sexta-feira, 26 de agosto de 2022

PAIGC_Bolom Conté em conferência de imprensa.


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 JORNAL ODEMOCRATA  26/08/2022  

Bolom Conté, militante em litígio com o  seu partido, Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), acusou o presidente   dessa formação  política de tentar subordiná-lo através da sua esposa, numa reunião que seria a sós, mas  que acabaria por envolver a sua mulher como mediadora.

Em conferência de imprensa realizada esta sexta-feira, 26 de agosto de 2022, para reagir às acusações do partido de que foi vítima, Bolom Conté disse  estar disposto a reconciliar-se com o PAIGC, desde que  o partido aceite deixar cair o Guião e respeitar os estatutos, nomeadamente a realização das conferências de base, estruturas intermédias (seção, setor e região), caso contrário continuará a defender os princípios e valores do partido.

“Se a comissão for ativada agora, vou abdicar de tudo para negociar. Porque não estou interessado em criar caos no partido, mas sim, estou pelo bem-estar do partido. Para que isso aconteça, as regras internas têm de ser respeitadas de forma integral. Nunca fui, nem serei radical em nenhuma negociação que vise reconciliar os militantes do partido”, assegurou, justificando que fê-lo pelo interesse coletivo  de todos os militantes e simpatizantes vítimas do  mesmo processo de escolha de delegados ao congresso.

O Militante do PAIGC, desde 2004 no círculo eleitoral 25,  afirmou ter entregue  a sua carta de protesto ao Conselho Nacional de Jurisdição do PAIGC  no dia 13 de janeiro de 2022, para reivindicar contra as irregularidades no processo, mas até ao momento não foi chamado nem ouvido por este órgão.

“O guião foi anulado, mas o partido continuou a violar os mesmos procedimentos, admitindo os mesmos delegados contestados nas eleições de base”, salientou, para de seguida defender que “o PAIGC não pode ser tratado  como um património  privado de alguém, mas sim património nacional”.

Bolom Conté frisou que as providências cautelares   interpostas nos tribunais Regional de Bissau e de relação visam pôr “fim à ditadura no seio do partido” e disse estar disposto a entregar-se à morte, se for necessário, mas nunca vai desistir da sua luta pelo respeito dos princípios internos até que os valores que todos defendem sejam respeitados.  

“As assembleias de base e as conferências das estruturas  intermédias (seção, setor e região) são órgãos  essenciais do PAIGC para o seu funcionamento adequado e equilibrado, assegurando a articulação  necessária e coerente do corpo do partido, da base ao topo, não do topo à base”, sustentou .

Bolom Conté denunciou que ele, a sua família e os seus próximos têm sido, desde que entrou com o processo judicial no tribunal, vítimas  de ameaças à morte, de insultos, perseguição e intimidação, tanto dos dirigentes quanto dos militantes leais a Domingos Simões Pereira.

O militante do PAIGC denunciou ainda que  o seu partido fez tentativa de inscrevê-lo na Assembleia do Povo Unido-Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB), para sustentar a sua teoria de que já não era militante dos libertadores.

“O meu partido fez a mesma tentativa no Partido da Renovação Social (PRS), mas não conseguiu”, denunciou e disse que nunca saiu do país nem recebeu proteção de alguém, porque já viu algo pior que as ameaças dos atuais dirigentes e militantes do PAIGC.

Por: Filomeno Sambú

Foto: FS

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