O ministro da Educação, Ensino Superior, da Juventude, Cultura e Desportos, Camilo Simões Pereira, disse esta sexta-feira 14 de dezembro 2018, que não tem medo de demitir-se das suas funções, mas pediu às pessoas que deixem de instigar os estudantes para avançarem para outro tipo de reivindicações. O governante reagia assim à questão sobre o eventual pedido da sua demissão a frente daquela instituição governamental, já que não consegue solucionar a questão da greve nas escolas públicas que impedem o funcionamento das mesmas há três meses.
“Como ministro da educação, estou a fazer o meu trabalho. O ministro da educação não paga os salários e não contrata os professores. Aliás, a contratação faz-se a nível da Função Pública. Quem paga os salários é o ministério das Finanças. Nós gerimos os recursos humanos e os processos”, explicou.
Assegurou que a única coisa que pode fazer é negociar com os sindicatos, porque não pode obrigá-los a irem dar aulas, porque neste momento ninguém pode cumprir o que estão a pedir a cem por cento. Acrescentou que os sindicatos da classe docente estão a exigir a promulgação do Estatuto de Carreira Docente, tendo frisado que assim, o Presidente da República deve igualmente renunciar do seu cargo, dado que tem o documento para promulgar e até agora não o fez. E pergunta se deveria obrigá-lo a promulgar o estatuto”.
“Demitir-me desta função, não tem problema da minha parte. Sou deputado da nação e médico de profissão, portanto não estou pegado a isto! Posso ir trabalhar em qualquer sítio. Sou profissional e posso trabalhar seja onde for. Agora aquelas pessoas que estão a pedir a minha demissão, são elas que estão a instigar os estudantes. Não querem apontar o dedo ao sindicato que recebeu alguma coisa que o leva a extremar posições desta forma, mas não queremos chegar ainda a este ponto”, espelhou o governante, que entretanto, afirmou que mesmo hoje se sair o seu despacho da demissão, estará pronto para sair.
Lembrou que na semana passada os sindicatos abandonaram a mesa de negociações e praticamente iriam chegar ao entendimento, tendo frisado que inclusive produziram um pré-acordo do memorando de entendimento.
Sobre o bloqueio de salários dos professores que alegam que nestas condições não podem continuar a negociação, respondeu que não tem informações sobre o bloqueio de salários dos professores. Contudo, sustentou que a única forma é dialogar para obter as soluções possíveis.
Por: Assana Sambú
Foto: AS
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