domingo, 4 de junho de 2023

GUINÉ-BISSAU: O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, disse hoje, após votar em Gabu, leste da Guiné-Bissau, que não vai admitir desordem após as eleições legislativas de hoje e que "quem vencer é quem vai governar".

POR LUSA   04/06/23 

 Presidente guineense diz que não vai admitir desordem

O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, disse hoje, após votar em Gabu, leste da Guiné-Bissau, que não vai admitir desordem após as eleições legislativas de hoje e que "quem vencer é quem vai governar". 


Em declarações aos jornalistas depois de ter votado em Gabu, a cerca de 250 quilómetros de Bissau, o chefe de Estado deixou recados à oposição, mas sem nunca se referir a nenhum partido específico. 

"Nós conhecemos pessoas que não aceitam os resultados eleitorais, mas isso já acabou. Comigo não acontecerá. O povo irá escolher em consciência e quem for escolhido é quem vai governar. Podem ficar descansados" disse, acrescentando que "aceitar resultados ou negar resultados é teatro".

Hoje, referiu que "ninguém está acima da justiça", acrescentando que todos os deputados que forem eleitos, "a começar pelo presidente do parlamento, até ao último deputado", deverão "responder à justiça" caso seja indiciados de algum crime.

"Ninguém pode se esconder atrás da imunidade", acrescentou, referindo-se ao pedido de levantamento de imunidade parlamentar de Domingos Simões Pereira na anterior legislatura e que foi recusada pelo Assembleia Nacional Popular.

Sobre a possibilidade de haver manifestações e violência nas ruas depois das eleições, Umaro Sissoco Embaló referiu-se ao conflito no vizinho Senegal, onde já morreram pelo menos 15 pessoas em confrontos entre apoiantes do opositor Ousmane Sonko e as forças de segurança, defendendo que aquele país "sempre teve a cultura da democracia".

Neste sentido, prometeu uma resposta caso haja desordem na Guiné-Bissau: "Vou-vos garantir uma coisa [...] que as pessoas saiam à rua. Só peço a Deus que assim seja [e é aí] que vão viver de uma vez por todas em paz. De uma vez por todas. Desordem aqui, não".

"Sonkos não pode haver aqui", disse, em alusão ao opositor senegalês, porque "aqui o King Jong Un é o Presidente", numa referência ao líder da Coreia do Norte.

"Se eu quiser chamar as pessoas à rua, vou parar à Guiné-Bissau. Digo, fora o Presidente 'Nino' Vieira, não existe nenhum político que surgiu como um fenómeno e carisma de Umaro Sissoco Embaló", referiu, acresentando que "o poder é divino, Deus é que dá poder às pessoas, não se procura o poder a todo o custo, de vida ou morte, não".

O chefe de Estado apelou ao povo para votar "com a maior serenidade e calma" e "livremente", considerando que este "é soberano para votar", mas afirmou: "Conhecemo-nos e sabemos quem engana o povo, aqueles que nos prometem coisas há muitos anos."

E nesse sentido, ele próprio prometeu que vai fazer várias obras na sua terra natal, onde tem a sua origem e a sua "base política".

"Estou a requalificar a cidade de Bissau, assim é que vamos fazer com Gabú e Bafatá. Iremos começar a receber voos internacionais aqui em Gabu, todas as pessoas que estão à volta do aeroporto serão indemnizadas", disse, referindo que pretende fazer coisas, "mas com políticos sérios".

Cerca de 900 mil guineenses escolhem hoje os 102 deputados do parlamento e o partido que irá formar Governo, nas sétimas legislativas desde a abertura ao multipartidarismo, em 1994.

Concorrem a estas eleições 20 partido e duas coligações.

As urnas encerram às 17h00 (18h00 em Lisboa) e estão no país cerca de 200 observadores internacionais, nomeadamente da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), da União Africana (UA) e da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

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