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Notícias ao Minuto 08/01/23
Centenas de militantes radicais fiéis de Bolsonaro estavam acampados em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília, desde o dia seguinte às eleições de 30 de outubro, nas quais Lula derrotou Bolsonaro.
Manifestantes, apoiantes do ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, conseguiram, este domingo, furar um bloqueio das autoridades e invadir a Esplanada - a avenida onde se encontram os ministérios -, o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal e o Palácio do Planalto.
O grupo, que defende teses golpistas, ultrapassou uma barreira policial e subiu a rampa que dá acesso à cobertura dos prédios da Câmara dos Deputados e do Senado.
Centenas de militantes radicais fiéis de Bolsonaro estavam acampados em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília, desde o dia seguinte às eleições de 30 de outubro, nas quais Lula derrotou Bolsonaro.
A polícia brasileira usou gás lacrimogéneo para tentar repelir os manifestantes, que estavam concentrados no exterior do edifício.
A zona em torno do Congresso estava isolada pelas autoridades, mas os apoiantes de Bolsonaro, que se recusam a aceitar a eleição de Lula da Silva, conseguiram romper os cordões de segurança e várias dezenas conseguiram subir a rampa deste edifício de arquitetura moderna para ocupar a cobertura.
Vestindo maioritariamente camisolas com as cores amarela e verde e bandeiras do Brasil, os manifestantes atacaram alguns veículos da Polícia Legislativa, que assegura a segurança do Congresso.
Na sua marcha em direção ao Congresso, os manifestantes destruíram também as barreiras de proteção e armados com paus enfrentaram os agentes da autoridades no local, que infrutiferamente os tentaram conter.
De recordar que Lula da Silva não se encontra em Brasília, mas sim em São Paulo, numa visita de reconhecimento após as chuvas que afetaram a região.
Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública, já reagiu no Twitter: "Essa absurda tentativa de impor a vontade pela força não vai prevalecer. O Governo do Distrito Federal afirma que haverá reforços. E as forças de que dispomos estão agindo. Estou na sede do Ministério da Justiça".
Manifestantes "devem sofrer o rigor da lei com urgência"
O presidente do Senado brasileiro, Rodrigo Pacheco, repudiou hoje a invasão da sede do Congresso Nacional por apoiantes do antigo chefe de Estado Jair Bolsonaro, defendendo que "devem sofrer o rigor da lei com urgência".
"Na ação, estão empenhadas as forças de segurança do Distrito Federal, além da Polícia Legislativa do Congresso. Repudio veementemente esses atos antidemocráticos, que devem sofrer o rigor da lei com urgência", lê-se numa mensagem divulgada nas redes sociais.
Nas redes sociais, surgem vídeos destes momentos e dos confrontos entre polícia e manifestantes:
Não é um movimento pequeno formando por extremista radicais, como afirmou o Ministro da Justiça
— Elisa Brom (@brom_elisa) January 8, 2023
São brasileiros indignados e que não vão aceitar assistir a destruição do Brasil
É pelo futuro da Nação e por Liberdade.
Que Deus abençoe o Brasil e proteja todas essas pessoas🇧🇷 pic.twitter.com/qEPKdDiUaL
As imagens impressionantes, que trazem à memória a invasão do Capitólio nos Estados Unidos da América por apoiantes do então Presidente Donald Trump, mostram uma verdadeira maré humana fluindo em direção ao Congresso, edifício onde se situam a Câmara dos Deputados e o Senado.
Lula da Silva venceu a segunda volta das eleições, em 30 de outubro, com 50,9% dos votos válidos contra 49,1% de Bolsonaro. Jair Bolsonaro, que não entregou simbolicamente o poder a Lula da Silva, deixou o Brasil antes do final do ano para os Estados Unidos.