© Scott Eisen/Getty Images
Notícias ao Minuto 22/09/23
Mais uma vez, o Congresso dos Estados Unidos está prestes a falhar a votação de um orçamento, o que, no país, obriga a que todos os funcionários e entidades públicas deixem de ser pagos.
Com o governo norte-americano à beira de um 'apagão', o antigo presidente dos Estados Unidos pediu que os congressistas republicanos não aprovassem qualquer orçamento, sugerindo que, assim, o estado ficaria sem dinheiro para continuar com as várias investigações criminais nas quais está envolvido.
As declarações de Donald Trump surgem numa altura em que os republicanos estão numa luta interna, com o 'speaker' Kevin McCarthy no centro da contestação, impedindo que seja aprovado um novo orçamento que financiaria o estado e todas as entidades públicas do país. Sem a aprovação de um orçamento, os órgãos públicos ficam sem capacidade para pagar aos funcionários públicos e, como tal, a governação fica efetivamente congelada.
Na quinta-feira, uma fação de republicanos mais centristas fincaram o pé contra McCarthy, cuja liderança mais extremista no Partido Republicano tem sido contestada desde o início, e votaram do lado dos democratas.
Através da sua rede social, a Truth Social, Donald Trump exigiu que os republicanos na Câmara dos Representantes "retirem o financiamento de todos os aspetos do governo do corrupto do Joe Biden, que recusa a fechar a fronteira, trata metade do país como inimigo do estado", e declarou que "esta é a última oportunidade para cortar os fundos às acusações políticas contra mim".
"Eles têm de falhar. Usem o poder da carteira e defendam o país", proclamou Trump, que é novamente candidato à Casa Branca.
A NBC News explicou que o pedido do presidente não tem nada a ver com o financiamento do governo, já que um bloqueio orçamental não impacta investigações criminais. Os processos nos quais é arguido em Nova Iorque, por evasão fiscal, e na Georgia, por alegada obstrução eleitoral, são a nível estatal, e não federal; e as acusações de âmbito nacional, nomeadamente por uso indevido de documentos classificados e pelo seu envolvimento no motim do dia 6 de janeiro de 2021, também estão isentos de paragens forçadas no governo.
O Departamento de Justiça esclareceu, em 2021, que o ramo judicial do estado não é afetado por disrupções orçamentais.
Além disso, o argumento de Trump não é baseado em factos verificados, já que não existem quaisquer provas que indiquem que o ex-presidente está a ser acusado por motivos políticos. Trump está, contudo, a ser acusado devido às tentativas reiteradas de travar ou reverter os resultados das eleições de 2020, nas quais perdeu contra Joe Biden.
O Partido Democrata já reagiu às exigências de Donald Trump, com Hakeem Jeffries, o líder democrata na Câmara dos Representantes, a afirmar que pessoas como o antigo presidente "são demasiado extremas para serem de confiança".
Trump continua isolado na liderança da maioria das sondagens sobre as primárias republicanas para a nomeação à Casa Branca, à frente de Ron DeSantis, o governador da Flórida.
Em terceiro lugar em várias sondagens mantém-se o empresário multimilionário Vivek Ramaswamy, que tem aproveitado uma fortíssima presença nas redes sociais para ganhar votos junto da classe neoliberal norte-americana. Fora do pódio estão o antigo vice-presidente de Trump, Mike Pence, a antiga embaixadora da ONU, Nikki Haley, o antigo senador da Carolina do Sul, Tim Scott, e o antigo governador da Nova Jérsia e maior crítico de Trump, Chris Christie.
Fora do debate e da lista estão vários republicanos que deverão cair da corrida nos próximos meses, incluindo Perry Johnson, Asa Hutchinson, Larry Elder, Ryan Binkley, Doug Burgum e Will Hurd.
O autarca de Miami, Francis Suarez, anunciou que iria suspender a sua campanha, tornando-se no primeiro candidato a desistir.
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