quarta-feira, 23 de abril de 2025

O Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano convocou hoje o embaixador chinês para expressar as suas "sérias preocupações" sobre a presença de combatentes chineses no exército russo e a assistência de empresas chinesas à Rússia no fabrico de armamento.

Por LUSA 

Kyiv convoca embaixador chinês para protestar por apoio à Rússia

O Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano convocou hoje o embaixador chinês para expressar as suas "sérias preocupações" sobre a presença de combatentes chineses no exército russo e a assistência de empresas chinesas à Rússia no fabrico de armamento.

"O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros, Yevhen Perebyinis, sublinhou [ao embaixador chinês em Kyiv] que a participação de cidadãos chineses nas hostilidades contra a Ucrânia ao lado do Estado agressor (Rússia), bem como o envolvimento de empresas chinesas na produção de equipamento militar na Rússia, são muito preocupantes e contradizem o espírito de parceria entre a Ucrânia e a China", afirmou o ministério num comunicado.

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, sancionou a 18 de abril três empresas chinesas, depois de ter acusado Pequim de fornecer armas à Rússia e de ter anunciado a existência de cidadãos da China a combater ao lado das forças russas.

O chefe de Estado impôs sanções à Beijing Aviation and Aerospace Xianghui Technology, à Rui Jin Machinery e à Zhongfu Shenying Carbon Fiber Xining, segundo a presidência ucraniana.

Zelensky disse ter recebido a confirmação dos serviços de informação e do Serviço de Segurança (SBU) de que a China estava a fornecer pólvora e artilharia à Rússia, uma alegação rejeitada por Pequim.

Anteriormente, o Presidente ucraniano anunciara no dia 08 de abril a captura de dois cidadãos chineses a lutar ao lado das forças russas, indicando a seguir ter informações de que o número ascende a várias centenas.

A diplomacia chinesa respondeu que nunca entregou armas letais à Rússia na guerra na Ucrânia, criticando "acusações arbitrárias" e "manipulação política" a este respeito.

"A China nunca forneceu armas letais a qualquer parte do conflito e controla rigorosamente os artigos de duplo uso [civil e militar]", declarou Lin Jian, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China.

Pequim já rejeitara também o seu envolvimento na presença de cidadãos chineses nas forças de Moscovo.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.   

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.