Proposta de entendimento do PAIGC para a Guiné-Bissau é incongruente
O Movimento para a Alternância Democrática da Guiné-Bissau (Madem-G15) considerou hoje incongruente a proposta do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) para resolver a crise política no país."O Madem-G15 considera que essa proposta de entendimento é incongruente, tem um problema de coerência e não pode contribuir para a busca de uma solução airosa para a crise política na Guiné-Bissau", afirmou Aristides Ocante da Silva, dirigente do Madem-G15.
Aristides Ocante da Silva falava aos jornalistas no parlamento nacional, onde decorreu hoje um encontro entre o Madem-G15 e o PAIGC, na sequência de um convite feito por aquele partido, vencedor das legislativas de março de 2019, às formações políticas com assento parlamentar para tentar encontrar uma solução para os problemas políticos do país.
"Estivemos abertos para participar neste encontro e estamos dispostos a participar e tomar parte em qualquer iniciativa que cristalize energias positivas em busca de uma solução política para a Guiné-Bissau", afirmou Ocante da Silva.
O dirigente do Madem-G15 explicou aos jornalistas que o PAIGC apresentou dois elementos fundamentais, nomeadamente a participação num Governo de base alargada dirigido pelo PAIGC e o estabelecimento de um memorando de entendimento.
Para Aristides Ocante da Silva, é preciso não esquecer que há uma "nova realidade política" no país, referindo-se ao acordo de incidência parlamentar assinado entre o Madem-G15, a Assembleia do Povo Unido - Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB) e Partido da Renovação Social (PRS).
"É aberrante, perdendo a maioria, pretender que devem chefiar o Governo de base alargada", afirmou Ocante da Silva.
Questionado pelos jornalistas sobre a formação do novo Governo, o dirigente político disse que o "novo primeiro-ministro deve sair da nova maioria parlamentar".
"Portanto, não houve um entendimento quanto à saída desta crise", disse.
O PAIGC venceu as legislativas de março de 2019 sem maioria e fez um acordo de incidência parlamentar com a APU-PDGB, Partido da Nova Democracia e União para a Mudança, obtendo 54 dos 102 assentos no parlamento.
Logo no início da legislatura, o líder da APU-PDGB, Nuno Nabian, que ocupava o cargo de primeiro vice-presidente do parlamento, incompatibilizou-se com o PAIGC e aliou-se ao Madem-G15, segunda força política do país, com 27 deputados, e Partido da Renovação Social, que elegeu 21 deputados.
Apesar da nova aliança, três dos deputados da APU-PDGB mantiveram a sua lealdade ao acordo de incidência parlamentar assinado com o PAIGC.
Os dois blocos alegam ter a maioria no parlamento.
Sem comentários:
Enviar um comentário