A organização não governamental portuguesa EducaAfrica assinou hoje três protocolos com a Câmara do Comércio, Indústria, Agricultura e Serviços (CCIAS) da Guiné-Bissau para apoiar as populações de várias comunidades no leste do país.
Os protocolos foram rubricados por Mama Samba Embaló, presidente interino da CCIAS, e por Mário Gouveia, vice-presidente da EducaAfrica, visando a criação de uma escola de formação para beneficiar microempresas de agricultores de Pitche, criadores de gado da região de Gabu e ainda promover o desenvolvimento na aldeia de Madina Djan.
No âmbito dos protocolos, os habitantes das três localidades (Pitche, Gabu e Madina Djan) terão formações, de pequena duração também em Portugal, nas áreas de cidadania, observação do ambiente, energia, agricultura e pastorícia.
Durante 11 dias, uma equipa da EducaAfrica, composta por duas médicas, duas enfermeiras e um técnico de saúde, realizou 300 rastreios em saúde oral e mais de uma centena de consultas nalgumas localidades do norte e leste da Guiné-Bissau.
“Nós, portugueses, queremos muito que a Guiné-Bissau seja desenvolvida, temos responsabilidades históricas e humanas, queremos colaborar com os guineenses”, observou hoje Mário Gouveia, após a assinatura dos três protocolos.
No entanto, o vice-presidente da EducaAfrica defendeu ser da responsabilidade dos próprios guineenses que, disse, devem parar de pedir.
“Parem de andar de mãos estendidas, vocês são seres humanos, com dignidade. Agarrem o vosso futuro. Portugal está aqui para vos ajudar apenas”, afirmou Mário Gouveia.
O responsável da EducaAfrica – que há cinco anos realiza missões médicas solidárias em São Domingos, Suzana e Varela – defendeu que a Guiné-Bissau possui potencialidades e que muitas não são aproveitadas, dando o exemplo da “quantidade do lixo que anda por aí” que, afirmou, pode ser reciclado e vendido.
“Uma tonelada de vidro custa 700 euros em Portugal”, notou Mário Gouveia, alertando para a quantidade desse material que não é aproveitado na Guiné-Bissau.
interlusofona.info
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