Por AJPDH
Um agente da corporação da Guarda Nacional agrediu uma jovem estudante de vinte e quatro anos de idade (24), no passado dia 21 de outubro. O incidente ocorreu na primeira passadeira aérea, no sentido "Chapa de Bissau a Centro de Cidade (PRAÇA)".
Circunstâncias: encerramento de uma das vias da Av. Combatentes de Liberdade da Pátria, na sequência da visita do Presidente da República da Gâmbia ao país.
A jovem estudante de 24 anos, impedida de atravessar pela passadeira normal (da terra), aliás como foi para todos os pedestres, quase durante todo o dia, ela, de caminho para a Universidade Lusófona da Guiné-Bissau, no momento atrasada, pois não havia acesso fácil ao transporte, tentou atravessar pela passadeira aérea, mas como havia controlo para evitar o excesso de pessoas ao mesmo tempo na passadeira, ela dirigiu -se a um dos agentes da Guarda Nacional de forma cortês e pediu-lhe que a permitisse a passagem, uma vez que se seguia e que já estava atrasada em relação à hora de entrada na Universidade.
Em resposta, o agente, aparentemente irritado, por, alegadamente ter perdido o controlo de muitas pessoas que escapavam às ordens de não passar em multidão, agarrou logo a mão da jovem, com intenções de travá-la e, foi por alguns minutos.
Insatisfeita, como qualquer um/a na mesma circunstância, a jovem exigiu que a soltasse, alertando ao agente que "aquilo seria uma agressão", pior, impedindo-a passar.
A reação terá sido encarrada pelo agente como uma falta de respeito, pelo que, conforme a vítima o agente desferiu insultos "n'na findiu ka***a".
Ato contínuo, a jovem disse-lhe que, com aquele comportamento, estaria a abusar-se de poder.
O agente respondeu: "...se falas do abuso do poder, então, é agora que vais saber o que significa em prática..."
E, logo de seguida, carregou sobre a jovem, empurrando-a com duas mãos e, em consequência, a jovem saiu do segundo degrau da passadeira e foi parar ao chão, tendo perdido a consciência por alguns minutos, sorte teve, pois as pessoas que assistiam ao cenário a ajudaram a recuperar.
Como consequência da agressão e segundo o relatório médico que a AJPDH teve acesso, a jovem ficou com contusão a nível de vértebras lombar moderada, devendo ficar 15 dias em repouso, com a possibilidade de, em caso de se voltar a sentir dores, ser obrigada a ir para o estrangeiro a procura de melhores tramentos.
E ela ainda ficou com dores e dificuldades de mobilidade.
Perante a patente atitude grosseira e deselegante da parte de polícia (com a capa de autoridade) para com a jovem em causa, a Associação Juvenil para Promoção e Defesa dos Direitos Humanos (AJPDH), através da Direção Executiva, e particularmente o Departamento de Seguimento dos casos de violação dos Direitos Humanos, feita a deligência e concerta a posição, delelibera:
1 - Condenar qualquer atitude ou comportamento da parte dos agentes da força de ordem que põe em causa os direitos humanos;
2 - Qualificar de "deselegância profissional, insuficiência, se não a falta de preparação e qualificação técnica da boa parte dos agentes da força de ordem, particularmente, neste caso, da Guarda Nacional;
3 - Exigir a responsabilização civil do Estado, assim como a disciplinar;
4 -Transmitir o sentimento de profunda revolta e, ao mesmo tempo solidarizar-se com a vítima;
5 - Encorajar a vítima a prosseguir para a justiça que AJPDH está do seu lado.
#PELOS_DIREITOS_HUMANOS_LUTAMOS
Vladimir Victorino Gomes
/ O Presidente /
Bissau, 23 de outubro de 2020
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