Um voo comercial, com 189 nigerianos a bordo, alguns dos quais cantaram o seu hino nacional enquanto mostravam imagens de lojas em chamas, aterrou na quarta-feira à noite no aeroporto da capital económica da Nigéria, Lagos.
"Eu fugi para salvar a minha vida, senão eles tinham-me matado", disse Samson Aliyu, um vendedor de roupas que vivia na África do Sul há dois anos, acrescentando: "Eles incendiaram a minha loja, tudo".
A onda de violência xenófoba que atinge a África do Sul desde 01 de setembro já provocou 12 mortos e cerca de 500 detenções, particularmente em Joanesburgo.
Muitos países africanos reagiram fortemente e a Nigéria, que há anos partilha com a África do Sul a liderança das maiores economias africanas, foi uma das vozes mais críticas, já que muitos dos comerciantes nigerianos foram atacados.
Na segunda-feira, a Presidência nigeriana "deu as instruções necessárias para a retirada imediata de todos os nigerianos que desejam regressar a casa", de acordo com o consulado em Joanesburgo, que adiantou que cerca de 600 dos "mais de 100 mil" que vivem na África do Sul deverão ser repatriados nesta fase.
Além da tensão que os casos de violência originaram entre os dois países, o processo de repatriamento também não correu bem, já que a ministra da Diáspora, Abike Dabiri-Erewa, esperava 317 passageiros no voo, mas apenas estavam 189 passageiros a bordo.
"Houve muita frustração", reconheceu a governante, acusando as autoridades de Joanesburgo de não facilitarem a viagem para os nigerianos que não tinham os documentos em ordem.
NAOM
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