segunda-feira, 29 de agosto de 2022
Cooperação - Guiné-Bissau apresentou três projectos na Conferência Internacional África/Japão
Bissau, 29 Ago 22 (ANG) - A Guiné-Bissau apresentou na oitava Conferência Internacional sobre o Desenvolvimento Africano_TICAD-8, decorrida em Túnis,na Tunísia, entre os dias 27 e 28, três projetos para financiamento, revelou a Rádio Bantabá.
Trata-se do projeto de construção do Porto Comercial em Piquil(Biombo), de Transporte Fluvio-marítimo, para evacuação de pessoas e mercadorias das zonas costeiras e Ilhas e o projeto Agrícola de Promoção de Fileiras de Legumes e Valorização dos Produtos Agrícolas.
A oitava Conferência Internacional de Tóquio sobre o Desenvolvimento Africano TICAD-8, que contou a participação do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, encerrou domingo, em Túnis, Tunísia, com anúncio de cerca de US$ 30 bilhões em ajuda para o desenvolvimento da África.
Segundo o Primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, a referida ajuda se centrará no desenvolvimento de recursos humanos para promover o crescimento económico.
Outras ajudas incluíram a segurança alimentar para a África em razão do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, bem como as mudanças climáticas e a promoção de negócios considerados ecologicamente corretos.
A 8ª Conferência Internacional de Tóquio sobre o desenvolvimento de Àfrica proporcionou oportunidades para análises de parcerias japonesas/africanas e empreendimentos comerciais conjuntos.
A oitava TICAD é a segunda realizada em África depois que o Quênia a acolheu em 2016 . É co-organizado entre as Nações Unidas, o Banco Mundial e a Comissão da União Africana.
O Presidente da República e Presidente em Exercício da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da CEDEAO, Úmaro Sissoco Embaló e o Presidente da Tunísia, Kais Saied encontraram-se a margem do evento e tiveram a oportunidade de relançar a amizade guineense-tunisina.
Guiné-Bissau inicia em breve recenseamento para eleições legislativas em dezembro
A Guiné-Bissau vai começar "em breve" o recenseamento eleitoral para as eleições legislativas marcadas para 18 de dezembro, disse hoje o ministro da Administração Territorial e Poder Local daquele país, nas Caldas da Rainha.
"Vamos fazer o recenseamento. Tem de ser um recenseamento de raiz, por isso temos toda a equipa preparada. Vão chegar materiais daqui a alguns dias e vamos dar início brevemente ao processo de recenseamento eleitoral", disse à agência Lusa Fernando Gomes, que afastou o adiamento da data das eleições.
O ministro reconheceu que a realização do recenseamento "não é uma tarefa fácil" devido à época das chuvas, mas acrescentou que o decreto que fixou a data das eleições tem de ser cumprido.
Fernando Gomes referiu que o gabinete técnico de apoio ao processo eleitoral começou a trabalhar há cerca de dois meses.
O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, marcou eleições legislativas antecipadas para 18 de dezembro deste ano.
O governante guineense encontra-se em Portugal para reuniões com presidentes de municípios portugueses, a primeira das quais ocorreu hoje com o autarca de Caldas da Rainha, o independente Vítor Marques.
"A Guiné-Bissau nunca teve eleições locais, após 48 anos de independência. Por isso, estamos aqui para conhecer a experiência portuguesa nesse domínio para avançar para eleições autárquicas entre 2023 e 2024, porque, sem eleições autárquicas, as províncias da Guiné-Bissau vão continuar abandonadas, porque não existe um poder local. Tudo depende do poder central", justificou Fernando Gomes.
O ministro da Administração Territorial e Poder Local da Guiné-Bissau vai também reunir-se com autarcas da Covilhã, Águeda, Coimbra, Figueira da Foz, Oeiras, entre outros, durante 12 dias de encontros bilaterais em Portugal.
Até ao final do ano, o governante tenciona vir a assinar um acordo de geminação com Caldas da Rainha, no distrito de Leiria, cujo autarca convidou a visitar o seu país.
RUMO À LUA: É lançado hoje o maior e mais potente foguetão em direção da Lua
NASA/JOEL KOWSKY
SIC Notícias 29/08/22
Após mais de uma década de desenvolvimento, o novo foguetão lunar da NASA parte para o espaço na primeira missão de reconquista da Lua.
29 de agosto de 2022 poderá ficar registado como mais um dia histórico da conquista espacial. Mais de cinco décadas depois do primeiro passo do Homem na Lua, a 20 de julho de 1969, é lançada a primeira fase do programa Artemis para levar de novo astronautas à Lua, desta vez incluindo mulheres, como parte da missão até Marte.
A missão da NASA com participação da ESA tem hora de partida prevista para as 8h33 em Cabo Canaveral, na Florida, serão 13h33 em Lisboa. Mas se a meteorologia não cooperar, há outras duas datas alternativas: 2 ou 5 de setembro.
O lançamento em direto no site da NASA.👇
Programa Artemis
O programa norte-americano para o regresso à Lua, Artemis, irmã gémea de Apolo e deusa da caça e da Lua na mitologia greco-romana, é constituído por várias missões. Depois de alguns adiamentos, Artemis I é a primeira, sendo que ainda não levará astronautas a bordo.
Esta primeira missão visa testar o novo foguetão gigante da NASA, SLS (Space Launch System), e a cápsula Orion colocada no topo e onde viajarão as tripulações a partir da missão Artemis II.
O maior e e mais potente foguetão jamais construído já iniciou a sua jornada: a 17 de agosto foi colocado da rampa de lançamento 39B no Centro Espacial Kennedy na Florida.
No topo do foguetão está a cápsula Orion, onde futuramente serão instalados os astronautas mas onde atualmente viajam bonecos e experiências científicas.
A cápsula Orion, uma vez impulsionada pelo foguetão, irá até à Lua e entrará na sua órbita, para depois regressar à Terra, numa missão que pode durar de 39 a 42 dias. Deverá ser recuperada no Oceano Pacífico e depois reutilizada.
► Será possível acompanhar o percurso da Orion em tempo real
Em 2024, a missão Artemis II deverá então levar astronautas, mas não são ainda estes que terão o privilégio de pisar a Lua. Farão o mesmo percurso que a Artemis I - uma volta à Lua e o regresso a casa.
Será a tripulação da Artemis III que, em 2025 na melhor das hipóteses, voltará a pisar a Lua, 53 anos depois de o último homem ter lá estado, na missão Apollo VII.
Enquanto o programa Apollo apenas permitiu a viagem a homens brancos, o programa Artemis quer dar a hipótese a mulheres e a pessoas de outra raça.
Dados da Missão Artemis I:
- Data de lançamento: agosto 29, 2022
- Duração da missão: 42 dias, 3 horas, 20 minutos
- Distância total percorrida: 2 milhões de quilómetros
- Velocidade de reentrada: 39 mil km/h (Mach 32)
- Splashdown (queda no oceano): 10 de outubro de 2022
Ilustres "passageiros" e experiências a bordo da Orion
A bordo da Orion seguirá um trio de manequins que irão ajudar a NASA a compreender qual a melhor forma de proteger os verdadeiros astronautas durante as futuras missões tripuladas.
EM CIMA OS BONECOS HELGA E ZOHAR,
EM BAIXO O "COMANDANTE MOONIKIN
CAMPOS" / NASA
O "comandante Moonikin Campos" estará ligado a sensores para fornecer dados sobre o que poderá afetar os membros da tripulação numa viagem à Lua. Dois sensores de radiação estão no seu fato espacial - Campos veste o Orion Crew Survival System de primeira geração, igual ao que os verdadeiros astronautas usarão durante o lançamento, a entrada e outras fases dinâmicas das missões. O assento também possui sensores para registar dados de aceleração e vibração.
Ao lado de Campos viajam dois bonecos europeus que fazem parte do projeto conjunto com a Alemanha e Israel Matroshka AstroRad Radiation Experiment (MARE): Helga e Zohar. Zohar usa um colete de proteção contra a radiação equipado com sensores para determinar o risco de radiação no caminho até à Lua, mas Helga não para se perceber as diferenças.
Pequenos satélites apanham boleia até à órbita da Lua
A bordo do SLS seguem dez CubeSat, pequenos satélites do tamanho de caixas de sapatos que serão lançados para o espaço durante a viajem. Pequenos em tamanho mas com enorme potencial para a ciência e exploração espaciais, observação da Terra e para as transmissões de comunicação.
A participação da Europa na missão à Lua
A ESA participa no programa Artemis com o módulo de serviço construído na Europa - European Service Module - que fornece energia e propulsão para a cápsula Orion e também fornecerá água e ar para os astronautas em futuras missões.
Outro projeto fundamental do programa Artemis é o Gateway - será um posto na órbita da Lua que vai fornecer um apoio vital no regresso de seres humanos à Lua. Desta casa temporária, os astronautas seguirão num módulo de aterragem para o polo sul da Lua.
Será também um importante ponto de partida para a exploração do espaço profundo e de uma futura ida a Marte.
NASA
Uma base na Lua para partir para Marte
O regresso à Lua é, por si só, uma conquista impressionante. Mas colocar astronautas na Lua pela primeira vez desde a última missão da Apolo, em 1972, tem um objetivo mais ambicioso: estabelecer uma presença humana permanente na Lua e na sua órbita, construindo uma infraestrutura que permita aos humanos ir ainda mais longe no sistema solar.
O programa Artemis é assim uma etapa para a ambição de longa data de chegar a Marte. No início deste ano, a NASA divulgou os seus objetivos "Da Lua a Marte" com os 50 pontos-chave para a exploração, transporte e infraestruturas na Lua e em Marte.
À procura de água na Lua
Dezenas de experiências robóticas serão enviadas para a Lua ainda antes dos seres humanos. Por vários locais serão espalhados pequenos robôs entre 2022 e 2025.
Exemplo disso será o Veículo de Exploração Polar para Investigação Volátil (VIPER) lançado em 2023 para pousar no polo sul da Lua e procurar água e outros recursos.
Será lançado a bordo de um foguetão Falcon Heavy da empresa privada SpaceX e o local previsto da alunagem será perto do lado ocidental da cratera Nobile, onde irá explorar a superfície numa área aproximada de 93 quilómetros quadrados.
DESENHO DE VIPER, UM ROBÔ MÓVEL QUE PERCORRERÁ O POLO SUL DA LUA EM BUSCA DE GELO. A MISSÃO VIPER VAI PROCURAR ONDE ESTÁ A ÁGUA E QUANTO ESTARÁ DISPONÍVEL, UM PASSO SIGNIFICATIVO PARA O OBJETIVO FINAL DA NASA DE UMA PRESENÇA SUSTENTÁVEL E DE LONGO PRAZO NA LUA - TORNANDO EVENTUALMENTE POSSÍVEL EXPLORAR MARTE E MAIS ALÉM.NASA / AMES RESEARCH CENTER / DANIEL RUTTER
O polo sul lunar é uma das regiões mais frias do Sistema Solar. Dados de missões anteriores levaram os cientistas a concluir que existe gelo nos polos da Lua.
VIPER vai recolher amostras de pelo menos três locais em áreas cuidadosamente selecionadas do polo Sul e analisará as características do gelo utilizando sensores e o berbequim que tem a bordo.
A ÁREA MONTANHOSA A OESTE DA CRATERA NOBILE E AS CRATERAS MENORES QUE COBREM O POLO SUL DA LUA, UMA REGIÃO COM ÁREAS PERMANENTEMENTE NA SOMBRA E ZONAS QUE SÃO BANHADAS PELO SOL A MAIOR PARTE DO TEMPO. O TERRENO NA REGIÃO DE NOBILE É O MAIS ADEQUADO PARA O ROBÔ VIPER NAVEGAR, COMUNICAR E DETERMINAR O POTENCIAL DE ÁGUA E OUTROS RECURSOS. /NASA
domingo, 28 de agosto de 2022
Japão reclamará lugar para África no Conselho de Segurança da ONU
Por LUSA 28/08/22
O primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, prometeu hoje "remediar uma injustiça histórica" que irá fazer pressão para que o continente africano tenha um lugar permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas.
"Para agir eficazmente" e consolidar a paz e a segurança em África, é "urgente remediar a injustiça histórica" da ausência de um assento permanente para África na ONU, disse Kishida através de videoconferência, numa cimeira Japão-África, que se realiza em Tunes, Tunísia, desde sábado.
Segundo o chefe do Governo japonês, citado pela agência France-Presse (AFP), o seu país pretende "criar um ambiente em que o povo africano possa viver em paz e segurança para que o continente se possa desenvolver.
"O Japão reforçará a sua parceria com África" e, no próximo ano, quando estiver no Conselho de Segurança com um assento não permanente (2023 e 2024), irá defender a reforma da ONU e um assento permanente para o continente.
Kishida, que ficou em Tóquio devido à covid-19, apontou que será "um momento de verdade para a ONU".
"Para que a ONU possa trabalhar de forma eficaz pela paz e estabilidade, é urgente reforçar a ONU através da reforma do Conselho de Segurança", sublinhou.
Atualmente o Conselho de Segurança é composto por 15 membros, dos quais cinco permanentes (EUA, Rússia, China, França e Reino Unido), sendo os restantes lugares ocupados por outros Estados-membros das Nações Unidas em rotações de dois anos.
Kishida agradeceu ainda à União Africana e à Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) pela sua "mediação na prevenção de conflitos" e referiu que os problemas transfronteiriços no continente devem ser abordados, tal como a formação das forças de segurança, a governação judicial e administrativa e a insegurança alimentar.
Na abertura do encontro, no sábado, o chefe do Governo anunciou "investimentos de 30 mil milhões de dólares (cerca de 30 mil milhões de euros)" ao longo de três anos em África.
Acabam de ser descobertos factos importantes sobre a vitamina B6 : leia, leia - em nome da sua saúde mental
Laranjas (Eddy Buttarelli via Getty Images)
Cnnportugal.iol.pt 28/08/22
Mas quer isto dizer que agora devemos ir a correr comprar suplementos da B6?
Há quem a designe "vitamina esquecida" mas a vitamina B6 parece ser bem mais essencial do que aquilo que imaginamos. Pelo menos é isso mesmo que sugere um estudo publicado em julho na revista científica Human Psychopharmacology, cujos resultados demonstram que a vitamina B6 reduz a ansiedade e os sintomas de depressão.
Não é novidade que as vitaminas do complexo B são essenciais para o funcionamento do sistema nervoso e do sistema imunológico. Sabemos também que a vitamina B12 ajuda a prevenir a anemia e a fortalecer os ossos, enquanto a B9 (ácido fólico) é recomendada na gravidez, sendo necessária para o crescimento e desenvolvimento do feto.
Todavia, a vitamina B6 é considerada a "vitamina esquecida" entre as vitaminas do complexo B, como a descreveu em declarações ao New York Times Reem Malouf, neurologista que se dedica ao estudo na Universidade de Oxford sobre os efeitos da B6 ao nível cognitivo.
Um estudo desenvolvido na Universidade de Reading, no Reino Unido, procurou resolver esta lacuna através de um ensaio experimental que contou com a participação de 478 adultos, com idades compreendidas entre os 18 e os 58 anos. Os participantes foram agrupados de forma aleatória e, durante cerca de um mês, um grupo recebeu comprimidos placebo, outro grupo recebeu comprimidos de 100 miligramas de vitamina B6, enquanto o terceiro recebeu comprimidos de 100 miligramas de vitamina B12.
Os participantes que receberam o suplemento da vitamina B6 admitiram sentir menos ansiedade e os resultados sugerem que esta vitamina "induziu uma tendência de redução dos sintomas de depressão", enquanto a vitamina B12 "produziu tendências para mudanças na ansiedade e no processamento visual".
"Os nossos resultado sugerem que a suplementação da vitamina B6 em doses elevadas [100mg] aumenta as influências neurais inibitórias GABAérgicas, o que é consistente com o seu papel conhecido na síntese de GABA", ou seja, na forma como os medicamentos atuam no nosso organismo, pode ler-se no estudo.
É preciso ter em conta que a amostra deste estudo é de pequena dimensão, não sendo, por isso, representativa. As conclusões dos restantes estudos científicos sobre os efeitos da vitamina B6 na saúde mental também são muito limitadas e nem sempre é possível identificar uma causa-efeito. Isto porque é muito difícil medir a forma como as vitaminas são absorvidas pela corrente sanguínea.
E agora devemos ir a correr comprar suplementos da B6?
Em declarações à CNN Portugal, o presidente da Associação Portuguesa de Alimentação Racional e Suplementos Alimentares, Pedro Lôbo do Vale, concorda que "as vitaminas são um bocado esquecidas" no mundo da medicina, admitindo que hoje em dia os médicos as "receitam pouco".
Em teoria, os nutrientes e vitaminas naturais dos alimentos "deveriam ser suficientes", mas "é claro que não são", argumenta o médico especialista em Medicina Geral e Familiar. Exemplo disso mesmo é a necessidade de suplementação de ácido fólico nas durante a gravidez, por muito correta que seja a alimentação das grávidas.
Com o avançar da idade, a necessidade de suplementação também vai sendo cada vez maior, acrescenta o médico: "As pessoas com mais idade, alimentam-se pior - muitos alimentam-se apenas de uma caneta de leite e um pãozinho, etc. -, absorvem menos nutrientes e a necessidade de suplementação é maior".
Nos jovens, a recomendação do médico já não é tão generalizada - os que praticam desporto ou que ficam "muito nervosos e stressados" com os exames da escola ou outras situações devem recorrer a suplementação, mesmo que tenham uma "alimentação variadíssima".
Em relação ao estudo da Universidade de Reading, Pedro Lôbo do Vale pede cautela, ressalvando que a ansiedade e os sintomas de depressão ou problemas de memória "não desaparecem com a vitamina B6", sendo necessárias outras terapias nesse sentido, como a psicoterapia, por exemplo.
Katherine Tucker, epidemiologista nutricional na Universidade de Massachusetts Lowell, considera, por outro lado, que a maioria dos adultos saudáveis consegue obter vitamina B6 mais do que suficiente através da alimentação, uma vez que "está amplamente disponível nos alimentos integrais". O atum, salmão, grão de bico, aves, bananas, laranjas, melão e nozes são alguns exemplos desses alimentos, aponta.
Uma das autoras do estudo da Universidade de Reading, a estudante de doutoramento em psicologia nutricional Jessica Eastwood, também partilha da opinião de Katherine Tucker: "Eu defendo sempre uma abordagem da alimentação em primeiro lugar. Se estiver a sentir mais fadiga, se não se sente você próprio ou se considerar que não ingere muitos alimentos que contenham B6", então talvez esteja na hora de procurar ingerir mais alimentos ricos em B6", argumenta, citada pelo New York Times.
PAQUISTÃO: Hotel de luxo desaba devido a inundações no Paquistão. E há imagens... Veja o vídeo.👇
Notícias ao Minuto 28/08/22
O hotel de luxo New Honeymoon, situado na margem do rio Swat, em Kalam, desabou, na sexta-feira, devido às cheias que têm afetado o Paquistão.
Apesar dos danos, o colapso – que poderá ver na galeria acima – não causou feridos, segundo aponta o g1.
A população partilhou várias imagens do momento nas redes sociais, sendo que tanto os funcionários do hotel, como os residentes ali presentes foram retirados em segurança.
Nas últimas 24 horas, pelo menos 119 pessoas morreram devido às inundações causadas por chuvas torrenciais das monções, anunciaram as autoridades este domingo.
Estes óbitos elevaram o número total de vítimas mortais em inundações causadas pelas chuvas de monções, que começaram em junho, para 1.033, de acordo com o último balanço divulgado pela Autoridade de Gestão de Catástrofes (NDMA) paquistanesa.
Mais de 33 milhões de habitantes, ou um paquistanês em cada sete, foram afetados pelas inundações, e perto de um milhão de casas ficaram destruídas ou muito danificadas, referiram os dados governamentais.
A NDMA indicou que mais de 80 mil hectares de terra cultivada ficaram destruídos e mais de 3.400 quilómetros de estradas e 149 pontes foram levadas pelas águas.
As monções são importantes para irrigar plantações e para a reposição de recursos hídricos no subcontinente indiano, mas acarretam também a sua parte de tragédia e destruição, todos os anos, entre os meses de junho e setembro.
A União Europeia (UE) anunciou, no sábado, ter atribuído 1,8 milhões de euros em ajuda humanitária destinada às famílias afetadas pelas inundações no Paquistão.
Em comunicado, o executivo comunitário aponta que a ajuda humanitária visa apoiar as populações afetadas em alguns dos distritos mais duramente atingidos nas províncias de Sinde, Baluchistão, Punjab e Khyber Pakhtunkhwa, sendo o financiamento atribuído aos parceiros humanitários da UE que operam no terreno.
Na semana passada, a UE já tinha destinado 350 mil euros em ajuda para as populações da província do Baluchistão afetadas pelas cheias.
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Mais de 33 milhões de habitantes, ou um paquistanês em cada sete, foram também afetados pelas inundações e perto de um milhão de casas foi destruída ou muito danificada, referiram os dados governamentais.
A NDMA indicou que mais de 80 mil hectares de terra cultivada ficaram destruídos e mais de 3.400 quilómetros de estradas e 149 pontes foram levadas pelas águas... Ler mais
Dois navios de guerra dos EUA em trânsito no estreito de Taiwan... Dois navios de guerra norte-americanos passaram pelo estreito de Taiwan em trânsito, anunciou hoje a Marinha dos Estados Unidos.
© yahoo.com
Por LUSA 28/08/22
A passagem "demonstra o empenho dos Estados Unidos numa região do Indo-pacífico livre e aberta", indicou, em comunicado.
A 12 de agosto, Washington anunciou a intenção de reforçar as relações comerciais com Taiwan e de realizar novas travessias aéreas e marítimas do estreito, numa resposta às manobras militares chinesas, realizadas na sequência da recente visita da presidente da Câmara dos Representantes norte-americana, Nancy Pelosi, à ilha.
Para Washington, que apelidou as manobras chinesas "de provocação", Pequim usou a visita de Pelosi a Taiwan para "lançar uma campanha de pressão" contra a ilha e alterar o 'status quo', pondo em risco a paz e a estabilidade no estreito", acusou, na altura, o coordenador Ásia-Pacífico da Casa Branca Kurt Campbell.
Os navios e aviões norte-americanos vão efetuar novas travessias do estreito de Taiwan "nas próximas semanas" e continuar a "voar, navegar ou operar onde a lei internacional o permitir", disse Campbell, sem especificar a natureza dos destacamentos no estreito ou o seu calendário.
Pequim considera Taiwan, que tem um governo autónomo, como parte do seu território a recuperar um dia, e se necessário pela força.
Extremismo no Sahel avançou para sul e atinge países da África Ocidental
© iStock
Por LUSA 28/08/22
O extremismo violento que atormenta o Sahel avançou para sul e ameaça cada vez mais os países costeiros da África Ocidental, que devem aprender com os erros dos seus vizinhos e evitar uma resposta exclusivamente militar, defendem especialistas.
O que começou há uma década como uma preocupação no norte do Mali estendeu-se a outros países do Sahel, como o Níger e o Burkina Faso, e atinge agora o norte de vários países costeiros da África Ocidental.
Na Costa do Marfim, Gana, Togo e Benim, o extremismo violento "está às portas e já não é apenas uma ameaça", disse à Lusa Sampson Kwarkye, investigador do gabinete do Instituto de Estudos de Segurança (ISS) para a África Ocidental, Sahel e Bacia do Lago Chade.
A Costa do Marfim sofreu 17 ataques ligados a grupos filiados na Al-Qaida desde 2020, o Benim já foi alvo de 21 ataques este ano, dois dos quais reivindicados pelo grupo Jamanta Nusrat al-Islam wal-Muslimeen (JNIM), filiado na Al-Qaida, e o Togo perdeu oito soldados num ataque reclamado pelo mesmo grupo.
O Gana, o único dos quatro países costeiros que ainda não sofreu qualquer ataque, tem visto os seus jovens serem recrutados para grupos extremistas e as autoridades dizem ter já prevenido ataques.
"A situação tornou-se muito preocupante e está a piorar de dia para dia", alertou Kwarkye.
Ao fim de quase uma década de esforços agressivos de contraterrorismo por parte das forças nacionais, regionais e internacionais, a presença destes grupos extremistas não só se manteve como se expandiu, o que revela a insuficiência da abordagem militar para pôr fim ao problema, defendem os investigadores do ISS, instituto sediado na África do Sul, assim como os autores de um artigo recente do Policy Center for the New South, um 'think tank' sediado em Marrocos.
Segundo este artigo, a resposta dos Governos de todos estes países costeiros à ameaça do extremismo tem sido um reforço da segurança e um aumento da presença militar nas fronteiras, estratégia que "será ineficaz, tal como foi no Sahel, porque reflete um mau enquadramento do que está a acontecer no terreno".
O texto refere que a expansão dos extremistas para sul não é equiparável a um exército que marcha fisicamente em formação e que pode ser travado com força militar.
"Em vez disso, eles espalham ideias e exploram os ressentimentos das populações para mudar as lealdades e comportamentos locais. Os grupos extremistas não tendem a dominar e governar áreas, eles tentam controlar as pessoas e incitar à violência para desestabilizar governos", escrevem os investigadores.
Para a investigadora do ISS Jeannine Ella Abatan, que coordena um projeto sobre mulheres e extremismo violento no Mali e no Níger, "a resposta militar é importante, especialmente se priorizar a proteção dos civis", mas são necessárias outras soluções, porque a resposta militar é insuficiente para lidar com as causas profundas do extremismo violento.
Kwarkye vai mais longe e acredita mesmo que as operações militares - nomeadamente a operação francesa Barkhane, que este mês deixou o Mali ao fim de nove anos, mas também operações nacionais ou do G5 Sahel -- contribuíram para a expansão do extremismo.
Estas operações "colocaram uma pressão considerável nos grupos extremistas na região, especialmente no Sahel, e forçaram-nos a procurar novas bases operacionais", explicou.
Além disso, estas operações "não foram baseadas numa compreensão correta do contexto operacional" e acabaram por atingir indiscriminadamente tanto os extremistas como os civis inocentes, aumentando o ressentimento das comunidades contra as autoridades, alertou Kwarkye.
Abatan recorda que entre as causas profundas do extremismo estão precisamente esses ressentimentos e frustrações, que os extremistas capitalizam, especialmente quando as comunidades se sentem abandonadas pelo Estado e privadas de acesso a serviços essenciais como saúde e educação.
"Para ganhar esta batalha, os Estados costeiros têm de ter a comunidade do seu lado. (...) E a única forma de as comunidades ficarem do lado do Estado é se o virem como sendo útil para elas", o que não tem acontecido no caso das populações fronteiriças dos Estados costeiros, alertou Abatan.
O Estado tem de "mostrar a sua presença na vida das comunidades locais, especialmente nas regiões que já registaram ataques e que são vistas como de risco", acrescentou.
Como insistem os investigadores do Policy Center no seu artigo, "o movimento de pessoas através das fronteiras não é o problema principal".
"À medida que os grupos extremistas tentam catalisar o conflito na África Ocidental, os Estados devem apoiar os civis para que resistam às narrativas e pressões desses grupos. As comunidades e indivíduos sob pressão são vulneráveis, não porque estejam perto das fronteiras, mas por causa de dinâmicas internas pré-existentes", acrescentam.
Todos os investigadores enfatizam que os Estados costeiros, que estão em vias de desenhar as suas estratégias para conter e combater o terrorismo, têm de aprender com os erros dos seus vizinhos do Sahel, que contribuíram para a expansão da ameaça.
Nas palavras de Kwarkye, os governos "têm de garantir que, qualquer que seja a estratégia que escolham, tem de ser centrada na comunidade, tem de ter em conta as necessidades das pessoas, especialmente nas zonas remotas e de fronteira".
"Se isso for feito, penso que muito progresso pode ser alcançado", apontou.
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© Lusa
Notícias ao Minuto 28/08/22
Analistas do Instituto de Estudos de Segurança (ISS, na sigla inglesa) alertam que crescentes ataques extremistas nos países costeiros da África Ocidental são apenas a ponta do icebergue de uma rede que garante a continuidade do terrorismo na região.
"Os países costeiros têm de ver estes ataques como apenas a ponta do icebergue, em que, por baixo, há um número de vulnerabilidades que têm de compreender e abordar antes que seja tarde de mais", disse à Lusa a investigadora Jeannine Ella Abatan, do gabinete do ISS para a África Ocidental, Sahel e Bacia do Lago Chade.
O extremismo violento, que atormenta o Sahel há quase uma década, avançou para sul e ameaça cada vez mais os países costeiros da África Ocidental, como a Costa do Marfim, Gana, Togo e Benim.
A Costa do Marfim sofreu 17 ataques ligados a grupos filiados na Al-Qaida desde 2020, o Benim já foi alvo de 21 ataques este ano, dois dos quais reivindicados pelo grupo Jamanta Nusrat al-Islam wal-Muslimeen (JNIM), filiado na Al-Qaida, e o Togo perdeu oito soldados num ataque reclamado pelo mesmo grupo.
O Gana, o único dos quatro países costeiros que ainda não sofreu qualquer ataque, tem visto os seus jovens serem recrutados para grupos extremistas e as autoridades dizem ter já prevenido ataques.
Apesar de se ter tornado mais visível nos últimos anos, a ameaça terrorista vem de trás e em março de 2016 um ataque na estância balnear de Grand Bassam, na Costa do Marfim, provocou 19 mortos e 33 feridos, o que já então "mostrava a capacidade do extremismo violento de operar longe da sua base operacional", disse Abatan.
Uma investigação realizada pelo ISS na região de Liptako-Gourma, a zona triangular onde o Mali, o Burkina Faso e o Níger se unem, mostrava que já em 2019, ou seja ainda antes da recente onda de ataques, os grupos extremistas violentos usavam os Estados litorais como fonte de recrutamento, de logística operacional e até de financiamento, contou Abatan.
"Por isso para nós é muito importante que os Estados costeiros vejam estes ataques como apenas a ponta do icebergue e que tentem compreender todas as vulnerabilidades que estes grupos extremistas vêm usando há já algum tempo", disse.
Abatan lembrou que, embora se associe muitas vezes o extremismo violento à religião, a investigação do ISS concluiu que a religião normalmente não tem um papel importante na decisão das pessoas que se envolvem com estes grupos, havendo mais frequentemente motivações locais.
Entre as causas profundas do extremismo, a investigadora identifica conflitos pré-existentes, nomeadamente por recursos ou por terra, ou conflitos entre agricultores e pastores.
E identifica sobretudo as frustrações das comunidades, especialmente aquelas que se sentem abandonadas pelo Estado.
"Uma coisa é certa, para as pessoas que chamamos os 'soldados rasos', a motivação para se juntarem a estes grupos é mesmo local, baseada na sua realidade diária -- as pessoas juntam-se para obterem proteção, justiça ou vingança", exemplificou.
Por isso o ISS defende que a estratégia para combater o extremismo deve centrar-se nas comunidades, que devem ser envolvidas de forma permanente e sentir-se apoiadas pelo Estado.
sábado, 27 de agosto de 2022
O GENERAL ÚMARO SISSOCO EMBALÓ, PRESIDENTE DA REPÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU, COMANDANTE SUPREMO DAS FORÇAS ARMADAS E PRESIDENTE EM EXERCÍCIO DA CONFERÊNCIA DOS CHEFES DE ESTADO E DE GOVERNO ESTEVE PRESENTE NO 8° TICAD DE TUNES.
Presidente da República da Guiné-Bissau Umaro Sissoco Embaló
O Japão prometeu disponibilizar cerca de US$ 30 bilhões em ajuda para o desenvolvimento africano na conferência realizada em Túnis neste fim de semana.
A ajuda, que se centrará no desenvolvimento de recursos humanos para promover o crescimento económico, foi anunciada na Conferência Internacional de Tóquio sobre o Desenvolvimento Africano (TICAD-8) pelo primeiro-ministro Fumio Kishida, que participou na conferência online desde que está a recuperar do COVID-19, acrescentou o jornal.
O Presidente da Tunísia, Kais Saied, e o Primeiro-Ministro Najla Bouden, discursaram na conferência, bem como altos dirigentes políticos africanos e líderes empresariais.
O evento ofereceu à possibimidade para a discussão de parcerias japonesas- africanas e empreendimentos comerciais conjuntos.
Outros tópicos incluiram a segurança alimentar para a África em razão do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, bem como as mudanças climáticas e a promoção de negócios considerados ecologicamente corretos.
A oitava TICAD é a primeira desde 2019 e apenas a segunda realizada na África depois que o Quênia a acolheu em 2016 . É co-organizado entre as Nações Unidas, o Banco Mundial e a Comissão da União Africana.
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O Presidente da Tunísia, Kais Saied e o Presidente da República da Guiné-Bissau e Presidente em Exercício da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da CEDEAO, General Úmaro Sissoco Embaló encontraram- se e tiveram a oportunidade de relançar a amizade guineense-tunisina e de passar em revista sumária as crises que afectam o Mali, Burkina Faso e Guiné, bem como de outros problemas relacionados com a subida dos preços dos produtos de primeira necessidade em razão do conflito russo-ucraniano.
Japão quer ajudar no "crescimento da qualidade" em África
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Por LUSA 27/08/22
O primeiro-ministro japonês disse hoje em Tunes que o Japão quer ajudar ao "crescimento da qualidade" em África e anunciou "investimentos de 30 mil milhões de dólares (cerca de 30 mil milhões de euros)" ao longo de três anos.
O Japão dá "prioridade a uma abordagem que valoriza investimento humano e crescimento de qualidade", declarou Fumio Kishida, num discurso na abertura dos trabalhos de dois dias da 8.ª Cimeira Ticad (Conferência Internacional de Tóquio sobre o Desenvolvimento Africano).
Esses fundos, "privados e públicos", terão de ser dedicados à "promoção de uma economia verde" que beneficiará de um envelope de quatro mil milhões de dólares, disse Kishida , que interveio por videoconferência a partir de Tóquio em virtude de ter contraído covid-19.
"Para melhorar a vida dos africanos, também forneceremos até cinco mil milhões de dólares cofinanciados com o Banco Africano de Desenvolvimento" (BAD), acrescentou Kishida, incluindo mil milhões de dólares para "reestruturação da dívida".
Na anterior edição do Ticad, em 2019, o ex-primeiro-ministro Shinzo Abe alertou África sobre o perigo de acumular dívidas "excessivas", numa alusão à China.
Pequim aumentou constantemente a sua influência na região nos últimos anos por meio do seu ambicioso projeto de infraestrutura "Rotas da Seda".
O Japão quer também ajudar o continente face às carências resultantes da guerra na Ucrânia, no valor de 300 milhões de dólares em cofinanciamento com o BAD, para "a produção de alimentos e a formação de 200.000 pessoas na agricultura".
Vinte líderes africanos (chefes de Estado ou de Governo) estão presentes no Ticad, segundo fontes tunisinas, bem como 5.000 pessoas convidadas para um fórum de empresários e conferências paralelas.
Entre os chefes de Estado presentes está o Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embalo.
No seu discurso na abertura do evento, o Presidente da Tunísia e anfitrião da cimeira, Kais Saied, apelou à "procura em conjunto dos meios para que os africanos realizem os sonhos e esperanças da primeira geração após a independência".
Said também elogiou o sucesso japonês que conseguiu "alcançar o desenvolvimento preservando a sua cultura e as suas tradições".
O chefe de Estado senegalês Macky Sall, atual presidente da União Africana, prestou homenagem à "parceria de referência" com o Japão, saudando "resultados concretos na agricultura, saúde, educação, hidráulica".
Desde a sua criação em 1993, as cimeiras do Ticad, coorganizadas com as Nações Unidas, o Banco Mundial e a União Africana, geraram 26 projetos de desenvolvimento em 20 países africanos.
Para Sall, as prioridades africanas são "a procura da soberania farmacêutica" com o aumento da produção (local) de vacinas e medicamentos e "soberania alimentar".
África tem 60% de terras aráveis, recursos hídricos e mão-de-obra significativos, mas quer "investimentos para uma cooperação benéfica", destacou.
O continente também gostaria de "uma realocação de direitos de saque especiais" do FMI, para ajudar a recuperar dos efeitos económicos resultantes da pandemia de covid-19 e da guerra na Ucrânia, argumentou Sall.
O presidente em exercício da União Africana adiantou que "África também pede a suspensão dos juros da dívida por parte do G20" e solicitou um lugar neste grupo das 20 principais economias "para garantir um melhor apoio aos interesses do continente".
Segundo Sall, isso pode se concretizar "na próxima cimeira do G20 em Bali" em novembro.
Antes de se iniciar, a conferência sofreu um percalço diplomático com a saída da delegação marroquina e a retirada do embaixador em Tunes, em reação à chegada ao Ticad do líder da Frente Polisário e Presidente da República Árabe Saarauí Democrática (RASD), Brahim Ghali, que luta pela à independência do território do Saara Ocidental, ocupado por Marrocos.
Defendendo-se de ter abandonado a sua "neutralidade tradicional", Tunes, por sua vez, chamou o seu embaixador em Marrocos, assegurando que a RASD foi convidada pela União Africana, organização de que é membro.
Macky Sall disse "lamentar a ausência de Marrocos por falta de consenso sobre uma questão de representação", esperando que "este problema encontre uma solução".
O Ticad é politicamente importante para o Presidente Kais Said, protagonista há um ano de um golpe palaciano através do qual assumiu todos os poderes, para além do ponto de vista económico, porque a Tunísia em crise espera atrair investidores para 80 projetos que podem criar 35.700 empregos.
Pelo menos 33 mortos em confrontos entre exército e rebeldes no Chade
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Por LUSA 27/08/22
Pelo menos 33 pessoas morreram entre sexta-feira e hoje em combates entre o Exército do Chade e rebeldes Conselho do Comando Militar para a Salvação da República (CCMSR), segundo fonte do grupo.
Do lado das Forças Armadas chadianas morreram 21 soldados, enquanto os rebeldes registaram 12 baixas, segundo a fonte citada pela Efe.
Os confrontos coincidem com o diálogo de reconciliação nacional, iniciado há uma semana, no qual a junta militar de transição responsável pelo país, grupos rebeldes, partidos políticos, sociedade civil e sindicatos participam para acordar o regresso a um governo civil.
Os combates tiveram início na sexta-feira e recomeçaram na manhã de hoje na cidade de Wour, junto à fronteira com a Líbia, onde o Exército lançou uma ofensiva contra uma coluna de rebeldes que se dirigia para o centro do país.
"Procurávamos um lugar estratégico para pararmos e foi o Exército nacional que nos atacou. Fomos forçados a retaliar para repelir o inimigo. Houve 33 mortos, incluindo 12 do nosso lado que temos a lamentar", disse o porta-voz do CCMSR, Moustapha Kandre, à agência noticiosa espanhola.
De acordo com Kandre, o diálogo que decorre na capital, N'Djamena, é "uma farsa, pelo que a opção militar é a única solução para pôr fim a esta transição militar liderada pelo filho do falecido Presidente [Idriss] Déby, que os chadianos não querem".
Por sua vez, o Exército chadiano contestou a versão dos rebeldes e diz ter recuperado o controlo da cidade.
"Foram eles que nos atacaram e nós reagimos em autodefesa. Foram expulsos do Chade e atravessaram para refugiarem na Líbia, como de costume", disse um comandante sob anonimato.
O responsável não confirmou o número de baixas.
O Chade está sob o poder do Conselho Militar de Transição (CMT) desde a morte em abril de 2021 do Presidente Idriss Déby Itno - que governava o país desde 1990 - durante confrontos violentos entre rebeldes e o Exército chadiano.
Depois de tomar o poder, a CMT, liderada por Mahamat Idriss Déby -- de 38 anos e filho do ex-presidente - anulou a Constituição e dissolveu o Governo e o parlamento.
No entanto, Déby prometeu realizar eleições livres e democráticas no prazo de 18 meses, após a realização de um "diálogo nacional inclusivo" com toda a oposição política e os numerosos grupos rebeldes.
Desde o início, o líder da CMT contou com o apoio da comunidade internacional, liderada pela França, União Europeia e UA, já que o Exército do Chade é um dos pilares da guerra contra grupos fundamentalistas islâmicos da região do Sahel, juntamente com as tropas francesas da missão Barkhane.
ESCULTORES GUINEENSES ACUSAM MINISTÉRIO DO TURISMOS DE ENTREGAR O SETOR EM MÃOS ALHEIAS
Os escultores guineenses acusaram o Ministério do Turismo e Artesanato de entregar o setor a mãos alheias e de estar a dar oportunidades a outras pessoas para representarem a escultura guineense quenão “entendem nada de esculpir”. Admitem passar por muitos sacrifícios e de terem poucas recompensas e apoios do executivo.
Em entrevista ao jornal O Democrata (agosto de 2022) para falar do impacto da escultura no país e do papel do Estado para impulsionar este campo artístico, os escultores revelaram que a Guiné-Bissau não está a corresponder com as exigências da União Económica e Monetária do Oeste Africano (UEMOA) sobre a estruturação e a organização do setor do artesanato, que pudessem permitir a entrada de fundos que a organização monetária sub-regional disponibiliza aos países membros para participar nas feiras internacionais e exposições de obras de artes.
Os escultores lamentaram que o setor tenha sido, depois do mandato do falecido Presidente da República, Luís Cabral, relegado ao último plano pelos sucessivos governos e ter caído no esquecimento total.
“Depois do mandato do Presidente da República Luís Cabral, os sucessivos governos relegaram o setor para o último plano, abandonaram-no e está no esquecimento total”, disse Idiaming José Biaguê do Centro artístico de Belém... Ler mais
Beber chá ou café quente pode aumentar o risco de cancro... Segundo um novo estudo pessoas que consomem bebidas quentes estão mais em risco de vir a ter cancro do esófago.
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Bebidas quentes, como chá ou café, são muito reconfortantes, no entanto, podem ser prejudiciais para a saúde. Investigadores da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, descobriram que as pessoas que têm este hábito, podem estar mais em risco de vir a ter cancro do esófago.
Para o estudo, publicado na revista científica Clinical Nutrition, foram examinados os dados, recolhidos no Reino Unido, de mais de meio milhão de pessoas. O objetivo era analisar quem bebe café, regularmente, e perceber qual é o seu risco de vir a desenvolver cancro.
No entanto, os resultados do estudo, demonstraram que o consumo de café aumenta, apenas o risco de um tipo de cancro, aquele que afeta o esófago. Ou seja, os investigadores concluíram que as pessoas que bebem café, chá, ou outras bebidas quentes, regularmente, têm um risco, maior em 2,8, de vir a sofrer de cancro do esófago.
Além disto, foi possível perceber que, para aqueles que preferem as suas bebidas mornas, o risco aumenta, em 2,7. Já quem gosta do seu café ou chá quente, viu o risco aumentar em 5,5 e as pessoas que os bebem muito quentes, estão 4,1 vezes, mais em risco.
Os investigadores afirmam, segundo o jornal The Telegraph, que o calor das bebidas quentes danifica a garganta, aumentando o risco de formação de células perigosas.
Invasão sobre a Ucrânia "legítima" para parte da opinião pública chinesa
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Por LUSA 27/08/22
Parte da opinião pública chinesa vê a invasão da Ucrânia como uma ação legítima por parte da Rússia, face à rivalidade comum contra o "hegemonismo ocidental", encabeçado pelos Estados Unidos, e ao paralelismo com Taiwan.
Na visão dos chineses que defendem a invasão russa, os intitulados grandes países têm o direito a desfrutar de segurança nas suas fronteiras.
"O povo ucraniano devia culpar sobretudo os seus líderes por terem provocado a Rússia ao aproximarem-se dos Estados Unidos", aponta Weiwei, agente imobiliária em Nanning, cidade do sudoeste da China, em declarações à Lusa.
Para o taxista Wang Tao, também ouvido pela Lusa, Moscovo teve que agir, perante a "iminência" de a Ucrânia ser armada por Washington para "lançar um ataque" contra a Rússia.
De acordo com uma sondagem publicada pelo Carter Center, organização sem fins lucrativos fundada pelo ex-Presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter, 75% dos entrevistados chineses concordam que apoiar a Rússia é do interesse nacional da China. Cerca de 60% dos entrevistados esperam, no entanto, que a China desempenhe um papel na mediação do fim da guerra.
Pequim recusou condenar a Rússia pela invasão da Ucrânia e criticou a imposição de sanções contra Moscovo. A China considera a parceria com o país vizinho fundamental para contrapor a ordem democrática liberal, liderada pelos Estados Unidos.
Em causa está também o paralelismo entre o conflito na Ucrânia e a questão de Taiwan, que Pequim considera ser uma "província rebelde" que deve ser reunificada, e não uma entidade política soberana.
"O conflito entre Rússia e Ucrânia é o 'contra-ataque' de [Presidente russo, Vladimir] Putin contra o plano do Ocidente, liderado pelos Estados Unidos da América (EUA), de desmembrar a Rússia", apontou Qiu Wenping, da Academia de Ciências Sociais de Xangai, um grupo de reflexão ('think tank') do governo, durante um debate televisivo.
"A posição da China é comparável à da Rússia. Os EUA estão claramente a manipular a questão de Taiwan e constantemente a atiçar as chamas para desmembrar a China, através da criação de uma Ucrânia do Oriente", acusou Qiu Wenping.
China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas. Pequim considera Taiwan parte do seu território e ameaça a reunificação através da força, caso a ilha declare formalmente a independência.
As visitas de políticos norte-americanos à ilha tornaram-se frequentes nos últimos dois anos, levando o Exército chinês a lançar exercícios militares em larga escala.
Pequim vê as visitas de alto nível ao território como uma interferência nos seus assuntos e um reconhecimento de facto da soberania de Taiwan.
A imagem do líder russo, Vladimir Putin, como um "durão", é também bastante apreciada na China, onde o regime autoritário privilegia líderes "fortes".
"Putin é um homem a sério, que não hesita em agir", confidencia, ainda em declarações à Lusa, a agente imobiliária Weiwei.
Dezenas de biografias e ensaios sobre Putin estão disponíveis nas livrarias chinesas, numa distinção rara para um estadista estrangeiro.
"Putin: Ele Nasceu para a Rússia", "O Punho de Ferro de Putin", "Putin: O Homem Perfeito aos Olhos das Mulheres" e "O Charme do Rei Putin" são alguns dos títulos expostos nas livrarias do país asiático.
"Putin tornou-se um ícone político, duro e implacável, na resistência à hegemonia do Ocidente", afirmou à Lusa um estudante chinês de 26 anos, formado em Relações Internacionais.
"Ele é um grande estadista, que renovou as esperanças e a fé do povo russo após a desintegração da União Soviética", acrescentou o estudante, que preferiu não ser identificado.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de quase 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e quase sete milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções em todos os setores, da banca à energia e ao desporto.
AFEGANISTÃO - ONG: "Mundo virou as costas" aos afegãos e entregou país a "terroristas"
© Lusa
Por LUSA 27/08/22
O "mundo virou as costas" ao Afeganistão e os Estados Unidos (EUA) entregaram o país aos talibãs ao retirar-se há um ano, "mesmo sabendo a mentalidade desse grupo terrorista", criticou a organização 'United Afghan Association'.
"Os talibãs são terroristas. Eles eram um grupo terrorista e sempre serão um grupo terrorista. Os EUA tomaram a decisão de entregar-lhes o país sabendo o tipo de mentalidade que tinham", lamentou a ativista Freshta Kohgadai, vice-presidente da 'United Afghan Association', uma organização que defende os interesses das comunidades afegãs no Afeganistão e na diáspora.
"Diferentes países em todo o mundo continuam a encontrar-se com os talibãs, apesar de conhecerem as suas crenças radicais e ações hediondas", adiantou a jovem cientista política nascida na capital afegã, em entrevista à Lusa a poucos dias do primeiro aniversário da conclusão da retirada norte-americana de Cabul (30 de agosto de 2021).
Kohgadai lamenta ainda que organizações como as Nações Unidas (ONU) "tenham o poder, mas não atuem" para ajudar o Afeganistão, avaliando que o mundo virou as costas ao seu país.
"Se o mundo continuar a permitir e apoiar os talibãs, não haverá esperança para o futuro do Afeganistão. O povo afegão está a morrer de fome, vítima de 'drones', de bombas e de deslocamentos. O mundo virou-lhes as costas e eles ficaram completamente sem esperança", relatou.
"Não há trabalho, não há dinheiro, membros de famílias estão a ser levados no meio da noite, homens e mulheres estão a desaparecer, os recursos do país estão a ser explorados. As coisas continuarão a piorar a menos que as superpotências do mundo retirem os talibãs do poder. Só esperamos que algo seja feito antes que seja tarde demais", apelou Freshta Kohgadai.
O Afeganistão caiu nas mãos dos talibãs a 15 de agosto de 2021, durante a retirada das tropas norte-americanas do terreno, concluída a 30 de agosto.
De acordo com a ativista afegã, as coisas continuam a piorar desde então, uma vez que os talibãs não atacam apenas mulheres, mas também qualquer cidadão que pense de maneira diferente, que fale uma língua diferente ou que pratique religião de maneira diferente.
"As pessoas no Afeganistão estão com medo de falar sobre os talibãs, já que qualquer pessoa que tenha falado teve os seus familiares sequestrados e as pessoas continuam a desaparecer e são consideradas mortas. É difícil saber o que realmente está a acontecer no Afeganistão. Tenho muitos familiares e amigos presos e incapazes de encontrar refúgio noutro lugar", contou.
"Os talibãs continuam a despojar o Afeganistão de tudo, incluindo de todos os seus direitos humanos básicos. Ao tomarem o Afeganistão, os talibãs prejudicaram o mundo inteiro. Eles estavam no poder antes e a maior parte do mundo pagou por isso", sublinhou.
Em relação ao líder da Al-Qaida recentemente morto em território afegão às mãos de militares norte-americanos, Freshta Kohgadai desaprovou o uso de 'drones' no ataque, apesar de ser um terrorista que já infligiu muita dor ao povo afegão.
"Embora [Ayman] Al-Zawahiri também seja um terrorista e por causa da sua organização terrorista o povo do Afeganistão tenha sofrido muito, também somos extremamente contra o uso de 'drones' por parte dos EUA. Os 'drones' mataram milhares, senão milhões de civis. O povo afegão está preso no meio de guerras em que não tem envolvimento. Não conhecem nada além da guerra há décadas e não estão a ter a oportunidade de se levantar do inferno que o mundo criou para eles", criticou, em entrevista à Lusa.
Segundo a Casa Branca, al-Zawahiri foi morto quando estava na varanda da residência onde estava hospedado, alvejado por dois mísseis disparados por um 'drone'. Apenas o líder da Al-Qaida foi morto na operação e não houve danos colaterais, assegurou Washington.
Rússia bloqueia acordo na revisão do Tratado de Não Proliferação Nuclear
© Lusa
Por LUSA 27/08/22
A Rússia bloqueou na sexta-feira um acordo na 10.ª conferência de revisão do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), sobretudo em questões ligadas à invasão da Ucrânia e à ocupação da central nuclear de Zaporíjia.
No final de quase um mês de discussões, e depois de várias horas de prolongado debate em busca de um consenso, a conferência encerrou sem adotar o documento final devido às objeções russas.
A delegação de Moscovo foi a única a tomar a palavra na sessão final para se opor ao último projeto apresentado pelo presidente da conferência, o argentino Gustavo Zlauvinen, e que os restantes 191 signatários do TNP estavam dispostos a aceitar.
A Rússia alegou que, de todo o extenso documento, só tinha problemas com cinco parágrafos por considerar "serem politizados".
Apesar de a delegação russa não ter indicado quais, fontes diplomáticas disseram que as divergências, surgidas nas últimas horas, centraram-se nas referências à situação na central nuclear ucraniana em Zaporíjia e na necessidade do controlo ser devolvido às autoridades competentes.
Esta central, a maior da Europa, foi tomada pelas tropas russas no início da guerra e nos últimos dias tem sido alvo de repetidos ataques, dos quais Moscovo e Kiev se acusam mutuamente, que suscitaram alarmes sobre um possível desastre.
A ampla declaração final negociada como conclusão da conferência reviu a implementação do TNP e estabeleceu prioridades para o futuro, numa altura em que a ONU advertiu que o risco de conflito nuclear está no ponto mais alto em décadas.
"Estamos num momento da história em que o nosso mundo está cada vez mais embalado pelo conflito e, o mais alarmante, pela perspectiva crescente do impensável: a guerra nuclear. Neste momento, é imperativo que procuremos ampliar o que nos une, não o que nos divide", disse o presidente da conferência, minutos antes de a Rússia ter bloqueado o texto.
Embora a guerra na Ucrânia tenha tornado esta reunião particularmente complicada, não é a primeira vez que a revisão periódica do TNP é encerrada sem consenso, como aconteceu na última edição, realizada há sete anos.