sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

Angola e Guiné-Bissau estiveram sob escutas

O jornal francês Le Monde revelou, hoje, que 20 países africanos estiveram na mira dos serviços secretos ingleses entre 2008 e 2010, nomeadamente Angola e Guiné-Bissau. Eugénio de Costa Almeida, investigador associado do Centro de Estudos Internacionais do ISCTE-IUL, considera que as escutas são habituais entre as grandes potências, ainda que sublinhe que se trate “indiscutivelmente” de uma violação da soberania politica, estratégica e económica dos países africanos. 

A investigação do Le Monde, em colaboração com o "site" norte-americano "The Intercept", baseou-se nos arquivos fornecidos por Edward Snowden, antigo consultor da NSA, Agência Nacional de Segurança norte-americana, que se encontra refugiado na Rússia desde que revelou o escândalo das escutas planetárias, em 2013.

Nesta entrevista, Eugénio de Costa Almeida, investigador associado do Centro de Estudos Internacionais do ISCTE-IUL, analisa as razões e as eventuais consequências das escutas a líderes de 20 países africanos, nomeadamente de Angola e Guiné-Bissau.

De acordo com o Le Monde, Angola teria sido alvo de uma "escuta política e estratégica", ou seja, os alvos das escutas teriam sido o presidente e os seus conselheiros. Quanto à Guiné-Bissau, ter-se-ia tratado de uma "escuta diplomática", isto é, teriam sido gravadas as comunicações do chefe da Diplomacia e/ou conselheiros diplomáticos, embaixadas guineenses em outros países e personalidades a trabalhar para a ONU e para a União Africana.

RFI

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