terça-feira, 17 de junho de 2025

UNODC ALERTA QUE GUINÉ-BISSAU ESTÁ NO RADAR DE REDES DE CRIMINALIDADE ORGANIZADA TRANSNACIONAL

Por  RSM. 17.06.2025

A Guiné-Bissau continua a ser um ponto de interesse estratégico para redes de criminalidade organizada transnacional, alertou esta terça-feira, 17 de junho, a representante do Escritório das Nações Unidas sobre Droga e Crime (UNODC), Ana Cristina Andrade.  

A responsável falava na abertura de uma formação nacional sobre investigação financeira ligada ao tráfico de drogas, realizada em Bissau. 

Cristina Andrade sublinhou que os crimes relacionados com o tráfico de estupefacientes e os fluxos financeiros ilícitos representam uma ameaça crescente à integridade das instituições e ao desenvolvimento sustentável do país.  

“As redes criminosas estão altamente organizadas, dispõem de recursos significativos e operam com elevada mobilidade”, afirmou, destacando que o combate a essas estruturas exige muito mais do que ações de repressão tradicional.  

Segundo a representante do UNODC, uma das ferramentas mais eficazes para desmantelar essas redes é a realização de investigações financeiras paralelas às investigações criminais.

 “Identificar os fluxos financeiros e rastrear os ativos de origem criminosa permite atingir o coração das organizações”, disse.  

Em 2024, o UNODC já havia recomendado o reforço da investigação, da prevenção e da cooperação a nível regional e internacional no combate ao narcotráfico e ao branqueamento de capitais. 

 A formação, que reúne representantes de instituições públicas e privadas, visa precisamente reforçar as capacidades nacionais na área da justiça penal e na condução de investigações financeiras complexas.  

Em representação da ministra da Justiça e dos Direitos Humanos, a diretora-adjunta da Polícia Judiciária, Cornélia Vieira Té, defendeu que a resposta ao crime organizado deve ir além da apreensão de drogas ou da detenção de intermediários. “É fundamental neutralizar o pilar financeiro que sustenta essas redes criminosas”, afirmou.  

A iniciativa faz parte de um esforço conjunto do UNODC e da União Europeia para reforçar os mecanismos nacionais de combate ao tráfico de drogas, ao branqueamento de capitais e à corrupção.  


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