segunda-feira, 23 de outubro de 2023

Estados Unidos avisam que cessar-fogo beneficiaria o Hamas

© Leon Neal/Getty Images

POR LUSA    23/10/23 

Os Estados Unidos defenderam hoje que qualquer cessar-fogo em Gaza decretado por Israel beneficiaria o movimento islamita palestiniano Hamas, numa altura em que os apelos para uma trégua humanitária se avolumam.

Um cessar-fogo "daria ao Hamas a oportunidade de descansar, reequipar-se e preparar-se para continuar a lançar ataques terroristas contra Israel", disse aos jornalistas o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller.

"Pode entender-se perfeitamente por que esta situação é intolerável para Israel, como seria para qualquer país que sofreu um ataque terrorista tão brutal e continua a ver a ameaça do terrorismo na sua fronteira", observou.

Anteriormente, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, disse que os líderes dos 27 poderiam apoiar um apelo a uma "pausa humanitária" para encorajar a chegada de ajuda à Faixa de Gaza, sitiada pelo exército israelita.

"Acho que a ideia de uma pausa humanitária para facilitar a chegada de ajuda (...) é algo que os líderes apoiarão", disse Borrell após uma reunião no Luxemburgo com os ministros dos Negócios Estrangeiros dos Estados-Membros da União Europeia.

O porta-voz americano indicou ainda que os Estados Unidos estavam a trabalhar separadamente para garantir a entrega de ajuda humanitária a Gaza, e que o enviado especial americano, David Satterfield, estava a trabalhar intensamente no terreno.

Os Estados Unidos enviaram também vários conselheiros militares para Israel, informou hoje a Casa Branca.

Esses conselheiros têm experiência com "o tipo de operações que Israel conduz atualmente e pode conduzir no futuro", disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby.

O grupo islamita Hamas lançou em 07 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo duas centenas de reféns.

Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

O terminal de Rafah, no sul de Gaza e a única passagem para o Egito, vai permitir que a ajuda humanitária chegue ao território palestiniano.

O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.



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