O presidente do Partido Africano de Independência da Guiné e Cabo-Verde (PAIGC), Domingos Simões Pereira, e demais dirigentes do partido foram hoje impedidos de terem acesso à sede principal daquela formação política em Bissau, onde se reuniria o Comité Central após o Tribunal ter impedido a realização do congresso.
PAIGC previa para esta reunião, debater a decisão do Tribunal de Relação que, impediu o partido de realizar o décimo congresso ordinário.
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Bissau, 19 Ago 22 (ANG) – O Presidente de Partido Africano da ndepedência de Guiné e Cabo Verde (PAIGC), acusu hoje ao Chefe de Estado Umaro Sissoco Embaló, de ter ordenado ao Juiz do Tribunal de Relação Aimadu Sauané, para assinar a ordem que impede a realização do congresso de PAIGC.
Domingos Simões Pereira fez essa acusação, em declarações à imprensa, depois de ser impedido pela Polícia de Ordem Públca juntamente com outros dirigentes e delegados do partido, de entrarem na própria sede do partido, para a realização da reunião de Comité Central alargada aos Delegados da Diáspora.
Simões Pereira sustentou que na instância onde o processo se encontra, o juiz em causa já tinha a noção de que não tem competências para tomar a decisão de proibir a realização do congresso do PAIGC.
“O proprio Juiz afirmou à várias pessoas que recebeu telefonema do Presidente da República (PR) Umaro Sissoco Embaló, para assinar uma ordem que nos impede de realizar o nosso 10º Congresso ”, revelou o líder dos libertadores.
Para Simões Pereira, quando um país chega a esse ponto, é porque está a disconstruir as legalidades básicas que o constroem, implementando assim a existência de um Estado caótico de ditadura e de anarquia.
As forças da ordem impediram a realização do congresso que devia ter inicio as 16H00 desta sexta-feira e ainda não permitiram que militantes e dirigentes entrassem na sede do parido, em Bissau.
Simões Pereira declarou que as sucessivas violações de direitos humanos comitidas pelo actual regime, não impedirá o PAIGC de continuar a lutar para que a lei seja respeitada, e que o poder de decisão continue permanente na mentalidade do povo.
Questionado se vai ou não se dimitir da presidência do partido, devido a tanta pressão que enfrenta, Domingos Simões Pereira disse que só vai demitir-se por decisão de militantes e dirigentes do partido.
Apelou aos militantes e simpatizantes do partido, a não entrarem em nenhum conflito com as Forças de Ordem Pública que na altura se encontram no recinto da sede do PAIGC, com o objectivo de impedir a entrada dos Dirigentes e militantes do partido.
“Peço a todos que aguardem serenamente, porque dentro de algumas horas, terminará a reunião dos dirigentes do partido, e será produzido um documento que anunciará o próximo passo do PAIGC”, disse Simões Pereira.
Trata-ase da terceira vez que o X congresso é adiado por impedimento judicial, sustentado por uma queixa de um militante de nome Bolon Conté contra o partido por alegações de irregularidades na escolha de delegados ao congresso.
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