quinta-feira, 13 de julho de 2023

Altas patentes militares russas, incluindo o general Sergei Surovikin, ex-comandante das forças de Moscovo na Ucrânia, foram presas, no âmbito da rebelião do Grupo Wagner, informou hoje o Wall Street Journal (WSJ) citando fontes próximas do processo.

© Getty/ Mikhail METZEL

POR LUSA  13/07/23 

 Moscovo detém altas patentes, incluindo Surovikin, diz WSJ

Altas patentes militares russas, incluindo o general Sergei Surovikin, ex-comandante das forças de Moscovo na Ucrânia, foram presas, no âmbito da rebelião do Grupo Wagner, informou hoje o Wall Street Journal (WSJ) citando fontes próximas do processo.

O general, que comandou as forças russas na Síria e depois na invasão da Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro do ano passado, foi detido e interrogado, segundo as mesmas fontes, juntando-se a outras altas patentes que foram presas, suspensas ou demitidas.

Surovikin, conhecido como "General Armagedão" pelas campanhas de bombardeamentos que empreendeu na Síria, não era acusado de nenhum crime, mas estava a par alegadamente dos planos de rebelião do líder do grupo mercenário Wagner.

Yevgeny Prigozhin abandonou a Ucrânia, onde as suas tropas terão sido supostamente atacadas por forças russas, e, na noite de 23 para 24 de junho, os seus soldados tomaram sem resistência a cidade estratégica de Rostov (sul da Rússia), tendo depois empreendido uma marcha para Moscovo para depor as chefias militares, iniciativa travada apenas quando as suas colunas estavam a pouco mais de 200 quilómetros da capital, num acordo mediado pelo Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko.

A detenção de Surovikin, sem confirmação oficial e agora noticiada pelo WSJ, estará inserida numa campanha do Kremlin para afastar oficiais suspeitos de deslealdade.

Com o general, indicou o WSJ, pelo menos 13 altos oficiais foram detidos para interrogatório, tendo alguns deles sido libertados posteriormente, e cerca de 15 foram suspensos do serviço ou demitidos.

Nem o Kremlin nem o Ministério da Defesa da Rússia responderam aos pedidos de confirmação do jornal.

Andrei Kartapolov, líder do comité de defesa do parlamento russo, disse num vídeo que circulou nas redes sociais russas esta semana que Surovikin estava apenas a descansar e que não se encontrava "disponível".

Segundo uma das fontes do jornal, o coronel-general Andrey Yudin e o vice-chefe da secreta militar, tenente-general Vladimir Alexeyev, também foram detidos e a seguir colocados em liberdade, após terem sido suspensos e os seus movimentos restringidos e sob observação.

Entre outras figuras detidas está o ex-coronel general Mikhail Mizintsev, que foi vice-ministro da Defesa, e conhecido como "o carniceiro de Mariupol", e que ingressou no Grupo Wagner de Prigozhin.

Surovikin foi visto pela última vez num vídeo divulgado em 23 de junho, parecendo angustiado e com uma arma com na mão direita, enquanto pedia a Prigozhin e aos seus mercenários para cancelarem a sua rebelião.

Desde o final de junho, o Kremlin começou a desmantelar o Grupo Wagner, que tem tido um papel relevante na Ucrânia, responsável pela recente captura de cidade ucraniana de Bakhmut, na província de Donetsk (leste), e um instrumento de projeção de poder russo no Médio Oriente, em concreto na Síria, no continente africano.


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