JORNAL ODEMOCRATA 30/08/2022
O presidente do Sindicato Nacional de Enfermeiros e Técnicos de Saúde e Afins (SINETSA), Yoio João Correia, alertou esta terça-feira, 30 de agosto de 2022, que os governantes não devem conduzir o país ao ponto de os cidadãos perderem a confiança nos seus atos.
Yoio fez essa chama de atenção em reação à decisão anunciada em Conselho de Ministro de suspender as entradas na função pública no setor de saúde, na qual disse que a sua organização vai continuar a defender os direitos dos seus associados, porque “ o Estado deve assumir as suas responsabilidades”.
“O executivo não conseguiu cumprir a sua obrigação, nomeadamente o pagamento das dívidas e subsídios de velas de 2018, os subsídios de isolamento aos técnicos colocados em 2014/2015 no interior, bem como não conseguiu regularizar a situação dos 62 técnicos afetos ao projeto dos Médicos sem Fronteiras no hospital Nacional Simão Mendes”, disse.
Yoio João Correio admitiu que os técnicos colocados em 2014/2015 estão a receber os seus salários, mas não foram efetivados na função pública, revelando que todos eles têm processos engavetados no gabinete do primeiro-ministro.
Segundo o presidente do Sindicato Nacional de Enfermeiros e Técnicos de Saúde e Afins lamenta, “são processos sem um engajamento orçamental”.
“A proposta da carreira dos técnicos de diagnóstico e terapeutas continua refém na primatura, sem sinais para a sua aprovação em Conselho de Ministros. Igualmente a situação dos técnicos novos ingressos colocados desde 2021 continua bloqueada no Ministério das Finanças”, salientou.
O presidente do SINETSA disse que os técnicos não concordam com a forma como os processos de colocação são conduzidos, sustentando que “o Estado como a pessoa de bem, com princípios de proteção de confiança, não pode ter governantes que tomem decisões e criam as expetativas jurídicas nas pessoas e depois quer colocá-las em causa”.
“O governo deveria, antes de avançar com decisões, concertar com os parceiros sociais”, disse, para de seguida referir que, para acabar com o problema dos técnicos que rejeitam ficar nas ilhas, o executivo deveria lançar concursos na capital e em Bolama dos Bijagós.
“O país está cheio das escolas de formação nas áreas de saúde sem condições mínimas, mas continuam a funcionar porque foram apadrinhadas pelos governantes e políticos. Os sindicatos não têm o direito de reclamar e exigir do governo a regulamentação do setor.
O sindicalista defendeu a criação de um critério sério, objetivo e rígido para o enquadramento na função pública, bem como a coragem de colocar os funcionários no interior do país.
Por: Noemi Nhanguan
Foto: N.N
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