© REUTERS/Alexander Ermochenko
POR LUSA 18/12/23
Um grupo de famílias de soldados russos mobilizados na Ucrânia apelou hoje ao regresso dos seus familiares, exigindo ao presidente russo, Vladimir Putin, que acabe com a guerra.
Os membros do canal de Telegram 'Caminho para Casa', composto maioritariamente pelas esposas e mães dos soldados mobilizados, acusaram Putin de "levar as pessoas ao limite", exigindo o fim do que o Kremlin insiste em chamar de "operação militar especial".
"Nós, russos, já não temos esperança sob a sua liderança. Sente-se à mesa de negociações", afirmou o grupo através de uma mensagem dirigida ao líder russo.
"Deixe-nos viver em paz! Ou vá você mesmo para a linha da frente e morra lá", acrescentaram.
Cerca de 300 mil reservistas foram chamados para aumentar o número de tropas russas na Ucrânia, no âmbito da mobilização parcial anunciada por Putin, em setembro de 2022.
A mensagem do grupo 'Caminho para Casa' foi acompanhada por um vídeo de um alegado soldado russo mobilizado que manifestou o seu desapontamento pelo facto de Putin ter ignorado o pedido de um limite de serviço de um ano para os soldados mobilizados.
"Assisti à [conferência de imprensa anual] Linha Direta com o nosso presidente e não há esperança nem sinais de que os nossos soldados mobilizados regressem a casa num futuro próximo", afirmou o soldado.
Putin respondeu a dezenas de perguntas de jornalistas e cidadãos russos durante o seu programa Linha Direta, na semana passada.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com os mais recentes dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa - justificada pelo presidente russo com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
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