terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

Comissão condena "uso excessivo da força" no Senegal

Forças de segurança senegalesas durante protestos contra adiamento das eleições, a 5 de fevereiro  Foto: John Wessels/AFP

Por dw.com 06/02/2024

A Comissão dos Direitos Humanos da União Africana critica a detenção de opositores políticos e a forma como as forças de segurança reprimiram os protestos contra o adiamento das eleições no Senegal.

"A Comissão está preocupada com as detenções de opositores políticos e o uso excessivo da força e de gás lacrimogéneo por parte das forças da ordem para reprimir as manifestações", disse a instituição num comunicado citado pela agência espanhola de notícias EFE.

Os membros deste órgão da União Africana com sede em Banjul, na Gâmbia, dizem também que "condenam as graves restrições impostas contra o direito de reunião e manifestação pacífica por parte das forças da ordem", criticando igualmente a detenção de "cerca de dez" ativistas na República Democrática do Congo quando protestavam no sábado passado (03.02).

O Senegal adiou as eleições presidenciais previstas para este mês, desencadeando vários protestos e críticas internacionais, com base em dois argumentos. 

O primeiro diz respeito à acusação de alegada corrupção de membros do Conselho Constitucional (CS) - o organismo garante da legalidade do processo -, feita pelo Partido Democrático Senegalês (PDS), cujo candidato, Karim Wade - filho e antigo ministro do ex-Presidente Abdoulaye Wade -, foi excluído da corrida presidencial por ter dupla nacionalidade, senegalesa e francesa, não obstante ter renunciado formal e comprovadamente à segunda, dias antes do anúncio da lista final de candidatos às eleições.

O segundo argumento foi precisamente o facto de o CS ter validado a candidatura de Rose Wardani, líder do movimento Senegal Novo, acusada nas redes sociais no dia 01 de possuir nacionalidade e número de eleitor franceses, provas alegadamente constantes numa lista do Consulado de França em Dacar.

O adiamento das eleições até 15 de dezembro e o prolongamento do mandato de Sall por mais um ano foram aprovados esta segunda-feira pela Assembleia Nacional senegalesa, pela quase totalidade dos deputados presentes.

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