que nós guiaram durante o exercício do nosso mandato de Presidente da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da CEDEAO que assumimos com determinação e alto sentido de responsabilidade e que terminou no passado mês de julho.

A esse propósito, queremos realçar a nossa grande preocupação perante o ressurgimento de golpes de estado e o retrocesso da Democracia e do Estado de Direito em alguns países da nossa sub-região, em flagrante violação da livre escolha das populações expressa nas urnas.

Senhor Presidente,

Minhas Senhoras e meus Senhores

Apesar dos efeitos nefastos do prolongado embargo imposto ao povo de Cuba, esse país irmão sempre esteve e contínua ao lado dos países da África.

Reiteramos o nosso apelo para pôr fim a este injusto e irracional embargo e acabar com este obstáculo à realização das legítimas aspirações do povo cubano. O mesmo sucede com o povo irmão de Venezuela, a quem também não podemos esquecer e devemos demonstrar a nossa solidariedade.

Senhor Presidente,

Como sabem, faz um ano que assumi o cargo de Presidente da Aliança de Líderes Africanos contra a Malária. Como Chefes de Estado e de Governo, continuamos em África a dar prioridade à luta contra a malária. Graças a esse esforço, mais de 1,5 mil milhões de casos de malária foram evitados e 10,5 milhões de vidas foram salvas em África desde do ano 2000.

E por isso, faço um apelo a África e à comunidade internacional à ação. Se quisermos alcançar as metas globais para 2030 de acabar com as epidemias de malária e alcançar a cobertura universal de saúde, precisamos de agir agora.

Senhor Presidente,

Excelências,

Este ano o povo da Guiné-Bissau comemora os seus 50 anos de existência enquanto Estado independente e soberano. Perante este facto, como mandatário da Nação guineense, agradeço a extraordinária ajuda dada a nossa luta de libertação nacional pela Ex-União Soviética, República da Guine, Cuba, Argélia e Marrocos e outros países, como igualmente as Nações Unidas na sua histórica visita as nossas regiões libertadas, onde confirmou a existência de um controlo político, administrativo e militar efectivo.

Por esta ocasião solene dos 50 anos da nossa independência, o povo guineense, reforça a sua determinação e energia com vista a consolidação da unidade nacional e vai mobilizar-se ainda mais para, como plasmado no hino nacional, “construir na pátria imortal a paz e o progresso”.

Senhor Presidente,

Para terminar, quero, em nome Povo da Guiné-Bissau, reiterar o nosso engajamento e constante disponibilidade em continuar a trabalhar com a ONU e a cooperar com todos os governos e povos amigos, em prol da paz e do desenvolvimento no mundo, bem como da proteção do nosso planeta.

Muito obrigado.


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