© FRANCOIS LO PRESTI/AFP via Getty Images
Por Lusa 02/07/24
A líder da extrema-direita francesa acusou hoje o Presidente do país, Emmanuel Macron, de preparar "uma espécie de golpe de Estado administrativo" para evitar que os partidos vencedores nas eleições do próximo domingo tenham liberdade governativa.
"Espero que seja apenas um rumor", declarou Marine Le Pen numa entrevista à rádio France Inter, adiantando que no Conselho de Ministros da última quarta-feira houve mais nomeações do que o habitual.
De acordo com rumores que chegaram até à líder da Extrema-Direita, Macron pretende nomear o diretor-geral da polícia e da "gendarmerie" (polícia militarizada francesa) e realizar várias outras nomeações para a Administração francesa.
"Para as pessoas que dão aulas de democracia para o mundo inteiro, acho isso surpreendente", queixou-se Le Pen.
Segundo a líder da Extrema-Direita, após o "impulso democrático" que teve ao convocar antecipadamente as eleições legislativas, depois da sua derrota nas eleições europeias de 09 de junho, Macron agora "faz todo o possível para dificultar o processo democrático" com a sua propaganda eleitoral.
Os candidatos União Nacional (Rassemblemant National-RN, em francês), partido de Le Pen, aliados a um grupo de conservadores foram os vencedores da primeira volta das eleições legislativas em França no domingo - com 33% dos votos -, colocando-os em condições de terem a maioria na Assembleia Nacional após segunda volta, que acontecem no próximo domingo, ou até mesmo alcançar uma maioria absoluta.
Essa maioria absoluta, que implicaria alcançar pelo menos 289 dos 577 deputados, é a condição que o candidato a primeiro-ministro do RN, Jordan Bardella, estabeleceu para governar.
No entanto, Marine Le Pen considerou um cenário que, se obtiver 270 cadeiras, consultará outros deputados, como os do partido conservador Os Republicanos para ver se estarão dispostos a apoiá-la em alguns projetos legislativos e, em particular, para aprovar o Orçamento de Estado.
A líder da Extrema-Direita reiterou que se chegarem ao Governo, não fará parte do executivo.
"Não serei uma segunda primeira-ministra", sublinhou Le Pen, acrescentando que atuará como líder do grupo parlamentar.
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