domingo, 30 de dezembro de 2018

Descoberta. - Peixe pode ajudar na regeneração de corações humanos

Estudo identificou um gene na espécie tetra mexicano que pode ser a chave para a capacidade do coração humano se reparar após sofrer lesões.


Uma pesquisa financiada pela Fundação Britânica do Coração (BHF) identificou que o peixe tetra mexicano pode reparar o seu próprio coração após sofrer danos.

O novo estudo, publicado no periódico científico Cell Reports, sugere que um gene denominado de lrrc10 pode ser a chave para esta capacidade. Os cientistas esperam que, no futuro, a descoberta possa ajudar a regenerar também o coração humano.

Os peixes de superfície daquela espécie com milhões de anos e que ainda vivem nos rios do México mantiveram a capacidade ancestral de reparar o tecido cardíaco.

Mathilda Mommersteeg, líder da pesquisa, e uma equipa de investigadores da Universidade de Oxford, no Reino Unido, apuraram que três áreas do genoma dos peixes estão implicadas na capacidade do peixe em reparar o seu próprio coração.

Dois genes, lrrc10 e caveolin são extremamente ativos nesses peixes e podem ser fundamentais para permitir que consigam reparar aquele músculo.

O lrrc10 já havia sido associado a uma doença cardíaca que afeta os humanos e que é denominada de cardiomiopatia dilatada (DCM). Estudos em ratos mostraram que esse gene está envolvido no modo como as células cardíacas se contraem a cada batida do coração.

Efeito para humanos

O coração humano não tem a capacidade natural de se reparar. Quando alguém sofre um ataque cardíaco, o músculo cardíaco fica danificado e forma-se o chamado tecido cicatricial. Esse tecido impede que o órgão se contraia adequadamente, tornando mais difícil para o coração bombardear o sangue pelo corpo. Essa perda de capacidade de bombeamento é chamada de insuficiência cardíaca. Muitas vezes, a única cura é um transplante de coração.

Os investigadores esperam que, ao desvendar a capacidade insólita daquela espécie de peixe, um dia possa ser possível curar os corações humanos da mesma maneira.

Mommersteeg, professora associada de Medicina Desenvolvente e Regenerativa da Universidade de Oxford, que liderou a pesquisa, disse: “A insuficiência cardíaca é uma doença cruel e debilitante que mais de meio milhão de pessoas apenas no Reino Unido e muitos mais milhões em todo o mundo. É cedo, mas estamos incrivelmente empolgados com estes peixes notáveis e com o potencial de mudar a vida de pessoas com corações danificados”.

NAOM

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