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Por LUSA 27/08/22
Pelo menos 33 pessoas morreram entre sexta-feira e hoje em combates entre o Exército do Chade e rebeldes Conselho do Comando Militar para a Salvação da República (CCMSR), segundo fonte do grupo.
Do lado das Forças Armadas chadianas morreram 21 soldados, enquanto os rebeldes registaram 12 baixas, segundo a fonte citada pela Efe.
Os confrontos coincidem com o diálogo de reconciliação nacional, iniciado há uma semana, no qual a junta militar de transição responsável pelo país, grupos rebeldes, partidos políticos, sociedade civil e sindicatos participam para acordar o regresso a um governo civil.
Os combates tiveram início na sexta-feira e recomeçaram na manhã de hoje na cidade de Wour, junto à fronteira com a Líbia, onde o Exército lançou uma ofensiva contra uma coluna de rebeldes que se dirigia para o centro do país.
"Procurávamos um lugar estratégico para pararmos e foi o Exército nacional que nos atacou. Fomos forçados a retaliar para repelir o inimigo. Houve 33 mortos, incluindo 12 do nosso lado que temos a lamentar", disse o porta-voz do CCMSR, Moustapha Kandre, à agência noticiosa espanhola.
De acordo com Kandre, o diálogo que decorre na capital, N'Djamena, é "uma farsa, pelo que a opção militar é a única solução para pôr fim a esta transição militar liderada pelo filho do falecido Presidente [Idriss] Déby, que os chadianos não querem".
Por sua vez, o Exército chadiano contestou a versão dos rebeldes e diz ter recuperado o controlo da cidade.
"Foram eles que nos atacaram e nós reagimos em autodefesa. Foram expulsos do Chade e atravessaram para refugiarem na Líbia, como de costume", disse um comandante sob anonimato.
O responsável não confirmou o número de baixas.
O Chade está sob o poder do Conselho Militar de Transição (CMT) desde a morte em abril de 2021 do Presidente Idriss Déby Itno - que governava o país desde 1990 - durante confrontos violentos entre rebeldes e o Exército chadiano.
Depois de tomar o poder, a CMT, liderada por Mahamat Idriss Déby -- de 38 anos e filho do ex-presidente - anulou a Constituição e dissolveu o Governo e o parlamento.
No entanto, Déby prometeu realizar eleições livres e democráticas no prazo de 18 meses, após a realização de um "diálogo nacional inclusivo" com toda a oposição política e os numerosos grupos rebeldes.
Desde o início, o líder da CMT contou com o apoio da comunidade internacional, liderada pela França, União Europeia e UA, já que o Exército do Chade é um dos pilares da guerra contra grupos fundamentalistas islâmicos da região do Sahel, juntamente com as tropas francesas da missão Barkhane.
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