domingo, 22 de dezembro de 2019

GUINÉ-BISSAU-2019/ATUALIDADES - CAMPANHA DE LUXO NUM PAÍS POBRE

//RTP-África//Notícia
CAMPANHA DE LUXO NUM PAÍS POBRE

O PAIGC é "uma máquina de interesses pessoais", acusa José Mário Vaz. Ainda assim, o candidato do MADEM G-15, General Sissoco Embalo, continua a ser o favorito nas segunda volta das eleições 29 de dezembro.

Multiplicaram-se as críticas aos luxos demonstrados durante a campanha na Guiné-Bissau para as eleições, num país em que cerca de 70% da população vive abaixo do limiar da pobreza e mais de 25% sofre de desnutrição, de acordo como o Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas.

As críticas são dirigidas em particular ao PAIGC, principal partido no poder desde a independência daquele país, liderado por Domingos Simões Pereira. O candidato que se apresentou nestas segunda volta das eleições muito fragilizado, "usufruir duma riqueza insultuosa", assegurou José Mário Vaz, o Presidente da Guiné-Bissau, que falou no Sul do país. "O PAIGC está hoje na disposição de carros de luxo, enquanto os funcionários não são pagos", concordou o ex- candidato independente Carlos Gomes Jr, agora que apoia a candidatura do General Umaro Sissoco neste segundo turno das eleições presidenciais.

A Guiné-Bissau é um país considerado o primeiro narcoestado africano pela ONU, a oposição chegou a acusar o PAIGC de estar envolvido no tráfico de droga. "Nunca me cruzei com o traficantes de drogas", respondeu Simões Pereira, acrescentando: "Os meios que apresentamos demonstram a minha grandeza e a do PAIGC", um argumento falido sem nexo.

Contudo, o PAIGC é "uma máquina de interesses e apropriação de dinheiro do Estado", como descreve José Mário Vaz, importa notar que sempre foi o epicentro da corrupção na Guiné-Bissau.

Manutenção da paz
Um dos pontos de discórdia é a presença de uma missão de manutenção de paz da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) na Guiné Bissau. O país tem um longo historial de guerras civis e golpes de Estado: José Mário Vaz foi o primeiro Presidente guineense desde 1999 a terminar um mandato sem ser derrubado. Se o objetivo da missão da CEDEAO era manter a paz, hoje em dia é alvo de críticas pela oposição, que a acusam de ingerência. "O Governo tem de investir na capacitação das nossas forças de defesa e segurança. Não é ir recorrer às forças estrangeiras", garantiu o líder do Madem-G15 à Lusa.

Quando a Guiné-Bissau teve durante alguns dias dois Governos, um do primeiro-ministro Aristides Gomes, do PAIGC, outro de Faustino Imbali, nomeado pelo Presidente e apoiado pela oposição, foi a CEDEAO que forçou Imbali a demitir-se. "Não podemos aceitar novos colonizadores", criticou José Mário Vaz. Já o antigo colonizador da Guiné-Bissau, Portugal, que apoiou o Governo do PAIGC, também foi alvo de críticas de ‘Jomav".

Nesta segunda volta das eleições presidenciais na Guiné-Bissau o candidato do MADEM G-15 General Umaro Sissoco Embalo é único que apresenta soluções viáveis para o desenvolvimento do país, General Sissoco apresenta-se como favorito principal ao cargo do próximo presidente da República da Guiné-Bissau.

RTP África Notícia

Fonte: Bissau Última-Hora

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