quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

Fim do mandato do Presidente: ORDEM DOS ADVOGADOS CONSIDERA “CÚMULO DE VÍCIO” A DECISÃO DO SUPREMO TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Por: Tiago Seide O DEMOCRATA  06/02/2025

O Conselho e a Direção Executiva da Ordem dos Advogados da Guiné-Bissau considerou “uma grave afronta” à Constituição da República da Guiné Bissau, impregnado de “cúmulo de vício” substanciado pela inconstitucionalidade e ferindo-a da morte pela inexistência jurídica, do despacho do Presidente Interino do Supremo Tribunal de Justiça, Lima André, que aponta o dia 4 de setembro de 2025 como data em que termina o mandato do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló. 

“Os dois importantes órgãos de gestão e executivos da Ordem registaram com grande preocupação a visceral crise judicial instalada no Supremo Tribunal de Justiça, com efeito nefasto no setor da administração da justiça, sobretudo com a prolação da última decisão protagonizada, de forma isolada, pelo Venerando Juiz Conselheiro, Dr. Lima André, na qual foi rotulado o mandato do PR e sua prorrogação, quiçá sem data, em grave afronta à lei magna, artigo 66 da Constituição da República da Guiné Bissau, impregnado de cúmulo de vício, substanciado pela inconstitucionalidade e ferindo-a da morte pela inexistência jurídica”, acusaram os dois órgãos de gestão e executivos da Ordem, numa nota publicada na sua página oficial nas redes sociais, na sequência de uma reunião conjunta dos membros destes órgãos.

Os dois órgãos da Ordem exortaram e responsabilizaram o Supremo Tribunal de Justiça pela acentuada degradação da justiça, tendo distraído em defesa de interesses alheios, com claro respaldo e prova de exposição do poder judicial à subordinação política, com graves consequências nocivas e a falta da independência e de funcionamento do sistema de administração da justiça, com propósito de favorecimento à impunidade e ao abuso de poder contra instituições e cidadãos inocentes e inofensivos.

Lê-se na publicação que o STJ, na sua veste de detentor do Poder Judicial, tem pautado e provado a falta de atenção e de sensibilidade em relação à questão essencial e resposta urgente para solucionar as “graves patologias” que afetam e perturbam o normal funcionamento da justiça.

A título exemplificativo, apontam a necessidade urgente de assegurar a proteção, a segurança e a independência do poder Judicial e dos Magistrados, bem como a necessidade de revogação das decisões de expulsões e de suspensões demagistrados, eleições do novo Presidente e do vice-presidente do STJ, recomposição do Plenário e das Câmaras do STJ, reconfiguração e funcionamento do Conselho Superior da Magistratura Judicial.

Também falaram da adoção do plano estratégico para o setor da justiça assente no investimento público sério e principal nas reformas judiciárias, nas infraestruturas e equipamentos judiciais, no recrutamento, na formação dos Magistrados, na criação de condições materiais aos Magistrados para aumentarem a eficiência e produtividade, reforço dos Magistrados nas Varas dos Tribunais Regionais de Bissau e do Interior, bem como na  refundação da verdadeira estrutura inspetiva para acompanhar o desempenho e a produtividade dos Magistrados.

Por fim, o Conselho e a Direção Executiva da Ordem dos Advogados da Guiné-Bissau deliberam tornar público o compromisso e a firmeza dos titulares dos órgãos sociais e dos Advogados e Estagiários no apoio total e incondicional, solidariedade e absoluta confiança no seu Bastonário, Januário Pedro Correia, encorajando-o  a continuar firme em defesa da Ordem e da advocacia, da justiça e do Estado de Direito democrático justo e plural.

Refira-se que, na sequência da falta de consenso político sobre o fim do mandato do atual Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, o Partido Republicano para o Desenvolvimento (PRID), que integra a Plataforma Republicana “NÔ KUMPU GUINÉ “, coligação que apoia o segundo mandato de Sissoco Embaló, recorreu ao STJ para este, na qualidade de Tribunal Constitucional, se pronunciar. Em resposta a esse requerimento, o Presidente Interino do STJ, Juiz Conselheiro Lima André, proferiu um despacho, no qual determinou que o mandato do Chefe de Estado guineense termina no dia 4 de setembro e que Sissoco Embaló deve manter-se no exercício incondicional do cargo até à tomada de posse do novo Presidente eleito.

Ministério das Obras Públicas Habitação e Urbanismo anunciou está quinta-feira em Bissau, a realização do primeiro Simpósio Internacional denominado "NO MISTI DISENVOLVIMENTU LOCAL ". que terá lugar em Bissau capital Guineense nos dias 11 e 12 de Fevereiro do ano 2025.


@Radio Voz Do Povo

O Presidente da República, General Umaro Sissoco Embaló, afirmou que o seu mandato termina a 4 de setembro e que a transição culminará com a tomada de posse do novo chefe de Estado eleito. A declaração foi feita esta quinta-feira (06.02), após a reunião do Conselho de Ministros, que presidiu.


@Radio Voz Do Povo

RDCongo: O Malaui ordenou ao seu exército que se prepare para sair do leste da República Democrática do Congo (RDCongo), onde o grupo armado M23, apoiado pelo Ruanda, lançou uma nova ofensiva, anunciou a presidência.

© JOSPIN MWISHA/AFP via Getty Images   Lusa  06/02/2025

 Malaui vai retirar as tropas do leste da RDCongo para cumprir cessar-fogo

O Malaui ordenou ao seu exército que se prepare para sair do leste da República Democrática do Congo (RDCongo), onde o grupo armado M23, apoiado pelo Ruanda, lançou uma nova ofensiva, anunciou a presidência.

Lilongwe, 06 fev 2025 (Lusa) - O Malaui ordenou ao seu exército que se prepare para sair do leste da República Democrática do Congo (RDCongo), onde o grupo armado M23, apoiado pelo Ruanda, lançou uma nova ofensiva, anunciou a presidência.

As tropas malauianas fazem parte da missão da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), destacada em 2023, para ajudar o Governo de Kinshasa a reprimir a agitação na região rica em minerais.

"O Presidente (Lazarus) Chakwera ordenou ao comandante das Forças de Defesa do Malaui que iniciasse os preparativos para a retirada (...) para cumprir a declaração de cessar-fogo", declarou a presidência na quarta-feira à noite.

A decisão do Malaui, pais vizinho de Moçambique, tem igualmente como objetivo permitir "as negociações previstas com vista a uma paz duradoura", acrescentou, sem referir a data de início da retirada das tropas.

Além do Malaui, a Tanzania e a África do Sul, com o principal contingente, estimada em cerca de 1.300 soldados, fazem parte da força da SADC.

Na terça-feira, o Movimento 23 de Março (M23) declarou um cessar-fogo humanitário unilateral, poucos dias depois de ter tomado a cidade estratégica de Goma, no Kivu do Norte.

Todavia, na madrugada de quarta-feira, eclodiram confrontos entre o M23, apoiiado pore forças ruandeses, e as forças armadas democrático-congolesas, segundo fontes de segurança e humanitárias citadas pela agência France-Presse (AFP).

Os combatentes do M23 e as forças ruandesas tomaram a cidade mineira de Nyabibwe, a cerca de 100 quilómetros de Bukavu, a capital de Kivu do Sul.

Os líderes da SADC (16 países) e da Comunidade da África Oriental (oito países) vão reunir-se no sábado para tentar trazer a paz à RDCongo, país que faz fronteira com Angola.

Espera-se que o Presidente da RDCongo, Félix Tshisekedi, e o Presidente do Ruanda, Paul Kagame, participem na cimeira na Tanzânia, depois de terem estado ausentes de anteriores conversações.

O Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas deverá também realizar uma sessão urgente sobre a violência na RDCongo na sexta-feira.

A escalada de violência causou a morte de pelo menos 900 pessoas nos confrontos em Goma e 2.880 feridos, de acordo com a ONU.


Leia Também: O projeto de Orçamento do Estado francês para 2025 foi definitivamente adotado hoje pela Assembleia Nacional, após uma votação final no Senado para concluir o tumultuoso processo de aprovação, suspenso desde dezembro.

O Presidente da República da Guiné-Bissau 🇬🇼 GENERAL UMARO SISSOCO EMBALÓ preside o conselho de Ministro nesta quinta-feira 06/02/2024 no palácio de governo.

 

@Gaitu Baldé

Movimento de amigos do Presidente da República em conferência de imprensa sobre a atual situação política do país.

@Radio Voz Do Povo 

Pyongyang a aprender na guerra: armas que a Coreia do Norte enviou para a Rússia estão cada vez melhores

Missil balístico da Coreia do Norte (Korea Central News Agency/Korea News Service via PA)
Por  cnnportugal.iol.pt

Quando chegaram ao cenário de batalha tinham um nível de eficácia e precisão muito menor que o atual

Aí está um primeiro sinal de que a ajuda da Coreia do Norte à Rússia pode estar a compensar. Pelo menos para Pyongyang, que tem na guerra que decorre na Europa, a milhares de quilómetros de casa, um cenário ideal para fazer algo que nunca pôde fazer: treinar em cenário real.

Para já ainda não são as tropas, que continuam por provar a sua real eficácia na ajuda dada a Moscovo, mas sim os mísseis. De acordo com a agência Reuters, que falou com dois responsáveis ucranianos, as armas da Coreia do Norte estão melhores desde que chegaram à guerra.

Os mísseis balísticos norte-coreanos que hoje são disparados pela Rússia têm muito mais eficácia desde dezembro, quando comparados com os lançamentos feitos até então.

Uma eficácia que melhorou consideravelmente em relação ao alvo pretendido - passou a ter uma margem de erro entre 50 a 100 metros -, e que sugere que a Ucrânia está a aproveitar a utilização dos seus mísseis por parte da Rússia para também perceber melhor a sua própria tecnologia.

Uma fonte militar que pediu anonimato confirmou que há mesmo um aumento notório da precisão do lançamento dos mísseis balísticos norte-coreanos, que só nas últimas semanas foram utilizados mais de 20 vezes.

Os programas militares norte-coreanos têm sido acelerados nos últimos anos, nomeadamente pela inclusão de mísseis de curto e médio alcance que Pyongyang tem sugerido que podem transportar ogivas nucleares. A questão é que, por mais fiáveis que tivessem sido os testes, as armas nunca tinham sido testadas em contexto de guerra real. Até agora.

Para já não é claro que modificações foram feitas para que os mísseis passassem a ter mais precisão, mas o feedback dado pela Rússia será importante para a Coreia do Norte estreitar caminho rumo a melhores armas.

A análise forense aos destroços dos mísseis não permitiu perceber exatamente o que está a mudar nas armas, mas a hipótese de que tenham sido incorporados melhores sistemas de navegação é altamente considerada pela Ucrânia.

Se no início da guerra estes mísseis tinham margens de erro a rondar entre um a três quilómetros, a descida desse intervalo para 50 a 100 metros mostra bem que alguma coisa mudou.

Em causa estão os mísseis balísticos K-23, K-23A e K-24, que já foram utilizados pela Rússia na guerra cerca de 100 vezes.

Ainda que sejam uma parte minoritária do arsenal que a Rússia tem à sua disposição, estes mísseis têm algumas caraterísticas singularmente vantajosas: conseguem carregar uma ogiva com carga explosiva de até uma tonelada e têm um alcance de 800 quilómetros. O Iskander-M, por exemplo, que é o equivalente russo, carrega menos explosivos e tem apenas 500 quilómetros de alcance.

Coordenador da JUADEM, Carlos Sambú foi indicado para coordenar a Juventude da Plataforma Republicana "Nô Cumpo Guiné".

 A decisão foi anunciada após a reunião da Juventude da Plataforma Republicana esta quarta-feira, 5 de fevereiro.

@Radio Voz Do Povo

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2025

Condecoração do Secretário-Geral da Liga Mundial Islâmica com a Medalha Colinas de Boé.

O Presidente Umaro Sissoco Embaló recebeu o Secretário-Geral da Liga Mundial Muçulmana, Cheickh Mohammad Bin Abdelkarim Alissa, reforçando a cooperação e o apoio à comunidade islâmica guineense.

Como reconhecimento, o Chefe de Estado concedeu-lhe a Medalha Nacional Colinas de Boé, destacando o seu papel no fortalecimento das relações com a Guiné-Bissau.


 Presidência da República da Guiné-Bissau 

terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

Visita do Secretário Nacional de MADEM-G15, José Carlos M. Monteiro a estruturas do Partido na região de Bafata

@TV MADEM G-15 


Veja Também:  Visita do Secretário Nacional de MADEM-G15, José Carlos M. Monteiro a estruturas do Partido na região de GABÚ TV MADEM G-15

III - DECISÃO STJ Pelo exposto, os 5 anos de duração do mandato constitucional do Presidente da República começam a contar a partir do dia 04 de Setembro de 2020 e terminam no dia 04 de Setembro de 2025, devendo o Chefe de Estado manter-se no exercício incondicional do cargo até a tomada de posse do novo Presidente eleito.


Veja Também: PGR Bacari Biai esclarece a situação sobre o fim do mandato do Presidente da República e a recente troca de acusações entre o Ministro do Interior e o líder do PAIGC.

Leia Também:  O Supremo Tribunal de Justiça da Guiné-Bissau decretou que o mandato do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, termina a 04 de setembro de 2025 e que só cessa funções com a posse do novo Presidente eleito.

E djintis na sabotia di tudo maneira😡... Kusas di Gbissau i muito pá😓😓😓... Nó partilha és vídeo pa tudo djintis pudi odjal 🙏

Por Carlos Adulai Djawo

Filipinas declara emergência de segurança alimentar devido ao preço do arroz

© Shutterstock   Lusa

O Ministério da Agricultura das Filipinas declarou emergência de segurança alimentar após o fracasso de um pacote de medidas para reduzir os preços do arroz, foi hoje divulgado.

O ministro da Agricultura, Francisco Tiu Laurel Jr., reconheceu um "aumento extraordinário do preço do arroz" que justifica esta declaração de emergência que "se manterá em vigor até que o secretário decida", noticiou o jornal 'The Philippine Star'.

"O preço da farinha de arroz está 19% superior ao preço em julho de 2023", frisou Laurel.

Com esta declaração de emergência, a Autoridade Alimentar Nacional pode começar a vender as suas reservas de arroz a 36 pesos o quilo (cerca de 60 cêntimos de euro) às autoridades regionais, que podem revendê-lo a preços até 38 pesos o quilo.

Laurel enfatizou que existem 300.000 toneladas de arroz na reserva.

Foi também publicado um preço de referência obrigatório de 55 pesos por quilo para o setor privado e as tarifas sobre as importações de cereais foram reduzidas para 15%.


No âmbito da preparação para a receção do líder islâmico, o ministro do Interior, Aladje Botche Candé, reuniu-se esta segunda-feira (03/02) com imames de diferentes mesquitas da capital para o último acerto antes da chegada do líder islâmico ao país, prevista para amanhã às 16h.

Radio Voz Do Povo


Veja Também: O Ministro do Interior, Aladje Botche Cande em representação do PR Umaro Sissoco Embaló presente na comissão preparatória de receção de líder islâmico que vai estar no país nos próximos dias.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

A insegurança alimentar desceu, em 2024, na Guiné-Bissau, apesar de ainda atingir quase um quarto dos agregados familiares, com maior prevalência no interior do país africano, segundo dados divulgados hoje pelo Programa Alimentar Mundial (PAM).

© Lusa   03/02/2025 

Programa Alimentar diz que insegurança alimentar desceu na Guiné-Bissau

A insegurança alimentar desceu, em 2024, na Guiné-Bissau, apesar de ainda atingir quase um quarto dos agregados familiares, com maior prevalência no interior do país africano, segundo dados divulgados hoje pelo Programa Alimentar Mundial (PAM).

No seu relatório anual, o PAM conclui que a insegurança alimentar "caiu para 22% em novembro de 2024", depois de ter atingido "28,3% em setembro de 2023".

De acordo com este organismo das Nações Unidas, a insegurança alimentar afeta um quarto dos agregados familiares guineenses (22%), que representa quase 400 mil pessoas, um quinto dos cerca de dois milhões de habitantes.

A organização atribui o progresso a "melhorias nas condições económicas" e destaca a lacuna que persiste entre a insegurança alimentar urbana e rural, com o problema mais evidente nas regiões do interior da Guiné-Bissau.

Segundo se afirma no relatório, "a insegurança alimentar é particularmente elevada em Tombali (34%), em Gabu (33%), no Oio (30%) e em Quinara (28%), com todas estas regiões a apresentarem uma taxa superior à nacional.

Na capital, Bissau, é onde o problema tem menor impacto, com uma taxa de cinco por cento.

O Programa Alimentar Mundial atribui as disparidades entre a segurança alimentar urbana e rural a "disparidades de infraestrutura e acesso limitado a meios de subsistência nas áreas rurais".

O PAM dá ainda conta das consequências da insegurança alimentar, apontando que "sete por cento das crianças de seis a 23 meses têm a dieta mínima aceitável".

No relatório conclui-se que apenas "11% dos agregados familiares adotaram estratégias de adaptação baseadas em meios de subsistência para lidar com a insegurança alimentar".

O Programa atribui a falta de acesso regular a alimentos suficientes às condições de mercado, nomeadamente ao aumento de 24% no preço do arroz, a base alimentar dos guineenses, devido à remoção dos subsídios governamentais.

Outra das causas apontadas é o impacto das inundações recentes que, em setembro de 2024, afetaram mais de 125 mil hectares de terra, incluindo quase seis mil hectares de campos agrícolas.

Segundo o PAM, "mais de 58.336 pessoas foram diretamente afetadas, incluindo 19.707 indivíduos vulneráveis, como crianças e idosos".

No relatório está incluída uma avaliação detalhada da situação de segurança alimentar e nutricional na Guiné-Bissau em novembro de 2024, com base nos dados do SiSSAN (Sistema de Monitorização de Segurança Alimentar e Nutricional).

O Resumo Executivo do relatório da Análise de Segurança Alimentar e Nutricional na Guiné-Bissau realizado em novembro de 2024...PDF



Leia Também: Alimentos ricos em magnésio para conseguir dormir melhor à noite

A China considerou hoje "lamentável" a retirada do Panamá da iniciativa da Rota da Seda, a qual classificou como uma plataforma de cooperação económica para os países do "sul global", rejeitando qualquer "agenda política" nessa iniciativa.

© Reuters   Lusa  03/02/2025 

China considera "lamentável" retirada do Panamá da iniciativa da Rota da Seda

A China considerou hoje "lamentável" a retirada do Panamá da iniciativa da Rota da Seda, a qual classificou como uma plataforma de cooperação económica para os países do "sul global", rejeitando qualquer "agenda política" nessa iniciativa.

"Eu acho que é uma decisão lamentável, porque, antes de tudo, (...) é uma iniciativa económica. O objetivo é construir uma plataforma para os países, especialmente do Sul Global, terem uma cooperação económica entre si. Não está relacionada com nenhuma agenda política", afirmou o embaixador da China junto das Nações Unidas (ONU), Fu Cong, numa conferência de imprensa em Nova Iorque.

De acordo com o diplomata, a cooperação económica em causa "é mutuamente benéfica", admitindo esperar que o Panamá "veja isso da maneira correta".

"Qualquer campanha de difamação que é lançada pelos Estados Unidos e alguns outros países ocidentais" sobre a iniciativa da Rota da Seda "é totalmente infundada", frisou ainda.

Ao mesmo tempo, o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, considerou hoje que o Panamá deu "um grande passo" ao não renovar o acordo de cooperação comercial com a China sobre a iniciativa da Rota da Seda.

"O anúncio feito ontem [domingo] pelo Presidente José Raúl Mulino de que o Panamá deixará caducar a sua participação na Iniciativa da Cintura e da Rota do PCC [Partido Comunista da China] é um grande passo em frente para as relações entre os EUA e o Panamá e para um Canal do Panamá livre", afirmou Rubio na rede social X.

De acordo com o chefe da diplomacia norte-americana, a influência de Washington na decisão panamiana é um "exemplo da liderança" do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na proteção da segurança nacional norte-americana.

A nova Rota da Seda é uma iniciativa de cooperação comercial e de investimento iniciada em 2013 pelo Presidente chinês, Xi Jinping, destinada a fazer a ligação da China à Europa, ao Médio Oriente, a África e, mais recentemente, à América Latina.

Na conferência de imprensa em Nova Iorque, o embaixador chinês também abordou as acusações de Donald Trump e da sua equipa de que Pequim controla o Canal do Panamá, o que considerou "totalmente falso".

"A acusação contra a China é totalmente falsa. Não tem qualquer fundamento. Deixem-me enfatizar que a China não participou da gestão e operação do Canal do Panamá e nunca interferiu nos assuntos do Canal", declarou Fu Cong aos jornalistas.

A China, acrescentou o diplomata, "respeita a soberania do Panamá sobre o Canal e reconhece o Canal como uma infraestrutura internacional neutra".


Leia Também: O secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, considerou hoje que o Panamá deu "um grande passo" ao não renovar o acordo de cooperação comercial com a China sobre a iniciativa da Rota da Seda.

Um ex-general russo, antigo vice-chefe do Estado-Maior do Ministério do Interior russo, morreu na guerra na Ucrânia depois de ter sido recrutado da prisão onde cumpria uma pena de oito anos e meio por suborno.

© Kostiantyn Liberov/Libkos/Getty Images)   Lusa  03/02/2025 

Ex-general russo morre na Ucrânia após ter sido recrutado da prisão

Um ex-general russo, antigo vice-chefe do Estado-Maior do Ministério do Interior russo, morreu na guerra na Ucrânia depois de ter sido recrutado da prisão onde cumpria uma pena de oito anos e meio por suborno.

Segundo o portal independente russo Mediazona, que encontrou o obituário de Andrei Golovatsky, conseguiu confirmar a sua morte através do registo de heranças do governo russo.

O general ocupou o posto mais alto do Interior para o Cáucaso Norte até 2015, mas foi condenado em 2019 a oito anos e meio numa prisão de alta segurança por aceitar subornos de subordinados para prolongar os seus contratos ou mudar de serviço.

Poucos dias antes da sua condenação, Golovatsky gravou uma mensagem de vídeo dirigida ao Presidente russo Vladimir Putin na qual afirmava que o processo contra ele tinha sido manipulado, mas três anos mais tarde o site Gulag-in publicou uma carta sua na qual reconhecia ter aceitado subornos e pedia desculpa "pelo seu crime vergonhoso".

Até então, não se sabia que Golovatsky se tinha alistado para combater na Ucrânia, onde, segundo o Mediazona, morreu no final de junho do ano passado.

O falecido chefe do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, admitiu numa entrevista ter recrutado cerca de 50 mil prisioneiros das prisões russas para a guerra na Ucrânia.

Prigozhin visitou na altura várias prisões russas e filmou-se a recrutar prisioneiros para lutar na invasão russa ao país que integrava a União Soviética, mais tarde, o antigo líder do grupo de mercenários Wagner fez duras críticas ao exército russo e ao líder Vladimir Putin de incompetência e de privar deliberadamente o grupo de munições.

Dois meses depois de fazer um motim de curta duração, Prigozhin morreu num acidente de avião em agosto de 2023, juntamente com outros comandantes do grupo Wagner. Desde então o grupo praticamente desapareceu do campo de batalha na Ucrânia.

Tendo como pano de fundo a guerra na Ucrânia, a Rússia tomou medidas para aumentar o exército sem a necessidade de novas e profundamente impopulares mobilizações, promovendo contratos mais atrativos para servir nas forças armadas e o recrutamento de voluntários.

Entre estas medidas conta-se a cessação dos processos penais contra os homens que assinam contratos com o exército russo, quer sejam reservistas ou soldados profissionais.


Leia Também: O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse hoje que quer que a Ucrânia forneça minerais raros, que são essenciais para inovações tecnológicas, em troca da ajuda contra a invasão russa.

A Federação Internacional da Cruz e Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação Internacional da Guine-Bissau, rubricaram esta segunda-feira 03.02.24 em Bissau um protocolo de acordo que visa a retoma das ações da referida organização Internacional no país.


Radio Voz Do Povo



Decorre em Bissau, entre os dias 3 e 7 de fevereiro, a capacitação técnica dos técnicos da Guiné-Bissau, promovida no âmbito do projeto "Centro de Referência em Censos e Coleta Eletrónica de Dados em África", com o objetivo de capacitar e partilhar conhecimentos com a equipa técnica do Instituto Nacional de Estatística da Guiné-Bissau (INE).

@Radio Voz Do Povo

EUA (também) suspendem tarifas impostas ao Canadá durante 30 dias... O mesmo já tinha acontecido com o México. Canadá vai reforçar plano fronteiriço.

©DAVE CHAN/AFP via Getty Images   Notícias ao Minuto 03/02/2025

O primeiro-ministro demissionário do Canadá, Justin Trudeau, anunciou, esta segunda-feira, que as tarifas impostas pelos Estados Unidos serão suspensas por "pelo menos 30 dias", depois de um acordo com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

"Acabei de ter uma boa chamada com o presidente Trump. O Canadá está a implementar o nosso plano fronteiriço de 1,3 mil milhões de dólares [mais de 1,2 milhões de euros] – reforçando a fronteira com novos helicópteros, tecnologia e pessoal, melhorando a coordenação com os nossos parceiros americanos e aumentando os recursos para parar o fluxo de fentanil. Quase 10.000 funcionários da linha de frente estão e continuarão trabalhando na proteção da fronteira", começou por escrever na rede social X (antigo Twitter). 

"Além disso, o Canadá está a assumir novos compromissos para nomear um 'Czar' do Fentanil, listaremos os cartéis como terroristas, garantiremos vigilância 24 horas por dia, 7 dias por semana na fronteira, lançaremos uma Força de Ataque Conjunta Canadá-EUA para combater o crime organizado, o fentanil e o branqueamento de capitais. Também assinei uma nova diretiva de inteligência sobre o crime organizado e o fentanil e iremos apoiá-la com 200 milhões de dólares. As tarifas propostas serão suspensas por pelo menos 30 dias enquanto trabalhamos juntos", anunciou. 

Pouco depois, Trump confirmou que a suspensão das tarifas surge em troca da garantia de que o Canadá fará mais para impedir a entrada de drogas ilegais nos Estados Unidos. 

"O Canadá concordou em garantir que tenhamos uma fronteira norte segura", escreveu Trump numa publicação na Truth Social. 

"Estou muito satisfeito com este resultado inicial, e as tarifas anunciadas no sábado serão suspensas por um período de 30 dias para ver se um acordo económico final com o Canadá pode ou não ser estruturado", completou.

A suspensão temporária das tarifas ocorre poucas horas antes de os Estados Unidos começarem a impor taxas de 10% sobre as compras de petróleo e gás canadianas e de 25% sobre outras importações.

O Canadá anunciou no sábado que também iria aplicar taxas de 25% sobre 30 mil milhões de dólares em exportações dos EUA para o país a partir de terça-feira, em retaliação às tarifas.

O governo canadiano também planeou aplicar as mesmas tarifas a outros 125 mil milhões de dólares em importações dos EUA a partir de 25 de fevereiro.

De acordo com dados oficiais do Serviço de Fronteiras dos EUA, menos de 1% do fentanil apreendido nos Estados Unidos no ano passado veio do Canadá.

O número de migrantes que entram nos Estados Unidos pela fronteira norte aumentou, mas ainda assim representará apenas 6% do total em 2023.

Trudeau e Trump já tinham mantido hoje mais cedo uma conversação, onde concordaram reunir mais tarde para tentar chegar a um acordo para suspender as tarifas, agora alcançado.

Antes da segunda chamada, Trump concordou ainda com a presidente mexicana Claudia Sheinbaum em suspender as tarifas que os EUA começariam a aplicar aos produtos mexicanos a partir de terça-feira.

O presidente dos EUA decidiu suspender as tarifas sobre o México depois de a líder mexicana ter prometido enviar 10 mil soldados para a fronteira com os Estados Unidos para combater o tráfico de droga e de pessoas.

As tarifas são uma preocupação para o México, pois é o maior parceiro comercial dos Estados Unidos, com as exportações para aquele país avaliadas em 490,183 mil milhões de dólares (cerca de 485 mil milhões de euros) em 2023, quase 30% do produto interno bruto (PIB) do México, de acordo com um relatório do Instituto Mexicano de Competitividade (IMCO).

Na ordem executiva assinada no sábado por Donald Trump também foram aplicadas taxas aduaneiras de 10% aos produtos provenientes da China.

O presidente dos Estados Unidos afirmou hoje que também os produtos europeus vão ser sujeitos a taxas aduaneiras "muito em breve".

Analistas têm dito que acreditam que as tarifas impostas pelos Estados Unidos estão a ser usadas por Trump como uma ferramenta para obter acordos mais favoráveis aos interesses dos EUA.


Leia Também: Mais de 150 militares norte-americanos já estão na base naval de Guantánamo (Cuba) para preparar a ampliação do centro de detenção para imigrantes sem documentos, onde o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, planeia instalar 30 mil camas.

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou a África do Sul de estar "a tratar muito mal certas classes de pessoas" e anunciou um corte de futuros financiamentos ao país.

© REUTERS   Lusa  03/02/2025

 Trump critica África do Sul e anuncia cortes em financiamentos ao país

O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou a África do Sul de estar "a tratar muito mal certas classes de pessoas" e anunciou um corte de futuros financiamentos ao país.

Na rede social Truth Social, detida pelo próprio, Donald Trump escreveu no domingo que a África do Sul "está a confiscar terras e a tratar muito mal certas classes de pessoas" e que a "esquerda radical não quer que se saiba".

Sem adiantar detalhes, o presidente norte-americano disse que os Estados Unidos "não vão tolerar" aquela atitude do país africano e que, de futuro, o financiamento ao país será cortado até que seja concluída uma investigação.

A África do Sul junta-se assim a um rol de países, nomeadamente Colômbia, México, China ou Canadá, que têm sido alvo de críticas e ameaças pelo Presidente norte-americano, que assumiu um segundo mandato a 20 de janeiro passado.

A África do Sul faz parte do grupo BRICS, um grupo de economias maioritariamente emergentes, composto também pelo Brasil, Rússia, Índia e China, a quem Trump ameaçou impor tarifas pesadas se criarem uma moeda rival do dólar americano.

Quando Donald Trump tomou posse, os Presidentes da África do Sul e do Burundi foram os únicos líderes africanos a felicitar o republicano pelo regresso à presidência dos Estados Unidos.

O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, escreveu no X, antigo Twitter: "Estou ansioso por continuar a parceria estreita e mutuamente benéfica entre as nossas duas nações em todas as áreas da nossa cooperação".


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Japão: Neste país, idosos roubam para poder ir para a prisão. Motivo? A solidão... Guardas dizem que prisões se parecem com lares.

© Getty Images/Richard A. Brooks / AFP    Notícias ao Minuto  03/02/2025

No Japão os roubos são cometidos sobretudo por pessoas idosas e o motivo é a... solidão.

É cada vez mais comum ver nas prisões japonesas andarilhos, fraldas de adulto e pessoas de cabelos grisalhos com bengalas. A curva de pequenos crimes cometidos por pessoas com mais de 65 anos está a aumentar no país, com cinco em cada dez roubos a serem cometidos por idosos.

A somar a isso, regista-se o facto de que a população prisional com mais de 65 anos quadruplicou entre 2003 e 2022. Alguns dos 'suspeitos' assumem mesmo os crimes para que os julgamentos sejam mais rápidos.

Os motivos são simples, escreve o ABC: terem três refeições diárias, cuidados médicos e sobretudo por ser uma forma de fugir à solidão no país mais envelhecido do mundo.

Takayoshi Shiranaga, um funcionário de uma prisão do norte de Tóquio afirmou à CNN que "as prisões tornaram-se mais parecidas com lares de idosos", tendo os guardas muitas vezes que os ajudar a tomar banho ou comer.

"Alguns estariam dispostos a pagar cerca de 20.000 ienes (124 euros) por mês se pudessem viver aqui para sempre", acrescenta.


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Nota de Honras da Homenagem de Despedida, a malograda Dirigente do Movimento Nacional da Sociedade Civil para Paz, Democracia e Desenvolvimento, Senhora Antônia Adama Djaló, Vice-presidente respetivamente.

Por Fode Caramba Sanha

O primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, anunciou hoje uma remodelação governamental que separa as pastas das Finanças e do Fomento Empresarial e muda nomes no elenco executivo.

© Lusa   03/02/2025

Remodelação no Governo de Cabo Verde separa Finanças e Fomento Empresarial

O primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, anunciou hoje uma remodelação governamental que separa as pastas das Finanças e do Fomento Empresarial e muda nomes no elenco executivo.

Segundo um comunicado do Governo, o Ministério das Finanças e do Fomento Empresarial "passa a ser apenas Ministério das Finanças", mantendo-se sob liderança do vice-primeiro-ministro, Olavo Correia.

Ao mesmo tempo é criado um Ministério da Promoção de Investimentos e Fomento Empresarial, focado nestes temas e entregue a Eurico Correia Monteiro, que vai dirigir as instituições públicas do setor: Cabo Verde Trade Invest, Pro-Empresa, Pro-Garante, Pro-Capital, Fundo Soberano e Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP).

"O vice-primeiro-ministro ficará com maior disponibilidade para a coordenação económica de políticas transversais que contribuem para a estabilidade macroeconómica, o crescimento e emprego", informou o Governo, no mesmo comunicado.


Outra alteração orgânica diz respeito à pasta das Comunidades, que passa para a responsabilidade do ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Integração Regional, José Filomeno Monteiro.

O atual ministro das Comunidades, Jorge Santos, deixa de tutelar esta pasta, mantendo-se na liderança do Ministério do Mar, que acumulava.

São ainda extintas duas secretarias de Estado: a do Fomento Empresarial, que era ocupada por Adalgisa Vaz, e a do Ensino Superior, que estava entregue a Eurídice Monteiro, saindo ambas do elenco governativo.

De resto, alguns nomes dão lugar a outros: Jorge Figueiredo é o novo ministro da Saúde, substituindo Filomena Gonçalves, enquanto José Luís Sá Nogueira é o novo ministro do Turismo e Transportes, pasta que estava sob a tutela de Carlos Santos.

Vítor Coutinho é o novo ministro das Infraestruturas, Ordenamento do Território e Habitação, sucedendo a Eunice Silva, e Eurico Correia Monteiro vai liderar o Modernização do Estado e da Administração Pública (acumulando com o Ministério da Promoção de Investimentos e Fomento Empresarial), substituindo Edna Oliveira.

"Com esta remodelação, o Governo passa a ser composto pelo primeiro-ministro, vice-primeiro-ministro, quinze ministros e cinco secretários de Estado", lê-se no comunicado.

A remodelação governamental já havia sido anunciada pelo primeiro-ministro durante a reunião da direção nacional do Movimento pela Democracia (MpD), partido a que preside e cuja maioria parlamentar suporta o Governo.

Em janeiro, a direção nacional do MpD analisou o desaire eleitoral das autárquicas de dezembro de 2024, nas quais perdeu a maioria dos municípios para o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição parlamentar).

"O líder do MpD garantiu mudanças no partido e no Governo que vão reforçar a organização, o combate político e a confiança dos cabo-verdianos", anunciou-se no comunicado final da reunião, que renovou a confiança em Ulisses Correia e Silva como candidato do partido nas eleições legislativas de 2026.

Com a remodelação, que já foi aceite pelo Presidente da República, há quatro novos nomes no Governo.

Eurico Correia Monteiro, que era até agora embaixador de Cabo Verde em Portugal, é formado em Direito e regressa a funções governativas (que já ocupou na década 1990 na Justiça, Administração Pública e Trabalho) para áreas que o Governo tem classificado como prioritárias: a promoção de investimentos, fomento empresarial, modernização do Estado e da administração pública.

Jorge Figueiredo, novo ministro da Saúde, formou-se em medicina e foi presidente da Câmara Municipal do Sal entre 2004 e 2016, sendo nomeado embaixador em Angola em 2017 -- funções que exerceu até 2023.

José Luís Sá Nogueira, economista, vai passar a liderar o Turismo e Transportes, setores que conhece: foi delegado da companhia estatal Transportes Aéreos de Cabo Verde (TACV) no Brasil, até ser escolhido, em maio de 2016, pelo então recém-eleito Governo do MpD para liderar um novo conselho de administração da transportadora, onde manteve funções executivas até 2017.

Vítor Coutinho, antigo bastonário da Ordem dos Engenheiros de Cabo Verde, presidiu ao conselho de administração da Empresa de Mobilidade e Estacionamento da Praia (EMEP) e foi na capital que o novo ministro das Infraestruturas fez equipa com o atual primeiro-ministro: foi vereador quando Ulisses Correia e Silva presidia ao município.


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domingo, 2 de fevereiro de 2025

Declaração do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, após final de torneiro de Primeira Edição da Taça de Liga denominado "Centenário do Amílcar Lopez Cabral"

@Gaitu Baldé

O debate em torno da restituição de bens culturais a África sofreu uma mudança significativa, com a comunidade internacional a reconhecer nos últimos anos a sua necessidade, não apenas como ato comercial, mas como gesto simbólico e até religioso.

© TONY KARUMBA/AFP via Getty Images   Lusa  02/02/2025 

 Restituição de bens culturais a África ganha força na comunidade internacional

O debate em torno da restituição de bens culturais a África sofreu uma mudança significativa, com a comunidade internacional a reconhecer nos últimos anos a sua necessidade, não apenas como ato comercial, mas como gesto simbólico e até religioso.

"O mais interessante é que, num tema tão sensível como este, que implica questões históricas e críticas, o discurso mudou por parte dos países ocidentais, especialmente na Europa e nos Estados Unidos da América", afirmou o diretor-adjunto da Unesco para a cultura, Ernesto Ottone, em entrevista à EFE.

Ottone, que esta semana marcou presença numa conferência sobre a restituição dos bens culturais africanos, organizada pela Unesco na capital da Etiópia, assinalou que nos últimos sete anos "se avançou muito" nesta matéria.

"O mais importante foi reconhecer que a restituição de um objeto ou artefacto valioso tem um significado que não é apenas comercial, mas sobretudo simbólico e, muitas vezes, religioso", sustentou.

Na conferência, que reuniu pela primeira vez os 54 países do continente, participaram vários especialistas para analisar novos modelos de cooperação.

"Devem-se procurar modelos adequados para cada caso, respeitando o acesso das comunidades ao seu próprio património", defendeu Ottone.

Em muitos casos, os acordos bilaterais tradicionais ainda estão em vigor, mas também ganharam força os acordos multilaterais, mediados pelo comité da Unesco.

O ex-ministro da Cultura chileno deu como exemplo os Países Baixos e Alemanha, países que promoveram debates com museus e instituições para desenvolver diferentes mecanismos de restituição de objetos do período colonial.

Durante a conferência abordou-se também a necessidade de reconhecer o valor simbólico e cultural dos objetos, que são também identitários das comunidades de origem.

Sobre esta questão, Ottone destacou que o debate não se deve limitar à restituição de bens, mas ter conta os lugares sagrados ou históricos a que pertenciam estes objetos.

"Se um objeto foi retirado de um lugar sagrado que, para uma comunidade africana tem um valor especial, então a sua restituição deve ser decidida não apenas pelos Estados", afirmou.

Ottone destacou ainda a importância de se garantir que as comunidades africanas têm acesso ao seu património cultural, que se tornou inacessível devido às anteriores políticas coloniais.

A restituição não implica apenas a devolução dos objetos, mas o reconhecimento do direito de as comunidades preservarem a sua própria história.

"Todas as comunidades devem ter acesso para usufruir dos seus bens culturais ou para reconhecerem a sua identidade e passado", sublinhou o diretor-adjunto da Unesco, acrescentando que a restituição precisa "de avançar" face à "necessidade intrínseca" de as comunidades terem acesso aquilo que faz delas uma comunidade.


Ottone disse ainda acreditar que, com a mudança de narrativa, os acordos entre países aumentem nos próximos anos.

Em setembro de 2024, o presidente cabo-verdiano defendeu na Assembleia-Geral das Nações Unidas a restituição de bens culturais a África e outras regiões do mundo para preservação da cultura e espiritualidade local.

"Para África, mas também para muitas outras regiões do mundo, é de vital importância a restituição de bens culturais, como artefactos, obras de arte e objetos sagrados, parte integrante da identidade cultural, história e tradições das comunidades de onde são originários", afirmou José Maria Neves durante a 79.ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque.

O chefe de Estado argumentou que a restituição "permite a preservação da sua integridade cultural e espiritual, à medida que são devolvidos aos seus ambientes originais", permitindo que as comunidades locais voltem a ligar-se ao seu património, fortalecendo "o orgulho cultural" e cuidando da sua identidade "para as gerações futuras".