terça-feira, 23 de fevereiro de 2021

O TENENTE CORONEL LUSO ( DESCENDENTE DA GUINÉ) MARCELINO DA MATA E O JULGAMENTO DA HISTÓRIA

Por Joaquim Batista Correia 

Na Glóriosa História  da nossa Pátria (Guiné- Bissau) desfilam registos de homens e mulheres  com bravura, inteligência e patriotismo inquestionáveis  nas suas revoltas contra a ocupação colonial Europeia (sec. XVIII e Principios do seculo XX) bem como na senda  dos protestos anti- colonialista e anti- imperialista que veriam a culminar com a Luta de Libertação pela Independencia Nacional.

 Entretanto, em nenhum destes Registos gloriosos  consta o nome do lendário ( lendàrio para as crónicas portuguesas ) Comando Operacional MARCELINO DA MATA, figura  heróica para Portugal, na História e Glória das Forças de Ocupacão portuguesa  no nosso território nos anos 60 e Principios dos anos 70 do seculo XX e no contexto das operações de anti- guerrilha num total de 2412 ACTOS levados a cabo por ele o que lhe valeu segundo as fontes  portuguesas muitos prestigios e  condecoraçôes que consubstanciam para nós, os Guineenses, a acumulação de ACTOS de Tirânía e Crimes de Guerra, praticados por ele, à luz da nossa História e das Convênções Internacionais que regulam conflitos armados .. 

Uma história da Guerra Colonial, praticamente desconhecida pela maioria dos  nossos  jovens e que urge não fazer o Revisionismo e o seu branqueamento tal como é alvo em Portugal país que ele serviu com Honra e Lealidade. Isso tanto mais que o seu precurso para com as então  autoridades de  Lisboa não corresponde a infámia que ele praticou para com o solo guineense que o viu nascer, numa vâ tentativa de substituir, se possivel o  colonialismo pelo o neocolonialismo. Mas ele falhou nos seus métodos e estratégias que redundaram em crimes de Guerra. 

Outrossim, o Tenente Coronel luso  MARCELINO DA MATA permanece na História do Exercito Português como  o Militar mais condecorado de todos os tempos  com mais de 2400 operações especiais levadas a cabo por ele. 

Reza a História de que aquando da retêncão e cativeiro  de uma Companhia de tropas metropolitanas na fronteira norte com o Senegal (Kumbamori) na qual se tinham infiltrado no território estranho as suas operações, sem darem conta o que, desde logo, originou um embroglio diplomatico com este país francofono independente com o Governo de Lisboa. De imediato e tendo em conta a gravidade do caso foi reunido em Lisboa um Conselho de Ministro Extraordinário para que naquela mesma noite sejam resgatados todos integrantes da Companhia Metropolitana para que não se consumasse a denúncia internacional de que  Portugal teria invadido o território Senegalês sendo este País fronteiriço uma Nação neutral no conflito. Finda a reunião extraordinária foi instruido   via telegrama o General ANTÓNIO SEBASTIÂO RIBEIRO DE SPINOLA, então Governador da Provincia de Guiné que encontrasse uma solução ùrgente e plausível para a salvaguarda dos interesses diplómaticos portugueses que passam por operação de Comando Rápido, eficaz e eficiente ao que desde logo foi chamado de úrgência o então Capitão dos Comandos africanos MARCELINO DA MATA  para derigir esta arriscada operacão Resgate conhecido pelo o nome de RESGATE, com 25 comandos Africanos a sua livre escolha, todos equipados com materials de combate dos nossos guerrilheiros por uma questão  estratégica de simulação (armamento e fardas). 

Eram 02 horas de madrugada quando se deu o assalto final no aquartalemento dos Páraquedistas Senegalese em Kubamori,  resultando no resgate dE mais de 150 tropas Metropolitanas presas e acantonadas no aquartelamento a espera de uma Conferência de Imprensa para serem expostas como prova Material da agressão do Governo Português contra o território neutral da República do Senegal. 

Entretanto os nossos guerrilheiros, tão cedo já, se tinham dado conta da estratégia e tática das tropas coloniais,  tendo por isso montado emboscadas nas trajectorias que davam  acesso ao aquartelamento para impedir a eventual consumação do Resgate, facto que veria acontecer naquela madrugada.

Com a consumação do Resgate, este facto militar evitou que as autoridades Senegalesas estejam na posse de provas materials para uma denúncia internacional contra o Governo português, porque todas as tropas Metropolitanas foram libertas ( Resgate) pelo então Capitão dos Comandos MARCELINO DA MATA naquela madrugada tendo as noticias chegado a Lisboa nas primeiras horas do dia seguinte com a consequente convocacão de um Conselho de Ministro para  atribuição da mais antiga Ordem Militar ao chefe da Operacão de Resgate CAJADO.

 Acresce a este seu mérito na perspectiva colonial as Operações  CAJADO , " AMETISTA REAL  (levada a cabo pela Companhia dos Comandos em 8 de Maio de 1973 na area de Guidajde -  Bidjene), TRIDENTE (ilha de Komo), bem como a sua participação na operação da Invasão de Guiné de SECO TURÉ por mar conhecida por Operacão MAR VERDE que os documentos Coloniais diziam que  era para libertar alguns prisioneiros Portuguese que se encontravam na Prisão de "Montanha " do Paigc. Tudo isso e varias outras  acções em combate lhe rendeu no seu peito 5 Cruzes de  Guerra Colonial bem como nos seus ombros brilha um colar  da nobre e antiga Ordem Militar de Torre e Espada, do Valor,  Lealidade e Mérito. Sublinha - se que esta é entre todas as condecorações, a mais alta condecorado Militar do Exercito Português 

Porém, apesar das nobres insignias atribuidas a este homem, a sua morte não teve consensos em Lisboa quanto ao ceremonial do Enterro com Honras Militares que depois não aconteceram. 

Daí que é de sublinhar que acumulativamente as  nobres insignias Lusas atribuidas no passado, o Tenente Coronel DA MATA fica na História da Guerra Colonial como o mais Tirâno e sanguinário Comando Operacional  das Colonias Portuguesas cujos excessos enlutaram várias familias inocentes naquele lapso temporal . 

Hoje com a sua ausência do mundo dos vivos,  resta- nos rogar pelo o PERDÃO dos seus excessos mas NUNCA ESQUECER O SEU NEGRO PASSADO  para que não haja mais no nosso solo Pátrio figurinos com evidências que se assemelham a sua trajectória.

PAZ A SUA ALMA !

By: Joaquim Batista Correia

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