Os jovens da Guiné-Bissau do Movimento de Cidadãos Conscientes e Inconformados (MCCI) com a crise política anunciaram hoje a realização de uma manifestação de protesto contra o Presidente do país, José Mário Vaz, agendada para este sábado.
Em conferência de imprensa, Sumaila Djaló, membro da direção do MCCI, plataforma de associações de jovens que dizem lutar pela afirmação da democracia na Guiné-Bissau, defendeu a necessidade de o povo continuar a manifestar-se contra "a degradação da vida política".
Segundo Sumaila Djaló, a sua organização considera o Presidente guineense, José Mário Vaz, principal responsável da crise política que o país atravessa há cerca de um ano e meio, pelo que, disse, no próximo sábado haverá uma manifestação pacífica de protesto em Bissau.
Será "mais uma manifestação para denunciar a ditadura e tirania que José Mário Vaz e a sua cúpula querem implementar" na Guiné-Bissau, declarou Sumaila Djaló, acrescentando que enquanto juventude "convicta e determinada", estão dispostos a defender os valores da democracia e cidadania.
Djaló sublinhou que mesmo com espancamento e prisões dos líderes do movimento, os protestos não vão parar enquanto a Guiné-Bissau não conhecer a estabilidade e o progresso.
O dirigente do MCCI disse ainda que já deixaram de acreditar nas promessas do Presidente José Mário Vaz.
"Ele tinha dito que não ia acontecer espancamento, prisão ou morte de nenhum filho da Guiné-Bissau só por estar a manifestar-se contra o seu regime, das três garantias duas já aconteceram, agora só falta que algum de nós seja morto", observou Sumaila Djaló.
O ativista explicou que na manifestação de sábado todos os dirigentes do movimento dos inconformados que se encontram atualmente escondidos, por temerem ações da polícia, estarão presentes, inclusive Lesmes Monteiro.
Monteiro, que é o porta-voz do MCCI, terá sido vítima de espancamento no passado sábado por pessoas desconhecidas, na sua residência, nos subúrbios de Bissau. Desde então, encontra-se escondido em lugar desconhecido.
Sumaila Djaló adiantou estarem em curso negociações com as autoridades para mudar a rota da manifestação de sábado que o movimento quer que decorra da rotunda do aeroporto à praça dos Heróis Nacionais, junto ao palácio da presidência.
A polícia não quer que a manifestação termine diante do palácio, indicou Djaló.
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