terça-feira, 30 de abril de 2024

Portugal é o 5.º país da UE com o salário médio mais baixo

Trabalho (Unsplash)
Por 
Agência Lusa, 30/04/2024

Dados divulgados pela Pordata
Portugal é o 5.º país da União Europeia com o salário médio mais baixo, sendo as áreas da agricultura e pescas e alojamento e restauração os setores onde menos se ganha, de acordo com dados divulgados pela Pordata.

Num retrato do mercado laboral em Portugal, no âmbito do 1.º de Maio (Dia do Trabalhador), a Pordata indica que tanto o salário mínimo nacional, como o salário médio português estão entre os 10 mais baixos da União Europeia (UE).

Os dados revelam que Portugal é o 5.º país com salário médio mais baixo, quando considerando o custo de vida, apenas acima da Eslováquia, Grécia, Hungria e Bulgária.

Por outro lado, em Espanha os salários são, em média, um terço mais elevado do que em Portugal.

A Pordata revela ainda que o salário médio anual por trabalhador (sem paridade de poder de compra) em Portugal era o 10.º mais baixo dos países da UE, em 2022, com os salários nos 10 países que registam os mais elevados a serem, pelo menos, duas vezes superiores aos dos 10 países da cauda (onde se inclui Portugal).

Também o salário mínimo português, quando considerado em paridade de poder de compra, está entre os 10 mais baixos dos 22 países da união europeia com salário mínimo.

“Em 20 anos, Portugal foi ultrapassado pela Polónia, Lituânia e Roménia no que diz respeito ao salário mínimo nacional (SMN)”, refere, acrescentando que o salário mínimo nacional é 26% mais baixo do que em Espanha e 47% do que em França.

Os dados revelam que o ordenado médio mensal dos trabalhadores por conta de outrem, em Portugal, (incluindo horas extra, subsídios de férias e Natal ou prémios) foi de 1.368 euros em 2022.

“O salário mínimo nacional está cada vez mais próximo do ordenado médio. Em 2002, o salário mínimo correspondia a 43% do ganho médio e em 2022 esta percentagem já tinha subido para 52%”, assinala.

A fotografia da Pordata indica ainda que o salário médio em Portugal dos trabalhadores do setor do alojamento e restauração (873 euros) e o da agricultura e pescas (916 euros) estão entre os mais baixos.

Por outro lado, o setor das atividades financeiras e de seguros (1.705 euros), da eletricidade, gás e água (2.243 euros) e de organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais (3.156 euros) são aquele em que o salário médio é mais elevado.

Portugal é o 4.º país da UE com força laboral mais envelhecida
Cerca de metade dos trabalhadores portugueses têm entre 44 e 64 anos, sendo o quarto país da União Europeia com a força laboral mais envelhecida, de acordo com dados divulgados pela Pordata.

No retrato que a Pordata preparou para o 1.º de Maio (Dia do Trabalhador), verifica-se que o trabalhador médio português envelheceu face há 20 anos.

Em 2023, um terço dos trabalhadores tinha entre 44 e 64 anos, mas em 2023 praticamente metade estão nessa faixa etária.

Paralelamente, os jovens trabalhadores até aos 24 anos diminuíram mais de 40%, enquanto o escalão etário dos trabalhadores que mais aumentou foi o que se situa entre os 55 e os 64 anos, registando uma subida de 66%.

Os dados compilados pela Pordata revelam ainda que Portugal é o segundo país da União Europeia (UE) a 27 Estados-membros, a seguir a Espanha, com menos jovens entre os 25 e os 34 anos no total dos trabalhadores, e o quarto país com força laboral mais envelhecida – já que por cada 100 trabalhadores com menos de 35 anos tem 99 com mais de 54 anos -, apenas ultrapassado pela Bulgária, Letónia e Itália.

Por outro lado, Portugal superou a meta europeia de, até 2030, pelo menos 78% da população entre os 20 e os 64 anos estar empregada, com um valor de 78,2%, fixando-se acima da média da UE (75%).

O país atingiu também a meta de a percentagem de jovens entre os 15 e os 29 anos que não estuda, nem trabalha não ultrapasse 9%. Em 2023, registou uma taxa de 8,9%.

Portugal ainda ocupa a 13.ª posição dos países da UE no que respeita aos acidentes de trabalho, tendo diminuído a sua ocorrência para metade em 10 anos e situando-se nos dois acidentes de trabalho por 100 mil empregados.

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