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Notícias ao Minuto 10/06/23
Reiterando que é inocente e não tem "nada a esconder", o candidato às eleições presidenciais de 2024 atirou que as acusações ontem divulgadas não passam de uma "interferência eleitoral" por parte do "corrupto" FBI e do Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
O antigo presidente norte-americano, Donald Trump, considerou, este sábado, que as 37 acusações que pendem sobre si dão "ridículas e sem fundamento", apontando que é a vítima de uma "perseguição cruel" por parte da administração do atual chefe de Estado, Joe Biden.
Reiterando que é inocente e não tem "nada a esconder", o candidato às eleições presidenciais de 2024 atirou que as acusações não passam de uma "interferência eleitoral" por parte do "corrupto" FBI e do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, naquela que foi a sua primeira declaração pública após a divulgação dos crimes de que foi acusado, na sexta-feira.
Perante uma multidão de apoiantes do Partido Republicano na Geórgia, Trump acusou estes órgãos oficiais de corrupção e de inventarem mentiras e "farsas".
"Estes criminosos não podem ser recompensados, têm de ser derrotados", disse, citado pela BBC.
O republicano foi mais longe, apontando que é a vítima de uma "perseguição cruel" levada a cabo pela administração de Biden, que classificou como "um abuso de poder tremendo".
"Temos eleições falsas, não temos fronteiras, temos inflação", enumerou, segundo a Sky News, referindo-se uma vez mais aos resultados das eleições de 2020 que, na sua ótica, venceu.
E prosseguiu: "Em toda esta acusação falsa, nem sequer mencionam a lei de registos presidenciais... Porque querem usar algo chamado lei de espionagem", disse.
Recorde-se que, de acordo com a acusação histórica, Trump colocou em risco a "segurança nacional" dos Estados Unidos ao manter na sua posse segredos nucleares norte-americanos após a sua saída da Casa Branca.
O documento divulgado pelo Departamento de Justiça, que é a confirmação oficial da acusação que o próprio ex-presidente (2017-2021) avançou na quinta-feira, também implica Walt Nauta, antigo assistente de Trump que foi visto a retirar caixas com documentos classificados da mansão Trump, em Palm Beach. O responsável enfrenta seis acusações, de acordo com a ata hoje divulgada.
Trump é acusado de perjúrio e de ter combinado com Walt Nauta a ocultação de documentos solicitados pela polícia federal norte-americana, o FBI.
O ex-presidente foi acusado num tribunal de Miami de 37 crimes federais, incluindo retenção ilegal de segredos do governo, obstrução da justiça e conspiração. Na verdade, o candidato às eleições presidenciais de 2014 é acusado de ter colocado em risco alguns dos maiores segredos de segurança dos Estados Unidos, que poderão colocar em evidência as vulnerabilidades do país em caso de ataque.
A sua audiência em tribunal está marcada para a próxima terça-feira, um dia antes do seu 77.º aniversário.
Também na sexta-feira, os advogados de Donald Trump Jim Trusty e John Rowley renunciaram às suas funções, após a acusação contra o ex-presidente ser conhecida.
"Maior caça às bruxas de todos os tempos"
Trump será representado por Todd Blanche, advogado que já fez parte de sua equipa jurídica de Nova Iorque, naquela que classificou como a "maior caça às bruxas de todos os tempos, que agora se encaminha para os tribunais da Florida".
"Sou inocente", destacou na sua rede social Truth Social, onde se apresentou como vítima de um complô orquestrado pelos seus oponentes democratas.
Nos Estados Unidos, uma lei obriga os presidentes a enviarem todos os seus 'e-mails', cartas e outros documentos de trabalho aos arquivos nacionais.
Em janeiro de 2021, quando deixou a Casa Branca para se instalar na sua luxuosa residência em Mar-a-Lago, na Florida, Donald Trump levou dezenas de caixas cheias de arquivos. Um ano depois, após vários avisos, devolveu 15 caixas contendo quase 200 documentos classificados.
O FBI, no entanto, calculou que Trump não tinha devolvido tudo, o que resultou numa operação de busca em Palm Beach pelos agentes federais 08 de agosto e na apreensão de cerca de trinta outras caixas, contendo 11.000 documentos.
Segundo a acusação, foram encontrados documentos classificados "num salão de baile", mas também "numa casa de banho, na banheira", num "escritório" ou "num quarto".
Estes "incluíam informações sobre as capacidades de defesa dos Estados Unidos e de países estrangeiros", "sobre os programas nucleares americanos" e "sobre potenciais vulnerabilidades no caso de um ataque aos Estados Unidos e seus aliados".
A sua potencial "divulgação teria posto em perigo a segurança nacional dos Estados Unidos, as suas relações internacionais", destacou o procurador especial Jack Smith, nomeado em novembro para supervisionar a investigação de forma independente.
Por agora, os republicanos estão a cerrar fileiras em torno de Donald Trump, incluindo os seus rivais pela indicação presidencial do partido, da qual ele está à frente com grande vantagem segundo as sondagens.
Esta solidariedade foi manifestada em abril, quando a justiça do Estado de Nova Iorque também indiciou Trump, desta vez por fraude contabilística como parte de um pagamento em 2016 a uma atriz de filmes pornográficos para que esta ocultasse um alegado caso.
Trump ainda pode enfrentar mais problemas com a justiça nos próximos meses, pois uma procuradora da Geórgia deve anunciar até setembro o resultado da sua investigação sobre a pressão exercida pelo ex-presidente para tentar mudar o resultado eleitoral de 2020.
O procurador Jack Smith, que durante a sua carreira processou autores de crimes de guerra no Kosovo, investiga ainda o papel de Donald Trump no ataque ao Capitólio em 06 de janeiro de 2021.
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