Texto por: RFI 27/10/2021
O Orçamento do Estado para 2022 foi chumbado pela maioria dos deputados da Assembleia da República portuguesa, deixando agora ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, um cenário de governação por duodécimos ou eleições antecipadas em Janeiro.
A chamada "geringonça", coligação parlamentar à esquerda, que permitia ao Partido Socialista governar o país desde 2015 terminou hoje, com o chumbo do Orçamento do Estado para 2022 a ser viabilizado pelo Bloco de Esquerda e pelo Partido Comunista.
A votação decorreu ao final da tarde na Assembleia da República, com o primeiro-ministro, António Costa, a lamentar a falta de apoio da esquerda e a avisar que a direita pode ter uma oportunidade de voltar ao poder.
"Fiz tudo, tudo o que estava ao meu alcance para viabilizar o OE sem aceitar o que em boa consciência o que o país pudesse suportar. O Governo cumpriu a sua parte. Agora, tudo depende da Assembleia da República", disse o primeiro-ministro, antes do chumbo.
Logo a seguir, António Costa assegurou aos portugueses que o Governo saiu da votação "de consciência tranquila e cabeça erguida”, garantindo que vai assegurar o executivo até haver solução para o impasse criado com o chumbo.
Cabe agora ao Presidente da República português, que reúne esta noite com o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, e o primeiro-ministro, em Belém, encontrar uma solução.
Marcelo Rebelo de Sousa pode dissolver o Parlamento, ouvindo antes todos os líderes dos grupos parlamentares, podendo agendar as eleições já para Janeiro. Caso isso não aconteça, o Governo pode manter-se em funções com orçamentos mensais, chamados duodécimos, podendo apresentar uma nova proposta global daqui a algum tempo.
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