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POR LUSA 20/09/23
Uma investigação do Centro para a Resiliência da Informação (CIR) concluiu que a Rússia atacou deliberadamente infraestruturas médicas em Kherson, na Ucrânia, depois de perder o controlo da cidade em novembro.
Pelo menos sete instalações médicas em Kherson foram alvo de pelo menos 14 ataques executados por artilharia russa entre novembro de 2022 e maio deste ano, de acordo com um relatório do CIR a que a agência de notícias EFE teve acesso.
"O bombardeamento contínuo de hospitais, maternidades e centros de reabilitação pode colocar em risco a sustentabilidade e a operacionalidade do setor da saúde na cidade", sublinham os autores do estudo, alertando para o risco de a Rússia repetir este padrão de agressão contra outras localidades ucranianas.
Segundo os peritos desta organização não-governamental (ONG), dedicada a revelar violações dos direitos humanos e crimes de guerra através da análise de imagens de satélite e das redes sociais, a Rússia intensificou os ataques às infraestruturas civis em Kherson após a libertação da cidade a 11 de novembro.
Até então, sob o domínio russo, apenas tinha sido registado um incidente contra uma instalação médica.
No entanto, após a libertação de Kherson, as maternidades, os centros de cardiologia, os centros de reabilitação e os hospitais pediátricos foram atingidos por fogo de artilharia.
A maioria destas instalações foi atingida mais do que uma vez, o que constitui uma prova de assédio deliberado, de acordo com o relatório do CIR, que pode ser consultado aqui: https://www.info-res.org/post/kherson-after-occupation-mapping-russian-attacks-on-medical-infrastructure.
O primeiro destes bombardeamentos teve lugar apenas seis semanas após a expulsão das tropas russas. A maternidade do Hospital Clínico da Cidade de Kherson foi alvo de fogo de artilharia russa em 27 de dezembro de 2022, mas não foram registadas vítimas.
O mês com o maior número de ataques foi janeiro último, com cinco, enquanto em dezembro e fevereiro registaram-se três, dois em março e um em abril.
Entre maio e julho deste ano, registou-se uma diminuição do bombardeamento de instalações médicas, embora os trabalhadores médicos que retiravam civis após o colapso da barragem de Kakhovka tenham sido atacados em junho e, em agosto se tenham verificado danos no mesmo hospital clínico.
A ONG salienta que as ações de Moscovo fazem lembrar as táticas russas nas zonas de Idleb e Alepo, na Síria, controladas pelos rebeldes.
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